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julho 27, 2012

Como Resistir ao Mal?

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 4:38 pm

62 RESISTÊNCIA AO MAL

“Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal.” – Jesus. (MATEUS, 5:39.)

Os expoentes da má-fé costumam interpretar falsamente as palavras do Mestre, com relação à resistência ao mal.

Não determinava Jesus que os aprendizes se entregassem, inermes, às correntes destruidoras.

Aconselhava a que nenhum discípulo retribuísse violência por violência.

Enfrentar a crueldade com armas semelhantes seria perpetuar o ódio e a desregrada ambição no mundo.

O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes.

Em razão disso, a atitude requisitada pelo crime jamais será a indiferença e, sim, a do bem ativo, enérgico, renovador, vigilante e operoso.

Em todas as épocas, os homens perpetraram erros graves, tentando reprimir a maldade, filha da ignorância, com a maldade, filha do cálculo. E as medidas infelizes, grande número de vezes, foram concretizadas em nome do próprio Cristo.

Guerras, revoluções, assassínios, perseguições foram movimentados pelo homem, que assim presume cooperar com o Céu. No entanto, os empreendimentos sombrios nada mais fizeram que acentuar a catástrofe da separação e da discórdia. Semelhantes revides sempre constituem pruridos de hegemonia indébita do sectarismo pernicioso nos partidos políticos, nas escolas filosóficas e nas seitas religiosas, mas nunca determinação de Jesus.

Reconhecendo, antecipadamente, que a miopia espiritual das criaturas lhe desfiguraria as palavras, o Mestre reforc?ou a conceituação, asseverando: “Eu, porém, vos digo…”

O plano inferior adota padrões de resistência, reclamando “olho por olho, dente por dente”…

Jesus, todavia, nos aconselha a defesa do perdão setenta vezes sete, em cada ofensa, com a bondade diligente, transformadora e sem-fim.

(Da obra “Vinha de Luz” pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier).

A palavra “resistência” traz alguns significados em si mesma. Significa ‘aguentar’, significa ‘lutar contra’, significa um punhado mais de coisas. No entanto, aparentemente o homem possui a conveniência como hábito. Para os que criticam a palavra do Cristo, resistir significa lutar contra, quando uma interpretação pouco mais cuidadosa demonstra que trata-se exatamente do contrário.

Dar a outra face é algo que faria sentido se pudéssemos e devêssemos lutar contra o mal? Veja que em uma desambiguação melhor, “lutar contra” é uma contradição com a palavra de Jesus por si mesma. O Mestre não traria lições que levassem ao embate, mas sim ao bem.

Resistir ao mal com a prática da caridade é um exemplo Crístico.

Resistir ao mal consolando o que sofre, alimentando o que tem fome, vestindo o que tem frio, abrigando o abandonado e provendo teto àquele que sofre na chuva. Isso sim é intimamente ligado à Jesus. Resistir ao mal dessa forma significa progresso, virtuosa conduta que leva à evolução.

Mas se alguém lhe agredir e houver retribuição da agressão, entramos em um ciclo delicado de violência, onde a tendêncua e o agravamento do quadro, ao invés da resolução do conflito.

Assim, pois, meus amigos, tendes que vos defender, não só contra os ataques e calúnias dos adversários vivos, mas, também, contra as manobras, ainda mais perigosas, dos adversários da erraticidade. Fortificai-vos, pois, em estudos sadios e, sobretudo, pela prática do amor e da caridade, e retemperai-vos na prece. Deus sempre ilumina os que se consagram à propagação da verdade, quando estão de boa fé e desprovidos de toda ambição pessoal.

(KARDEC, Allan; “A OBSESSÃO – Origens, Sintomas e Curas”, Ed. O Clarim, 2011: 211).

É exatamente essa conduta, esse ensino, que nós, Espíritas, precisamos seguir. Nunca contra-atacar, nunca violentamente reagir, nunca ter ódio ou mágoa, mas tentar purificar nossa mente e nossas ações com o bem, a melhor e mais rápida forma de derrotar o mal.

julho 17, 2012

O Cristão e o Mundo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 5:23 am

102 – O CRISTÃO E O MUNDO

“Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.” Jesus (MARCOS, 4: 28)

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu  sabiamente aos símbolos vivos da Natureza,favorecendo­nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.

Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.

Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no  coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão.

Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem­lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo  do Senhor ainda não  passa de folhagem

promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva­se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.

Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.

Esquece-­se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por  isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o  casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só  entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar­se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Natureza.

Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre:

Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.


(retirado da obra “Caminho, Verdade e Vida)

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Muitas vezes, na empolgação de quando passamos a seguir uma religião ou nova filosofia de vida, passamos a nos exigir mais e a cobrar passos largos, quando muitas vezes mal podemos caminhar. É claro que quanto antes evoluirmos, melhores os resultados que colheremos no futuro, mas uma semente mal plantada não germina. De que adianta cobrarmos de nós mesmos progressos hercúleos, quando a tradução deste ato será o retorno à estaca zero?

