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fevereiro 24, 2016

CAMINHO, VERDADE E VIDA – 1 – O TEMPO

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1 – O TEMPO

Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” Paulo. (ROMANOS, 14: 6)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.

Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.

Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.

Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida? contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.

É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?

Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.

A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.

Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.

Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações… Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.

Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida? entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

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O tempo talvez seja o elemento mais importante e, ao mesmo tempo, mais desprezado na época em que vivemos. Seja consciente ou inconscientemente, estamos nos tornando especialistas em dedicá-lo a diversas formas de entretenimento vazio e fraco, impulsionando o vazio interior que habita a grande maioria das almas e que gera os distúrbios mentais e morais, tão em voga na imprensa

É possível fazer uma correlação entre a utilização do tempo e o sucesso de uma encarnação? Claro, afinal, o tempo não é apenas nossa medida padrão para controle do dia, das tarefas e afins, ele é irrecuperável como característica sine qua non. Seu presente em breve será passado, e é através deste presente que se moldam as bases de escolha para o futuro.

Uma das grandes características do Espiritismo é o livre-arbítrio em sua base absoluta de certezas. Só depende de cada indivíduo plantar e colher o que deseja para si e seu futuro. Aqui as bases são expandidas, para o tempo infinito. Somos o resultado de incalculáveis encarnações plantando hoje e colhendo hoje o plantio de ontem, para que nas infinitas encarnações vindouras tenhamos melhores chances de optar pelo correto.

Aqui temos um ponto de confronto importante com a realidade atual, visto que faz toda a diferença entendermos a realidade em que habitamos e que envolve o tempo. Se eu entendo que há apenas uma vida e, o nada depois, posso ter 2 reações diferentes:

  • “Aproveitar” em absoluto o tempo: “viver cada dia como se fosse o último” é uma frase bastante convencional em vários meios de comunicação. Eu realmente não encontro sentido nela, visto que esse “viver” conota tomar atitudes e ações tantas vezes impulsivas quanto dolorosas quando se descobre a continuidade da vida. Algo de lamentável somando-se a tantas potencialidades envolvidas na alma.
  • Abrir mão” do tempo: Infelizmente vivemos a época da depressão, das diversas síndromes e de problemas muito sérios na ordem mental. Resultados do desânimo desvairado e do vazio existencial que tomam conta das sociedades modernas, são a prova de que não temos controle algum sobre o tempo em si. Os dias “voam” e as pessoas estagnaram. Percebam que nunca dedicamos o mesmo tempo à construção da personalidade, da inteligência e da educação em comparado ao que dedicamos a futilidades diversas. Somos capazes de ficar sentados por dez horas seguidas assistindo filmes, mas mal conseguimos manter duas horas de estudo sério e construtivo. A melancolia que desemboca na tristeza arrebatadora do desânimo depressivo é um sintoma sério da ausência de propósito na vida moderna.

Quantos acordam pela manhã sem vontade? Quantos entendem que passarão pela Terra sem deixar qualquer contribuição para humanidade? Quantos se desmotivam, apontando a culpa de seus problemas para o próximo em vez de buscar as soluções em si mesmo?

Valorizar o dia é utilizar o tempo com sabedoria, buscando aprimoramento. A certeza da continuidade da vida, das encarnações e de todo um processo reencarnatório que envolve o plano espiritual, tornam esse ajuste muito mais motivador. Ser melhor para ajudar o próximo é quase uma obrigação imediata de quem já tem a consciência de que a vida é eterna, mas o tempo não. Aprimorar os dons da vida é respeitar o tempo em que se vive.

Através da utilização salutar do tempo que dispomos, contribuiremos para psicosfera pessoal e coletiva do ambiente em que vivemos.

Na próxima vez em que for “aproveitar a vida”, lembre-se de que as ações e pensamentos impactarão sua existência hoje e amanhã.

fevereiro 18, 2016

CAMINHO, VERDADE E VIDA – Introdução

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Neste novo estudo, tudo o que for original das obras publicadas estará em azul. Assim a visualização torna-se mais fácil.

Introdução de Emmanuel:

INTERPRETAÇÃO DOS TEXTOS SAGRADOS

Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” (I PEDRO, 1: 20)

Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Sua luz imperecível brilha sobre os milênios terrestres, como o Verbo do princípio, penetrando o mundo, há quase vinte séculos.

Lutas sanguinárias, guerras de extermínio, calamidades sociais não lhe modificaram um til nas palavras que se atualizam, cada vez mais, com a evolução multiforme da Terra. Tempestades de sangue e lágrimas nada mais fizeram que avivar-lhes a grandeza. Entretanto, sempre tardios no aproveitamento das oportunidades preciosas, muitas vezes, no curso das existências renovadas, temos desprezado o Caminho, indiferentes ante os patrimônios da Verdade e da Vida.

O Senhor, contudo, nunca nos deixou desamparados.

Cada dia, reforma os títulos de tolerância para com as nossas dívidas? todavia, é de nosso próprio interesse levantar o padrão da vontade, estabelecer disciplinas para uso pessoal e reeducar a nós mesmos, ao contacto do Mestre Divino. Ele é o Amigo Generoso, mas tantas vezes lhe olvidamos o conselho que somos suscetíveis de atingir obscuras zonas de adiamento indefinível de nossa iluminação interior para a vida eterna.

No propósito de valorizar o ensejo de serviço, organizamos este humilde trabalho interpretativo1, sem qualquer pretensão a exegese. Concatenamos apenas modesto conjunto de páginas soltas destinadas a meditações comuns.

Muitos amigos estranhar-nos-ão talvez a atitude, isolando versículos e conferindo-lhes cor independente do capítulo evangélico a que pertencem. Em certas passagens, extraímos daí somente frases pequeninas, proporcionando-lhes fisionomia especial e, em determinadas circunstâncias, as nossas considerações desvaliosas parecem contrariar as disposições do capítulo em que se inspiram.

Assim procedemos, porém, ponderando que, num colar de pérolas, cada qual tem valor específico e que, no imenso conjunto de ensinamentos da Boa Nova, cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se a determinada situação do Espírito, nas estradas da vida. A lição do Mestre, além disso, não constitui tão somente um impositivo para os misteres da adoração. O Evangelho não se reduz a breviário para o genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o serviço e para a obediência. O Cristo não estabelece linhas divisórias entre o templo e a oficina. Toda a Terra é seu altar de oração e seu campo de trabalho, ao mesmo tempo. Por louvá-lo nas igrejas e menoscabá-lo nas ruas é que temos naufragado mil vezes, por nossa própria culpa. Todos os lugares, portanto, podem ser consagrados ao serviço divino.

