ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

junho 22, 2015

PARA ALÉM DA OBSESSÃO

As questões relacionadas à obsessão são tratativas comuns nos estudos espíritas. Tema constante em palestras, leituras e estudos diversos, sua gênese, profilaxia e superação trazem temas inesgotáveis para reflexão.

A obra “Painéis da Obsessão” traz um grande arcabouço de casos e explicações para enfermidades relacionadas à obsessão e suas causas / consequências, sendo extremamente instrutiva e complexa em alguns pontos. O caso abaixo ilustra um pouco do que o Espiritismo coloca como ação e reação nos casos obsessivos. Ele trata sobre Marcondes, homem implacável que, além de tirano doméstico, era extremamente cruel na cobrança dos que o rodeavam em seu comércio. Era ainda uma constante fonte de inimizades e de conduta áspera, inspirava sempre um quadro de desconfiança e inimizade.

Farei algumas observações no texto abaixo. O original está em azul, e minhas observações em verde.

“- Temos estudado a obsessão como fator desencadeante de enfermidades orgânicas [até aqui, ponto trabalhado em diversas obras espíritas, especialmente nas de André Luiz na coleção “A vida no mundo espiritial”] – prosseguiu, com a mesma serenidade, o amigo vigilante. – Agora temos um fenômeno com maior complexidade ante os nossos olhos. Em face das suas atitudes, o nosso enfermo passou a sofrer o cerco das Entidades perversas que interferiram no seu comportamento mental com as naturais reações psicológicas e humanas. Simultaneamente, o desencadear da animosidade que as suas atitudes provocavam, fez que as pessoas passassem a desfechar-lhe flechas mentais, desejando-lhe a ruína, a infelicidade, a morte [vejam que a atitude das pessoas que desejavam isso ao Marcondes também significa alguma forma de comprometimento perante as Leis Divinas, pois não deixa de ser um plantio do mau. As irradiações em direção a Marcondes prejudicam quem as gera, seja o motivo qual for]. A princípio, em razão de encontrar-se mergulhado em verdadeira carapaça das próprias construções psíquicas, aqueles petardos não o atingiam com facilidade. Naturalmente se diluíam no choque vibratório das suas resistências portadoras de teor diferente, em ondas de dispersão, pelo que sua mente exteriorizava contra as demais pessoas. Produziam-se, nesse campo magnético, inevitáveis choques vibratórios que, no largo do tempo, tiveram as primeiras brechas, em razão da intensidade com que eram emitidos os pensamentos destrutivos, alimentados pela fúria das suas vítimas, no lar e fora dele, somando força devastadora. Lentamente, as sucessivas ondas prejudiciais alcançaram-lhe os equipamentos orgânicos, desarticulando as defesas imunológicas que foram vencidas, degenerando células e dando início, a princípio, à irrupção do bacilo de Koch [tuberculose], agora em fase final do processo. Caso há, em que a incidência do pensamento maléfico aceito pela mente culpada destrambelha a intimidade da célula, interferindo no seu núcleo e acelerando a sua reprodução, dando gênese a neoplasias, a cânceres de várias expressões. [De forma alguma, toda doença é fruto de obsessão, mas sim, toda doença é fruto de desequilíbrio perispiritual, do presente ou do passado – quando escolhemos uma doença como provação. A mente atua sob as células, irradiando influências da qualidade que criamos. Podemos irradiar uma psicosfera saudável com bons ideais e ‘contagiar’ nosso nível celular com a mesma qualidade, ou podemos manter uma psicosfera negativa, contaminando nosso organismo. A psicosfera que cultivamos, somada à predisposições que podemos manter por questões probatórias resultam em provas ou acréscimos de misericórdia. Afinal, uma boa psicosfera significa pensar e atuar de forma benéfica, o que significa agir na caridade. Um plantio salutar, gera colheita de felicidade].

