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março 9, 2013

VIGILÂNCIA E EDIFICAÇÃO

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VIGILÂNCIA

“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor.” – Jesus. (MATEUS, 24:42.)

Ninguém alegue o título de aprendiz de Jesus para furtar-se ao serviço ativo na luta do bem contra o mal, da luz contra a sombra.

A determinação de vigilância partiu dos próprios lábios do Mestre Divino. Como é possível preservar algum patrimônio precioso sem vigiá-lo atentamente? O homem de consciência retilínea, em todas as épocas, será obrigado a participar do esforço de conservação, dilatação e defesa do bem.

É verdade indiscutível que marchamos todos para a fraternidade universal, para a realização concreta dos ensinamentos cristãos; todavia, enquanto não atingirmos a época em que o Evangelho se materializará na Terra, não será justo entregar ao mal, à desordem ou à perturbação a parte de serviço que nos compete.

Para defender-se de intempéries, de rigores climáticos, o homem edificou o lar e vestiu-se, convenientemente.

Semelhante lei de preservação vigora em toda esfera de trabalho no mundo. As coletividades exigem instituições que lhes garantam o bem-estar e o trabalho digno, sem aflições de cativeiro. As nações requerem “casas” de princípios nobilitantes, em que se refugiem contra as tormentas da ignorância ou da agressividade, do desespero ou da decadência.

E no serviço de construção cristã do mundo futuro, é indispensável vigiar o campo que nos compete.

O apostolado é de Jesus; a obra pertence-lhe. Ele virá, no momento oportuno, a todos os departamentos de serviço, orientando as particularidades do ministério de purificação e sublimação da vida, contudo, ninguém se esqueça de que o Senhor não prescinde da colaboração de sentinelas.

(Vinha de Luz – Ditado por Emmanuel / Psicografado por Chico Xavier).

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O verdadeiro aprendiz do Espiritismo entende algumas lições logo quando inicia-se na Doutrina. Ele começa tentando atrapalhar o menos possível as obras que estão em andamento. Pensamos que ajudamos os Espíritos superiores em ação durante o passe, durante as sessões mediúnicas diversas, durante as psicografias e etc. Mas a verdade é que quando conseguimos não atrapalhar, já fizemos muito.

Os encarnados doam ectoplasma, servem como meio de transmissão de mensagens, como uma “antena” magnética durante o passe, mas também podem influenciar as comunicações com sua desatenção, podem interferir nas mensagens com sua falta de concentração e podem, enfim, errar. O erro é sempre compreendido pela espiritualidade quando é realmente um erro, onde havia boa intenção e bom coração.

Mas quantos não consideram isso suficiente para se estagnar? Consideram que estão em boa posição e lá devem se manter. Há ai um pouco de orgulho, e há também uma boa parcela de vaidade. Mas também há um erro enorme de entendimento, que pode ser fruto da ignorância (falta de conhecimento).

Sempre esquecemos que exigimos muita paciência dos mentores e dirigentes espirituais de uma casa Espírita. Erramos constantemente, reclamamos, arrumamos desculpa para não comparecermos e passamos grande responsabilidade disso tudo ao “acaso” que insiste em nos perturbar.

Pois bem, atingir o ponto de participar das sessões espirituais, conseguir penetrar um pouco mais no serviço espiritual, não traz alívio àquele que vislumbra realmente progredir nesta vida. Traz sim o real início do trabalho na seara de Jesus, que nos impele à manter a retidão moral. Somos humanos, vamos errar, mas perdemos a batalha quando nos conformamos com a nossa posição. Precisamos crescer e entender que sozinhos (apesar de nunca o estarmos) é que teremos muitas chances pela vida de praticar a caridade e então atingir o progresso.

“fora da Caridade não há salvação”.

E a vigilância é necessária para que a edificação não seja torta ou problemática. Podemos sim ajudar, pouco atrapalhando os bons Espíritos e aprendendo a nos depurar durante a vida. O erro não pode nos martirizar, o erro e a dor são professores que utilizarão cicatrizes para nos amadurecer. “Precisamos passar pela dor?”, faça um exame de sua consciência e verifique se suas maiores lições vieram da dor ou do amor, mas o importante é aprender o que for possível, pelo caminho que for possível.