Muitos desistem de seguir o Espiritismo reclamando de que as exigências morais ultrapassam o comum. Aqueles que não compreendem de fato a Doutrina, vêem o Espírita como alguém que se isola da realidade em prol de um ganho maior, ou de apenas um tolo que esquece-se de viver a “realidade”. O verdadeiro Espírita, me parece que reside como a ponte entre o mundo material e seus defeitos e uma aspiração espiritual de elevada magnitude. Aspiração, pois qualquer mudança moral exige tempo.

Um alcoólatra, ou um viciado em drogas pesadas, precisa de tempo e muita vontade para se livrar do vício. Análoga é nossa situação em relação aos hábitos contraídos em longo passado e sustentados durante vidas a fio. Quem já entende que precisa mudar e se esforça de verdade nesse intento, já progride muito.

Quando alguém passa a trabalhar na obra assistencial, como o passe, já desperta em alguns o entendimento de que ele pode curar. Esse é o olhar do mundo. Ele cobra a cura como se fosse uma tarefa simples ao médium. Não é nem preciso mencionar que a cura através do passe é um tanto quanto trabalhoso e demorado na maioria dos casos. Quando há um médium de cura efetivo, daqueles que só de nos olhar já identificam o problema e curam, tenha certeza que seus méritos são de muito antes desta encarnação. Na base da pirâmide estamos nós, reles Espíritos encarnados que almejam uma faísca de evolução e que devem muito perante à espiritualidade.

O discípulo que tem pressa, acaba por se afobar e perder a essência da Doutrina, a paciência e o amor. Tanto para os outros quanto para ele mesmo. Nossa vaidade é a mãe de uma ambição que pode, além de frear o progresso, nos induzir aos erros da vaidade e orgulho.

Nós nos espelhamos no Mestre Jesus, mas de fato, entendemos que há uma distância simplesmente ainda imensurável entre as evoluções. Só podemos nos comparar aos simples homens de bem que almejam o melhor e praticam a Doutrina em seu cotidiano.

Eis o porque de não podermos chamar as atenções do mundo. Ele demanda mais do que enxerga. Nós devemos seguir com humildade e em silêncio o caminho que acreditamos correto. Nenhum ensinamento é melhor do que o exemplo. A caridade também pode ser feita para com a nossa consciência.

julho 13, 2012

As Tentações

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 6:33 am
OBRA – CAMINHO, VERDADE E VIDA (pelo Espírito Emmanuel)

129 – ORIGEM DAS TENTAÇÕES

“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” (TIAGO, 1: 14)

Geralmente, ao surgirem grandes males, os participantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram­-se, tardiamente de que o Pai é Todo­ Poderoso e alegam que a tentação somente poderia ter vindo do Divino Desígnio.
Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por suas mãos compassivas As tentações, todavia, não procedem da Paternidade Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsável pelos atos desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela luz do céu.
“Cada um é tentado, quando atraído pela própria concupiscência.”
Examinemos particularmente ambos os substantivos “tentação” e “concupiscência”. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar  os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo  “atrair”. Verificaremos a extensão de nossa inferioridade pela natureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-­te de que cada dia tem situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e eliminarás os males próprios,atendendo ao bem que Jesus deseja.

A primeira dúvida que pairou em minha mente foi a respeito da palavra “concupiscência”. Procurei o significado online neste link e encontrei:

s.f. Inclinação a gozar os bens terrestres, particularmente os prazeres sensuais.
Ganância por propriedades materiais.
Aspiração por satisfações sexuais.
Filosofia. Agostinismo. Desejo libertino, lascívia carnal.
Tomismo Medieval. Aspiração por prazer motivado por um fato material.
Teologia. Anseio humano pelos domínios naturais ou sobrenaturais.
Organização amorosa orientada a Deus e aos homens.
Pej. Desejo dos homens por bens materiais cuja existência justifica-se através do pecado original.
(Etm. do latim: conscupiscentia)

Enfim, de tudo o que consta no significado desta palavra, podemos retirar que trata-se do apego a matéria (refletida de qualquer forma, tanto na posse de bens como na utilização do corpo).

A imperfeição humana ainda nos torna reféns do mal. Mal que não habita outro local se não nosso próprio coração e mente. Mal que cultivamos por ignorância ou vontade durante sucessivas vidas e que estamos lutando para vencer. Não podemos culpar a Deus pelas dificuldades que passamos, podemos sim pedir e agradecer quando Ele nos ajudar (e ajudará se soubermos entender).

Injustiça é uma palavra que reflete uma situação humana, não divina. Enquanto não aprendermos a pensar atemporalmente e a entender o que acontece no mundo espiritual, não seremos compreensivos suficientes, e seremos reféns de uma situação que projetamos.

É imperioso o estudo, mas a prática da real caridade forma um escudo natural contra as tentações. Ocupar a mente com atividades nobres é a maior arma que temos contra o nosso próprio mal.

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