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novembro 7, 2012

01 – REFORMA ÍNTIMA – CAMINHO E PRINCÍPIOS

Filed under: — Aprendiz @ 4:46 am

O CONHECIMENTO DE SI MESMO E A REFORMA ÍNTIMA.

Os Espíritos são muito claros nas lições relativas à reforma íntima. Ela deve ser constantemente buscada. Todos sabemos o significado prático, que é o de melhora e aperfeiçoamento de nossas más qualidades. Hábitos melhores, pensamentos melhores, ações melhores, enfim, a eterna busca pela perfeição que ainda é incapaz de se concretizar no ser humano.

Em diversas obras, especialmente as de André Luiz, temos os relatos de caráter prático em situações cotidianas de encarnados e desencarnados, sobre o mecanismo funcional da justiça divina e suas consequências.  A reforma é o óleo lubrificante das engrenagens de um destino melhor criado por nós mesmos.

Emmanuel narrou com maestria a história de Paulo & Estevão, quando o primeiro, ainda Saulo, era um nobre doutor da lei mosaica, sábio para sua época e para seus costumes, mas que foi dragado por uma trama em que se viu vilão de seus hábitos e costumes, sendo um exemplo vivo de como a vontade e as ações qualificam a reforma íntima. Quando já era Paulo de Tarso, sofreu muito, mas se depurou de forma admirável, ainda muito distante para nós.

André Luiz traz a Doutrina para seu foco prático e de funcionamento, enquanto Emmanuel assinala em suas obras o aspecto moral e sua importância. O conjunto destes autores forma o que seria um “guia para reforma íntima”.  Eis o porque de tão importante para um aprendiz Espírita, estudar com profundidade e paciência. Não se trata de quem estuda mais ou termina antes, mas daquele que tem humildade de reler várias vezes e adquirir novos entendimentos, que sabe que até o final de sua encarnação, poderá adquirir pouco mais do que uma fração da verdade.

Internalizar o Consolador prometido já é uma vitória, tentar aprender através de estudos sérios, é um passo importante.

Com isso em mente, busquei o entendimento, através da Doutrina, de onde deveríamos começar. Segue então pequeno trecho do Livro dos Espíritos, e depois um comentário do próprio Emmanuel sobre esse trecho. Ninguém poderia expor melhor do  que Kardec, Emmanuel e Santo Agostinho, sempre amparados por Jesus.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

V – CONHECIMENTO DE SI MESMO

919. Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?

– Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.

919-a. Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, mas a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Qual o meio de chegar a isso?

– Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.

O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual. Mas, direis, como julgar a si mesmo? Não se terá a ilusão do amor-próprio, que atenua as faltas e as torna desculpáveis? O avaro se julga simplesmente econômico e previdente, o orgulhoso se considera tão somente cheio de dignidade. Tudo isso é muito certo, mas tendes um meio de controle que não vos pode enganar. Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legítima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça. Procurai também saber o que pensam os outros e não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque eles não têm nenhum interesse em disfarçar a verdade e geralmente Deus os colocou ao vosso lado como um espelho, para vos advertirem com mais franqueza do que o faria um amigo. Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as más tendências como arranca as ervas daninhas do seu jardim; que faça o balanço da sua jornada moral como o negociante o faz dos seus lucros e perdas, e eu vos asseguro que o primeiro será mais proveitoso que o outro. Se ele puder dizer que a sua jornada foi boa, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.

Formulai, portanto, perguntas claras e precisas e não temais multiplicá-las: pode-se muito bem consagrar alguns minutos à conquista da felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias para ajuntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não e o objeto de todos os vossos desejos, o alvo que vos permite sofrer as fadigas e as privações passageiras? Pois bem: o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquilo que aguarda o homem de bem? Isto não vale a pena de alguns esforços? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto. Ora, aí está, precisamente, o pensamento que fomos encarregados de destruir em vossas mentes, pois desejamos fazer-vos compreender esse futuro de maneira a que nenhuma dúvida possa restar em vossa alma. Foi por isso que chamamos primeiro a vossa atenção para os fenômenos da Natureza que vos tocam os sentidos e depois vos demos instruções que cada um de vós tem o dever de difundir. Foi com esse propósito que ditamos O livro dos Espíritos.

Santo Agostinho

[observação de Kardec]

Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, com efeito, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais frequentemente a nossa consciência, veríamos quantas vezes  falimos sem disso nos apercebermos, por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que uma máxima que em geral não aplicamos a nós mesmos. Ela exige respostas categóricas, por um sim ou um não, que não deixam lugar a alternativas: respostas que são outros tantos argumentos pessoais, pela soma das quais podemos computar a soma do bem e do mal que existe em nós

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OPINIÃO ESPÍRITA

(Obra Psicografada por Chico Xavier e Waldo Vieira, ditada por Emmanuel e André Luiz).

Livro dos Espíritos – Questão 919

1 – EXAMINEMOS A NÓS MESMO

O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.

Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.

Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário. Testa a paciência própria: – Estás mais calmo, afável e compreensivo? Inquire as tuas relações na experiência doméstica: – Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?

Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário: – Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?

Observa-te nas manifestações perante os amigos: – Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?

Reflete em tua capacidade de sacrifício: – Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?

Pesquisa o próprio desapego: – Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?

Usas mais intensamente os pronomes “nos”, “nosso” e “nossa” e menos os determinativos “eu”, “meu” e “minha”?

Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?

Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma? Dissipaste antigos desafetos e aversões? Superastes os lapsos crônicos de desatenção e negligência? Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?

Entendes melhor a função da dor? Ainda cultivas alguma discreta desavença? Auxilias aos necessitados com mais abnegação?

Tens orado realmente?

Teus ideais evoluíram?

Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?

Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?

Evangelho é alegria no coração: – Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?

Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!

Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.

Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.

Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.

Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil…

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