Quem sabe ao final dessa existência teremos dado um passo rumo à melhores edificações? Seria então uma vitória.

fevereiro 25, 2013

CONSCIÊNCIA E FÉ

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131 – CONSCIÊNCIA

“Guardando o mistério da fé numa consciência pura.” – Paulo. (I TIMÓTEO, 3:9.)

Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção.

Em todos os lugares, observamos pessoas que, em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou aos oráculos novos,manifestando esperança no remédio das palavras.

O fenômeno, entretanto, muitas vezes, é apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido pelos azorragues de experiências cruéis…

Claro que semelhante recurso pode constituir um caminho para a edificação da confiança, sem ser, contudo, a providência ideal.

Paulo de Tarso, em suas recomendações a Timóteo. esclarece o problema com traço firme.

É imprescindível guardar a fé e a crença em sentimentos puros. Sem isso, o homem oscilará, na intranqüilidade, pela insegurança do mundo Intimo.

A consciência obscura ou tisnada inclina-se, invariavelmente, para as retificações dolorosas, em cujo serviço podem nascer novos débitos, quando a criatura se caracteriza pela vontade frágil e enfermiça.

Os aprendizes do Evangelho devem recordar o conselho paulino que se reveste de profunda importância para todas as escolas do Cristianismo.

O divino mistério da fé viva é problema de consciência cristalina. Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao Pai a retidão e a pureza dos pensamentos.

(Da obra Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier).

Emmanuel toca em um ponto crucial aqui. Ouvimos muito sobre Deus, sobre os ensinamentos do Cristo, mas nos preocupamos muito pouco com o que fazemos desse conhecimento. Será que ao passar algum ensinamento nunca desvirtuamos o conteúdo evangélico do Cristo? Será que nunca distorcemos a palavra para que ela atendesse ao nosso orgulho? Quantas interpretações diferentes da palavra de Deus encontramos em nosso cotidiano?

Como há, muitas vezes, a má-fé do ser humano envolvida em interpretações absurdas, que conduzem almas a realizarem caminhos que muitas vezes se distanciam muito do que o Mestre almejava em seus ensinos, precisamos saber melhor discernir o que fazemos, tanto da palavra Dele quanto de nossos pensamentos. Aqueles que conduzem almas, como pastores conduziam suas ovelhas, são muito, muito responsáveis mesmo, quando passam algum ensinamento. Se conduzirem essa missão de forma satisfatória, com certeza terão realizado grande vitória para com sua evolução, mas se cederem à tentação de tomar o caminho obscuro de utilizar a fé alheia como motor de suas ambições, sua queda será inevitável.

O que seria então a consciência pura a que Paulo se refere? Onde resguardar nossa fé? Ora, a proteção mental de nossas atitudes se dá através da caridade sincera, das boas ações que praticamos, da exemplificação da palavra do Mestre. Nem todos os grandes missionários deste mundo eram Espíritas (aliás, pouquíssimos eram), mas os exemplos de quantos podemos aproveitar, aqueles humildes como Gandhi e Madre Tereza, Chico Xavier e tantos outros que aperfeiçoaram a moral através de atos inegáveis de amor e caridade.

Eles não “pregavam” a fé com palavras ou enormes templos. Simplesmente arregaçaram as mangas e foram à vida cotidiana demonstrar e seguir o que Jesus demonstrou. Tomemos como exemplo todos aqueles que levaram ao limite a doação moral da caridade, e tentemos nos espelhar neles para melhorarmos um pouco nossa consciência, assim teremos condições de resguardar nossa fé como ensinou Paulo.

fevereiro 27, 2012

Operando em Cristo com a Consciência Humana

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108 – OPEREMOS EM CRISTO

“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele grac?as a Deus e Pai.” – Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.)

A espera de resultados, depois de expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos em nossa romagem para a Suprema Luz.

