ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

fevereiro 3, 2015

O HOMEM DE BEM

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:45 am

Cada vez que eu leio esta parte do Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V (parte 5), eu me sinto pequeno (pois falho muito) mas uma enorme potencialidade desperta, que me diz ser possível atingir esse patamar um dia.

O HOMEM DE BEM

3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.”
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho.
Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

janeiro 12, 2015

FIXAÇÃO MENTAL

Áulus ouviu com atenção e ponderou:

– E imprescindível compreender que, depois da morte no corpo físico, prosseguimos desenvolvendo os pensamentos que cultivávamos na experiência carnal. E não podemos esquecer que a Lei traça princípios universais que não podemos trair. Subordinados à evolução, como avançar sem lhe acatarmos a ordem de harmonia e progresso? A idéia fixa pode operar a indefinida estagnação da vida mental no tempo.

(…)

– E o problema da imobilização da alma?

(…)

– Em nossa imagem, podemos defini-la com a propriedade possível. É que o tempo, para nós, é sempre aquilo que dele fizermos. Para melhor compreensão do assunto, lembremo-nos de que as horas são invariáveis no relógio, mas não são sempre as mesmas em nossa mente. Quando felizes, não tomamos conhecimento dos minutos. Satisfazendo aos nossos ideais ou interesses mais íntimos, os dias voam céleres, ao passo que, em companhia do sofrimento e da expressão, temos a idéia de que o tempo está inexoravelmente parado. E quando não nos esforçamos por superar a câmara lenta da angústia, a idéia aflitiva ou obsecante nos corroí a vida mental, levando-nos à fixação. Chegados a essa fase, o tempo como que se cristaliza dentro de nos, porque passamos a gravitar, em Espírito, em torno do ponto nevrálgico de nosso desajuste. Qualquer grande perturbação interior, chame-se paixão ou desânimo, crueldade ou vingança, ciúme ou desespero, pode imobilizar-nos por tempo indefinível em suas malhas de sombra, quando nos rebelamos contra o imperativo de marcha incessante com o Sumo Bem. Analisemos ainda o nosso símbolo do combate. O relógio inflexível assinala o mesmo horário para todos, entretanto, o tempo é leve para os que triunfaram e pesado para os que perderam. Com os vencedores, os dias são felicidade e louvor e com os vencidos são amarguras e lágrimas. Quando nos não desvencilhamos dos pensamentos de flagelação e derrota, através do trabalho constante pela nossa renovação e progresso, transformamo-nos em fantasmas de aflição e desalento, mutilados em nossas melhores esperanças ou encafurnados em nossas chagas íntimas. E quando a morte nos surpreende nessas condições, acentuando-se-nos então a experiência subjetiva, se a alma não se dispõe ao esforço heróico da suprema renúncia, com facilidade emaranha-se nos problemas da fixação, atravessando anos e anos, e por vezes séculos na repetição de reminiscências desagradáveis, das quais se nutre e vive. Não se interessando por outro assunto a não ser o da própria dor, da própria ociosidade ou do próprio ódio, a criatura desencarnada, ensimesmando-se, é semelhante ao animal no sono letárgico da hibernação. Isola-se do mundo externo, vibrando tão-somente ao redor do desequilíbrio oculto em que se compraz. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da esfera desvairada de si mesma.

(…)

– A reencarnação, em tais circunstâncias, é o mesmo que conduzir o doente inerte a certa máquina de fricção para o necessário despertamento. Intimamente justaposta ao campo celular, a alma é a feliz prisioneira do equipamento físico, no qual influencia o mundo atômico e é por ele influenciada, sofrendo os atritos que lhe objetivam a recuperação.

