Retirado da obra Caminho, Verdade e Vida, ditada por Emmanuel e psicografada por Chico Xavier.
Capítulo 167 – NA ORAÇÃO“Senhor, ensina-nos a orar… — (LUCAS, capítulo 11, versículo 1.)A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por gradação infinitaem suas manifestações, porque existem crentes de todos os matizes nos vá-rios cursos da fé.Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos inconstantes.Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.Os tristes pedem a solidão com ociosidade.Os desesperados suplicam a morte.Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com alusãoà boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física. Em suma,buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da lutadigna.Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu serviço, desua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as queixasdescabidas e as lágrimas inaceitáveis.Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo acontece noíntimo da alma contemplada pelo Senhor.Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos tumultuários.Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada reclama. E oMestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos os dias,alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
Ou seja, todas as orações são ouvidas e assimiladas. A grande questão é se realmente pedimos o que queremos ou se manipulamos nossa fé conforme desejos mimados e instantâneos. Quantos não rezam pela loteria? E ao mesmo tempo ficam cegos pela ganância no cotidiano. Quantos não oram para fins mesquinhos, onde a própria covardia fica refletida nas vibrações?
Será que alguém imaginava que seria fácil ? Não.
Mas ninguém atinge um nível minimamente aceitável, sem perseverança. Este que vos escreve continua a busca por melhora, se afunda em defeitos e problemas enquanto isso, mas eis que há a vida eterna para melhorar. O importante não é ser um santo, mas sim a busca sincera por melhoras e iluminação pessoal (interior). De nada adianta ser um santo preso em um convento, enquanto o mundo impõe problemas diários de ordem prática, que nos testa a cada minuto, movimentando nossa paciência, nossa cólera, nossa aflição e nossa felicidade.
A oração é um momento apenas de agradecimento. Estar em um corpo encarnado, podendo realizar provas que nos redimam de erros anteriores, é motivo mais do que suficiente para agradecer e vibrar por aqueles que passam por provas piores ou que, apesar de tudo, não podem desfrutar da mesma chance que nós.
A fé é também uma questão de hábito, desenvolvida ao longo dos anos e das provas. Todos temos aquela faísca, é só ativar.
Aproveite para revisar os motivos de suas orações. É sempre edificante.