ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

agosto 27, 2014

AMAR OS INIMIGOS – Significado II

“Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que as amam? – Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? – Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. – Sede, pois, cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus.” (S. LUCAS, 6:32 a 36.)


Se o amor do próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho. Entretanto, há geralmente equívoco no tocante ao sentido da palavra amar, neste passo. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo. A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver essas manifestações de simpatia que existem entre as que comungam nas mesmas idéias. Enfim, ninguém pode sentir, em estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo.

A diversidade na maneira de sentir, nessas duas circunstâncias diferentes, resulta mesmo de uma lei física: a da assimilação e da repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo determina uma corrente fluídica que impressiona penosamente. O pensamento benévolo nos envolve num agradável eflúvio. Daí a diferença das sensações que se experimenta à aproximação de um amigo ou de um inimigo.

Amar os inimigos não pode, pois, significar que não se deva estabelecer diferença alguma entre eles e os amigos. Se este preceito parece de difícil prática, impossível mesmo, é apenas por entender-se falsamente que ele manda se dê no coração, assim ao amigo, como ao inimigo, o mesmo lugar.Uma vez que a pobreza da linguagem humana obriga a que nos sirvamos do mesmo termo para exprimir matizes diversos de um sentimento, à razão cabe estabelecer as diferenças, conforme os casos.

Amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contacto de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contacto de um amigo. Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.

(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO XII – AMAI OS VOSSOS INIMIGOS – Tradução FEB)

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Aqui temos que o conceito de amar nossos inimigos é, também, um ato de caridade. Para conosco e para com o próximo.

O Espírita sabe que o “acaso” é uma ilusão humana, uma criação para o que não compreendemos. Nada acontece ou existe por acaso. A admissão e assimilação dos conceitos que envolvem a existência do Espírito, eterno e cuja manifestação na matéria ocorre pela reencarnação, traz consigo inúmeros fatores de evolução ou estagnação, relações de amor e ódio, perdão ou continuidade diversas. Ou seja, uma teia complexa e atemporal surge no horizonte.

Quando existem sentimentos inexplicáveis de repulsão ou distanciamento, há ali uma pequena parte dessa teia, que precisa ser trabalhada. A evolução consiste em total rompimento destas teias, mas não abandonando-as, e sim, solucionando-as.

A condição primordial para se atingir alguma evolução, é trabalhar:

* Caridade

* Perdão

* Pensamentos e atitudes.

* Amor como consequência final.

Estas qualidades abrangem toda a Doutrina em sua complexidade e extensão, sendo capazes de contribuir de forma substancial para evolução intelectual e moral de todos.

O Espiritismo, muito mais do que fenômenos mediúnicos, é conteúdo moralizante para melhor evolução e desfrute da eternidade do Espírito. Nos expande os horizontes rumo ao progresso real e eterno (verdadeiro).

agosto 26, 2014

AMAR OS INIMIGOS – Significado I

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41 – CREDORES DIFERENTES

“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos.” – Jesus. (MATEUS, 5:44.)

O problema do inimigo sempre merece estudos mais acurados.

Certo, ninguém poderá aderir, de pronto, à completa união com o adversário do dia de hoje, como Jesus não pôde rir-se com os perseguidores, no martírio do Calvário.

Entretanto, a advertência do Senhor, conclamando-nos a amar os inimigos, reveste-se de profunda significação em todas as facetas pelas quais a examinemos, mobilizando os instrumentos da análise comum.

Geralmente, somos devedores de altos benefícios a quantos nos perseguem e caluniam; constituem os instrumentos que nos trabalham a individualidade, compelindo-nos a renovações de elevado alcance que raramente compreendemos nos instantes mais graves da experiência. São eles que nos indicam as fraquezas, as deficiências e as necessidades a serem atendidas na tarefa que estamos executando.

Os amigos, em muitas ocasiões, são imprevidentes companheiros, porquanto contemporizam com o mal; os adversários, porém, situam-no com vigor.