(…)

– Na maioria das vezes, o soerguimento é vagaroso. Podemos comprovar isso no estudo das crianças retardadas, que exprimem dolorosos enigmas para o mundo… Somente o extremado amor dos pais e dos familiares consegue infundir calor e vitalidade a esses entezinhos que, não raro, se demoram por muitos anos na matéria densa, como apêndices torturados da sociedade terrestre, curtindo sofrimentos que parecem injustificáveis e estranhos e que constituem para eles a medicação viável. É possível auscultar ainda a verdade de nossa assertiva, nos chamados esquizofrênicos e nos paranóicos que perderam o senso das proporções, situando-se em falso conceito de si mesmos. Quase todas as perturbações congeniais da mente, na criatura reencarnada, dizem respeito a fixação que lhe antecederam a volta ao mundo. E, em muitos casos, os Espíritos enleados nesses óbices seguem do berço ao túmulo em recuperação gradativa, experimentando choques benéficos, através das terapêuticas humanas e das exigências domésticas, das imposições dos costumes e dos conflitos sociais, deles retirando as vantagens do que podemos considerar por “extroversão” indispensável à cura das psicoses de que são portadores.

[Obra: Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz e psicografia de Francisco C. Xavier. Capítulo 25 – Em torno da fixação mental]

_____________________________

Quando Áulus explica o quadro da Fixação mental, expõe um dos fatores mais paradoxais da Doutrina Espírita. Ao mesmo tempo que conota um quadro complexo, demonstra que é uma via simples o início de tudo.

“chame-se paixão ou desânimo, crueldade ou vingança, ciúme ou desespero, pode imobilizar-nos por tempo indefinível em suas malhas de sombra”

Como ser humano, só vejo ali sentimentos presentes no cotidiano da maioria. Claro que não vivemos em função destes sentimentos na maioria dos casos, mas as paixões e o desânimo estão comumente presentes em nossa sociedade, nas mais variadas formas. Tomemos por exemplo a dor de uma futura mãe que sofre um aborto espontâneo, ou de uma mãe que perde o filho em situação de dor e desespero. Quão facilmente o desespero e a dor passarão a nortear aquela vida?

Justamente por sermos humanos, tão ainda distantes de uma boa posição na escala evolutiva do Espírito, temos sempre a clemência e a misericórdia divina ao nosso lado. A reencarnação é o remédio amargo que nos ensina, por quanto tempo for necessário, a valorizar os pensamentos e atitudes de forma correta e passageira. O desespero só existe quando há desconhecimento de causas e motivos. A amargura, a vingança, as paixões, são todos elementos ligados à nossa inevolução e estado inferior que ocupamos por muitas vidas.

Podemos também observar a quantidade de doentes mentais e imaginar o porquê…

Fixação mental, cristalização da alma, monoideísmo (manter o pensamento em apenas 1 foco), tudo é motivo para obsessão e seus desdobramentos mais sérios. Como toda obsessão se inicia com a auto-obsessão, este é o melhor exemplo e melhor explicado de como esse processo tem início. A partir de hoje, que possamos policiar-nos melhor.

Nossa luta como alma é praticar a reforma íntima, prosseguir tentando ser melhor, orando e vigiando nossos pensamentos e ações, para conseguir um mínimo de melhora.

Para que a pressa? Somos eternos.

janeiro 5, 2015

O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , — Aprendiz @ 7:23 am

Gostaria de indicar uma leitura não Espírita hoje, a obra “O Universo Autoconsciente” de Amit Goswami.

O autor se notabilizou por uma visão mais apurada da física, abandonando os conceitos simplistas do classicismo científico que preconiza a superioridade da matéria sobre tudo, e trouxe a física quântica com elementos mais complexos e menos materiais (no conceito básico) para provar seu ponto de vista ambicioso (para os padrões científicos).

A busca desta obra é provar que a humanidade (em geral o Ocidente) se afastou da espiritualização por incorporar valores materialistas que levaram ao niilismo existencial.

O padrão deste livro faz alguns paralelos com estudos Espíritas em diversas áreas:

– Camille Flammarion em Deus na Natureza já fazia este diagnóstico (final do século XIX);

– Joanna de Ângelis trabalha a busca do Self, também abordada nesta obra de Goswami.

