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junho 10, 2011

Reencarnação e Esquecimento

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 8:18 am

Por que esquecemos nossas vidas anteriores?

Em um pensamento simplório, seria fácil resolver nosso aspecto cármico sabendo quais são as nossas dívidas. Afinal, se eu devo em uma loja, como pagar sem receber a cobrança? No entanto esse raciocínio pertence a uma parte de nós, humanos, que sempre tenta simplificar o que é muito complicado.

O esquecimento é uma bênção, e quanto mais mergulho nos estudos Kardecistas mais entendo que em nossa multidimensionalidade, especialmente por não sabermos quantas existências tivemos, escondemos um passado geralmente horroroso. Os trabalhadores da última hora não são privilegiados, estão aqui para pagar por algo. Será que saber “o que devemos” realmente importa? A dívida não é o importante, mas sim como nos melhoramos para evoluir constantemente e eliminar qualquer resquício de um passado horrendo que sustentamos. A oportunidade do esquecimento nos faz focar em objetivos novos, uma chance de seguirmos em direções melhores.

Eu imagino o mal como uma doença tipo câncer. As células vão se alterando, piorando, espalhando, até que ficamos tomados e dominados por ele. O mal se instala fácil e silenciosamente, sem percebermos, e quase como mágica, estamos nutrindo maldade nossa e dos outros. Se este câncer esteve (ava) presente em nosso corpo espiritual, qual chance de melhora seria melhor do que uma reencarnação? Corpo novo, mente nova, idéias passíveis de mudanças? Podemos e devemos nos melhorar, pois o bem só vence o mal com base na prática. Por isso, Kardec assinalou com perfeição – “Fora da Caridade não há Salvação”.

A Caridade é um remédio contra o mal que nos abateu e dominou na antiguidade de nossas vidas. Pouco a pouco a prática do bem infla aquele sentimento de dever cumprido que todos temos e não sabemos de onde vem. É a conjunção de células boas que se multiplicam em direção ao núcleo do nosso câncer interno para vencê-lo. Quanto melhor as nossas ações, mais rápido este câncer dá lugar à verdadeira e desinteressada caridade, que nos motiva e conduz a outro patamar de vitória, a vitória moral.

O que distingue um mau espírito de um bom? O nível moral. A inteligência e o conhecimento podem ser utilizados para o mal. Mas o aspecto moral, este é difícil de elevar justamente porque não permite retorno. Alguém com uma moral elevada e boa não praticará maus atos por princípio, não por obrigação. Claro que aqueles dominados pelo câncer da maldade, precisam de muita força para se modificarem. Lutar consigo mesmo é, talvez, a pior luta de todas. Significa abrir mão de prazeres “sagrados”, de vícios que acalentam, de comportamentos que nos aprisionam. Significa transcender. Processo deveras complicado e trabalhoso.

Mas quando temos o esquecimento, os ensinamentos e a vida pela frente, o que mais podemos exigir? Toda facilidade nos foi dada. Não temos que solicitar mais. Devemos sim agradecer todos os dias pela oportunidade sagrada da mudança e pelo esquecimento que nos faz conviver lado a lado com inimigos, assassinos, sociopatas, e irmãos do passado, que são como nós hoje, com os mesmos defeitos e qualidades, ou seja, humanos. Vencer o ódio pela prática da caridade, vencer a amargura e, acima de tudo, vencer a si mesmo com a ajuda da caridade é a tarefa dos espíritas.

Acho que poucas sensações no mundo são melhores do que ajudar alguém com sinceridade. É a que cura qualquer ferida.

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