A mente é dínamo gerador de energia cujo potencial e finalidade estão governados pelo comportamento moral, pelo desejo de quem os emite. Há enfermidades de diferentes procedências que se instalam sob a contribuição da conduta mental dos próprios pacientes, dando margem a fenômenos de autodestruição a curto ou largo prazo, de desarticulação das defesas psíquicas e orgânicas, quando irrompem problemas graves na área da saúde, com muitas dificuldades para uma diagnose correta, quanto para uma terapêutica segura. O homem é intrinsecamente, o que pensa, sendo esse seu mecanismo mental o resultado das suas experiências pregressas, noutras reencarnações, o que motiva as fixações, as preferências, os ideais sustentados. De mais alto valor, portanto, o cultivo sistemático dos pensamentos positivos, das idéias enobrecedoras, da conversação edificante, das aspirações otimistas, que facultam a renovação das paisagens íntimas e a substituição dos clichês infelizes, propiciadores de doenças, de turbações do raciocínio, de desajustes de todo tipo” (p. 138-139).

[PAINÉIS DA OBSESSÃO – Divaldo P. Franco pelo Espírito Manoel P. Miranda – 5a edição – 1994. Editora LEAL]

Alguns ainda nutrem uma visão da Obsessão como processo que envolve um puro sofrimento, ou até injustiça. Não existe algo assim na Justiça Divina. Injustiça é criação dos homens, enquanto os problemas relacionados à obsessão foram plantados pelas más escolhas que fizemos com o nosso Livre Arbítrio. Desentendimentos, mágoas, raiva, ódio, emoções negativas diversas que nos colocam em sintonia com irmãos da mesma faixa vibratória, alimentando um ciclo quase interminável, geralmente interrompido pelo esgotamento ou pela dor de algum dos lados.

Uma das grandes virtudes do Espiritismo é possibilitar a compreensão do passado, do presente, e permitir o plantio salutar do futuro.

janeiro 12, 2015

FIXAÇÃO MENTAL

Áulus ouviu com atenção e ponderou:

– E imprescindível compreender que, depois da morte no corpo físico, prosseguimos desenvolvendo os pensamentos que cultivávamos na experiência carnal. E não podemos esquecer que a Lei traça princípios universais que não podemos trair. Subordinados à evolução, como avançar sem lhe acatarmos a ordem de harmonia e progresso? A idéia fixa pode operar a indefinida estagnação da vida mental no tempo.

(…)

– E o problema da imobilização da alma?

(…)

– Em nossa imagem, podemos defini-la com a propriedade possível. É que o tempo, para nós, é sempre aquilo que dele fizermos. Para melhor compreensão do assunto, lembremo-nos de que as horas são invariáveis no relógio, mas não são sempre as mesmas em nossa mente. Quando felizes, não tomamos conhecimento dos minutos. Satisfazendo aos nossos ideais ou interesses mais íntimos, os dias voam céleres, ao passo que, em companhia do sofrimento e da expressão, temos a idéia de que o tempo está inexoravelmente parado. E quando não nos esforçamos por superar a câmara lenta da angústia, a idéia aflitiva ou obsecante nos corroí a vida mental, levando-nos à fixação. Chegados a essa fase, o tempo como que se cristaliza dentro de nos, porque passamos a gravitar, em Espírito, em torno do ponto nevrálgico de nosso desajuste. Qualquer grande perturbação interior, chame-se paixão ou desânimo, crueldade ou vingança, ciúme ou desespero, pode imobilizar-nos por tempo indefinível em suas malhas de sombra, quando nos rebelamos contra o imperativo de marcha incessante com o Sumo Bem. Analisemos ainda o nosso símbolo do combate. O relógio inflexível assinala o mesmo horário para todos, entretanto, o tempo é leve para os que triunfaram e pesado para os que perderam. Com os vencedores, os dias são felicidade e louvor e com os vencidos são amarguras e lágrimas. Quando nos não desvencilhamos dos pensamentos de flagelação e derrota, através do trabalho constante pela nossa renovação e progresso, transformamo-nos em fantasmas de aflição e desalento, mutilados em nossas melhores esperanças ou encafurnados em nossas chagas íntimas. E quando a morte nos surpreende nessas condições, acentuando-se-nos então a experiência subjetiva, se a alma não se dispõe ao esforço heróico da suprema renúncia, com facilidade emaranha-se nos problemas da fixação, atravessando anos e anos, e por vezes séculos na repetição de reminiscências desagradáveis, das quais se nutre e vive. Não se interessando por outro assunto a não ser o da própria dor, da própria ociosidade ou do próprio ódio, a criatura desencarnada, ensimesmando-se, é semelhante ao animal no sono letárgico da hibernação. Isola-se do mundo externo, vibrando tão-somente ao redor do desequilíbrio oculto em que se compraz. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da esfera desvairada de si mesma.