Muitos discípulos, nas várias escolas cristãs, entregaram-se a perquirições teológicas, transformando os ensinos do Senhor em relíquia morta dos altares de pedra? no entanto, espera o Cristo venhamos todos a converter-lhe o evangelho de Amor e Sabedoria em companheiro da prece, em livro escolar no aprendizado de cada dia, em fonte inspiradora de nossas mais humildes ações no trabalho comum e em código de boas maneiras no intercâmbio fraternal.

Embora esclareça nossos singelos objetivos, noto, antecipadamente, ampla perplexidade nesse ou naquele grupo de crentes.

Que fazer? Temos imensas distâncias a vencer no Caminho, para adquirir a Verdade e a Vida na significação integral.

Compreendemos o respeito devido ao Cristo, mas, pela própria exemplificação do Mestre, sabemos que o labor do aprendiz fiel constitui-se de adoração e trabalho, de oração e esforço próprio.

Quanto ao mais, consola-nos reconhecer que os Textos Sagrados são dádivas do Pai a todos os seus filhos e, por isso mesmo, aqui nos reportamos às palavras sábias de Simão Pedro: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.”

Emmanuel

Pedro Leopoldo, 2 de setembro de 1948.

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Curioso notar que dentro do Espiritismo, estes livros da Coleção Fonte Viva são utilizados para os mais diversos fins. Em 90% das vezes, são abertos em lições aleatórias, confiando a Deus e aos bons Espíritos que a palavra consoladora que pedimos aparecerá na lição aberta. No entanto, dessa mesma forma, várias lições nunca são lidas ou são negligenciadas (especialmente as bem iniciais e as últimas). Partindo deste entendimento, tive a ideia de estudar página a página essas obras, para torná-las mais próximas dos aprendizes.

Emmanuel faz aqui um prefácio bastante digno de sua grandeza espiritual e ascendência moral. De fato, erramos e caímos tanto por simplesmente ignorar, muitas vezes propositadamente, os ensinos do Cristo e o tesouro que Ele nos legou. Mas partindo da ideia de que o ensinamento existe e está disponível, devemos nos esforçar por conseguir praticá-los a partir de agora.

Estamos no Caminho, passando pela Verdade e rumo à Vida.

A superação de nossos males é algo mandatório para que a Doutrina exerça seu poder transformatório sobre nós, mas essa superação só é possível quando nos esforçamos para tal, com todas as nossas forças e todas as nossas aspirações.

Emmanuel nos oferece instrumentos, palavras e consolos, cabe a nós utilizarmos tudo isso de forma a abrandar o caminho e recolocar o veículo físico na rota correta da vida. Para tanto, complementos bastante úteis de trechos evangélicos serão explicados ou exemplificados nas palavras do nobre Instrutor Espiritual.

1Algumas destas páginas, já publicadas na imprensa espírita cristã, foram por nós revistas e simplificadas para maior clareza de interpretação – Nota de Emmanuel.

julho 11, 2015

ESTUDO PARCIAL SOBRE A CARIDADE

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Para o estudo de hoje, o tema será CARIDADE. Claro que será impossível esgotar o tema com apenas um texto curto, mas podemos dizer que recebo grande ajuda da espiritualidade que me provê com a lição mais apropriada cada vez mais em sintonia com o que preciso aprender. Possuo algumas obras de estudo que a FEB editou, dentre elas ESTUDE E VIVA, Psicografada por Chico Xavier e Waldo Vieira, ditado pelos Espíritos: Emmanuel e André Luiz. É um livro sensacional, que se apoia em partes afins do Evangelho Segundo o Espiritismo e do Livro dos Espíritos. Segue abaixo a lição 21 desta obra, junto com as passagens necessárias do Evangelho e do livro dos Espíritos para devida leitura. Minhas observações estão em preto, e os escritos de estudo, em cores.

ESTUDE E VIVA – Lição 21.

Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XIII – Item 11

II – A Beneficência

ADOLFO

Bispo de Alger, Bordeaux, 1861

11 – A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença. Oh!, pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que se desvista com alegria para vesti a um irmão! Pudésseis, meus amigos, ter apenas a doce preocupação de fazer aos outros felizes! Quais as festas mundanas que se pode comparar a essas festas jubilosas, quando, representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias, que da vida só conhecem as vicissitudes e as amarguras; quando vedes esses rostos macilentos brilharem subitamente de esperança, desprovidos de pão, esses infelizes e seus filhos, ignorando que viver é sofrer, gritavam, choravam e repetiam estas palavras, que, como finos punhais, penetravam o coração materno: “Tenho fome!” Oh!, compreendei quanto são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, momentos antes, só havia desespero! Compreendei quais são as vossas obrigações para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio, ao socorro das misérias ocultas, sobretudo, que são as mais dolorosas. Ide, meus bem-amados, e lembrai-vos destas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, pensai que é a mim que o fazeis!”

Caridade! Palavra sublime, que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao praticar-te, eles estarão semeando infinitas alegrias para o próprio futuro, e durante o seu exílio na Terra, serás para eles a consolação, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão, quando todos reunidos se abraçarem, no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade que gozei na Terra. Possam os meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes fala e lhes diz: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh!, quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo, e vereis quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família; quantos velhos sem uma só mão amiga para os socorrer e fechar-lhes os olhos na hora da morte! Quanto bem a fazer! Oh!, não reclameis, antes agradecei a Deus, e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro, a todos os que, deserdados dos bens deste mundo, definham no sofrimento e na solidão. Colhereis neste mundo alegrias bem suaves, e mais tarde… somente Deus o sabe!

Livro dos Espíritos – Questão 886

Parte Terceira – Das leis morais

CAPÍTULO XI – DA LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE

Caridade e amor do próximo

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

COMENTÁRIO DE ALLAN KARDEC:

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.

Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

Temas Estudados:

Alegria e solidariedade

Caridade e justiça

Caridade e lógica

Caridade e ordem

Caridade e verdade

Vida e responsabilidade

LUGAR PARA ELA

Todos nós precisamos da verdade, porque a verdade é a luz do espírito, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela a fantasia é capaz de suscitar a loucura, sob o patrocínio da ilusão. Entretanto, é necessário que a caridade lhe comande as manifestações para que o esclarecimento não se torne fogo devorador nas plantações da esperança.

