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janeiro 22, 2013

AMOR E CORRESPONDÊNCIA

Filed under: Espiritismo,reforma íntima — Tags:, , , — Aprendiz @ 4:17 am

“Isto porque, o amor é possuidor de vigorosa energia que aciona a emotividade, conforme a sua expressão, repercutindo na organização somática de maneira equivalente.

Alergias, enfermidades do trato digestivo, problemas respiratórios e alguns tipos de neoplasias malignas radicam-se no sentimento do amor ausente, na indiferença do amor desvairado, no ressentimento injustificável, no amor perverso em forma de vingança…

Desse modo, é indispensável o treinamento para o autoamor, a fim de se poder vibrar em ondas mais elevadas do Cosmo, onde se espraiam as vibrações da Harmonia, do Bem-estar, da Alegria de viver.

(…)

Se parece difícil encontrar respostas retributivas ao amor que ofertas, não te preocupes, seguindo adiante, e o bem-estar por aquele que ama enriquecer-te-á de harmonia.

Não te decepciones se amando não receberes correspondência.

O Sol brilha sempre, mesmo quando nuvens carregadas lhe obstaculizam por momentos a irradiação… Elas passam, diluem-se, e ele permanece estuante.

É natural que se anele por companhia, por formoso relacionamento. Nada obstante, é necessário que cada qual se prepare para ser o que gostaria de encontrar no outro…

(…)

Na tabela das tuas aspirações, coloca o amor em primeira plana, procurando vivê-lo conforme as circunstâncias em que te encontres.

Inicia o teu exercício amando a Natureza, o lar, os objetivos existenciais e as pessoas com as quais compartes os dias.

Descobrirás que o amor é sempre bênção de Deus em benefício da vida.

Amor e vida, portanto, são termos básicos da experiência existencial.”

[Divaldo P. Franco /Espírito Joanna de Ângelis/ –-> LIBERTA-TE DO MAL,  Ed. EBM, pp. 92-95].

Joanna nos traz mais um ensinamento importante a respeito da vibração dos pensamentos e do amor.

Todos sabemos o poder do amor na resolução de problemas e até em solucionar o que nos parece impossível.  Todavia, somos humanos, ansiosos, até desesperados às vezes, quando exigimos que nosso amor resolva tudo instantaneamente. Somos amados o quanto queremos? Amamos tanto quanto podemos? O quanto nos dedicamos e o quanto exigimos de dedicação dos outros?

Muitos confundem amor com o desejo obsessivo pelo outro, o que caracteriza-se como doença. Existe uma linha tênue nas concepções erradas e nas percepções tortas a respeito do amor que vivenciamos nesta encarnação. Tem-se por amor exemplos absurdos e até crimes cometidos em seu nome, enquanto o amor exemplificado por Jesus no Evangelho é ignorado, como sendo uma afronta aos valores de honra e orgulho.

Primeiro precisamos nos libertar do orgulho, do que consideramos honra, dos valores tortos de compensação da dor. Quando assim conseguirmos, vivenciaremos o primeiro amor de todos, aquele que precisamos ter para conosco, o “autoamor” como definiu Joanna. Amar-nos é condição primordial para amar nosso próximo. Só assim conseguiremos fazer aos outros o que queremos que nos façam. Sem conhecer-nos e sem amar-nos, há um comportamento vazio de amor.

Qual a nossa condição mental? Será que estamos pensando e vibrando amorosamente? Se assim estivermos, estaremos seguros quanto aos males que nos rodeiam. Mas no geral, várias vezes por dia nós caímos no erro de pensar em males e negatividades. Nas questões 919 e 919a de “O Livro dos Espíritos” , as instruções são claras sobre rememorar nosso dia a dia, relembrando nossos erros e como podemos nos conhecer e nos melhorar neste sentido (falei sobre isso aqui).

Então quando nossa Reforma Íntima estiver em curso, o amor será consequência e aprenderemos a lidar muito melhor com nosso cotidiano e nossas atitudes, assim como para com as atitudes dos outros, estejam eles passos atrás ou afrente de nós.

Às vezes somos destratados, agredidos moralmente, ou atacados por aqueles que não nos compreendem. Precisamos então passar a compreendê-los sem agredir, e quem sabe nosso exemplo não sirva para alertá-los. Quem sabe nossas orações e preces surtam efeito. Quem sabe consigamos representar em infinitésima migalha o que o Mestre nos exemplificou esplendoramente?

Esse é o árduo, porém recompensador caminho do Aprendiz Espírita. Que todos possamos trilhá-lo com os sapatos protetores do amor e os agasalhos de sabedoria disponíveis.

janeiro 17, 2013

CONSEQÜÊNCIAS DOS ATOS

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 12:17 am

Sobre a conseqüência dos atos errôneos cometidos em uma encarnação, no caso aqui o abuso de poder de um governante sobre a população, André Luiz nos traz um caso prático de como uma nova encarnação pode ser.

Com o respeito devido à dor e com a observação imposta pela Ciência, verifiquei que o pequeno paralítico mais se assemelhava a um descendente de símios aperfeiçoados.
– Sim, o espírito não retrocede em hipótese alguma – explicou Calderaro –; todavia, as formas de manifestação podem sofrer degenerescência, de modo a facilitar os processos regenerativos. Todo mal e todo bem praticados  na vida impõem modificações em nosso quadro representativo. Nosso desventurado amigo envenenou para muito tempo os centros ativos da organização perispiritual. Cercado de inimigos e  desafetos, frutos da atividade criminosa a que se consagrou voluntariamente, permanece quase embotado pelas sombras resultantes dos seus tremendos erros.
(…)
Os abusos da razão e da autoridade  constituem faltas graves ante o Eterno Governo dos nossos destinos.