Enfim, espero que todos gostem.

dezembro 30, 2014

CAMINHO UNO

Filed under: Espiritismo,Estudos — Aprendiz @ 5:35 am

“A pobreza e aridez desse pensamento fanático [que considera apenas a teologia católico-medieval correta] olvidava ou condenava todos os povos nos quais as propostas de Jesus não haviam chegado e onde, por sua vez, predominavam os excelentes ensinos também libertadores de Krishna, Buda, Lao-Tsé, Confúcio, Hermes Trismegisto e muitos outros missionários do Bem e do Amor, cujas vidas expressavam a grandiosa anterioridade de sua procedência. Seus ministérios eram significativos e prenunciavam o momento de Jesus, que lentamente se insreveria nos tempos afora ampliando aqueles ensinamentos que O precederam.

Na perspectiva da psicologia profunda, todos eles foram libertadores das sombras coletiva e individual, sulcando o solo do ego para deixar que desabrochasse o Self e todas as suas implicações na consciência geral.

Psicoterapeutas especiais preconizavam o amor e a sabedoria como métodos essenciais para plenitude, embora sob diferentes colocações que, sem dúvida, conduzem à mesma unidade do pensamento condutor da Divindade.

Intuídos pela percepção extra-sensorial e alcançando o estágio numinoso, contribuíram decisivamente para o adiantamento espiritual de milhões de vidas que se encontravam na ignorância da realidade e alteraram o comportamento geral, deixando marcas especiais de entendimento das Divinas Leis e da Regência do Cosmo”

(Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco – Jesus e o Evangelho – à Luz da Psicologia Profunda – Capítulo “DIVERSIDADE DE MORADAS”).

Nessa época do ano que envolve, antes de tudo, a famosa “confraternização universal” do ano novo, época de renovações diversas (de atitudes principalmente) ou apenas de um protocolo de intenções que fazemos conosco mesmo, deixo o pensamento acima de Joanna para reflexão.

Que todos tenham um 2015 iluminado de paz, amor, luz e prosperidade. Que prevaleça a tolerância, paciência, carinho e amizade.

dezembro 19, 2014

FACCIOSISMO

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 4:20 am

36 – FACCIOSISMO

“Mas se tendes amarga inveja e sentimento faccioso, em vosso coração, não vos glorieis nem mintais contra a verdade.” – (TIAGO, 3:14.)

Toda escola religiosa apresenta valores inconfundíveis ao homem de boa-vontade.

Não obstante os abusos do sacerdócio, a exploração inferior do elemento humano e as fantasias do culto exterior, o coração sincero beneficiar-se-á amplamente, na fonte da fé, iluminando-se para encontrar a Consciência Divina em si mesmo.

Mas, em todo instituto religioso, propriamente humano, há que evitar um perigo – o sentimento faccioso, que adia, indefinidamente, as mais sublimes edificações espirituais.

Católicos, protestantes, espiritistas, todos eles se movimentam, ameaçados pelo monstro da separação, como se o pensamento religioso traduzisse fermento da discórdia.

Infelizmente, é muito grande o número de orientadores encarnados que se deixam dominar por suas garras perturbadoras. Espessos obstáculos impedem a visão da maioria.

Querem todos que Deus lhes pertença, mas não cogitam de pertencer a Deus.

Que todo aprendiz do Cristo esteja preparado a resistir ao mal; é imprescindível, porém, que compreenda a paternidade divina por sagrada herança de todas as criaturas, reconhecendo que, na Casa do Pai, a única diferença entre os homens é a que se mede pelo esforço nobre de cada um.

[Obra: VINHA DE LUZ / Espírito Emmanuel / Psicografia: Chico Xavier]

Primeiramente, devemos entender por “faccioso” todo aquele que toma partido em algo. Ou seja, que assume um lado. Aqui no texto, facciosismo é trabalhado no sentido de alguém sentir-se privilegiado por pertencer à determinada religião, em detrimento de outrem.

Todas as grandes religiões do globo terrestre pregam o amor, a caridade e o auxílio ao próximo. Se os religiosos não são capazes de transmitir com veracidade o caminho correto e se, muitas vezes, deturpam as mensagens celestiais para provocar a guerra, a revolta com diversas formas de conflitos, continua sendo um problema do ser humano, e não da religião.

