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novembro 3, 2014

HOMEOPATIA NAS DOENÇAS MORAIS

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Um estudo muito especial e que serve aos dias de hoje.

Revista Espírita

Jornal de Estudos Psicológicos

ANO X MARÇO DE 1867 No 3

A Homeopatia nas Doenças Morais

Pode a homeopatia modificar as disposições morais? Tal é a pergunta que se fazem alguns médicos homeopatas e à qual não hesitam em responder afirmativamente, apoiando-se em fatos. Levando-se em conta a sua extrema gravidade, vamos examiná-la com cuidado, de um ponto de vista que nos parece ter sido negligenciado por aqueles senhores, por mais espiritualistas e mesmo espíritas que sem dúvida o sejam, porque há pouquíssimos médicos homeopatas que não sejam uma ou outra coisa. Mas, para a compreensão de nossas conclusões, algumas explicações preliminares sobre as modificações dos órgãos cerebrais são necessárias, sobretudo para as pessoas estranhas à fisiologia.

Um princípio que a simples razão faz admitir, que a Ciência constata diariamente, é que nada há de inútil na Natureza, que, até nos mais imperceptíveis detalhes, tudo tem um fim, uma razão de ser, uma destinação. Este princípio é particularmente evidente no que respeita ao organismo dos seres vivos.

Em todos os tempos o cérebro foi considerado como o órgão da transmissão do pensamento e a sede das faculdades intelectuais e morais. Hoje é reconhecido que certas partes do cérebro têm funções especiais e são afetadas por uma ordem particular de pensamentos e de sentimentos, pelo menos no que concerne à generalidade; é assim que se colocam, instintivamente, na parte anterior, as faculdades do domínio da inteligência, e que uma fronte fortemente deprimida e estreitada, é, para todo o mundo, um sinal de inferioridade intelectual. As faculdades afetivas, os sentimentos e as paixões se acham, por isto mesmo, como tendo sua sede em outras partes do cérebro.

Ora, se se considera que os pensamentos e os sentimentos são excessivamente múltiplos, e partindo do princípio de que tudo tem sua destinação e sua utilidade, é permitido concluir que cada feixe fibroso do cérebro não só corresponde a uma faculdade geral distinta, mas que cada fibra corresponde à manifestação de uma das nuanças desta faculdade, como cada corda de um instrumento corresponde a um som particular. É uma hipótese, sem dúvida, mas que tem todos os caracteres da probabilidade, e cuja negação não infirmaria as conseqüências que deduziremos do princípio geral; ela nos ajudará em nossa explicação.

O pensamento é independente do organismo. Não há por que discutir aqui esta questão, nem refutar a opinião materialista, segundo a qual o pensamento é secretado pelo cérebro, como a bile o é pelo fígado, nasce e morre com esse órgão; além de suas funestas conseqüências morais, esta doutrina tem contra si o fato de nada explicar.

[Nota do Aprendiz à Ver Flammarion – Deus na Natureza, onde ele examina e refuta todas as consequências e desdobramentos do entendimento materialista]

Segundo as doutrinas espiritualistas, que são as da imensa maioria dos homens, não podendo a matéria produzir o pensamento, este é um atributo do Espírito, do ser inteligente, que, quando unido ao corpo, serve-se dos órgãos especialmente destinados à sua transmissão, como se serve dos olhos para ver, dos pés para andar. Sobrevivendo o Espírito ao corpo, o pensamento também lhe sobrevive.

Segundo a Doutrina Espírita, não só o Espírito sobrevive, mas preexiste ao corpo; não é um ser novo; traz, ao nascer, as idéias, as qualidades e as imperfeições que possuía; assim se explicam as idéias, as aptidões e os pendores inatos. O pensamento é, pois, preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital e é por não o terem reconhecido que tantas questões ficaram insolúveis.

Estando na Natureza todas as faculdades e aptidões, o cérebro encerra os órgãos, ou, pelo menos, o germe dos órgãos necessários à manifestação de todos os pensamentos. A atividade do pensamento do Espírito sobre um ponto determinado impele ao desenvolvimento da fibra ou, se se quiser, do órgão correspondente; se uma faculdade não existir no Espírito, ou se, existindo, deve ficar em estado latente, o órgão correspondente, estando inativo, não se desenvolve ou se atrofia. Se o órgão for atrofiado congenitamente, não podendo manifestar-se a faculdade, o Espírito parece dele privado, embora de fato o possua, desde que lhe é inerente. Enfim, se o órgão, primitivamente em seu estado normal, se deteriora no curso da vida, a faculdade, de brilhante que era, vai perdendo a cor, depois se apaga, mas não se destrói; é apenas um véu que a obscurece.