Pela rudeza do inimigo, o homem comumente se faz rubro e indignado uma só vez, mas, pela complacência dos afeiçoados, torna-se pálido e acabrunhado, vezes sem conta.

Não queremos dizer com isto que a criatura deva cultivar inimizades; no entanto, somos daqueles que reconhecem por beneméritos credores quantos nos proclamam as faltas.

São médicos corajosos que nos facultam corretivo.

É difícil para muita gente, na Terra, a aceitação de semelhante verdade; todavia, chega sempre um instante em que entendemos o apelo do Cristo, em sua magna extensão.

(Da Obra “Vinha de Luz” – Ditado por Emmanuel e psicografado por Chico Xavier)

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Os que entendemos como “inimigos” são geralmente irmãos que não são compreendidos por nós, ou que não nos compreendem.

Temos a falsa ilusão de que “amigo” é aquele que nos apóia em tudo, indiscriminadamente, e que considera assim ser leal, fiel e companheiro. Este nos ajuda a construir a torre de marfim na qual nos trancamos, alimentando um orgulho infundado que nos prejudica, cedo ou tarde.

Já os ditos inimigos sempre expõe nossas fraquezas, nos trazem à realidade apontando, sem meio-termo, os pontos onde somos condenáveis e passíveis de cair. Nosso orgulho e vaidade lutam contra estes apontamentos, nos fazem sentir atingidos no íntimo, e repelimos com raiva essas situações. Tal qual crianças mimadas que ainda somos em nível espiritual.

Claro que amar aos inimigos não significa literalmente fazê-lo, mas sim uma atitude que devemos ter com todos, na simples forma de amar ao próximo como a nós mesmos. Ou seja, absorver as críticas e analisá-las, se forem devidas, temos a chance sagrada da correção. Se forem indevidas, descartamos, como fazemos com embalagens usadas.

Inteligência espiritual é saber utilizar os elementos ao redor, em proveito de nosso desenvolvimento na moral do Cristo. Há mais de dois mil anos, Ele já sabia disso e tentou nos trazer de forma inteligível.

Vamos buscar aprender, cedo ou tarde chegaremos lá.

abril 30, 2014

CABO DE GUERRA MENTAL – OBSESSÃO

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“252. As imperfeições morais do obsedado são frequentemente um obstáculo à sua libertação”

(LIVRO DOS MÉDIUNS – Cáp. XXIII – DA OBSESSÃO)

Claro que o tema “obsessão” como um todo é muito complexo e demandaria muitas laudas para explorá-lo, mas consideremos a frase acima como um pequeno ponto neste oceano da vida. No futuro, haverá um estudo aprofundado do tema com várias obras envolvidas, e então outros pontos devem vir à tona.

Eu entendo que poucos de nós encarnados, para não dizer nenhum, estará livre da obsessão.

Claro que não podemos considerar aqui os casos extremos, de fascinação ou subjugação, mas sim o cotidiano, o dia-a-dia de um planeta como a Terra, que ainda nos recebe, os que enfrentam provas e expiações. Nosso nível moral ainda é relativamente baixo, porém em progresso, o que nos força a batalhas diárias perante nossa consciência.

Quantas vezes não tivemos pensamentos dúbios sobre uma decisão moral, pudemos escolher o caminho correto ou o caminho errado, considerando as duas opções? É um cabo de guerra mental.

Pensamento e Vontade são 2 das maiores potências do espírito. Ou seja, são duas grandes forças que temos ao nosso dispor ou contra nós. Nosso Livre-Arbítrio é que define.

Então, a frase acima significa que os espíritos voltados ao mal, ou ignorantes no tema da evolução, se aproveitam de nossas imperfeições morais para nutrirem seus impulsos. É uma relação de simbiose entre obsessor e obsedado, que é efetivamente combatida através da Reforma Íntima (ver alguns textos aqui e aqui).