(…)

– A reencarnação, em tais circunstâncias, é o mesmo que conduzir o doente inerte a certa máquina de fricção para o necessário despertamento. Intimamente justaposta ao campo celular, a alma é a feliz prisioneira do equipamento físico, no qual influencia o mundo atômico e é por ele influenciada, sofrendo os atritos que lhe objetivam a recuperação.

(…)

– Na maioria das vezes, o soerguimento é vagaroso. Podemos comprovar isso no estudo das crianças retardadas, que exprimem dolorosos enigmas para o mundo… Somente o extremado amor dos pais e dos familiares consegue infundir calor e vitalidade a esses entezinhos que, não raro, se demoram por muitos anos na matéria densa, como apêndices torturados da sociedade terrestre, curtindo sofrimentos que parecem injustificáveis e estranhos e que constituem para eles a medicação viável. É possível auscultar ainda a verdade de nossa assertiva, nos chamados esquizofrênicos e nos paranóicos que perderam o senso das proporções, situando-se em falso conceito de si mesmos. Quase todas as perturbações congeniais da mente, na criatura reencarnada, dizem respeito a fixação que lhe antecederam a volta ao mundo. E, em muitos casos, os Espíritos enleados nesses óbices seguem do berço ao túmulo em recuperação gradativa, experimentando choques benéficos, através das terapêuticas humanas e das exigências domésticas, das imposições dos costumes e dos conflitos sociais, deles retirando as vantagens do que podemos considerar por “extroversão” indispensável à cura das psicoses de que são portadores.

[Obra: Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz e psicografia de Francisco C. Xavier. Capítulo 25 – Em torno da fixação mental]

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Quando Áulus explica o quadro da Fixação mental, expõe um dos fatores mais paradoxais da Doutrina Espírita. Ao mesmo tempo que conota um quadro complexo, demonstra que é uma via simples o início de tudo.

“chame-se paixão ou desânimo, crueldade ou vingança, ciúme ou desespero, pode imobilizar-nos por tempo indefinível em suas malhas de sombra”

Como ser humano, só vejo ali sentimentos presentes no cotidiano da maioria. Claro que não vivemos em função destes sentimentos na maioria dos casos, mas as paixões e o desânimo estão comumente presentes em nossa sociedade, nas mais variadas formas. Tomemos por exemplo a dor de uma futura mãe que sofre um aborto espontâneo, ou de uma mãe que perde o filho em situação de dor e desespero. Quão facilmente o desespero e a dor passarão a nortear aquela vida?

Justamente por sermos humanos, tão ainda distantes de uma boa posição na escala evolutiva do Espírito, temos sempre a clemência e a misericórdia divina ao nosso lado. A reencarnação é o remédio amargo que nos ensina, por quanto tempo for necessário, a valorizar os pensamentos e atitudes de forma correta e passageira. O desespero só existe quando há desconhecimento de causas e motivos. A amargura, a vingança, as paixões, são todos elementos ligados à nossa inevolução e estado inferior que ocupamos por muitas vidas.

Podemos também observar a quantidade de doentes mentais e imaginar o porquê…

Fixação mental, cristalização da alma, monoideísmo (manter o pensamento em apenas 1 foco), tudo é motivo para obsessão e seus desdobramentos mais sérios. Como toda obsessão se inicia com a auto-obsessão, este é o melhor exemplo e melhor explicado de como esse processo tem início. A partir de hoje, que possamos policiar-nos melhor.

Nossa luta como alma é praticar a reforma íntima, prosseguir tentando ser melhor, orando e vigiando nossos pensamentos e ações, para conseguir um mínimo de melhora.

Para que a pressa? Somos eternos.

outubro 17, 2014

OBSESSÃO E JUSTIÇA DIVINA – DOR

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 6:15 am

“Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade. Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre. Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão. Atendamos, assim, à lei da cooperação, sem o propósito de nos anteciparmos à Justiça Divina”

(Nos Domínios da Mediunidade – Capítulo 23 – Fascinação).