*

Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações, pessoas e coisas: fora dela, a iniqüidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do poder. Entretanto, é necessário que a caridade lhe presida as manifestações para que o direito não se faça intolerância, impedindo a recuperação das vítimas do mal.

*

Todos nós precisamos da lógica, porque a lógica é a razão em si mesma, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a paixão é capaz de gerar crime, à conta de sentimento. Entretanto, é necessário que a caridade lhe inspire as manifestações,para que o discernimento não se converta em vaidade, obstruindo os serviços da educação.

*

Todos nós precisamos da ordem, porque a ordem é a disciplina, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela. O capricho é capaz de estabelecer a revolta destruidora, sob a capa dos bons intentos. Entretanto, é necessário que a caridade lhe oriente as manifestações para que o método não se transforme em orgulho, aniquilando as obras do bem.

*

Cultivemos a verdade, a justiça, a lógica e a ordem, buscando a caridade e reservando, em todos os nossos atos, um lugar para ela, porquanto a caridade é a força do amor e o amor é a única força com bastante autoridade para sustentar-nos a união fraternal, sob a raiz sublime da vida, que é Deus.

*

É por isso que Allan Kardec, cônscio de que restaurava o Evangelho do Cristo para todos os climas e culturas da Humanidade, inscreveu nos pórticos do Espiritismo a divisa inolvidável, destinada a quantos lhe abraçam as realizações e os princípios: -Fora da caridade não há salvação.

EM TERMOS LÓGICOS

Não há vida sem responsabilidade.

Todo ser tem direitos e obrigações.

*

Não há ação sem testemunha.

Somos participantes da Vida Universal.

*

Não há erro com razão.

Só a verdade é lógica.

*

Não há sentimentos incontroláveis.

O espírito é o criado da própria emoção.

*

Não há dificuldade intransponível.

Cada aluno recebe lições conforme o entendimento que evidencia.

*

Não há perfeita alegria que viceje no insulamento.

A felicidade é a benção de luz que apenas medra no terreno da solidariedade.

*

Não há ponto final para o amor.

Amor é vida e a vida é eternidade.

A caridade é, portanto, nossa forma de equilíbrio e condição fundamental para manifestação do amor. Não há amor se não houver caridade, ou seja, temos preceitos fundamentais da doutrina do Cristo, exemplificadas pelo Mesmo à exaustão. A salvação, a felicidade que tanto buscamos aqui ou no além tumulo, depende apenas de quanto esforço e dedicação empenhamos na questão da caridade. No entanto, a caridade em si exige alguma maturação de consciência para que faça sentido. Essa maturação não vem com o conhecimento, mas com a fé, com a capacidade de entender o bem ao próximo como algo benéfico especialmente à quem o pratica. Mas não pode o ateu praticar a caridade? Claro que sim, sua fé reside em suas convicções. Se sua conduta ético-moral o impele ao bem, sua fé em seus atos será sua advogada em toda parte (parafraseando André Luiz).

Todos podem acessar a caridade, a verdade é que infelizmente ela reside como material de propaganda na maioria, que se orgulha demasiadamente pelo que faz ao próximo, com toda pompa e alegria em espalhar suas ações, subordinando a caridade ao orgulho / vaidade que detém naquele momento. Esses perdem o efeito da caridade sob eles mesmos, pois ela é dissipada pelo orgulho. O orgulho é uma negação de um dos principais mandamentos. O Cristo em Marcos (12:28-34) quando discorre sobre os maiores mandamentos, coloca “amar a Deus sobre todas as coisas” e “amar ao próximo como a nós mesmos”. O orgulhoso não se iguala a seu próximo, pelo contrário, se coloca em patamar superior, visto que pratica o bem como promoção. A caridade deve ser singela, honesta e anônima, justamente por ser uma pequena contribuição para um irmão de alma, que momentaneamente sofre uma prova. O contrário apenas o humilha e constrange.

Qual amor visa humilhação e constrangimento? Nenhum. A dedução lógica impõe que a caridade, faísca de amor, é um ato sublime de doação de si, para si e consigo, enquanto nosso irmão é apenas veículo de nossa depuração. A reforma íntima é iniciada no autoconhecimento, tópico também já estudado aqui, e a consciência madura advém também do “conhece a ti mesmo”.

Logo, a doutrina do Cristo é um ciclo virtuoso, capitaneado pela Caridade, que é a faísca de amor que podemos despertar por enquanto.

julho 1, 2015

RESSURREIÇÃO – SIGNIFICADOS PARA O ESPIRITISMO

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 9:17 am

Como qualificar nossa percepção sobre a Ressurreição?

A definição popular aceita é:

ressurreição

1. ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar.

2. retorno da morte à vida.

No entanto, esclarece Emmanuel (psicografado por Chico Xavier) na obra Pão Nosso (lição 42 – Sempre Vivos) que:

42 – Sempre vivos

Ora, Deus não é de mortos, mas, sim, de vivos. Por isso, vós errais muito.” Jesus (Marcos, 12:27)

Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra “morte” nessa ou  naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.

Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte –  a da consciência denegrida no  mal, torturada de remorso ou  paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.

É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação  Eterna.

Em virtude de tardar  semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros. Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu  e um inferno artificiais? diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam­se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do  Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.

Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro. Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.

Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento.

Encontramos a morte tão-somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.

Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

Então de fato, quando acordamos na Pátria Espiritual, ressuscitamos. Eis a verdade. Quando imaginamos ressurgir em nossa carne, após a mesma ser decomposta pela Natureza e há muito enterrada, estamos desrespeitando as leis da própria Natureza. Os átomos que outrora compunham meu corpo já estarão compondo outras formas materiais.

Dessa forma, Deus seria obrigado a revogar uma de suas leis. Sendo que um Deus significa algo perfeito, a perfeição não poderia compactuar com tal comportamento. Logo um criador que precisa alterar sua criação por preferências da criatura, estaria bem longe de poder ser chamado de perfeito.

Revogar as leis da Natureza para fazer ressurgir fiéis em sua carne me parece muito mais difícil de acreditar do que na sobrevivência do Espírito. Esse sim, imortal, capaz de sobreviver ao desencarne e de se ver novamente na vida real (a do Espírito).