Depende somente do encarnado e de sua vontade superar a obsessão. Nosso cotidiano é uma cesta repleta de escolhas, que caracterizam na prática nosso nível moral. São os atos que denunciam o nível moral de qualquer um.

Quanto mais eficiente for nosso policiamento conosco mesmo, tanto melhor e mais rápida será nossa evolução. Não se trata de ser ou não obsedado, mas sim de como nos manter ao máximo no caminho evolutivo.

Vigiar e orar, conselho da época do Cristo, e tão importante na atualidade.

maio 28, 2010

Profundidade da Doutrina e Esperança – Suicídio

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(Capítulo V – Bem Aventurados os Aflitos)
O Suicídio e a Loucura
15 Dá-se o mesmo em relação ao suicídio; com exceção daqueles que ocorrem no estado de embriaguez e de loucura, aos quais podemos chamar de inconscientes, é certo que, quaisquer que sejam os motivos particulares, sempre têm como causa um descontentamento. Portanto, aquele que está certo de ser infeliz apenas por um dia, e de serem melhores os dias seguintes, exercita a paciência. Ele só se desespera quando pensa que os seus sofrimentos não terão fim. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para aquele que não crê na eternidade e julga que nesta vida tudo se acabará, que está oprimido pelo desgosto e pelo infortúnio, só vê na morte a solução dos seus males. Por não esperar nada, acha natural e até mesmo muito lógico abreviar suas misérias pelo suicídio.
16 A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas são, numa palavra, os maiores incentivadores ao suicídio: elas produzem a covardia moral. E quando se vêem homens de ciência se apoiarem sobre a autoridade de seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores que não têm nada a esperar após a morte, não os vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, não têm nada de melhor a fazer do que se matar? Que poderiam lhes dizer para desviá-los disso? Que compensação poderiam lhes oferecer? Que esperança poderiam lhes dar? Nada além do nada. A conclusão é lógica, se o nada é o único remédio heróico; mais vale cair nele imediatamente do que mais tarde, e assim sofrer por menos tempo. A propagação das idéias do materialismo é, pois, o veneno que introduz em muitas pessoas o pensamento do suicídio. E aqueles que se fazem partidários e propagadores dessas idéias assumem sobre si uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não é mais permitida e a visão da vida muda. Aquele que crê sabe que a vida se prolonga indefinidamente além-túmulo, embora em outras condições; daí a paciência e a resignação que o afastam naturalmente da idéia do suicídio, resultando, em uma palavra, na coragem moral.

( O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec)

Talvez a maior virtude do espiritismo como doutrina cristã seja trazer a esperança. Mas não é apenas uma esperança dogmática, baseada em achismos e interpretações de textos antigos. Mas sim de um objeto factível de consolo e que muda o foco das relações pessoais entre tempo x espaço.

E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia?” Este questionamento é de grande profundidade. Muitos dizem querer viver mais de cem anos. Mas de que adianta tanto tempo terrestre se é apenas uma fração da eternidade? A vida passa a ser um belo instrumento de ajuste cármico, uma oportunidade de renovação – Reforma Íntima – e um breve “descanso” do cotidiano espiritual. Nossa carne cansa, mas o espírito, motor de tudo, está momentâneamente a salvo dos efeitos perversos de uma eventual escravidão (mesmo que moral) no umbral.

Os obsessores possuem muito mais trabalho para influenciar os pensamentos dos encarnados do que para agir na dimensão espiritual. As doenças do perispírito (frutos de vícios, desregramento comportamental) agora são manifestadas na carne para purificação e, ao final de tudo, acabamos por dar um passo adiante na evolução.

Aquele que tem uma pressa enorme de evoluir, é freado pela infância e adolescência, quando inicia um amadurecimento de consciência e passa a ter mais contato com o próprio espírito. O mesmo serve para aqueles que tem uma pressa enorme de se dirigir ao mundo do crime. A chance do equilíbrio é dada, mas compete a cada um aproveitá-la. Quando vemos médiuns de enorme manifestação realizando maravilhas na sociedade, eles não passam de devedores. Quando vemos criminosos cometendo crimes bárbaros, estão alongando suas provações.