O caminho ainda que indica todos sermos filhos de um mesmo Pai (Deus) nos coloca obrigatoriamente como irmãos em cooperação universal. E enquanto estivermos preocupados em colocar nossa crença acima das outras, assumimos um egoísmo que afasta os irmãos, ao invés de trazê-los para perto. A religião é individual, uma escolha, mas a convivência é obrigatória.

Deus não criou filhos melhores ou piores, criou a todos para que reinem em irmandade. Por isso Emmanuel termina dizendo:

“na Casa do Pai, a única diferença entre os homens é a que se mede pelo esforço nobre de cada um.”

Porque a cada um será dado de acordo com suas obras, práticas. Palavras ajudam, mas ações concretizam.

dezembro 15, 2014

JESUS E A PSICOLOGIA – I

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , , , , — Aprendiz @ 6:35 am

“Jesus é o exemplo do ser integrado, perfeitamente destituído de um inconsciente perturbador. Todas as suas matrizes arquétipicas vêm da herabça divina nEle existente e predominante. A vida futura, portanto, é o delineamento essencial do Seu ministério, em razão da consciência da sua realidade, por onde transita desde então, aprisionado ao corpo, mas inteiramente possuidor da faculdade de sintonia e contato com essa Causalidade”.

[Joanna de ângelis, psicografado por Divaldo Franco. JESUS E O EVANGELHO – À LUZ DA PSICOLOGIA PROFUNDA – Capítulo III – Realeza]

Este livro é fenomenal, não só pelo exuberante cabedal teórico /psicológico que Joanna nos traz, mas também pela complexidade que abraça cada parágrafo. A afirmação acima é tão profunda, que vou trabalhar algumas observações em seu próprio conteúdo. Original estará em azul, e minhas observações em verde.

“Jesus é o exemplo do ser integrado, perfeitamente destituído de um inconsciente perturbador –> Nós, no entanto, somos atingidos diretamente pelo nosso inconsciente perturbador, cuja depuração depende de nossa evolução através dos séculos e das vidas.A “média da humanidade” é composta ainda de Espíritos que erram e sofrem provações diversas, o que, invariavelmente, está impresso em nosso perispírito, consciência e atitudes. . Todas as suas matrizes arquétipicas vêm da herança divina nEle existente e predominante. A vida futura, portanto, é o delineamento essencial do Seu ministério, em razão da consciência da sua realidade, por onde transita desde então, aprisionado ao corpo, mas inteiramente possuidor da faculdade de sintonia e contato com essa Causalidade” –> Aqui me parece claro que a certeza e incorporação dos princípios da reencarnação muda o fluxo de nossa consciência. Não pensamos mais em curto prazo, nem vivemos para satisfazer vontades momentâneas. Enfim, privilegiamos a razão em detrimento dos instintos. Jesus era a potencialização máxima do ser humano. Quando Joanna diz que Ele é o exemplo de ser integrado, entendo  que significa a plenitude e compreensão dos mecanismos físico-químicos-biológicos envolvidos nos planos divinos. A matéria é mero reflexo de mentes superiores, e o planeta não passa de uma arena evolutiva.

A sapiência de Joanna coloca muitas outras reflexões dentro destes mesmos parágrafos, esta é apenas uma das interpretações, das mais pobres, feitas por mim durante uma leitura. Em breve, na continuidade da obra, postarei outras.

dezembro 11, 2014

FAMILIAS, PARENTELAS E LARES

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:48 am

– Pelo que analisamos – disse Hilário -, os fatos mediúnicos no lar são constantes…

– Justo! – confirmou o orientador [Áulus]. – Os pensamentos daqueles que partilham o mesmo teto agem e reagem uns sobre os outros, de modo particular, através de incessantes correntes de assimilação. A influência dos encarnados entre si é habitualmente muito maior que se imagina. Muita vez, na existência carnal, os obsessores que nos espezinham estão conosco, respirando, reencarnados, o mesmo ambiente. Do mesmo modo há protetores que nos ajudam e elevam e que igualmente participam de nossas experiências de cada dia. É imprescindível compreender que, em toda a parte, acima de tudo, vivemos em espírito. O intercâmbio de alma para alma, entre pais e filhos, cônjuges e irmãos, afeiçoados e companheiros, simpatias e desafeições, no templo familiar ou nas instituições de serviço em que nos agrupamos, é, em razão disso, a bem dizer, obrigatório e constante. Sem perceber, consumimos idéias e forças uns dos outros.

