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junho 20, 2011

POSSESSÃO – De Acordo com o Livro dos Espíritos

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O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Livro Segundo – Capítulo IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO

(parte recortada por mim)

POSSESSOS

473 Um Espírito pode momentaneamente entrar no corpo de uma pessoa viva, isto é, se introduzir num corpo animado e agir no lugar
daquele que está encarnado?
– O Espírito não entra num corpo como entrais numa casa. Ele se identifica com um Espírito encarnado que tem os mesmos defeitos e as
mesmas qualidades para agir conjuntamente; mas é sempre o Espírito encarnado que age como quer, sobre a matéria em que está. Um Espírito não pode substituir o que está encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até o tempo marcado para o fim da existência material.

474 Se não há possessão propriamente dita, ou seja, coabitação de dois Espíritos num mesmo corpo, a alma pode se encontrar na dependência
de outro Espírito, de maneira a estar por ele subjugada ou obsediada, a ponto de sua vontade ficar, de algum modo, paralisada?
– Sim, e esses são os verdadeiros possessos. Mas é preciso entender que essa dominação nunca ocorre sem a participação daquele que a
sofre,seja por sua fraqueza, seja por seu desejo. Têm-se tomado freqüentemente por possessos os epilépticos ou os loucos, que têm mais necessidade de médico do que de exorcismo.

  • *(Kardec) A palavra possesso, na sua significação comum, supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natureza má, e a coabitação de um desses seres com a alma no corpo de um indivíduo. Uma vez que não existem demônios nesse sentido e que dois  Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não existem possessos de acordo com a significação dada a essa palavra. A palavra possesso deve ser entendida como sendo a dependência absoluta em que a alma pode se encontrar em relação a Espíritos  imperfeitos exercendo sobre ela o seu domínio.

475 Pode-se por si mesmo afastar os maus Espíritos e se libertar de sua dominação?
Sempre se pode libertar de um domínio quando se tem vontade firme.

476 Poderá acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja tal que a pessoa subjugada não se aperceba disso? Então, uma terceira pessoa pode fazer cessar essa influência e, nesse caso, que condições ela deve ter?
– Se é um homem de bem, sua vontade pode ajudar ao pedir a cooperação dos bons Espíritos, porque quanto mais se é um homem de bem, mais se tem poder sobre os Espíritos imperfeitos para afastá-los e sobre os bons Espíritos para atraí-los. Entretanto, resultará inútil qualquer tentativa se aquele que está subjugado não consentir nisso. Há pessoas que gostam de sentir uma dependência que satisfaça seus gostos e seus desejos. Em qualquer caso, aquele cujo coração não é puro não pode fazer nada; os bons Espíritos o desprezam e os maus não o temem.

477 As fórmulas de exorcismo têm alguma eficácia sobre os maus Espíritos?
– Não; quando esses Espíritos vêem alguém levá-las a sério, riem e se tornam birrentos, teimosos.

478 Existem pessoas que, embora tenham boas intenções, não são menos obsediadas; qual o melhor meio de se livrar dos Espíritos obsessores?
– Cansar sua paciência, não ligar para suas sugestões, mostrar-lhes que perdem seu tempo; então, quando vêem que nada mais têm a fazer, se afastam.

479 A prece é um meio eficaz para curar a obsessão?
– A prece é em tudo um poderoso auxílio. Mas, acreditai, não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste  aqueles que agem e não aqueles que se limitam a pedir. É preciso que o obsediado faça, por seu lado, o necessário para destruir em si mesmo a
causa que atrai os maus Espíritos.

480 O que pensar da expulsão dos demônios de que fala o Evangelho?
– Isso depende da interpretação. Se chamais de demônio um Espírito mau que subjuga um indivíduo, quando sua influência for destruída terá
sido verdadeiramente expulso. Se atribuís a causa de uma doença ao demônio, quando curardes a doença também direis que expulsastes o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa de acordo com o sentido que se der às palavras. As maiores verdades podem parecer absurdas quando se olha apenas a forma e se toma a alegoria pela realidade. Compreendei bem isso e guardai-o: é de aplicação geral.