Na alegria ou na desgraça, há uma causa inteligente e um princípio de igualdade que as regulamenta. Essa é a perfeição da doutria racional. O materialismo é maléfico devido às suas nefastas consequências. Assim como enormes retiros espirituais que afastam as pessoas da realidade para um lugar onde não sofrem provações e não fazem nenhuma ação caridosa.

O suicídio é um ato de desespero, alimentado pela desesperança. Claro que há casos de severa obsessão e doenças consequentes, mas em qualquer caso, o fator comum é o desespero e o sentimento de “nada a perder”. Kardec mostra que não é bem assim. A longo, médio e curto prazo, perdemos uma chance preciosa de nos melhorar.

Talvez a maior decepção de um suicida seja perceber que a fuga do mundo material, o levou a uma realidade triste e sofrida da qual não escapará com apenas uma ação impensada.

abril 20, 2009

Obsessão e Moral

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:18 am

“Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos eleitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.” (A Gênese — Capítulo 14º — Item 45).

Essa pequena passagem traduz muita coisa. A obsessão, atualmente já se sabe, pode ser realizada e perpetuada através de dezenas ou centenas de formas e atitudes diferentes, seja por parte do obsessor seja por parte do obsediado. Talvez o principal seja aceitar que ambos tem culpa no processo. Obsessor vai obsediar quem conceder passagem para o mau, seja em seus pensamentos, seja em seus atos.

A teia fica mais complexa quando passa a envolver o perispírito, já que este é sucetível à vícios e danos causados pelo próprio ser que o utiliza. Drogas e Álcool são dois convites à necessidades de espíritos ainda dopados de saudades da matéria e tão baixos que praticariam qualquer tipo de feitiçaria apenas para sentir o gosto do álcool e drogas. Fazem isso através das pessoas que não tem cuidado com seu perispírito e se entregam a qualquer boa sensação imoral.

A ausência de moral é a causa do mal e do mau.

abril 14, 2009

Toda Caminhada Longa Começa Com Um Passo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 4:50 pm

Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus de animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria para ela, por assim dizer, o período de incubação.
Chegada ao grau de desenvolvimento que este estado comporta, ela recebe as faculdades especiais que constituem a alma humana. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal. Esse sistema, fundado na grande lei de unidade que preside a criação, corresponde, forçoso é convir, à justiça e à bondade do Criador; dá uma saída, uma finalidade, um destino aos animais, que deixam então de formar uma categoria de seres deserdados, para terem, no futuro que lhes está reservado, uma compensação a seus sofrimentos
”.
A Gênese – Allan Kardec
(Cap. XI-item 23)

Nos dias atuais, há um embate muito forte entre “Criacionistas” x “Darwinismo”. Os primeiros, defendem que Deus é o responsável por cada criação e destino, sendo o ser em si um resultado da vontade divina. A corrente baseada em Darwin acredita que os seres são uma evolução de ancestrais pré-existentes, ou seja, o homem é uma evolução de algum primata pré-histórico que foi evoluindo ao longo do tempo, ficando bípede, com a coluna ereta, cérebro mais desenvolvido, etc.

Porém, alguns paradoxos se apresentam em ambos os raciocínios. Os Criacionistas, por mais irônico que pareça, refutam os Darwinistas pela inexistência de provas de um ancestral comum primata aos humanos (logo os religiosos precisam ver para crer?). Os Darwinistas rebatem, questionando provas sobre a existência de Deus e de atos da criação, que poderiam ser apenas reações químicas e biológicas em bilhões de anos de atividade.