Enquanto aguardamos manifestações alheias de gratidão ou melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas próprias obrigac?o?es, desviando-nos para o terreno escuro da maledicência ou do julgamento precipitado.

Quanto seja possível, distribuamos o bem, entregando nossas atividades ao Cristo, divino doador dos benefícios terrestres.

É perigoso estabelecer padro?es de reconhecimento para corac?o?es alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas jóias do nosso escrínio espiritual. Em nossa expectac?a?o ansiosa por enxergar a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer egoístas, ingratos e maldizentes.

Copiemos o pomicultor sensato.

Preparemos a terra, auxiliando-a e adubando-a. Em seguida, lancemos ao solo sementes e mudas valiosas.

O servic?o mais importante caberá ao Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espac?o e no tempo, desenvolvendo-nos a sementeira, ou anular-nos-á o servic?o, atravás de processos naturais, adiando a realizac?a?o de nossos desejos, em virtude de razo?es que desconhecemos.

O pomicultor equilibrado trabalha com títulos de sincera confianc?a no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro do imediatismo humano.

Ampara-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício de todos.

Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando invariavelmente em nome de Jesus.

Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir.

(RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.)

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O nobre Emmanuel faz aqui uma síntese de alguns pontos fundamentais ao Espiritismo. Fazer o bem sem esperar retorno. Não Julgar. Atemporalidade.

1) Fazer o bem sem esperar retorno;

É o pressuposto maior da caridade verdadeira. É para esta condição que o Espírita vive e procura se melhorar sempre. A caridade real é desinteressada e age sem humilhar o outro e sem orgulhar-se de si própria. Age como uma fonte luminosa para quem recebe e desperta gratidão devido à pureza de intenções. Nunca desperta a inveja, o ódio ou qualquer manifestação negativa.

2) Não Julgar;

Muitas vezes cremos conhecer, até em demasia, o que passa nos corações e mentes das pessoas, especialmente as que nos são caras e próximas. No entanto, além de não dever concentrar a caridade naqueles que nos são apenas importantes, já que caridade é um dever universal daquele que se diz Espírita, a reação e a expectativa de um retorno após uma ajuda (ajuda que nesse caso seria semear para o pomicultor) é simplesmente descabida. Procurar uma sensação de alívio ou auto-contentamento após ajudar alguém é uma forma de egoísmo se aguardarmos uma reação para isso.

A melhor forma de descobrir se estamos sempre em boa linha, é observar nossa consciência. Ela pesa ou fica mais leve de acordo com o grau desempenhado pela nossa ação prática. Quanto mais estudo e mais conhecimento arquivamos em nossas mentes, mais a consciência se abastece de razões e exigências para nossa tranquilidade, já que nossa responsabilidade também aumenta. Aqueles que desejam afugentar os desígnios de sua própria mente, insiste em dizer “A ignorância é uma bênção“. Ditado antigo e também descabido. Serve como fuga para aqueles que negam ao conhecimento a função edificante.

A responsabilidade no conhecimento ensina a busca de uma consciência leve e ilibada. Claro que é muito difícil e claro que vamos tropeçar no caminho. Mas se há alguém perfeito, que mantenha-se no seu patamar superior. Nós que estamos em vias de desenvolvimento, com um passo de cada vez, precisamos de uma paciência enorme com nossas próprias virtudes e defeitos, para uma alteração de conduta que acontecerá mais cedo ou mais tarde de acordo com nosso empenho.

3) Atemporalidade

Talvez a mair bênção do conhecimento Espírita seja a idéia da atemporalidade. Ela é a vida eterna, fruto da misericórdia divina para com nossos erros. Temos a oportunidade de agir e nascer novamente para correções e ajustes. Quanto cultivamos uma consciência em vias de evolução, nossa caridade pode ser grande, mas o renascimento traz consigo o esquecimento das outras vidas, (algo já discutido no blog e que pode ser encontrado em textos anteriores), por isso alguns desígnios não são tão claros. Uma fatalidade para uma família que sempre agiu na seara do Cristo pode significar perda irreparável de um filho, de um pai, de uma mãe, e que por algum momento durante a encarnação não seja compreensível (todos já ouvimos: Fulano era tão bom, por que teve que morrer?), mas nós devemos aprender a pensar em longo prazo, e que a providência divina age para correção sempre.