(Francisco Cândido Xavier – No Mundo Maior – pelo Espírito André Luiz – pp.91-92)

“o espírito não retrocede em hipótese alguma”

Essa afirmação do instrutor Calderaro à André Luiz é corroborada pelo Livro dos Espíritos (questão 118).

118. Os Espíritos podem degenerar?

— Não. A medida que avançam, compreendem o que os afasta da perfeição. Quando o Espírito conclui uma prova, adquiriu conhecimento e não mais o perde. Pode permanecer estacionado, mas não retrogradar.

Ou seja, o pequeno paralítico com suas dificuldades não significa um espírito naquela condição por “punição divina”, simplesmente significa que as atitudes imorais para com a cristandade e os valores descritos por Cristo como os guias à angelitude, que o irmão praticou em outra encarnação, causaram danos não só para os outros que padeceram pela sua crueldade, como para seu próprio perispírito, que estacionou em grau evolucionário até que as provas e os débitos fossem concluídos.

Com certeza muito ódio foi movimentado ao longo do tempo, onde aqueles que outrora desencarnaram de forma vil e cruel concentraram suas vibrações repletas de negatividade em torno da figura daquele irmão que errou, atrasando ainda mais o progresso das expiações, ainda no mundo imaterial. Com o passar do tempo, esse ódio vai se depurando e, através do esclarecimento, menos e menos verdugos permanecem na perseguição cruel. Deus, fonte de misericórdia, permite que essa perseguição aconteça como forma de corrigenda àquele que errou. Não é dor gratuita, mas sim sublime escola que através do sofrimento ensina e faz progredir. Todos podemos aprender de forma agradável, sempre temos a chance de progredir pelo amor. Mas nos parece ainda difícil assimilar a ideia de amar incondicionalmente, então a dor acaba sendo mais eficaz.

Com menos perseguidores no mundo espiritual e inimigos menos empenhados, abre-se espaço para uma nova encarnação, onde os crimes do passado vão se esvaindo através de expiações. A paralisia é sempre algo que nos faz refletir. Há um espírito funcional ali, um perispírito com certo nível de consciência e funcionamento, mas que está preso a um corpo que não é capaz de lhe responder as atitudes e comandos.

É preciso lembrar que nem todo paralítico é fruto de expiação de provas determinadas. Nas reencarnações, cada caso é um caso. Quem poderá dizer que determinados casos não sejam uma provação à mãe para amar o filho incondicionalmente, tendo a mãe agido errado antes? Aquele espírito encarnado como paralítico pode ter escolhido por amor nascer daquela forma para ensinar o valor do amor e carinho desvelados de uma mãe.

Mas enfim, as conseqüências de nossos atos se imprimem como tatuagens em nosso perispírito, fator que valoriza os bons atos e denuncia os maus atos. Aquele que imagina fazer algo errado sem ser notado, não percebe que tatua seu erro em si mesmo.

janeiro 8, 2013

VÉU E JULGAMENTO

Filed under: Espiritismo,reforma íntima — Tags:, , , , — Aprendiz @ 1:11 am

“Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres e as injunções sociais, culturais, emocionais neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração.

Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas.

Assim, não julgues ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca se enganou, jamais tergiversou, e se deu em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida”.

(Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis – Liberta-te do Mal, Editora EMB, 2011, PP. 68-69).


Joanna nos traz mais consolo. Ensina-nos que, se o véu da carne é tão profundo sobre as consciências, até sobre as dos nobres Espíritos, isso é levado em consideração e pesa muito sobre os nossos erros. Também nos concede maior mérito nos acertos evolucionários que concretizamos na carne.

Essa curta passagem também nos ensina mais um pouco sobre a dificuldade que a reforma íntima representa para nós, encarnados.

Sendo todo ser humano enquadrado por essa variável, nosso julgamento a respeito de outrem estará sempre errado. Sempre será falho. Nunca completo. Não podemos medir o mérito das conquistas íntimas de alguém. Muitas vezes há inabilidade em exteriorizar comportamentos e atitudes, há uma incapacidade de agir com a forma que exigimos ou esperamos por parte de terceiros para conosco, mas isso nunca significa que o outro não dispõe de algo a oferecer.

Quantas vezes nos prendemos à forma e esquecemo-nos de observar o conteúdo? Quantas vezes será que negligenciamos a mão estendida a nos oferecer auxílio por pretenso orgulho e ego agigantados?

Claro que seremos perdoados, desde que nossos erros sejam fruto da ignorância. O Conhecimento retira a ignorância, mas não o véu, o que nos obriga a uma vigilância mais eficiente sobre tudo o que nos oprime ou nos conduz ao comportamento fora da moral cristã.

Moral cristã, aliás, que deve ser nosso alvo maior. Se pudermos nos espelhar no Cristo e agir pouco melhor, já teremos um progresso. Quando o amor e a caridade fizerem parte espontânea de nosso cotidiano, estará ali a evolução. Ela se dará automaticamente, de forma calma e bela, como tudo na Natureza.

Erraremos, fracassaremos, mas qual o mérito daquele que se rende? Nós, aprendizes do Evangelho, devemos levantar a cada queda, levantar mais motivados pela dor, benesse de Deus que nos faz evoluir. Bendito sofrimento que no futuro se refletirá em bênçãos e experiências a serem repassadas adiante.

Que Deus nos abençoe. Que ele nos envie as provas, que saibamos completá-las da melhor forma que nos seja possível. Que, no futuro, todos possamos andar ao menos um passo na estrada do progresso espiritual. Então nossa estadia na carne terá sido satisfatória.

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