Enfim, ambas as correntes são tão radicais que chegam a ser tolas. A passagem acima, de Kardec, ilustra o que seria a evolução do espírito, que é obrigado a preencher o envoltório material no qual está destinado a habitar, mas que tem a perspectiva de progredir de acordo com suas habilidades e aprendizado, com toda paciência e tempo que a eternidade pode proporcionar. Sem dúvida Deus participou do processo como um todo, mas isso não exclui a evolução como uma escola de transferência de fases. Ora, por que um ser que habitava um corpo animal não poderia evoluir para um corpo humano? Por que Deus criaria um animal e uma pessoa aleatoriamente sem motivo algum aparente? Isso deixa de ser uma questão de fé, para tornar-se apenas uma discussão orgulhosa de qual lado tem razão.

Felizmente, nenhum dos lados tem razão, Deus e a Evolução podem caminhar juntos. Talvez a maior lição do espiritismo seja essa. Cedo ou tarde todos seríamos obrigados a evoluir, até pela condição física e moral do habitat escolhido.

Prova disso são os diversos casos relatados de ovóides, espíritos que por pura maldade ou ignorância fixam seu perispírito em formas animais, de lobos a lagartos, de forma a perderem a forma humana e caminharem rumo à uma “inevolução”, onde não perdem a evolução alcançada, seus conhecimentos ainda permanecem na sua mente, mas cada vez menos acessíveis à memória. Claro, a condição moral é a determinante nessas horas, quanto mais direcionado à negatividade, menos moral estará presente.

Enfim, Criação + Darwin + milhares de variáveis que desconhecemos = Realidade e Verdade.

Crê nos que buscam a verdade. Duvida dos que a encontraram” ( André Gide )

Sobre a Função dos Espíritas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 4:40 pm

Ser espírita e conhecer algumas verdades (e não todas, logicamente), implica em responsabilidades maiores com as morais do Mestre e seus ensinamentos. Cada lição tem uma causa e efeito que todos sabemos, devem ser levados em consideração para cada ação tomada.

Cada gesto torna-se um apasiguador do passado ou um turbilhão no futuro. Como em num julgamento justo, serás julgado pelo que conheces. O espírita precisa de muita responsabilidade, já que por conhecer uma pequena fração de uma grande verdade, não tem espaços para deslizes.

Capítulo 60 do livro: Vinha de Luz*. (Talvez seja o melhor exemplo a esse respeito):

QUE FAZEIS DE ESPECIAL?

“Que fazeis de especial?” – Jesus. (MATEUS, 5:47.)

Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas cristãos possuem patrimônios
de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados.

Em verdade, sabem que a vida prossegue vitoriosa, além da morte; que se encontram na escola temporária da Terra, em favor da iluminação espiritual que lhes é necessária; que o corpo carnal é simples vestimenta a desgastar-se cada dia; que os trabalhos e desgostos do mundo são recursos educativos; que a dor é o estímulo às mais altas realizações; que a nossa colheita futura se verificará, de acordo com a sementeira de agora; que a luz do Senhor clarear-nos-á os caminhos, sempre que estivermos a serviço do bem; que toda oportunidade de trabalho no presente é uma bênção dos Poderes Divinos; que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas, sim, em missão de aperfeiçoamento; que a justiça não é uma ilusão e que a verdade
surpreenderá toda a gente; que a existência na esfera física é abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no campo infinito da vida.

Efetivamente, sabemos tudo isto.
Em face, pois, de tantos conhecimentos e informações dos planos mais altos, a
beneficiarem nossos círculos felizes de trabalho espiritual, é justo ouçamos a
interrogação do Divino Mestre:

– Que fazeis mais que os outros?

O grande mérito dessa passagem é elucidar de forma sucinta, toda responsabilidade que carregam aqueles que conhecem mais. O privilégio do erro não existe mais, a medida em que a ignorância cede lugar ao conhecimento. Saber em demasiado e não agir de acordo, é o mesmo que jogar no lixo a responsabilidade confiada.

Fazer uma boa prece é só o começo da jornada, o cotidiano é que demonstra os pontos fracos que todos temos e que precisamos melhorar.

*Edição de Internet, disponível para download no link: http://www.sej.org.br/livros.html

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