Como fundamentar esse entendimento pela Bíblia? No célebre encontro entre Jesus e Nicodemos descrito no Evangelho de João;

E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.

(João 3:1-7)

Nada descreve tão bem a reencarnação e suas leis como essa passagem do Cristo. Essa passagem é utilizada pelas outras religiões como fator essencial do batismo. A questão aqui é que o batismo bíblico resguarda um simbolismo forte. Jesus não era Jesus até ser batizado? Ora, isso implica em conceder poder ao homem como intermediário divino. E às suas instituições por consequência.

No Espiritismo, morte é o ato de nos perdermos, de abandonarmos a trajetória do bem, baseado na moral do Cristo e abraçarmos os erros morais. Eles representam um bloqueio à nossa evolução, um caminho para a estagnação evolutiva. O mal suga como um ralo (um redemoinho se preferir) aqueles que adentram seus domínios, exigindo o dobro de vontade e força para libertação, e mais vontade e boa-vontade para corrigirmos os malfeitos.

Para os espíritas, a única instituição válida para emitir julgamentos sobre si é a própria consciência. Ela é a medida da justiça divina à qual podemos apreender durante o período da encarnação. Nossa guia e fiel companheira. Por isso também não devemos julgar os semelhantes, não sabemos o entendimento, não estamos calçando seus sapatos e nem vivenciando seu cotidiano. Como agiríamos em seu lugar? Empatia é também um fator de reflexão importante.

De fato, adotar a reencarnação como verdade altera todo plano existencial. Passamos a pensar em longo prazo, a calcular adiante nossa existência e o impacto de nossos atos, além do que, torna a moral do Cristo mais adequada e justa. Ressurreição é o que todos passamos no desencarne. Por isso nós nasceremos de novo por lá. Levados pela soma de nossos atos.

Que Deus nos abençoe. E abençoe a todos, independente do credo, mas por seus frutos.

abril 29, 2015

HÁBITOS – Análise do texto de Emmanuel

Filed under: Espiritismo,Estudos,reforma íntima — Tags:, , , — Aprendiz @ 3:41 am

Abaixo o texto completo de Emmanuel, e logo a seguir, uma análise de pontos importantes (Original em verde, minhas observações em preto).

20 – HÁBITO

O hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução à rotina.

Herdeiros de milênios, gastos na recapitulação de muitas experiências análogas entre si, vivemos, até agora, quase que à maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no rio de hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência.

Com naturais exceções, todos adquirimos o costume de consumir os pensamentos alheios pela reflexão automática, e, em razão disto, exageramos as nossas necessidades, apartando-nos da simplicidade com que nos seria fácil erguer uma vida melhor, e formamos em torno delas todo um sistema defensivo à base de crueldade, com o qual ferimos o próximo, dilacerando conseqüentemente a nós mesmos.

Estruturamos, assim, complicado mecanismo de cautela e desconfiança, para além da justa preservação, retendo, apaixonadamente, o instinto da posse e, com o instinto da posse, criamos os reflexos do egoísmo e do orgulho, da vaidade e do medo, com que tentamos inutilmente fugir às Leis Divinas, caminhando, na maioria das circunstâncias, como operários distraídos e infiéis que desertassem da máquina preciosa em que devem servir gloriosamente, para cair, sufocados ou inquietos, nas engrenagens que lhes são próprias.

Nesse círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância acalentada, procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo, aprisionada no binômio ilusão-desilusão, com que despende longos séculos, começando e recomeçando a senda em que lhe cabe avançar.

Não será lícito, porém, de modo algum, desprezar a rotina construtiva. É por ela que o ser se levanta no seio do espaço e do tempo, conquistando os recursos que lhe enobrecem a vida.

A evolução, contudo, impõe a instituição de novos costumes, a fim de que nos desvencilhemos das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos de existência.

É por esse motivo que vemos no Cristo — divino marco da renovação humana —todo um programa de transformações viscerais do espírito. Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milênios. Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão. A tradição de raça opõe o fundamento da fraternidade legítima.

No abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis, traz a noção das bem-aventuranças eternas para os aflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.

Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da simplicidade, até a Cruz afrontosa que cria o hábito da serenidade e da paciência, com a certeza da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos do caminho celestial para a redenção do caminho humano.

Até agora, no mundo, a nossa justiça cheira a vingança e o nosso amor sabe a egoísmo, pelo reflexo condicionado de nossas atitudes irrefletidas nos milênios que nos precedem o “hoje”. Não podemos desconhecer, todavia, que somente adotando a bondade e o entendimento, com a obrigação de educar-nos e com o dever de servir, como hábitos automáticos nos alicerces de cada dia, colaborando para a segurança e felicidade de todos, ainda mesmo à custa de nosso sacrifício, é que refletiremos em nós a verdadeira felicidade, por estarmos nutrindo o verdadeiro bem.

Da Obra “PENSAMENTO E VIDA” pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier.

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O hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução à rotina.

Herdeiros de milênios, gastos na recapitulação de muitas experiências análogas entre si, vivemos, até agora, quase que à maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no rio de hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência.

** Compreendo aqui que, devido à nossa longa marcha evolutiva, e especialmente pelo desconhecimento das verdades eternas, tenhamos desperdiçado o tempo em aprendizados efêmeros. Porém, entendo também que todo esse tempo corresponde apenas à uma fração do que será a eternidade que nos conduzirá à plenitude. Ou seja, todo esse tempo, é ainda pouco tempo. Não devemos ter pressa para progredir, mas não podemos utilizar esse ponto como desculpa para acomodação estagnante. A evolução ocorre em passos, não em saltos.

** O conhecimento do Espiritismo nos possibilita uma expansão da consciência, que traz consigo a necessidade do reajustamento para sentirmos a ação prática do bem que viemos a praticar. Um de nossos hábitos difíceis de perder é o do cálculo do custo x benefício imediatista. A expansão da consciência e a certeza da reencarnação deveria nos trazer os pensamos de longo prazo, plantando agora para colher depois, remediando o passado para colher um próspero futuro.

** Imagino que nossos erros do pretérito só são assim percebidos, pela nossa melhora. Os que estagnam enxergam seus enganos como acertos, seus caminhos tortos como retos. Ainda não possuem os “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”. Ainda em alusão ao Mestre, bem aventuranças significam algo diferente do sofrimento e das aflições comuns, significam o sentimento pleno de quem encontra a salvação pelo arrependimento, remediação, e reconhece o sofrimento como amargo, porém grato e poderoso remédio.

