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setembro 3, 2014

RESPONSABILIDADES E LIBERDADES

No Espiritismo, responsabilidades são sempre um problema de consciência. Quanto mais “expandida” for a consciência, mais responsabilidade e conhecimento ela deve nutrir. O conhecimento traz sim responsabilidade, é o que acaba alimentando ou extinguindo alguns desejos e comportamentos que temos.

Tomei a liberdade de colocar um exemplo do Livro dos Espíritos aqui, sobre um tema diretamente relacionado à consciência.

830) Quando a escravidão faz parte dos costumes de um povo, os que dela se aproveitam são condenáveis, por agirem seguindo um procedimento que parece natural?

– O mal é sempre o mal e todos os sofismas não farão com que uma má ação se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que se dispõe para compreendê-la. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado da violação da lei natural; mas, nisso, como em todas as coisas, a culpa é relativa. A escravidão, tendo se firmado nos costumes de alguns povos, tornou possível ao homem aproveitar-se dela de boa-fé, como de uma coisa que parecia natural; mas a partir do momento que sua razão se mostrou mais desenvolvida e, acima de tudo, esclarecida pelas luzes do Cristianismo, demostrando que o escravo é um ser igual diante de Deus, não há mais desculpa que justifique a escravidão.

Ou seja, quando a doutrina do Cristo veio aos homens e lhes ditou “amar ao próximo como a si mesmo” qualquer forma de escravidão ou qualquer imposição condicional à liberdade perde o efeito. A “boa fé” significa agir de consciência limpa, e se seguimos algum costume, não pode haver nenhuma dúvida a respeito de sua procedência em nossa mente.

Somos responsáveis sim pelos atos, e com a moral do Cristo, ficou claro que bem e mal são nitidamente separáveis um do outro, independentemente do contexto em que se analise.

O tema se une a outro tão importante quanto, o do “livre arbítrio”, que deve ser respeitado acima de tudo. Respeitar o próximo é também respeitar seus atos, ainda que pareçam incorretos, quando o erro provém da ignorância, e não de propósito ruim. Existe diferença clara entre o que erra por desconhecimento de causa (e aprende após a colheita ruim das consequências) e entre os que erram visando prejudicar outros.

Um senhor de escravos com religião cristã é um contra-senso em si mesmo. Não é um paradoxo, é um ERRO. Não se pode ler o Novo Testamento e concordar com a restrição absoluta da liberdade de um outro ser humano. Nenhuma hipótese ou teoria malabarística justificaria este ato, portanto, incorre-se em erro grave e sério perante a Providência Divina.

O tratamento digno ao próximo é uma obrigação de direitos. Somos diferentes em etnias, escolhas, cor, modo de ver, etc, mas o espírito em si é igual, as alterações são apenas em escala evolucionária. O mundo será muito melhor quando os que estão escada acima concordarem em estender as mãos para ajudar os que estão em degraus inferiores.

A humanidade só encontrará progresso quando assim também se comportar.

fevereiro 25, 2013

CONSCIÊNCIA E FÉ

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , , — Aprendiz @ 11:25 am

131 – CONSCIÊNCIA

“Guardando o mistério da fé numa consciência pura.” – Paulo. (I TIMÓTEO, 3:9.)

Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção.

Em todos os lugares, observamos pessoas que, em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou aos oráculos novos,manifestando esperança no remédio das palavras.

O fenômeno, entretanto, muitas vezes, é apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido pelos azorragues de experiências cruéis…

Claro que semelhante recurso pode constituir um caminho para a edificação da confiança, sem ser, contudo, a providência ideal.

Paulo de Tarso, em suas recomendações a Timóteo. esclarece o problema com traço firme.

É imprescindível guardar a fé e a crença em sentimentos puros. Sem isso, o homem oscilará, na intranqüilidade, pela insegurança do mundo Intimo.

A consciência obscura ou tisnada inclina-se, invariavelmente, para as retificações dolorosas, em cujo serviço podem nascer novos débitos, quando a criatura se caracteriza pela vontade frágil e enfermiça.

Os aprendizes do Evangelho devem recordar o conselho paulino que se reveste de profunda importância para todas as escolas do Cristianismo.

O divino mistério da fé viva é problema de consciência cristalina. Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao Pai a retidão e a pureza dos pensamentos.

(Da obra Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier).

Emmanuel toca em um ponto crucial aqui. Ouvimos muito sobre Deus, sobre os ensinamentos do Cristo, mas nos preocupamos muito pouco com o que fazemos desse conhecimento. Será que ao passar algum ensinamento nunca desvirtuamos o conteúdo evangélico do Cristo? Será que nunca distorcemos a palavra para que ela atendesse ao nosso orgulho? Quantas interpretações diferentes da palavra de Deus encontramos em nosso cotidiano?

Como há, muitas vezes, a má-fé do ser humano envolvida em interpretações absurdas, que conduzem almas a realizarem caminhos que muitas vezes se distanciam muito do que o Mestre almejava em seus ensinos, precisamos saber melhor discernir o que fazemos, tanto da palavra Dele quanto de nossos pensamentos. Aqueles que conduzem almas, como pastores conduziam suas ovelhas, são muito, muito responsáveis mesmo, quando passam algum ensinamento. Se conduzirem essa missão de forma satisfatória, com certeza terão realizado grande vitória para com sua evolução, mas se cederem à tentação de tomar o caminho obscuro de utilizar a fé alheia como motor de suas ambições, sua queda será inevitável.

O que seria então a consciência pura a que Paulo se refere? Onde resguardar nossa fé? Ora, a proteção mental de nossas atitudes se dá através da caridade sincera, das boas ações que praticamos, da exemplificação da palavra do Mestre. Nem todos os grandes missionários deste mundo eram Espíritas (aliás, pouquíssimos eram), mas os exemplos de quantos podemos aproveitar, aqueles humildes como Gandhi e Madre Tereza, Chico Xavier e tantos outros que aperfeiçoaram a moral através de atos inegáveis de amor e caridade.

Eles não “pregavam” a fé com palavras ou enormes templos. Simplesmente arregaçaram as mangas e foram à vida cotidiana demonstrar e seguir o que Jesus demonstrou. Tomemos como exemplo todos aqueles que levaram ao limite a doação moral da caridade, e tentemos nos espelhar neles para melhorarmos um pouco nossa consciência, assim teremos condições de resguardar nossa fé como ensinou Paulo.

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