(more…)

outubro 15, 2014

ENTRADA DOS INCRÉDULOS NO MUNDO DOS ESPÍRITOS

Este post foi baseado em uma história contida na Revista Espírita de 1867, que está reproduzida ao final.

Ali fica explícito o perigo do materialismo e como ele é danoso aos mais inteligentes. Inteligência e cultura, quando direcionadas pelo orgulho e pelo egoísmo do homem, conduzem ao caos mental após o desencarne. Questionamentos inteligentes, porém de simples solução metafísica parecem insolúveis.  Como aceitar a existência de Deus e dos Espíritos, se não podemos observá-los à luz da ciência (ainda)? No entanto, nas situações extremas recorremos à Deus… (a comunicação deixará isso claro).

Quando o homem isola esse instinto em prol do orgulho, imaginando-se sozinho, imaginando-se vivendo por uma única vez, ele acaba por cair nas tentações da baixa moral e do comportamento anti-ético. Nós ainda somos baixos na escala evolucionária, calculamos as coisas em custo x benefício de curto prazo. Quando lidamos com a verdade, costumamos nos arrepender, pois ninguém escapa à real Justiça, a Divina.

Uma das maiores missões da reforma íntima é pensar em longo prazo, dentro dos preceitos ditados por Jesus. Dessa forma, não nos surpreenderíamos no desencarne, não estranharíamos a análise de nosso comportamento e, principalmente, da nossa consciência. Lições como a que será exposta abaixo, serve para nos alertar e lembrar que, a humildade e a resignação durante a encarnação, evita muitos males adiante.

Entrada dos Incrédulos no Mundo dos Espíritos

O DOUTOR CLAUDIUS

(Sociedade de Paris – Médium: Sr. Morin, em sonambulismo espontâneo)

Um médico, que designaremos sob o nome de doutor Claudius, conhecido de alguns dos nossos colegas, e cuja vida tinha sido uma profissão de fé materialista, morreu há algum tempo de uma afecção orgânica, que ele sabia incurável. Atraído, sem dúvida, pelo pensamento dos que o haviam conhecido e que desejavam conhecer sua posição, manifestou-se  espontaneamente por intermédio do Sr. Morin, um dos médiuns da Sociedade, em estado de sonambulismo espontâneo. Já várias vezes esse fenômeno se produziu por esse médium e por outros adormecidos no sono espiritual.

O Espírito que assim se manifesta apodera-se do médium, serve-se de seus órgãos como se ainda estivesse vivo. Então não é mais uma fria comunicação escrita; é a expressão, a pantomima, a inflexão de voz do indivíduo que se tem diante dos olhos.

Foi nestas condições que se manifestou o doutor Claudius, sem ter sido evocado. Sua comunicação, que publicamos textualmente a seguir, é instrutiva por várias razões, principalmente quando descreve os sentimentos que o agitam; a dúvida ainda constitui o seu tormento; a incerteza de sua situação o mergulha numa terrível perplexidade, e aí está a sua punição. É um exemplo a mais que vem confirmar o que se viu muitas vezes em casos semelhantes.

Após uma dissertação sobre outro assunto, o médium absorvido se recolhe alguns instantes; depois, como se despertasse penosamente, assim se exprime, falando a si mesmo:

Ah! ainda um sistema!… Que há de verdadeiro e de falso na existência humana, na Criação, na criatura, no Criador?… A coisa é?… A matéria é mesmo verdade?… A Ciência é uma verdade?… O saber, uma aquisição?… A alma… a alma existe?

O Criador, a Divindade, não é um mito?… Mas, que digo eu?… por que essas blasfêmias multiplicadas?… Por que, em face da matéria, não posso crer, ó meu Deus, não posso ver, sentir, compreender?…

Matéria!… matéria!… mas sim, tudo é matéria… Tudo é matéria!!… e, contudo, a invocação a Deus veio-me à boca!… Por que, então, eu disse: ó meu Deus?… Por que esta palavra, já que tudo é matéria?… Sou eu?… Não é um eco do meu pensamento, que ressoa e se escuta?… Não são as últimas badaladas do sino que eu tocava?