A idéia de confiar em Jesus é fundamental. Nada acontece sem aprovação de nosso Pai celestial. Não há injustiça, pois injustiça é algo que pressupõe falha. Comum em humanos, mas inadmissível na idéia de um Deus perfeito e um arcabouço de justiça montado por Ele.

Concluíndo, não há razão para ficar analisando casos presentes ou acontecimentos ao invés de realizar a Doutrina de Cristo na prática. Não há como analisar um quadro com perfeição sem poder observá-lo de longe. Como fazemos parte do quadro hoje, devemos ter a paciência necessária para entender que nossa noção humana de tempo não vale para os Espíritos, assim como nossas provas, razões e consciências não estão acessíveis em suas totalidades para permitir uma análise completa das ações / problemas.

Perderemos algumas colheitas. Teremos em abundância em algumas fases, mas o que aprendemos / desenvolvemos com isso?

Quer saber se está desenvolvendo-se de forma salutar? Consulte sua consciência.

julho 26, 2010

Executar Bem

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19
EXECUTAR BEM
“E ele lhes disse: – “Não peçais mais do que o que vos está ordenado.” – João Batista. (LUCAS, 3:13.)

A advertência de João Batista à massa inquieta é dos avisos mais preciosos do Evangelho.

A ansiedade é inimiga do trabalho frutuoso. A precipitação determina desordens e recapitulações conseqüentes.

Toda atividade edificante reclama entendimento.

A palavra do Precursor não visa anular a iniciativa ou diminuir a responsabilidade, mas recomenda espírito de precisão e execução nos compromissos assumidos.

As realizações prematuras ocasionam grandes desperdícios de energia e atritos inúteis.

Nos círculos evangélicos da atualidade, o conselho de João Batista deve ser especialmente lembrado.

Quantos pedem novas mensagens espirituais, sem haver atendido a sagradas recomendações das mensagens velhas? quantos aprendizes aflitos por transmitir a verdade ao povo, sem haver cumprido ainda a menor parcela de responsabilidade para com o lar que formaram no mundo?

Exigem revelações, emoções e novidades, esquecidos de que também existem deveres inalienáveis desafiando o espírito eterno.

O programa individual de trabalho da alma, no aprimoramento de si mesma, na condição de encarnada ou desencarnada, é lei soberana.

Inútil enganar o homem a si mesmo com belas palavras, sem lhes aderir intimamente, ou recolher-se à proteção de terceiros, na esfera da carne ou nos círculos espirituais que lhe são próximos.

De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a ordenação do Criador e o serviço da criatura.

Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo.

Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo.

(Da Obra Vinha de Luz – Pelo Espírito Emmanuel e Psicografado por Chico Xavier. 14a Edição da FEB, 1952. P.25)

A passagem é clara ao nos informar e comunicar, e pode ser resumida em linguagem rude e simples – Não vamos dar um passo maior do que a própria perna. De que adianta querer mudar ou salvar o mundo de suas mazelas, se criamos nossas próprias dificuldades ao próximo? Mesmo em casa, um tirano doméstico pode parecer santo aos que observam de fora. E muitos ficam tão dominados pelo orgulho de ajudar (a falsa caridade) que tornam-se desprezíveis seres de convivência difícil.

Essa passagem pode ser diretamente conectada às passagens do Evangelho “Fora da Caridade Não Há Salvação” e “não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita”.

Quantos espíritas não se perderam na ânsia de salvar a todos? Quantos não se dedicaram tanto às suas obras de ajuda, quase todas as vezes na melhor das intenções, e acabaram por esquecer suas obrigações familiares? Se executarmos com boa vontade tudo o que nos aparece, viver é um prazer. Cada obrigação torna-se um aprendizado e, mesmo na mais cansativa das tarefas, seremos capazes de sorrir. Eis a fórmula da felicidade.

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