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julho 11, 2015

ESTUDO PARCIAL SOBRE A CARIDADE

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Para o estudo de hoje, o tema será CARIDADE. Claro que será impossível esgotar o tema com apenas um texto curto, mas podemos dizer que recebo grande ajuda da espiritualidade que me provê com a lição mais apropriada cada vez mais em sintonia com o que preciso aprender. Possuo algumas obras de estudo que a FEB editou, dentre elas ESTUDE E VIVA, Psicografada por Chico Xavier e Waldo Vieira, ditado pelos Espíritos: Emmanuel e André Luiz. É um livro sensacional, que se apoia em partes afins do Evangelho Segundo o Espiritismo e do Livro dos Espíritos. Segue abaixo a lição 21 desta obra, junto com as passagens necessárias do Evangelho e do livro dos Espíritos para devida leitura. Minhas observações estão em preto, e os escritos de estudo, em cores.

ESTUDE E VIVA – Lição 21.

Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XIII – Item 11

II – A Beneficência

ADOLFO

Bispo de Alger, Bordeaux, 1861

11 – A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença. Oh!, pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que se desvista com alegria para vesti a um irmão! Pudésseis, meus amigos, ter apenas a doce preocupação de fazer aos outros felizes! Quais as festas mundanas que se pode comparar a essas festas jubilosas, quando, representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias, que da vida só conhecem as vicissitudes e as amarguras; quando vedes esses rostos macilentos brilharem subitamente de esperança, desprovidos de pão, esses infelizes e seus filhos, ignorando que viver é sofrer, gritavam, choravam e repetiam estas palavras, que, como finos punhais, penetravam o coração materno: “Tenho fome!” Oh!, compreendei quanto são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, momentos antes, só havia desespero! Compreendei quais são as vossas obrigações para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio, ao socorro das misérias ocultas, sobretudo, que são as mais dolorosas. Ide, meus bem-amados, e lembrai-vos destas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, pensai que é a mim que o fazeis!”

Caridade! Palavra sublime, que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao praticar-te, eles estarão semeando infinitas alegrias para o próprio futuro, e durante o seu exílio na Terra, serás para eles a consolação, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão, quando todos reunidos se abraçarem, no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade que gozei na Terra. Possam os meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes fala e lhes diz: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh!, quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo, e vereis quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família; quantos velhos sem uma só mão amiga para os socorrer e fechar-lhes os olhos na hora da morte! Quanto bem a fazer! Oh!, não reclameis, antes agradecei a Deus, e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro, a todos os que, deserdados dos bens deste mundo, definham no sofrimento e na solidão. Colhereis neste mundo alegrias bem suaves, e mais tarde… somente Deus o sabe!

Livro dos Espíritos – Questão 886

Parte Terceira – Das leis morais

CAPÍTULO XI – DA LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE

Caridade e amor do próximo

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

COMENTÁRIO DE ALLAN KARDEC:

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.

Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

Temas Estudados:

Alegria e solidariedade

Caridade e justiça

Caridade e lógica

Caridade e ordem

Caridade e verdade

Vida e responsabilidade

LUGAR PARA ELA

Todos nós precisamos da verdade, porque a verdade é a luz do espírito, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela a fantasia é capaz de suscitar a loucura, sob o patrocínio da ilusão. Entretanto, é necessário que a caridade lhe comande as manifestações para que o esclarecimento não se torne fogo devorador nas plantações da esperança.

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Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações, pessoas e coisas: fora dela, a iniqüidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do poder. Entretanto, é necessário que a caridade lhe presida as manifestações para que o direito não se faça intolerância, impedindo a recuperação das vítimas do mal.

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Todos nós precisamos da lógica, porque a lógica é a razão em si mesma, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a paixão é capaz de gerar crime, à conta de sentimento. Entretanto, é necessário que a caridade lhe inspire as manifestações,para que o discernimento não se converta em vaidade, obstruindo os serviços da educação.