Matéria!… Sim, a matéria existe, eu o sinto!… A matéria existe; eu a toquei!… mas!… nem tudo é matéria e, contudo… contudo tudo foi auscultado, palpado, tocado, analisado, dissecado fibra a fibra, e nada!… Nada senão a carne, a matéria sempre que, desde o instante em que o grande movimento se deteve, também parou!… O movimento pára, o ar não chega mais… Mas!… se tudo é matéria, por que ela não mais se põe em movimento, desde que tudo o que existia quando ela se agitava, existe ainda?… E, contudo, ele não existe mais!…

Mas se existo!… nem tudo acabou com o corpo!… Na verdade… estou mesmo morto?… entretanto, esse corrosivo que alimentei, que cuidei com minhas mãos, não me perdoou!… É verdade; estou morto!… Mas esta doença que vi nascer… crescer… tinha uma alma?

Ah! a dúvida! sempre a dúvida!… em resposta a todas as minhas secretas aspirações!… Mas, se sou eu, ó meu Deus, se sou eu… ah! fazei que eu me reconheça!… fazei que vos pressinta!… porque, se sou eu, que longa sucessão de blasfêmias!… que longa negação de vossa sabedoria, de vossa bondade, de vossa justiça!… Que imensa responsabilidade de orgulho assumi sobre minha cabeça, ó meu Deus!… Mas, se ainda tenho um eu, eu que nada queria admitir fora do possível ao toque… Duvidei de vossa sabedoria, ó meu Deus! é justo que eu duvide!… Sim, duvidei; a dúvida me persegue e me castiga.

Oh! é preferível mil mortes à dúvida em que vivo!… Vejo, encontro antigos amigos… e, contudo, todos morreram antes! Méry, meu pobre louco!… mas não seria eu o louco?… o epíteto de louco se adapta à sua personalidade? – Vejamos, então. O que é a loucura?…

A loucura!… A loucura!… decididamente, a loucura é universal!… todos os homens são loucos num grau maior ou menor… mas sua loucura, a dele, não era sabedoria ao lado de minha própria loucura?… Para ele, os sonhos, as imagens, as aspirações do além… mas, é justiça!… Conhecia eu esse desconhecido, que a mim se apresenta inopinadamente? Não, não, o nada não existe, porque se existisse, esta encarnação de negação, de crimes, de infâmia, não me torturaria assim!… Vejo, mas vejo tarde demais, todo o mal que fiz!… Vendo-o hoje, e reparando-o pouco a pouco, talvez um dia eu seja digno de ver e de fazer o bem!…

Sistemas!… sistemas orgulhosos, produtos de cérebros humanos, eis para onde nos conduzis!… Num, é a divindade; noutro, a divindade material e sensual; noutro ainda, o nada, nada!… Nada, divindade material, divindade espiritual são palavras? Oh! eu peço para ver, meu Deus!… e se eu existo, se vós existis, concedeime o favor que vos peço; aceitai minha prece, porque vos peço, ó meu Deus, que me façais ver se eu existo, se eu sou!… (Estas últimas palavras foram ditas com uma inflexão dilacerante).

Observação – Se o Sr. Claudius perseverou até o fim na sua incredulidade, não foram os meios de se esclarecer que lhe faltaram. Como médico, tinha necessariamente o espírito culto, a inteligência desenvolvida, um saber acima do vulgo e, no entanto, isto não lhe bastou. Em suas minuciosas investigações da natureza morta e da natureza viva, não entreviu Deus, não entreviu a alma! Vendo os efeitos, não soube remontar à causa! ou, melhor dizendo, tinha concebido uma causa à sua maneira, e seu orgulho de sábio o impedia de confessar a si mesmo, sobretudo de confessar à face do mundo que podia se ter enganado. Circunstância digna de nota, morreu de um mal orgânico que sabia, por sua própria ciência, ser incurável. Esse mal, que ele tratava, era uma advertência permanente; a dor que lhe causava era uma voz que lhe gritava incessantemente para pensar no futuro. Entretanto, nada pôde triunfar de sua obstinação; fechou os olhos até o último momento. Será que esse homem jamais teria podido tornar-se espírita? Certamente não. Nem fatos, nem raciocínios teriam podido vencer uma opinião preconcebida, e da qual estava decidido a não se desviar. Ele era desses homens que não querem render-se à evidência, porque neles a incredulidade é inata, como a crença em outros. O sentido pelo qual um dia poderão assimilar os princípios espirituais ainda não despontou; são para a espiritualidade quais cegos de nascença para a luz: não a compreendem.

Assim, não basta a inteligência para conduzir pelo caminho da verdade; ela é como o cavalo que nos carrega, e que segue a rota na qual o lançaram. Se esta rota conduz a um atoleiro, ele aí precipita o cavaleiro; mas, ao mesmo tempo, lhe dá os meios de se reerguer.