O Instrutor Áulus, nessa passagem, nos lembra de importante dado. Não existe dor ou sofrimento sem um motivo. E independente do que nos pareça, dentro de nossas limitadas impressões e campos de visão, a Justiça Divina nunca falha. Nada é injusto quando é divino, ou seja, originado na perfeição do Criador.

Os quadros de obsessão, especialmente aqueles que avançam para as doenças mentais, são sempre tristes de se observar. Despertam compaixão naqueles que possuem melhor compreensão destes fenômenos, mas ainda sim, deve inspirar respeito. Esse quadro lamentável não ocorre entre obsessor x vítima, mas sim vítima x vítima, procedentes de um passado que não podemos contemplar. São vítimas de falsos valores transitórios da carne, transferidos ao mundo espiritual. São vítimas ainda da estagnação espiritual e da falsa ilusão de honra.

Difícil precisar quem não estaria sujeito à esses processos na larga escala de tempo da existência de nossa alma. Vivemos incontáveis vidas, com incontáveis companheiros e pessoas. Talvez ontem, fôssemos nós estes doentes obsidiados ou obsessores. Hoje, felizmente, temos recursos de conhecimento para auxílio e remédio destes quadros.

Possamos utilizar a palavra do Cristo para auxiliar sempre, e a conduta apreendida nestes casos para o progresso real. Possamos saber ver e ouvir os conselhos de nossos amigos espirituais, e principalmente, saibamos ignorar aqueles que visam nos prejudicar, tento certeza de que cedo ou tarde, acordarão para as verdades eternas do Espírito.

O que é a dor então? Um mecanismo de ajuste que nossa imperfeição demanda.

maio 6, 2014

DEMÔNIOS – Entendimento para o Espiritismo

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:19 am

Já abordei esse tópico em outros textos,

Significado de Demonio para o Espiritismo – (LINK)
Significado de Possessão no Espiritismo – (LINK)
Mas agora, após ler o livro “Obsessão” de Allan Kardec, achei importante incluir o texto abaixo, onde o Codificador analisa de forma simples e clara um pouco mais profundamente essa questão.
Aqui, está em discussão um fenômeno múltiplo de subjugação. Quanto a autoria:

“Não é uma prova evidente de que são demônios? dirão certas pessoas. Chamemo-los de demônios, se isto vos agrada: o nome não os caluniaria. Mas não vedes diariamente homens chamados demônios encarnados? Não há os que blasfemam e renegam a Deus? Que parecem fazer o mal com prazer? Que se alegram à vista do sofrimento de seus semelhantes? Por que queríeis que, uma vez no mundo dos Espíritos, de súbito se transformassem? Aqueles a quem chamais demônios nós chamamos maus Espíritos, e concedemos toda a perversidade que lhes queirais atribuir. Contudo, a diferença é que, em vossa opinião, os demônios são anjos decaídos, isto é, seres perfeitos que se tornaram maus e para sempre votados ao mal e ao sofrimento; em nossa opinião são seres pertencentes à humanidade primitiva, espécie de selvagens ainda atrasados, mas a quem o futuro não está fechado e que melhorar-se-ão à medida que neles se desenvolver o senso moral, na série de existências sucessivas, o que nos parece mais conforme a lei do progresso e justiça de Deus. Temos mais a nosso favor a experiência que prova a possibilidade de melhorar e de levar ao arrependimento Espíritos do mais baixo nível e aqueles que são colocados na categoria de demônios. (p. 170)

Quando denominamo de “Demônio” o causador de algo, não deixamos de embutir um caráter divino. Algo como a história do anjo decaído.

O Espiritismo não aceita que haja anjos criados por Deus, mas sim, Espíritos que por seu próprio esforço e livre-arbítrio, evoluíram até condições magnânimas (vide Jesus e vide missionários diversos). Um dos aspectos mais importantes da Doutrina Espírita, é o entendimento que:

Não há morte –> Há desencarne. O que significa o fim do corpo (matéria) e a continuidade do Espírito, a individualidade se mantém.