Obra: Nos Domínios da Mediunidade / Espírito: André Luiz  / Psicografia: Francisco C. Xavier – Capítulo 24 – Luta expiatória

A importância do lar, da convivência, das lutas internas à cada família é mais do que sabida.

No entanto, quantas famílias perfeitas conhecemos? Eu não conheço. Todas as famílias tem entes mais carismáticos, menos simpáticos, com maior ou menor empatia entre si, com desavenças e demais problemas. E somente o Espiritismo pôde colocar uma luz sobre esses assuntos tão íntimos com alguma explicação razoável e ponderável.

Imaginar que nascemos do acaso, ao acaso, para o acaso é um tanto quanto vazio, quase niilista para existência. Imaginar que nascemos para uma única vida não é suficiente para explicar lares mais estruturados do que outros. Seria uma desvantagem incompatível com a idéia de um Deus misericordioso de verdade.

Enquanto isso, as múltiplas existências de sucessivas encarnações provocam afetos e desafetos ao longo do tempo. Conservamos os bons, somos obrigados a nos reajustar com os outros, e trazemos esses efeitos durante a encarnação. O esquecimento é uma bênção justamente por nos permitir conviver com nosso inimigo dentro de casa, nos obriga a repensar a convivência e a aceitar a presença de alguém que outrora simplesmente iríamos repelir.

A todos que tenham problemas no lar, sugiro que leiam e pensem nas afirmações de Áulus, e que façam sempre suas orações, Evangelho no Lar, enfim, que blindem suas famílias de acordo com boas sintonias e vibrações.

Que assim seja.

novembro 28, 2014

RITUAIS E TALISMÃS

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , — Aprendiz @ 2:51 am

LIVRO DOS ESPÍRITOS

553. Qual pode ser o efeito de fórmulas e práticas com as quais certas pessoas pretendem dispor da vontade dos Espíritos?
— O de as tornar ridículas, se são de boa-fé; no caso contrário, são tratantes que merecem castigo. Todas as fórmulas são charlatanices; não há nenhuma palavra sacramental, nenhum signo cabalístico, nenhum talismã que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porque eles são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.

553-a. Certos Espíritos não ditaram, algumas vezes, fórmulas cabalísticas?
— Sim, tendes Espíritos que vos indicam signos, palavras bizarras, ou que vos prescrevem certos atos, com a ajuda dos quais fazeis aquilo que chamais conjuração. Mas ficai bem seguros de que são Espíritos que zombam de vós e abusam da vossa credulidade.

554. Aquele que, com ou sem razão, confia naquilo a que chama virtude de um talismã, não pode, por essa mesma confiança, atrair um Espírito? Porque então é o pensamento que age: o talismã é um signo que ajuda a dirigir o pensamento.

— Isso é verdade; mas a natureza do Espírito atraído depende da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos. Ora, é difícil que aquele que é tão simplório para crer na virtude de um talismã não tenha um objetivo mais material do que moral. Qualquer que seja o caso, isso indica estreiteza e fraqueza de idéias, que dão azo aos Espíritos imperfeitos e zombadores.

Ou seja, para Doutrina Espírita, não há poder algum nos objetos em si. No entanto, a mente sim exerce força e energia, e sintoniza com o que atraímos e produzimos com nossa força mental.

Alguns ainda precisam de objetos para que funcionem como um “catalisador de fé” onde o objeto funciona como ponto de confiança, traduzindo as intenções e objetivos (quando benéficos). Logo, o problema é quando há apego material àquele objeto. Todos conhecem alguem que possui um “objeto da sorte”, mas se o perdem, sentem ali que serão acometidos por azar, má-sorte e toda espécie de superstições.

Então o problema é que há um vício nessa fé direcionada. A lógica que passa a valer é:

– Direciono a fé ao objeto

– Objeto torna-se alvo e razão da fé

– Perda do objeto significa perda da fé.

