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junho 24, 2010

Educandário de Luz

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 11:51 am

Esta lição eu retirei do Blog do Nept (Núcleo Espírita Paulo de Tarso).

É, antes de tudo, uma lição de humildade e desenvolvimento de consciência que todos devemos ter, e que nos ajuda a manter a humildade em situações que estamos muito cheios de orgulho próprio, enquanto o mundo se acaba em tragédias. Esquecer o agasalho em um dia frio, esquecer a carteira e ficar sem almoçar, tudo isso nos ensina a ter mais respeito e compaixão pelos semelhantes necessitados. É de algo em torno dessa lógica que o texto abaixo trata.

Educandário de Luz

Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos freqüentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.

Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.

Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.

Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.

Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.

Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.

* * *

Emmanuel

Mensagem retirada do livro “Paz e Renovação” Psicografia de Francisco Cândido Xavier

junho 22, 2010

O Médium Medroso

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 12:31 pm

Talvez um dos maiores problemas relacionados à mediunidade seja o medo que muitos sentem do fenômeno em si. Perceber um espírito traz para muitos um assombro inexplicável à primeira vista. Fruto das mistificações e, na minha humilde opinião, da massificação de filmes e séries de horror e maldade que imprimem cenas indesejáveis em nosso subconsciente. A associação mental é automática.

De qualquer forma, muitas são as explicações e este é um problema real para muitos espíritas. Foi abordado de forma brilhante na passagem abaixo.

– Gosto das reuniões espíritas, contudo, tenho medo de comparecer…

– Sinto a mediunidade, mas temo…

– Creio racionalmente no Mundo dos Espíritos, entretanto, não posso nem pensar seja possível que um espírito me apareça…

Se surgem comumente confissões quais essas, é preciso anotar que elas exprimem apenas reduzido número daquelas criaturas que dizem com franqueza o que pensam.

Quantos médiuns se afastam em silêncio da ação edificante a que foram chamados e só os Amigos da Espiritualidade lhes testemunham o medo inconfessável, a se lhes enrodilhar nos corações por visco entorpecente!

Sim! Um dos muitos tipos de medianeiros frustrados no intercâmbio espiritual e que escapam até agora de toda classificação é o médium medroso.

As pessoas impressionáveis quase sempre revelam espontâneas suscetibilidades incluindo naturalmente o medo por um dos agentes essenciais da sensibilização mediúnica. Complexadas por algum fato ou conversa ouvida, leitura ou referência que lhes vincaram a emotividade, alimentam terror pânico e difuso ante o exercício das faculdades psíquicas, sem qualquer razão de ser.

Certifiquemo-nos de que o medo é uma espécie de baraço invisível, frenando inutilmente legiões de trabalhadores valorosos à margem do serviço. Fobia – muitas vezes derivada de atitudes infantis – é necessário saibamos curá-la, pela medicação do amor fraternal e do esclarecimento lógico, sem perder de vista que a ocorrência mediúnica é manifestação de espírito para espírito igual aos sucessos corriqueiros da vida terrestre.

Médiuns, se o medo é o teu problema individual, no que respeita à prática medianímica, situa na construção da fé raciocinada a melhoria a que aspiras!

A coerência com os princípios que esposamos ensina-nos que a criatura de fé verdadeira nada teme, senão a si própria, atenta que vive às fraquezas pessoais. Em razão disso, é correto receares simplesmente a ti mesmo, em todos os sentimentos que ainda não conseguiste disciplinar.

Se não te amedrontas face à condição de intérprete para a troca verbal entre criaturas que versam idiomas diferentes, por que temer a posição de instrumento entre pessoas domiciliadas em esferas diferentes, carecidas da cooperação mediúnica?
Por que motivo te assustares diante dos desencarnados, que são, na essência, personalidades iguais a ti mesmo?

Espíritos benevolentes e esclarecidos são mentores preciosos que merecem apreço e espíritos doentes ou infelizes não devem ser temidos, por necessitados de mais amor.

Medo é inexperiência.

Corrige-te através do labor mediúnico, raciocinando com o Evangelho Vivo e perseverando na tarefa de fraternidade.

Na edificação doutrinária, onde se subjetiva o intercâmbio puro com as Esferas Superiores, todos os companheiros se esforçam na garantia dos bons pensamentos e assistência espiritual se levanta de preces sinceras, sendo, portanto, num templo espírita, o local em que a pessoa humana cousa alguma deve temer, por encontrar aí as fontes de seu próprio consolo e sustentação.

Não te admitas incapaz de dominar o medo perante as efusões do reino da alma. Reage contra qualquer receio infundado, mantendo-te na tranquilidade da confiança, no desassombro da fé, na leitura edificante e na meditação construtiva e, ao fazeres a tua parte na supressão de semelhante fantasma íntimo, reconhecerás que os benfeitores da Vida Maior te farão descobrir na lavra mediúnica o áureo caminho da verdade e o portal sublime do amor.

Retirado da Obra “Opinião Espírita” de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ditada por Emmanuel e André Luiz. Editora Boa Nova, 2009. CAPÍTULO 41 – MEDO E MEDIUNIDADE. (pp; 176-177-178)

A passagem fala por si. No entanto, essa obra ainda coloca, em cada texto, uma referência à uma parte de alguma obra básica do espiritismo (geralmente ligadas à Kardec). Nesta passagem, é “O LIVRO DOS MÉDIUNS – QUESTÃO 159”

159.  Todo aquele que sente, num grau qualquer, a  influência dos Espíritos é por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente,os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem,donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.

As principais são:  a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.

 (pp. 203 – 204 de “O Livro dos Mediuns” – FEB – Tradução de Guillon Ribeiro, 1996)

Em suma, talvez todos os medos possam ser solucionados através do estudo sério e de reuniões em centros espíritas. Mas nada irá melhorar se o próprio médium (e todos somos médiuns) não buscar os caminhos corretos afim de sua própria doutrinação e controle. Se a mediunidade é inerente ao ser humano, devemos utilizar cada dom de acordo com uma missão específica, a da caridade, da ajuda, do socorro, do auxílio.

Em alguns casos, o assombro pode ocorrer por ação de obsessões (e de auto-obsessão), onde uma espiral cíclica de terror nos arrasta involuntariamente a pensamentos negativos e desleais para nossa própria consciência. Então, o estudo irá ajudar-nos e ajudar nosso obsessor a seguir um rumo melhor. Enfim, os autores são claros, “Medo é inexperiência”.

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