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março 29, 2011

Na Oração

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:08 am

Retirado da obra Caminho, Verdade e Vida, ditada por Emmanuel e psicografada por Chico Xavier.

Capítulo 167 – NA ORAÇÃO
“Senhor, ensina-nos a orar… — (LUCAS, capítulo 11, versículo 1.)
A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por gradação infinita
em suas manifestações, porque existem crentes de todos os matizes nos vá-
rios cursos da fé.
Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos inconstantes.
Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.
Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.
Os tristes pedem a solidão com ociosidade.
Os desesperados suplicam a morte.
Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com alusão
à boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física. Em suma,
buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da luta
digna.
Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu serviço, de
sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as queixas
descabidas e as lágrimas inaceitáveis.
Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo acontece no
íntimo da alma contemplada pelo Senhor.
Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos tumultuários.
Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada reclama. E o
Mestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos os dias,
alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.
O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
Ou seja, todas as orações são ouvidas e assimiladas. A grande questão é se realmente pedimos o que queremos ou se manipulamos nossa fé conforme desejos mimados e instantâneos. Quantos não rezam pela loteria? E ao mesmo tempo ficam cegos pela ganância no cotidiano. Quantos não oram para fins mesquinhos, onde a própria covardia fica refletida nas vibrações?
Será que alguém imaginava que seria fácil ? Não.
Mas ninguém atinge um nível minimamente aceitável, sem perseverança. Este que vos escreve continua a busca por melhora, se afunda em defeitos e problemas enquanto isso, mas eis que há a vida eterna para melhorar. O importante não é ser um santo, mas sim a busca sincera por melhoras e iluminação pessoal (interior). De nada adianta ser um santo preso em um convento, enquanto o mundo impõe problemas diários de ordem prática, que nos testa a cada minuto, movimentando nossa paciência, nossa cólera, nossa aflição e nossa felicidade.
A oração é um momento apenas de agradecimento. Estar em um corpo encarnado, podendo realizar provas que nos redimam de erros anteriores, é motivo mais do que suficiente para agradecer e vibrar por aqueles que passam por provas piores ou que, apesar de tudo, não podem desfrutar da mesma chance que nós.
A fé é também uma questão de hábito, desenvolvida ao longo dos anos e das provas. Todos temos aquela faísca, é só ativar.
Aproveite para revisar os motivos de suas orações. É sempre edificante.

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