Eis o problema, atrelar a fé ao objeto. Essa lógica se perde pois redunda em objeto = fé.

Então, para onde direcionamos a fé?

Se perdêssemos todos os nossos objetos de fé, seríamos ainda capazes de elevar o pensamento e orar com plena confiança? Esse é o foco que devemos cultivar. A fé é imaterial, metafísica, pura em essência, mas sintoniza com os nossos pensamentos, intenções e palavras. A fé deve existir, permeando nossas ações, em cada objeto. Mas mais importante, a fé é moral e não material.

Voltamos então ao ponto chave, tantas vezes tratado aqui:

P E N S A M E N T O = Potência da alma.

novembro 19, 2014

A Caridade

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags: — Aprendiz @ 5:26 am

Dissertações Espíritas

CHEGADA DO INVERNO

(Sociedade Espírita de Paris, 27 de dezembro de 1862 – Médium: Sr. Leymarie)

Meus bons amigos, quando o frio chegou e tudo falta em casa dessa brava gente, por que não viria eu, vosso antigo condiscípulo, vos lembrar nossa palavra de ordem, a palavra caridade? Dai, dai tudo quanto pode dar o vosso coração, em palavras, em consolo, em cuidados benevolentes. O amor de Deus está em vós, se souberdes, como espíritas fervorosos, cumprir o mandato que Ele vos delegou.

Nos instantes livres, quando o trabalho vos deixa o repouso, procurai aquele que sofre, moral ou corporalmente; a um dai esta força que consola e fortalece o Espírito, a outro dai aquilo que sustenta e faz calar, seja a apreensão da mãe cujos braços estão desocupados, seja o lamento da criança que pede pão.

As geadas vieram, uma brisa fria levanta a poeira: em breve a neve. É a hora em que deveis marchar e procurar. Quantos pobres envergonhados se ocultam e gemem em segredo, sobretudo o pobre de luto, que tem todas as aspirações e a quem falta o necessário. Para aqueles, meus amigos, agi com prudência; que a vossa mão alivie e cure, mas, também, possa a voz do coração apresentar delicadamente o óbolo que penosamente pode ferir o amor-próprio do homem bem educado. É preciso dar, repito, mas saber dar. Deus, o dispensador de tudo, esconde os seus tesouros, as suas espigas, as suas flores e os seus frutos; contudo, os seus dons, que secreta e laboriosamente germinaram na seiva do tronco e da haste, nos chegam sem que sintamos a mão que os dispersou. Fazei como Deus, imitai-o, e sereis abençoados.

Oh! como é belo e bom ser útil e caridoso, saber erguer-se levantando os outros, esquecer as pequenas necessidades egoístas da vida para praticar a mais nobre atribuição da Humanidade, a que nos torna verdadeiros filhos do Criador!

E que ensinamento para os vossos! Vossos filhos vos imitam; vosso exemplo dá frutos, porque todo ramo bem enxertado é abundância. O futuro espiritual da família depende sempre da forma que derdes a todas as vossas ações.

Eu vo-lo digo, e nunca seria demais repetir, que ganhareis espiritualmente se derdes e consolardes, porque Deus vos dará e vos consolará em seu reino, que não é deste mundo.

Neste, a família que honra e bendiz o seu chefe inteligente nesta parcela de realeza que Deus lhe deixou é uma atenuação de todas as dores que acompanham a vida.

Adeus, meus amigos, sede todo amor, todo caridade.

Sanson

[REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO de 1863]

novembro 3, 2014

HOMEOPATIA NAS DOENÇAS MORAIS

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , — Aprendiz @ 2:21 am

Um estudo muito especial e que serve aos dias de hoje.

Revista Espírita

Jornal de Estudos Psicológicos

ANO X MARÇO DE 1867 No 3

A Homeopatia nas Doenças Morais

Pode a homeopatia modificar as disposições morais? Tal é a pergunta que se fazem alguns médicos homeopatas e à qual não hesitam em responder afirmativamente, apoiando-se em fatos. Levando-se em conta a sua extrema gravidade, vamos examiná-la com cuidado, de um ponto de vista que nos parece ter sido negligenciado por aqueles senhores, por mais espiritualistas e mesmo espíritas que sem dúvida o sejam, porque há pouquíssimos médicos homeopatas que não sejam uma ou outra coisa. Mas, para a compreensão de nossas conclusões, algumas explicações preliminares sobre as modificações dos órgãos cerebrais são necessárias, sobretudo para as pessoas estranhas à fisiologia.