** Bem aventurados serão todos os que conseguirem agir pelo puro amor, pois esses cultivarão bons hábitos, com certeza. Entendo eu que, por enquanto a maioria de nós só pode tentar.

Com naturais exceções, todos adquirimos o costume de consumir os pensamentos alheios pela reflexão automática, e, em razão disto, exageramos as nossas necessidades, apartando-nos da simplicidade com que nos seria fácil erguer uma vida melhor, e formamos em torno delas todo um sistema defensivo à base de crueldade, com o qual ferimos o próximo, dilacerando conseqüentemente a nós mesmos.

** Numa competição de inveja e pavor, a sociedade se rende ao consumismo e produz absurdos de que não necessita para desenvolver uma boa encarnação. “a grama do vizinho é sempre mais verde” ilustra bem este quadro. Nosso vazio nos deixa insatisfeitos, buscando algo que não encontramos. Alguns encaram esse vazio com um ar sombrio de lamentos e melancolia, encontrando beleza onde somente reina a tristeza. Sintomas de nossos tempos, os males psíquicos se alastram.

** Entendíamos em vidas passadas que a riqueza material era solução da ambição. No entanto, a depressão não escolhe sexo / nacionalidade / classe social. Nosso problema ainda arraigado às percepções erradas quanto a necessidades, nos leva à agressão e às palavras ferinas.

Estruturamos, assim, complicado mecanismo de cautela e desconfiança, para além da justa preservação, retendo, apaixonadamente, o instinto da posse e, com o instinto da posse, criamos os reflexos do egoísmo e do orgulho, da vaidade e do medo, com que tentamos inutilmente fugir às Leis Divinas, caminhando, na maioria das circunstâncias, como operários distraídos e infiéis que desertassem da máquina preciosa em que devem servir gloriosamente, para cair, sufocados ou inquietos, nas engrenagens que lhes são próprias.

** Observar o outro com interesse e ambição alimenta um ciclo vicioso negativo, cuja vaidade é o maior expoente. Carrega consigo o orgulho e o egoísmo, que são complementados pelo Medo. Na obra Nosso Lar, A ministra Veneranda, na segunda metade do livro, chama a atenção para a questão do Medo. Há um trabalho assistencial por lá 100% voltado para extinção e precaução quando a este mal. O Medo provoca outros males, coloca o ser humano à mercê de forças malignas alimentadas por ele.

Nesse círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância acalentada, procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo, aprisionada no binômio ilusão-desilusão, com que despende longos séculos, começando e recomeçando a senda em que lhe cabe avançar.

** A modernidade demonstra que “deixa a vida me levar” é uma vertente que abrange boa quantidade de pessoas. Ela significa nada mais do que o ócio. Todos tem um pequeno impulso espiritual, que faz pensar e reconsiderar alguns pontos significativos, metafísicos. Isso não depende de religião, mas da busca íntima de cada um. Aqui não há uma apologia ao espiritismo, apenas a constatação de que uma pessoa menos espiritualizada está mais sujeita às influências da matéria.

** No plano espiritual nos defrontamos com a verdade, aqui, nos esforçamentos para destruí-la em constante fuga. Esse comportamento só poderia culminar em problemas.

Não será lícito, porém, de modo algum, desprezar a rotina construtiva. É por ela que o ser se levanta no seio do espaço e do tempo, conquistando os recursos que lhe enobrecem a vida.

A evolução, contudo, impõe a instituição de novos costumes, a fim de que nos desvencilhemos das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos de existência.

** Nossa idéia de rotina é algo cansativo, repetitivo à exaustão. Para Emmanuel, rotina construtiva com toda certeza significa a luta diária pela reforma íntima, policiando e buscando corrigir comportamentos autodestrutivos que alimentamos em nós mesmos. Rotina é a manutenção dessa busca que, como uma gangorra, terá sucesso em alguns dias, fracasso em outros. Devemos sempre manter a postura inalterada de melhora construtiva em nós mesmos.

** Nenhum de nós pode mudar o mundo ou controlá-lo, mas podemos mudar a nós mesmos e exemplificar os passos corretos.

É por esse motivo que vemos no Cristo — divino marco da renovação humana —todo um programa de transformações viscerais do espírito. Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milênios. Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão. A tradição de raça opõe o fundamento da fraternidade legítima.

** O Cristo não foi um revolucionário como tem sido dito por ai. Ele trouxe apenas a verdade espiritual que reina desde a criação, desde o início. Nós, humanidade, é que escolhemos um rumo diverso e pagamos o preço durante milênios. Nossa evolução perdeu escala. Temos tecnologia e inteligência, e ao invés de promover o desenvolvimento, promovemos a destruição. O Cristo trouxe uma moral atemporal e um comportamento ético que divergia há 2.000 anos do que era praticado e ainda hoje é questionado, tamanho choque causado.

** Seu mérito é o de trazer progresso através do autoaprimoramento espiritual. Com o Cristo aprendemos a pensar a longo prazo e prezar por valores metafísicos.

No abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis, traz a noção das bem-aventuranças eternas para os aflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.

Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da simplicidade, até a Cruz afrontosa que cria o hábito da serenidade e da paciência, com a certeza da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos do caminho celestial para a redenção do caminho humano.

** Jesus tomou o cuidado de deixar todos os exemplos para todas as áreas da existência em 1 única encarnação. Qualquer uma de nossas dúvidas sobre como agir em qualquer situação pode ter uma analogia encontrada nos exemplos do Mestre. A certeza de que há reencarnação e vida após o desencarne, torna efêmero qualquer ação humana, seja ela positiva ou negativa.

Até agora, no mundo, a nossa justiça cheira a vingança e o nosso amor sabe a egoísmo, pelo reflexo condicionado de nossas atitudes irrefletidas nos milênios que nos precedem o “hoje”. Não podemos desconhecer, todavia, que somente adotando a bondade e o entendimento, com a obrigação de educar-nos e com o dever de servir, como hábitos automáticos nos alicerces de cada dia, colaborando para a segurança e felicidade de todos, ainda mesmo à custa de nosso sacrifício, é que refletiremos em nós a verdadeira felicidade, por estarmos nutrindo o verdadeiro bem.