Mudança na Personalidade Após o Desencarne –> Não ocorre. Suas características, sua consciência, atitudes, ações e pensamentos formam o quadro que vai encontrar após o desencarne. Ou seja, ninguém “morre e vira santo”. Você será o que sempre foi. Aqueles que tiveram conduta reta e nível moral elevado, serão levados a um local com esse nível para que continuem progredindo. Os que escolheram caminhos voltados ao mau e a perversidade, serão da mesma forma levados àquele nível.

Com a retirada do caráter divino dos demônios, há uma significância conceitual importante.

Anjos e Demônios seriam seres compatíveis e imutáveis, pois assim foram criados. Deus então, privilegiou seres durante a criação. Por que um ser perfeito criaria Anjos e humanos? Por que uma diferenciação tão imponente?

O Espiritismo em seu caráter racional, reitera que TODOS foram criados simples e ignorantes, sendo unicamente responsáveis pelas suas escolhas e estados. Todos podemos evoluir de acordo com nossa vontade. O “Demônio” de hoje é apenas um Espírito em estágio anterior de evolução, que em alguns casos, age por ignorância (ausência de conhecimento) e em poucos por pura maldade. Sendo assim, o exemplo, o aprendizado e muitas vezes as provas da vida são suficientes para que ele escolha um rumo mais correto e progrida na escala espiritual.

Chamamos todos os Espíritos de “irmãos” pois fomos todos criados iguais, e compete aos que progrediram mais, ensinar aos que não conseguiram chegar adiante.

abril 30, 2014

CABO DE GUERRA MENTAL – OBSESSÃO

Filed under: Espiritismo,reforma íntima — Tags:, , , — Aprendiz @ 10:50 am

“252. As imperfeições morais do obsedado são frequentemente um obstáculo à sua libertação”

(LIVRO DOS MÉDIUNS – Cáp. XXIII – DA OBSESSÃO)

Claro que o tema “obsessão” como um todo é muito complexo e demandaria muitas laudas para explorá-lo, mas consideremos a frase acima como um pequeno ponto neste oceano da vida. No futuro, haverá um estudo aprofundado do tema com várias obras envolvidas, e então outros pontos devem vir à tona.

Eu entendo que poucos de nós encarnados, para não dizer nenhum, estará livre da obsessão.

Claro que não podemos considerar aqui os casos extremos, de fascinação ou subjugação, mas sim o cotidiano, o dia-a-dia de um planeta como a Terra, que ainda nos recebe, os que enfrentam provas e expiações. Nosso nível moral ainda é relativamente baixo, porém em progresso, o que nos força a batalhas diárias perante nossa consciência.

Quantas vezes não tivemos pensamentos dúbios sobre uma decisão moral, pudemos escolher o caminho correto ou o caminho errado, considerando as duas opções? É um cabo de guerra mental.

Pensamento e Vontade são 2 das maiores potências do espírito. Ou seja, são duas grandes forças que temos ao nosso dispor ou contra nós. Nosso Livre-Arbítrio é que define.

Então, a frase acima significa que os espíritos voltados ao mal, ou ignorantes no tema da evolução, se aproveitam de nossas imperfeições morais para nutrirem seus impulsos. É uma relação de simbiose entre obsessor e obsedado, que é efetivamente combatida através da Reforma Íntima (ver alguns textos aqui e aqui).

Depende somente do encarnado e de sua vontade superar a obsessão. Nosso cotidiano é uma cesta repleta de escolhas, que caracterizam na prática nosso nível moral. São os atos que denunciam o nível moral de qualquer um.

Quanto mais eficiente for nosso policiamento conosco mesmo, tanto melhor e mais rápida será nossa evolução. Não se trata de ser ou não obsedado, mas sim de como nos manter ao máximo no caminho evolutivo.

Vigiar e orar, conselho da época do Cristo, e tão importante na atualidade.

julho 20, 2010

O Sofrimento dos Obsessores e a Superação do Ciclo de Ódio

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:38 am

Talvez a maior dádiva do espiritismo em termos de vida cotidiana, seja a esperança. Mas mais do que tudo, a verdade. Nenhum espírita pode mais negar sua ignorância perante a vida. Se somos um grão de areia na vastidão do universo, o que dizer de nossa capacidade e conhecimento? Ou seja, verdade pura, é a de que no grau de evolução, somos uma escala insignificante.