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Em síntese, o fenômeno da possessão não é a ocupação do corpo por outro espírito. O Corpo está ligado ao seu próprio espírito por missão / tarefa e não é possível destituir esse quadro. Se cortar os cordões, o corpo morre. Mas quando há um contato com o perispírito, uma dependência absoluta em relação a um obsessor, há possessão.

Hoje já é sabido que a influência de um espírito vai muito além de movimentar objetos e bater portas. Temos exemplos no próprio dia-a-dia de quadros psicopatológicos e psiquiátricos que claramente apresentam componentes espirituais. A diferença é que a adaptação da medicina e das ciências não ocorre, ainda, concomitante ao progresso do diagnóstico espiritual. Muitas mazelas que são tratadas em alguns em poucos centros espíritas poderiam difundir tratamentos simples e alcançar a muitos caso fossem aceitas e praticadas em hospitais / clínicas.

No entanto, há pontos básicos que devem ser observados e praticados por todos:

– Hálito Mental (já comentado em outro post) deve conter boas vibrações e pensamentos;

– O hábito de orar sem roteiro pré-escrito. Precisamos orar com fervor de acordo com nosso pensamento momentâneo, não é a repetição ou o conteúdo, mas sim o sentimento. Merecer é a questão, e para merecer é preciso fazer, tomar uma atitude, neste caso, precisamos sempre demonstrar aos obsessores um caminho correto a seguir e os bons frutos que ele traz;

– Um espírito é tão racional e tão (ou mais) inteligente do que nós. Ritualismos e frases feitas não vão “exorcisar” o “demônio”. Essa época de inocência já passou. Um obsessor que pratica sua “arte” até a possessão não é tratado com simples retórica ou evocações filosóficas. Ele precisa ser expulso através de boas vibrações e atitudes, que parem de fornecer o alimento mental de que tanto necessitam.

– “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO“. Mais uma vez a frase que resume tudo.

No caso das obsessões mais severas, os vícios ajudam a carregar o irmão dominado à um reino de sombras e prazer. Eu acredito friamente que para cada ato de sofrimento, há uma dezena de prazeres mundanos que anulam os efeitos malévolos da obsessão para aquele que é dominado. Tornando cada vez mais difícil o processo de saída. Quanto mais profunda a obsessão, mais sofrimento causa ao redor, mas quele obsediado, vira um vaso em meio a um turbilhão. Nos seus vícios e prazeres ele não entende mais o mau que faz.

A possessão me parece ser o estado limite da coisa, quando já é mínima a chance de auto-recuperação. Quando a escuridão desempenhou um papel tão forte que quase sumiu com a luz. E o esforço para se livrar de uma possessão é enorme.

Vale apenas lembrar que não existem coitados. Todos os humanos erram, e nenhum espírita é Jesus Cristo, símbolo de perfeição, portanto, a luta é diária para manter uma linha de moral reta, com deslizes e correções. Se fôssemos grandiosos, não precisaríamos nos submeter à provações na Terra. Aqueles que se vêem como imunes à obsessão, já estão obsediados.

1) Boas atitudes;
2) Boas vibrações;
3) Boas preces;
4) Estudo;

Esse é o caminho para nosso livre arbítrio não ser afetado de forma tão perversa. Nós somos os responsáveis pelos nossos males.

junho 17, 2011

Código Internacional de Doenças (OMS) Inclui Influência dos Espíritos

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A matéria abaixo está disponível no site da FEB (link no final da reportagem).

É de suma importância pois significa um passo a mais na ligação extremamente valiosa entre psquiatria e espiritismo. A tendência é de uma fusão em diagnósticos, pois muitos casos de obsessão acabam por se confudir com doenças da mente (na maioria dos casos são consequencia). Enfim, mais adiante o blog trará estudos de livros relacionados ao tema.

Código Internacional de Doenças (OMS) Inclui Influência dos Espíritos – Medicina Reconhece Obsessão Espiritual

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença_da_alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.