*

Todos nós precisamos da ordem, porque a ordem é a disciplina, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela. O capricho é capaz de estabelecer a revolta destruidora, sob a capa dos bons intentos. Entretanto, é necessário que a caridade lhe oriente as manifestações para que o método não se transforme em orgulho, aniquilando as obras do bem.

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Cultivemos a verdade, a justiça, a lógica e a ordem, buscando a caridade e reservando, em todos os nossos atos, um lugar para ela, porquanto a caridade é a força do amor e o amor é a única força com bastante autoridade para sustentar-nos a união fraternal, sob a raiz sublime da vida, que é Deus.

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É por isso que Allan Kardec, cônscio de que restaurava o Evangelho do Cristo para todos os climas e culturas da Humanidade, inscreveu nos pórticos do Espiritismo a divisa inolvidável, destinada a quantos lhe abraçam as realizações e os princípios: -Fora da caridade não há salvação.

EM TERMOS LÓGICOS

Não há vida sem responsabilidade.

Todo ser tem direitos e obrigações.

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Não há ação sem testemunha.

Somos participantes da Vida Universal.

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Não há erro com razão.

Só a verdade é lógica.

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Não há sentimentos incontroláveis.

O espírito é o criado da própria emoção.

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Não há dificuldade intransponível.

Cada aluno recebe lições conforme o entendimento que evidencia.

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Não há perfeita alegria que viceje no insulamento.

A felicidade é a benção de luz que apenas medra no terreno da solidariedade.

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Não há ponto final para o amor.

Amor é vida e a vida é eternidade.

A caridade é, portanto, nossa forma de equilíbrio e condição fundamental para manifestação do amor. Não há amor se não houver caridade, ou seja, temos preceitos fundamentais da doutrina do Cristo, exemplificadas pelo Mesmo à exaustão. A salvação, a felicidade que tanto buscamos aqui ou no além tumulo, depende apenas de quanto esforço e dedicação empenhamos na questão da caridade. No entanto, a caridade em si exige alguma maturação de consciência para que faça sentido. Essa maturação não vem com o conhecimento, mas com a fé, com a capacidade de entender o bem ao próximo como algo benéfico especialmente à quem o pratica. Mas não pode o ateu praticar a caridade? Claro que sim, sua fé reside em suas convicções. Se sua conduta ético-moral o impele ao bem, sua fé em seus atos será sua advogada em toda parte (parafraseando André Luiz).

Todos podem acessar a caridade, a verdade é que infelizmente ela reside como material de propaganda na maioria, que se orgulha demasiadamente pelo que faz ao próximo, com toda pompa e alegria em espalhar suas ações, subordinando a caridade ao orgulho / vaidade que detém naquele momento. Esses perdem o efeito da caridade sob eles mesmos, pois ela é dissipada pelo orgulho. O orgulho é uma negação de um dos principais mandamentos. O Cristo em Marcos (12:28-34) quando discorre sobre os maiores mandamentos, coloca “amar a Deus sobre todas as coisas” e “amar ao próximo como a nós mesmos”. O orgulhoso não se iguala a seu próximo, pelo contrário, se coloca em patamar superior, visto que pratica o bem como promoção. A caridade deve ser singela, honesta e anônima, justamente por ser uma pequena contribuição para um irmão de alma, que momentaneamente sofre uma prova. O contrário apenas o humilha e constrange.

Qual amor visa humilhação e constrangimento? Nenhum. A dedução lógica impõe que a caridade, faísca de amor, é um ato sublime de doação de si, para si e consigo, enquanto nosso irmão é apenas veículo de nossa depuração. A reforma íntima é iniciada no autoconhecimento, tópico também já estudado aqui, e a consciência madura advém também do “conhece a ti mesmo”.

Logo, a doutrina do Cristo é um ciclo virtuoso, capitaneado pela Caridade, que é a faísca de amor que podemos despertar por enquanto.

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