Isso pode parecer um tanto quanto desesperançoso, mas analisando com calma, é algo que nos favorece profundamente. Para quem tem vontade real de progredir e aprender, errar é normal, faz parte do jogo e nos torna pessoas melhores. Não acho que os erros ensinem mais do que os acertos, mas sim que são inevitáveis. O que ensina é a solução que encontramos para os problemas. Quando nos defrontamos com uma doença, qual o melhor caminho? Ficar em um canto escuro lamentando nossos problemas ou partir para cima da solução? Frequentar um centro grande das cidades urbanas é algo muito instrutivo. Quantos amputados miseráveis não residem largados em praças ? Será que os problemas são realmente mensuráveis?

O que é problema para mim pode não ser para você. Pobreza é uma prova duríssima, mas a riqueza é uma maldição para muitos. Ou seja, é uma questão de postura. Mas aonde eu quero chegar?

Em um processo de obsessão, a tendência geral é querer expulsar um obsessor a todo custo, pressupondo que ali reside o mal e que somos apenas vítimas inocentes. É uma tendência geral de nos colocar sempre em um lugar apropriado e culpar aos outros pelos nossos problemas. Fato é que nenhuma obsessão ocorre à toa, pelo simples fato de algum obsessor (como se isso fosse profissão) estar disponível para “assombrar” alguém. A obsessão é um processo MUITO complexo, muitas vezes de milênios, que leva uma chuva de espíritos, encarnados e desencarnados a promoverem uma relação não amigável. No entanto, ela pode ocorrer com encarnados e desencarnados, encarnados e encarnados, e até entre os desencarnados (mais comum de todas).

Antes de pensar em apenas expulsar um obsessor, será que poderíamos pensar a causa do problema? Por que alguém se colocaria em uma perseguição de milênios? Será que o primeiro tapa na cara veio daquele ser ou de minha parte? Uma vez que esta reflexão seja feita, passamos a encarar o problema de outra forma, entendendo que as vezes o perdão deve ser pedido primeiro por nós à entidade. Quando fui eu que dei o primeiro tapa ou cometi uma atrocidade terrível, o esquecimento da vida carnal deve ser utilizado para limpeza de um passado que não acrescenta nada de útil.

Mas essa limpeza passa por procedimentos:
– Reforma Íntima;
– Humildade;
– Conduta moralizada e ética;
– Perdão de si mesmo;

Só com a busca destes valores (e eu nem cogito que alguém possa alcançá-los na plenitude devido à nossa imperfeição) o nosso esquecimento carnal pode ser proveitoso. Seguir no caminho a que estas características conduzem, tornaria a conduta humana perante si mesmo e perante os outros, muito mais razoável. A partir de então, poderemos exemplificar ao obsessor que nossa mudança de conduta pode beneficiá-lo e, muito mais do que palavras, as ações diárias fortalecerão esta posição.

Em um certo ponto, o exemplo tocará o obsessor, que irá sim nos perdoar e ser perdoado, para que o progresso busque. Quando isso ocorre, o ciclo de ódio e violência, tornou-se benéfico e constante, o que pode gerar, ao final, uma amizade que percorrerá a estrada da evolução ao nosso lado. É uma solução muito mais razoável.

Um obsessor quando está desencarnado, estará submetido às mazelas do sofrimento e pestilência. Estará sujeito a provas e a um cotidiano de enlouquecer qualquer um. Muitas vezes não busca vingança, mas sim ajuda. Nossos preconceitos muitas vezes fecham as portas à entidades que não buscavam nada mais além de amor. Ou seja, talvez o que alguns chamam de prisão carnal, seja uma chance de ouro, muito melhor do que uma eventual prisão mental e espiritual a que estaríamos submetidos do outro lado.

A vida carnal é uma bênção. Esquecemos o que de mal fizemos e o que de mal sofremos. Nossos melhores amigos podem ser os “temidos” obsessores de outrora, mas quando todos esquecemos, vemos que é um prazer tê-los conosco. Quer lição melhor? 

abril 15, 2010

Qual a Relação entre Obsessões e Religiões Diferentes do Espiritismo?