No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado_de_transe, que é um item do CID – Código Internacional de Doenças – que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 – define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos – nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de “psicóticos” por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=903

É realmente um passo importante para evolução dos tratamentos. Remédios são necessários em muitos casos, mas o desenvolvimento da ciência e do espiritismo como braço de ajuda pode demonstrar que alguns tratamentos menos agressivos ao corpo e a própria mente representam uma solução valiosa em alguns casos.

junho 10, 2011

Reencarnação e Esquecimento

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 8:18 am

Por que esquecemos nossas vidas anteriores?

Em um pensamento simplório, seria fácil resolver nosso aspecto cármico sabendo quais são as nossas dívidas. Afinal, se eu devo em uma loja, como pagar sem receber a cobrança? No entanto esse raciocínio pertence a uma parte de nós, humanos, que sempre tenta simplificar o que é muito complicado.

O esquecimento é uma bênção, e quanto mais mergulho nos estudos Kardecistas mais entendo que em nossa multidimensionalidade, especialmente por não sabermos quantas existências tivemos, escondemos um passado geralmente horroroso. Os trabalhadores da última hora não são privilegiados, estão aqui para pagar por algo. Será que saber “o que devemos” realmente importa? A dívida não é o importante, mas sim como nos melhoramos para evoluir constantemente e eliminar qualquer resquício de um passado horrendo que sustentamos. A oportunidade do esquecimento nos faz focar em objetivos novos, uma chance de seguirmos em direções melhores.

Eu imagino o mal como uma doença tipo câncer. As células vão se alterando, piorando, espalhando, até que ficamos tomados e dominados por ele. O mal se instala fácil e silenciosamente, sem percebermos, e quase como mágica, estamos nutrindo maldade nossa e dos outros. Se este câncer esteve (ava) presente em nosso corpo espiritual, qual chance de melhora seria melhor do que uma reencarnação? Corpo novo, mente nova, idéias passíveis de mudanças? Podemos e devemos nos melhorar, pois o bem só vence o mal com base na prática. Por isso, Kardec assinalou com perfeição – “Fora da Caridade não há Salvação”.

A Caridade é um remédio contra o mal que nos abateu e dominou na antiguidade de nossas vidas. Pouco a pouco a prática do bem infla aquele sentimento de dever cumprido que todos temos e não sabemos de onde vem. É a conjunção de células boas que se multiplicam em direção ao núcleo do nosso câncer interno para vencê-lo. Quanto melhor as nossas ações, mais rápido este câncer dá lugar à verdadeira e desinteressada caridade, que nos motiva e conduz a outro patamar de vitória, a vitória moral.

O que distingue um mau espírito de um bom? O nível moral. A inteligência e o conhecimento podem ser utilizados para o mal. Mas o aspecto moral, este é difícil de elevar justamente porque não permite retorno. Alguém com uma moral elevada e boa não praticará maus atos por princípio, não por obrigação. Claro que aqueles dominados pelo câncer da maldade, precisam de muita força para se modificarem. Lutar consigo mesmo é, talvez, a pior luta de todas. Significa abrir mão de prazeres “sagrados”, de vícios que acalentam, de comportamentos que nos aprisionam. Significa transcender. Processo deveras complicado e trabalhoso.

Mas quando temos o esquecimento, os ensinamentos e a vida pela frente, o que mais podemos exigir? Toda facilidade nos foi dada. Não temos que solicitar mais. Devemos sim agradecer todos os dias pela oportunidade sagrada da mudança e pelo esquecimento que nos faz conviver lado a lado com inimigos, assassinos, sociopatas, e irmãos do passado, que são como nós hoje, com os mesmos defeitos e qualidades, ou seja, humanos. Vencer o ódio pela prática da caridade, vencer a amargura e, acima de tudo, vencer a si mesmo com a ajuda da caridade é a tarefa dos espíritas.

Acho que poucas sensações no mundo são melhores do que ajudar alguém com sinceridade. É a que cura qualquer ferida.

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