** Nossa luta para nos livrar das contaminações de valores baixos do passado, torna o caminho tortuoso quando decidimos mudar. Há poucos séculos, muitas ações, hoje tidas como bárbaras, eram hábitos permitidos e endossados pela sociedade. Isso está impresso em nossa consciência. O autoconhecimento determina um largo processo de educação e mudança, que deve estar calcado e alicerçado nos exemplos do Cristo.

fevereiro 17, 2013

Da “Judéia” aos “Montes”

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140 – PARA OS MONTES

“ Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes.” Jesus (MATEUS,24 : 16)

Referindo-se aos instantes dolorosos que assinalariam a renovação planetária, aconselhou o Mestre aos que estivessem na Judéia procurar os montes. A advertência é profunda, porque, pelo termo “Judéia”, devemos tomar a “região espiritual” de quantos, pelas aspirações íntimas, se aproximem do Mestre para a suprema iluminação.

E a atualidade da Terra é dos mais fortes quadros nesse gênero. Em todos os recantos, estabelecem-se lutas e ruínas. Venenos mortíferos são inoculados pela política inconsciente nas massas populares. A baixada está repleta de nevoeiros tremendos. Os lugares santos permanecem cheios de trevas abomináveis. Alguns homens caminham ao sinistro clarão de incêndios. Aduba-se o chão com sangue e lágrimas, para a semeadura do porvir.

É chegado o instante de se retirarem os que permanecem na Judéia para os “montes” das idéias superiores. É indispensável manter-se o discípulo do bem nas alturas espirituais, sem abandonar a cooperação elevada que o Senhor exemplificou na Terra; que aí consolide a sua posição de colaborador fiel, invencível na paz e na esperança, convicto de que, após a passagem dos homens da perturbação, portadores de destroços e lágrimas, são os filhos do trabalho que semeiam a alegria, de novo, e reconstroem o edifício da vida.

(Da obra Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier).

A paz que procuramos é sempre a paz de espírito. Utilizamos essa expressão rotineiramente, sem parar para refletir no que a compõe. A paz de espírito é algo superior, plena, e que é atingível na metafísica. Não adianta ir à nenhum templo ou local material buscá-la, ela reside dentro de nós quando colocamos para fora a plenitude que possuímos.

Quando somos caridosos de coração, quando aconselhamos ao bem, quando ajudamos ao próximo, quando somos tolerantes com os que erram e amorosos com os que pecam.

Jesus deu o caminho das pedras para nós. Fugir da “Judéia”, significa abandonar os símbolos materiais que nos transmitem algum tipo de poder ou falso acalento de paz. Significa reduzir nossa necessidade de bens materiais e de ideais ambiciosos na Terra. Significa buscar no exemplo do Cristo os verdadeiros mapas que nos levam à melhora e iluminação.

Seguindo o exemplo de Jesus, vamos construir os “montes” até sermos capazes de viver por lá, abandonando de vez a “Judéia”, da qual ainda somos tão dependentes e somos tão envolvidos por. Claro que é um processo que demanda tempo, paciência, esforço, vontade e tudo o que pudermos concentrar. Sabemos a condição pouco elevada que temos na Terra, mas também sabemos que as potências para nosso desenvolvimento se encontram dentro de nós.

Vamos buscar essas potências e essas vontades para nos reconstruirmos nos “montes”.

outubro 14, 2012

O ESPELHO DA VIDA – A MENTE

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1 – O espelho da vida

A mente é o espelho da vida em toda parte.

Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamante bruto, que, arrancado ao ventre obscuro do solo, avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.

Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.

Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.

Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.

Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca.

Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.

O reflexo esboça a emotividade.

A emotividade plasma a idéia.

A idéia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.

Em semelhantes manifestações alongam-se os fios geradores das causas de que nascem as circunstâncias, válvulas obliterativas ou alavancas libertadoras da existência.

Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação.

Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante.

Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos. Por elas, estacionamos sob a fascinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso.

O reflexo mental mora no alicerce da vida.

Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.

(Retirado da obra “Pensamento e Vida” ditada pelo Espírito Emmanuel e psicografada por Chico Xavier).

Trata-se de mais uma valorosa lição que Emmanuel nos envia. A mente e os pensamentos que ela irradia e permuta no ambiente, é um conjunto que nos representa. Traduz a nossa posição moral E espiritual, tornando-nos um livro aberto perante os melhor posicionados.

Quando nosso amigo fala sobre ‘interdependência e repercussão’, deixa claro que nós atraímos e recusamos presenças afins com o que estamos emanando. Se nossos pensamentos são de alguma qualidade superior, Espíritos afins se alinharão e permutarão conosco de inspiração. O contrário também é verdadeiro.

Eis o porquê de muitas vezes a maldade significar uma prisão. Prisão dos impulsos negativos e da maledicência dos pensamentos que rodeiam aqueles que agem com maldade. A permuta atrai irmãos tão inferiores quanto, e a lei da causa e efeito implicará no resultado negativo.

A complexidade de nossa mente nos impõe a vigilância. Nenhum de nós encarnados é perfeito, mas o importante é não persistir na maldade ou nos pensamentos de menor positividade. Vamos sempre buscar o que de melhor podemos permutar.

Nossa mente é causa primeira de nossa saúde ou doença. Bons pensamentos significam também equilíbrio.

“ORAI E VIGIAI”. Diria o Mestre.


março 25, 2012

Esquecimento do Passado e Perdão

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Uma das grandes objeções quanto ao esquecimento das vidas passadas é a que diz  ” por que ?  e para que? “. Aparentemente muito simples, é um real questionamento  que busca a resposta no mais profundo que os elementos básicos do Espiritismo podem trazer.

No Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos uma série de ensinamentos sobre isso. Aqui neste texto, a reencarnação é um pressuposto aceito e não aberto à discussões.

Primeiro, tratando do esquecimento, segue abaixo valorosas lições do “Evangelho Segundo o Espiritismo” no qual o brilhante trabalho de Kardec conseguiu simplificar um pouco as complexas relações entre os mundos invisíveis e materiais.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAPÍTULO IV – NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO)
 
A REENCARNAÇÃO FORTALECE OS LAÇOS DE FAMÍLIA, AO PASSO QUE A UNICIDADE DA EXISTÊNCIA OS ROMPE
18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos
pelo seu mútuo adiantamento. 