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:49 am

Primeiro: Este post é uma opinião pessoal minha.

Eu li alguns materiais relacionados à questão da obsessão, e tratarei desta questão em mais posts técnicos. Porém, vamos pressupor que sabemos, ao menos superficialmente, as tipificações abaixo:

OBSESSÕES:
1) Encarnados x Encarnados
2) Encarnados x Desencarnados
3) Desencarnados x Desencarnados
4) Desencarnados x Encarnados
5) Auto-Obsessão

Em todos estes itens há um fator invariavelmente comum: O momento de desatenção referente à questões ético-morais. Este ponto é o que desencadeia todo um processo de mudança nos pensamentos que acarretam uma queda energética e mergulham o ser em negatividade. O padrão vibratório do pensamento é o fator essencial para manutenção da obsessão, é o que “alimenta” o obsessor (encarnado ou desencarnado). Em suma, o “Hálito Mental” abordado anteriormente é um fator precioso.

Vou generalizar propositadamente a religiões pentecostais / neopentecostais / evangélicas etc em um mesmo pacote, pois as diferenciações teóricas e práticas não mudam em nada meu raciocínio. Todas partem de um fundo cristão e de bondade, que não podemos julgar agora. Os muçulmanos também entrarão no raciocínio que colocarei.

Estava ouvindo um programa de rádio por acidente que era de caráter evangélico (talvez da Universal) em que depoimentos estavam demonstrando um potencial de cura. Inúmeras pessoas em processo depressivo ou com doenças que tinham aparentemente um fundo espiritual estavam curadas. Doenças graves melhoravam e as pessoas conseguiam levar uma vida normal apesar de dificuldades. Como explicar essas situações de um ponto de vista Espírita considerando que as pessoas não frequentavam e ainda desconhecem a Doutrina?

Minha conclusão é de que as religiões que exigem mais rigor e mexem mais com o consciente das pessoas através de alguns momentos “ritualistas”, acabam por induzir um aumento de fé na perseguição dos ideais que os rituais tornam perceptíveis. É muito complicado manter a fé no dia a dia pois é de difícil associação à nossa mente. Já frequentando um templo ou obedecendo uma regularidade nas orações com um ritual a cumprir, acabamos purificando nossas mentes e induzindo a fé a crescer de forma substancial.

Esse aumento de fé e de crenças renovadas acabam também induzindo uma melhora no “Hálito Mental” das pessoas, e os efeitos benéficos são logo sentidos.  Há alguns radicais que dirão que só o Espiritismo é correto nestas situações, mas creio que não passa da mais pura ignorância. Creio que qualquer religião que plante o amor e colha a cura, e induza a melhora do ser humano através da própria fé é digna de permanência em qualquer patamar.

Enfim, maus elementos existem em todas as religiões, e podemos encarar os ritualismos como os primeiros passos rumo à evolução mental / espiritual de cada um. E ainda, na minha opinião, é eficaz contra males obsessivos pela recuperação da força-própria de cada ser.

fevereiro 19, 2010

A Complexidade do Livre Arbítrio

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , , , — Aprendiz @ 2:49 am

O livre arbítrio é nosso atributo mais importante. É o definidor de nosso Carma e de nossas provas. Possibilita atos maravilhosos e horrendos, de acordo apenas com nossos impulsos ou consciência. Nosso único impeditivo de sair por aí queimando casas e matando pessoas é nossa moral / consciência / ética.

Quando algum crime chocante acontece, muitos indagam se Deus estava cuidando de seus filhos naquele instante. Deus realmente não tem participaçao ativa ou passiva em crimes ou salvamentos, a responsabilidade é, em tese, totalmente do ser humano em questão. Ele escolhe praticar crimes horrendos e levar consigo mais uma provação adiante em várias encarnações. Os outros que sofrem a ação do crime ainda podem estar envolvidos em teias complexas, ou sofrendo o crime como uma espécie de punição cármica ou apenas agentes passivos ao acaso que terão de escolher entre o perdão ou a vingança no mundo espiritual, e então serem arrastados ou elevados de acordo com a opção.