Um princípio que a simples razão faz admitir, que a Ciência constata diariamente, é que nada há de inútil na Natureza, que, até nos mais imperceptíveis detalhes, tudo tem um fim, uma razão de ser, uma destinação. Este princípio é particularmente evidente no que respeita ao organismo dos seres vivos.

Em todos os tempos o cérebro foi considerado como o órgão da transmissão do pensamento e a sede das faculdades intelectuais e morais. Hoje é reconhecido que certas partes do cérebro têm funções especiais e são afetadas por uma ordem particular de pensamentos e de sentimentos, pelo menos no que concerne à generalidade; é assim que se colocam, instintivamente, na parte anterior, as faculdades do domínio da inteligência, e que uma fronte fortemente deprimida e estreitada, é, para todo o mundo, um sinal de inferioridade intelectual. As faculdades afetivas, os sentimentos e as paixões se acham, por isto mesmo, como tendo sua sede em outras partes do cérebro.

Ora, se se considera que os pensamentos e os sentimentos são excessivamente múltiplos, e partindo do princípio de que tudo tem sua destinação e sua utilidade, é permitido concluir que cada feixe fibroso do cérebro não só corresponde a uma faculdade geral distinta, mas que cada fibra corresponde à manifestação de uma das nuanças desta faculdade, como cada corda de um instrumento corresponde a um som particular. É uma hipótese, sem dúvida, mas que tem todos os caracteres da probabilidade, e cuja negação não infirmaria as conseqüências que deduziremos do princípio geral; ela nos ajudará em nossa explicação.

O pensamento é independente do organismo. Não há por que discutir aqui esta questão, nem refutar a opinião materialista, segundo a qual o pensamento é secretado pelo cérebro, como a bile o é pelo fígado, nasce e morre com esse órgão; além de suas funestas conseqüências morais, esta doutrina tem contra si o fato de nada explicar.

[Nota do Aprendiz à Ver Flammarion – Deus na Natureza, onde ele examina e refuta todas as consequências e desdobramentos do entendimento materialista]

Segundo as doutrinas espiritualistas, que são as da imensa maioria dos homens, não podendo a matéria produzir o pensamento, este é um atributo do Espírito, do ser inteligente, que, quando unido ao corpo, serve-se dos órgãos especialmente destinados à sua transmissão, como se serve dos olhos para ver, dos pés para andar. Sobrevivendo o Espírito ao corpo, o pensamento também lhe sobrevive.

Segundo a Doutrina Espírita, não só o Espírito sobrevive, mas preexiste ao corpo; não é um ser novo; traz, ao nascer, as idéias, as qualidades e as imperfeições que possuía; assim se explicam as idéias, as aptidões e os pendores inatos. O pensamento é, pois, preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital e é por não o terem reconhecido que tantas questões ficaram insolúveis.

Estando na Natureza todas as faculdades e aptidões, o cérebro encerra os órgãos, ou, pelo menos, o germe dos órgãos necessários à manifestação de todos os pensamentos. A atividade do pensamento do Espírito sobre um ponto determinado impele ao desenvolvimento da fibra ou, se se quiser, do órgão correspondente; se uma faculdade não existir no Espírito, ou se, existindo, deve ficar em estado latente, o órgão correspondente, estando inativo, não se desenvolve ou se atrofia. Se o órgão for atrofiado congenitamente, não podendo manifestar-se a faculdade, o Espírito parece dele privado, embora de fato o possua, desde que lhe é inerente. Enfim, se o órgão, primitivamente em seu estado normal, se deteriora no curso da vida, a faculdade, de brilhante que era, vai perdendo a cor, depois se apaga, mas não se destrói; é apenas um véu que a obscurece.

(more…)

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