19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou. Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias,ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAPÍTULO V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS)
ESQUECIMENTO DO PASSADO
11. Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.

Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.
_________________________
(Pouco mais sobre a formação da família e porque encarnamos junto aos parentes pode ser encontrado no capítulo XIV – HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE).

O esquecimento é uma dádiva. Em que ajudaria agora saber se fomos escravos ou reis? Se fomos simples agricultores ou poderosos senhores feudais? A palavra de Kardec é absoluta em dizer que nada poderíamos aproveitar destas lembranças enquanto encarnados.

O esquecimento do passado combina-se a uma das mais sublimes lições de Jesus:

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. – Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” – Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.” (S. MATEUS, 18:15, 21 e 22.)

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, 5:25 e 26.)

E a relação entre o perdão e o esquecimento?

Com o esquecimento, temos a chance de moldar nossa existência corpórea com valores morais melhores e conhecimentos que nos permitam entender melhor as relações humanas, a realidade e o estudo. O perdão nesta vida pode se resumir à questões simples e à questões complexas. Tudo não passa de um treinamento para quando desencarnarmos. Lá teremos noção real do tamanho de nossas dívidas para com outros e do tamanho do perdão que exigimos dos outros e não cumprimos quando nos foi solicitado.

É perdoando as pequenas coisas, como ofensas no trânsito, injúrias, boatos, que aprenderemos a perdoar as grandes coisas. Só devemos ter em mente que a atemporalidade não permite que tenhamos conclusões precipitadas quando conhecemos a doutrina Espírita. A grande responsabilidade está em saber pesar a qual árvore corresponde qual fruto. A oração do Pai Nosso traz explicita a frase “Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores”. Pois bem, vejam a profundidade a dificuldade envolvidas nessa frase.

É urgente uma mudança de conduta moral para as bases do bem, da caridade, do amor e do perdão, só assim teremos um pouco de avanço na longa escadaria das existências.

O esquecimento é a dádiva divina, que nos dá chance de modificar nossos hábitos, hálitos mentais, ideologias e condutas, de forma a aproveitar o tempo encarnado para aprendizaro do perdão e da caridade, cujas virtudes nos ajudarão a encarar a realidade de fato quando desencarnados. O esquecimento e o perdão das pequenas coisas são um exercício que nos fortalecerá e nos colocará em sintonia com o que há de melhor ao nosso alcance. Agradeçamos a Deus e ao senhor Jesus Cristo por mais esta dádiva e ajuda. Façamos merecer a confiança depositada em nós.

Em seu livro “HÁ 2.000 ANOS”, o Espírito Emmanuel através de Chico Xavier narra uma encarnação em Roma, onde foi um orgulhoso e poderoso Senador da República (Públio Lentulus). Essa passagem é uma das mais emocionantes, é um encontro entre o Senador e um grande amigo e mentor que havia desencarnado, chamado Flamínio. É uma passagem que nos faz refletir:

O senador deixou que todo o seu pensamento se perdesse na tempestade das mais abençoadas lágrimas de sua vida. Arfando nos soluços de sua compunção, suplicava, mentalmente:
– Sim, meu amigo e meu mestre, eu quero compreender a verdade e almejo o perdão das minhas faltas enormes!… Flamínio, inspiração de minha alma dilacerada, sê o meu guia na tormentosa noite do meu triste destino!… Vale-me com a tua ponderação e bondade!… Toma-me, de novo, pelas mãos e esclarece-me o coração no tenebroso caminho!… Que fazer para alcançar do céu o esquecimento de minhas faltas?!…
A serena visão, como se se houvera comovido intensamente ao receber aquele apelo, tinha agora os olhos iluminados por piedosa e divina lágrima.
Aos poucos, sem que Públio pudesse compreender o mecanismo daquele fenômeno insólito, observou que a silhueta do amigo se diluía levemente na sombra, afastando-se da tela de suas contemplações
espirituais; mas, ainda assim, percebeu que seus lábios murmuravam, piedosamente, uma palavra: – Perdoa!…
Aquela suave recomendação caiu-lhe nalma como bálsamo dulcificante. Sentiu, então, que seus olhos estavam agora abertos para as realidades materiais que o rodeavam, como se houvera acordado de sonho
edificante.

(Emmanuel – Há 2000 Anos – Psicografia de Chico Xavier. Trecho na página 338)

 

 

fevereiro 27, 2012

Operando em Cristo com a Consciência Humana

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108 – OPEREMOS EM CRISTO

“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele grac?as a Deus e Pai.” – Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.)

A espera de resultados, depois de expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos em nossa romagem para a Suprema Luz.

Enquanto aguardamos manifestações alheias de gratidão ou melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas próprias obrigac?o?es, desviando-nos para o terreno escuro da maledicência ou do julgamento precipitado.

Quanto seja possível, distribuamos o bem, entregando nossas atividades ao Cristo, divino doador dos benefícios terrestres.

É perigoso estabelecer padro?es de reconhecimento para corac?o?es alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas jóias do nosso escrínio espiritual. Em nossa expectac?a?o ansiosa por enxergar a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer egoístas, ingratos e maldizentes.

Copiemos o pomicultor sensato.

Preparemos a terra, auxiliando-a e adubando-a. Em seguida, lancemos ao solo sementes e mudas valiosas.

O servic?o mais importante caberá ao Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espac?o e no tempo, desenvolvendo-nos a sementeira, ou anular-nos-á o servic?o, atravás de processos naturais, adiando a realizac?a?o de nossos desejos, em virtude de razo?es que desconhecemos.

O pomicultor equilibrado trabalha com títulos de sincera confianc?a no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro do imediatismo humano.

Ampara-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício de todos.

Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando invariavelmente em nome de Jesus.

Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir.

(RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.)

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O nobre Emmanuel faz aqui uma síntese de alguns pontos fundamentais ao Espiritismo. Fazer o bem sem esperar retorno. Não Julgar. Atemporalidade.

1) Fazer o bem sem esperar retorno;

É o pressuposto maior da caridade verdadeira. É para esta condição que o Espírita vive e procura se melhorar sempre. A caridade real é desinteressada e age sem humilhar o outro e sem orgulhar-se de si própria. Age como uma fonte luminosa para quem recebe e desperta gratidão devido à pureza de intenções. Nunca desperta a inveja, o ódio ou qualquer manifestação negativa.