A obsessão é a ação persistente que o Espírito “ignorante” exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XXVIII

Quando eu disse que a responsabilidade é “em tese” totalmente do ser humano, é apenas para acrescentar um elemento mais complexo ainda. Hoje já sabemos que existem processos de obsessão terríveis, muitas vezes confundidos com doenças mentais sérias e que acometem alguém até que ele perca sua própria consciência e fique a mercê de ações efetuadas por almas pouco evoluídas ou que não possuem interesse algum em caminhar um passo adiante. Cada passo em nossa evolução representa novos desafios cuja ordem moral  é cada vez mais exigida e elevada.

Muitos ainda afirmam que a obsessão é um acontecimento probatório causado pela fraqueza mental ou de comportamento do ser afetado. Mas qual de nós não passa por momentos de fraqueza? Quem não sente tristeza e se rende a algum sentimento negativo de vez em quando? De algum tipo de discussão no trânsito até fofocas de trabalho, tudo seria suficiente para nos afetar nesta situação. Perfeição moral e de comportamento, só Jesus.

Estudos ligados especialmente à literatura de Umbanda (Robson Pinheiro em Legião por exemplo) trazem à luz efeitos até então desconhecidos de grande parte da literatura espirita. A capacidade de ação do mal em introduzir energias e utilizar o medo e a ignorância de espíritos menos evoluídos é incrível e assustadora. Pode cooptar seres que são apenas errantes em estágio de crescimento e atrasar sua evolução por séculos, em terras parecidas com feudos em meio ao umbral. Para muitos isso soa fantasioso, mas será que não se compara à antigos dominadores terrestres?

Subestimar as ações espirituais é um erro comum e perigoso. O mal existe porque há terreno fértil para suas sementes, e quando mais tornamos o terreno das boas ações ativo e grande, reduzimos e queimamos o mal que há em todos nós. O conflito interno do auto-conhecimento é a chave para resolução de muitos processos de auto-obsessão.

O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio individuo. São doentes de alma.- Allan Kardec (Obras Póstumas)

Com o avanço da psicologia e da psiquiatria na Terra, o mais importante é definir as causas de cada processo no paciente. Alguns simplesmente terão uma doença mental cujo tratamento médico halopático resolve. Outros precisam de remédios e meditação, outros de uma boa sessão de desobsessão e um enorme e longo tratamento para reequilíbrio energético. A síndrome do pânico é o exemplo mais atual da confusão em diagnóstico. Muitos são obsediados e passam a sofrer transtornos mentais, outros apenas agem por um medo.

Enfim, o espiritismo passa por uma nova revolução. Cada vez mais revela-se uma ciência racional ao invés de uma religião dogmática e cheia de mistérios. É este o caminho da evolução total. Passa por todos nós nos conhecermos, sem a soberba de esperar um paraíso, mas com a esperança de caminhar em direção à ele. Defeitos todos temos, mas como envolvemos nosso livre arbítrio em nossa moral e nossas ações é o fator definidor de nosso Carma e de nosso futuro.

abril 20, 2009

Obsessão e Moral

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:18 am

“Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos eleitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.” (A Gênese — Capítulo 14º — Item 45).

Essa pequena passagem traduz muita coisa. A obsessão, atualmente já se sabe, pode ser realizada e perpetuada através de dezenas ou centenas de formas e atitudes diferentes, seja por parte do obsessor seja por parte do obsediado. Talvez o principal seja aceitar que ambos tem culpa no processo. Obsessor vai obsediar quem conceder passagem para o mau, seja em seus pensamentos, seja em seus atos.

A teia fica mais complexa quando passa a envolver o perispírito, já que este é sucetível à vícios e danos causados pelo próprio ser que o utiliza. Drogas e Álcool são dois convites à necessidades de espíritos ainda dopados de saudades da matéria e tão baixos que praticariam qualquer tipo de feitiçaria apenas para sentir o gosto do álcool e drogas. Fazem isso através das pessoas que não tem cuidado com seu perispírito e se entregam a qualquer boa sensação imoral.

A ausência de moral é a causa do mal e do mau.

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