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VIGILÂNCIA
“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor.” – Jesus. (MATEUS, 24:42.)
Ninguém alegue o título de aprendiz de Jesus para furtar-se ao serviço ativo na luta do bem contra o mal, da luz contra a sombra.
A determinação de vigilância partiu dos próprios lábios do Mestre Divino. Como é possível preservar algum patrimônio precioso sem vigiá-lo atentamente? O homem de consciência retilínea, em todas as épocas, será obrigado a participar do esforço de conservação, dilatação e defesa do bem.
É verdade indiscutível que marchamos todos para a fraternidade universal, para a realização concreta dos ensinamentos cristãos; todavia, enquanto não atingirmos a época em que o Evangelho se materializará na Terra, não será justo entregar ao mal, à desordem ou à perturbação a parte de serviço que nos compete.
Para defender-se de intempéries, de rigores climáticos, o homem edificou o lar e vestiu-se, convenientemente.
Semelhante lei de preservação vigora em toda esfera de trabalho no mundo. As coletividades exigem instituições que lhes garantam o bem-estar e o trabalho digno, sem aflições de cativeiro. As nações requerem “casas” de princípios nobilitantes, em que se refugiem contra as tormentas da ignorância ou da agressividade, do desespero ou da decadência.
E no serviço de construção cristã do mundo futuro, é indispensável vigiar o campo que nos compete.
O apostolado é de Jesus; a obra pertence-lhe. Ele virá, no momento oportuno, a todos os departamentos de serviço, orientando as particularidades do ministério de purificação e sublimação da vida, contudo, ninguém se esqueça de que o Senhor não prescinde da colaboração de sentinelas.
(Vinha de Luz – Ditado por Emmanuel / Psicografado por Chico Xavier).
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O verdadeiro aprendiz do Espiritismo entende algumas lições logo quando inicia-se na Doutrina. Ele começa tentando atrapalhar o menos possível as obras que estão em andamento. Pensamos que ajudamos os Espíritos superiores em ação durante o passe, durante as sessões mediúnicas diversas, durante as psicografias e etc. Mas a verdade é que quando conseguimos não atrapalhar, já fizemos muito.
Os encarnados doam ectoplasma, servem como meio de transmissão de mensagens, como uma “antena” magnética durante o passe, mas também podem influenciar as comunicações com sua desatenção, podem interferir nas mensagens com sua falta de concentração e podem, enfim, errar. O erro é sempre compreendido pela espiritualidade quando é realmente um erro, onde havia boa intenção e bom coração.
Mas quantos não consideram isso suficiente para se estagnar? Consideram que estão em boa posição e lá devem se manter. Há ai um pouco de orgulho, e há também uma boa parcela de vaidade. Mas também há um erro enorme de entendimento, que pode ser fruto da ignorância (falta de conhecimento).
Sempre esquecemos que exigimos muita paciência dos mentores e dirigentes espirituais de uma casa Espírita. Erramos constantemente, reclamamos, arrumamos desculpa para não comparecermos e passamos grande responsabilidade disso tudo ao “acaso” que insiste em nos perturbar.
Pois bem, atingir o ponto de participar das sessões espirituais, conseguir penetrar um pouco mais no serviço espiritual, não traz alívio àquele que vislumbra realmente progredir nesta vida. Traz sim o real início do trabalho na seara de Jesus, que nos impele à manter a retidão moral. Somos humanos, vamos errar, mas perdemos a batalha quando nos conformamos com a nossa posição. Precisamos crescer e entender que sozinhos (apesar de nunca o estarmos) é que teremos muitas chances pela vida de praticar a caridade e então atingir o progresso.
“fora da Caridade não há salvação”.
E a vigilância é necessária para que a edificação não seja torta ou problemática. Podemos sim ajudar, pouco atrapalhando os bons Espíritos e aprendendo a nos depurar durante a vida. O erro não pode nos martirizar, o erro e a dor são professores que utilizarão cicatrizes para nos amadurecer. “Precisamos passar pela dor?”, faça um exame de sua consciência e verifique se suas maiores lições vieram da dor ou do amor, mas o importante é aprender o que for possível, pelo caminho que for possível.
Quem sabe ao final dessa existência teremos dado um passo rumo à melhores edificações? Seria então uma vitória.