2) Não Julgar;

Muitas vezes cremos conhecer, até em demasia, o que passa nos corações e mentes das pessoas, especialmente as que nos são caras e próximas. No entanto, além de não dever concentrar a caridade naqueles que nos são apenas importantes, já que caridade é um dever universal daquele que se diz Espírita, a reação e a expectativa de um retorno após uma ajuda (ajuda que nesse caso seria semear para o pomicultor) é simplesmente descabida. Procurar uma sensação de alívio ou auto-contentamento após ajudar alguém é uma forma de egoísmo se aguardarmos uma reação para isso.

A melhor forma de descobrir se estamos sempre em boa linha, é observar nossa consciência. Ela pesa ou fica mais leve de acordo com o grau desempenhado pela nossa ação prática. Quanto mais estudo e mais conhecimento arquivamos em nossas mentes, mais a consciência se abastece de razões e exigências para nossa tranquilidade, já que nossa responsabilidade também aumenta. Aqueles que desejam afugentar os desígnios de sua própria mente, insiste em dizer “A ignorância é uma bênção“. Ditado antigo e também descabido. Serve como fuga para aqueles que negam ao conhecimento a função edificante.

A responsabilidade no conhecimento ensina a busca de uma consciência leve e ilibada. Claro que é muito difícil e claro que vamos tropeçar no caminho. Mas se há alguém perfeito, que mantenha-se no seu patamar superior. Nós que estamos em vias de desenvolvimento, com um passo de cada vez, precisamos de uma paciência enorme com nossas próprias virtudes e defeitos, para uma alteração de conduta que acontecerá mais cedo ou mais tarde de acordo com nosso empenho.

3) Atemporalidade

Talvez a mair bênção do conhecimento Espírita seja a idéia da atemporalidade. Ela é a vida eterna, fruto da misericórdia divina para com nossos erros. Temos a oportunidade de agir e nascer novamente para correções e ajustes. Quanto cultivamos uma consciência em vias de evolução, nossa caridade pode ser grande, mas o renascimento traz consigo o esquecimento das outras vidas, (algo já discutido no blog e que pode ser encontrado em textos anteriores), por isso alguns desígnios não são tão claros. Uma fatalidade para uma família que sempre agiu na seara do Cristo pode significar perda irreparável de um filho, de um pai, de uma mãe, e que por algum momento durante a encarnação não seja compreensível (todos já ouvimos: Fulano era tão bom, por que teve que morrer?), mas nós devemos aprender a pensar em longo prazo, e que a providência divina age para correção sempre.

A idéia de confiar em Jesus é fundamental. Nada acontece sem aprovação de nosso Pai celestial. Não há injustiça, pois injustiça é algo que pressupõe falha. Comum em humanos, mas inadmissível na idéia de um Deus perfeito e um arcabouço de justiça montado por Ele.

Concluíndo, não há razão para ficar analisando casos presentes ou acontecimentos ao invés de realizar a Doutrina de Cristo na prática. Não há como analisar um quadro com perfeição sem poder observá-lo de longe. Como fazemos parte do quadro hoje, devemos ter a paciência necessária para entender que nossa noção humana de tempo não vale para os Espíritos, assim como nossas provas, razões e consciências não estão acessíveis em suas totalidades para permitir uma análise completa das ações / problemas.

Perderemos algumas colheitas. Teremos em abundância em algumas fases, mas o que aprendemos / desenvolvemos com isso?

Quer saber se está desenvolvendo-se de forma salutar? Consulte sua consciência.

janeiro 5, 2012

Compreensão e Prática de Jesus

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70 – GUARDEMOS O ENSINO

“Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos.” – Jesus. (LUCAS, 9:44.)

Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os que colocam a lição nos ouvidos.

Não se trata de registrar meros vocábulos e sim fixar apontamentos que devem palpitar no livro do coração.

Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.

Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais, sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o Espírito do Cristo. Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas, concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do serviço justo.

A maioria não pretende ouvir o Senhor e, sim, falar ao Senhor, qual se Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de cada um.

São alunos que procuram subverter a ordem escolar.

Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas que não podem cumprir.

Não estimam ensinamentos. Formulam imposições.

E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.

Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilidade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as realidades eternas.

Não poucos se revoltam, desencantados …

Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.

“Ponde minhas palavras em vossos ouvidos”, disse Jesus.

O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o Divino Mestre transmitido alguma lição, ao acaso?

RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.

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EVANGELHO DE JÕAO – CAPíTULO 6

27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.

28 Pergutaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus?

29 Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.

30 Perguntaram-lhe, então: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos e te creiamos? Que operas tu?

31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu deu-lhes pão a comer.

32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.

33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.

34 Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.

36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes.

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Eis uma das questões mais perturbadoras para aqueles que creem verdadeiramente na mensagem do Cristo. Entender não é suficiente, assimilar é realmente complicado, mas praticar é quase impossível. Nenhuma dificuldade nesse sentido é incomum. Todos penamos muito para realizar uma fração da reforma íntima de que necessitamos.

Não é demérito, é humildade de saber que podemos dar pequenos passos devido à nossa limitação. Não é falsa modéstia de ninguém dizer que se esforça para trilhar um pouco do que o Mestre nos deixou. A forma com que Jesus assimila a psicologia humana é impressionante até hoje. Joanna de Ângelis provou em “Em Busca da Verdade” através do médium Divaldo P. Franco que isso é um fato. Mas para não nos restringirmos à literatura Espírita, eis que o Dr. Augusto Cury, definido por ele mesmo como um dos mais ferrenhos ateus que já existiu, escreveu 5 volumes sobre a An[alise da Inteligência do Cristo, onde destaca sua excepcional capacidade psicológica (volumes que serão analisados mais tarde aqui no blog).

Eu não vejo condições na humanidade para que se cumpra ainda o postulado dos Evangelhos e o exemplo integral do Cristo, mas cada esforço nosso conta, cada vez que nos orgulhamos (em bom sentido) de praticar uma boa ação ou de ajudar o próximo, ou de tratar bem as pessoas, com educação e humildade, contribuímos com um padrão mental melhor e ajudamos a obra dos bons Espíritos.

A assimilação do que nos disse o Cristo, foi complementado com o ensino dos Espíritos. Precisamos utilizar o Consolador para nos aprimorar. Precisamos ver Jesus de fato, precisamos comer do alimento espiritual que ele nos trouxe, e só o estudo e o esforço prático na Caridade ajudarão.

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