Tendo o Sr. Claudius morrido voluntariamente como cego espiritual, não é de admirar que não tenha visto a luz imediatamente; que não se reconheça num mundo que não quis estudar; que, morto com a idéia do nada, duvide da própria existência, incerteza pungente que constitui o seu tormento. Caiu no precipício para onde o impeliu o seu corcel. Mas pode levantar-se desta queda, e já parece entrever um clarão que, se o seguir, o conduzirá ao porto. É em seus louváveis esforços que deve ser sustentado pela prece. Quando uma vez tiver gozado dos benefícios da luz espiritual, terá horror às trevas do materialismo; e se um dia voltar à Terra, será com intuições e aspirações muito diversas das que tinha em sua última existência.

(REVISTA ESPÍRITA – 1867)


dezembro 18, 2012

Evocação de Surdo-Mudo Encarnado

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , , — Aprendiz @ 1:16 am

Segue abaixo um trecho retirado da Revista Espírita. É bem interessante, trata-se da evocação do Espírito de um encarnado.

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Evocação de um Surdo-Mudo Encarnado

O Sr. Rul, membro da Sociedade de Paris, transmite-nos o fato que se segue. Disse ele:

“Em 1862 conheci um jovem surdo-mudo de doze ou treze anos. Desejoso de fazer uma observação, perguntei aos meus guias protetores se me seria possível evocá-lo. Como a resposta fosse afirmativa, fiz o rapaz vir ao meu quarto e o instalei numa poltrona, com um prato de uvas, que ele se pôs a chupar com ardor.

Por meu lado, sentei-me a uma mesa. Orei e fiz a evocação, como de costume. Ao cabo de alguns instantes minha mão tremeu e escrevi:

Eis-me aqui.

Olhei o menino: estava imóvel, os olhos fechados, calmo, adormecido, com o prato sobre os joelhos; cessara de comer. Dirigi-lhe as seguintes perguntas:

P. – Onde estás agora?

Resp. – Em vosso quarto, em vossa poltrona.

P. – Queres dizer por que és surdo-mudo de nascença?

Resp. – É uma expiação de meus crimes passados.

P. – Que crimes cometeste?

Resp. – Fui parricida.

P. – Podes dizer se tua mãe, a quem amas tão ternamente, não teria sido, como teu pai ou tua mãe, na existência de que falas, o objeto do crime que cometeste?

Em vão esperei a resposta; minha mão ficou imóvel. Levantei de novo os olhos para o menino; acabava de despertar e comia as uvas com apetite. Tendo, então, pedido aos guias que me explicassem o que acabava de se passar, foi-me respondido:

Ele deu as informações que desejavas e Deus não permitiu que te desse outras.

Não sei como os partidários da comunicação exclusiva dos demônios nos explicariam o fato. Para mim, conclui que, desde que Deus por vezes nos permite evocar um Espírito encarnado, permite-nos igualmente em relação aos desencarnados, quando o fazemos com o espírito de caridade.”

Observação – Por nosso lado, faremos uma outra observação a respeito. Aqui, a prova de identidade resulta do sono provocado pela evocação, e da cessação da escrita no momento de despertar. Quanto ao silêncio guardado sobre a última pergunta, prova a utilidade do véu lançado sobre o passado. Com efeito, suponhamos que a mãe atual desse menino tenha sido sua vítima em outra existência, e que este tenha querido reparar seus erros pela afeição que lhe testemunha; a mãe não seria dolorosamente afetada se soubesse que o filho foi seu assassino? sua ternura por ele não seria alterada? Foi-lhe permitido revelar a causa de sua enfermidade como assunto de instrução, a fim de nos dar uma prova a mais de que as aflições daqui têm uma causa anterior, quando tal causa não esteja na vida atual, e que assim tudo é conforme à justiça; mas o resto era inútil e poderia ter chegado aos ouvidos da mãe. Por isto os Espíritos o despertaram, no momento em que, talvez, fosse responder.

(…)

Além disso, o fato prova um ponto capital: não é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança de seu passado. Pode dizer-se que não a perde jamais, mesmo na encarnação, porquanto, durante o sono do corpo, quando goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, em falta de uma lembrança precisa, que lhe poderia ser penosa e prejudicar suas relações sociais, haure novas forças nos instantes de emancipação da alma, se os soube aproveitar.

(Revista Espírita – 1865 – pp. 38 / 39 / 40)

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O trecho acima é bem importante quando pensamos o sentido doutrinário da mensagem. Algumas provas ali existem, de que quando dormimos nosso Espírito recupera a consciência e, na medida do possível, a memória do que fez. Ainda os motivos que levaram a certas provas durante a encarnação corrente.

Quando dormimos, estamos no estado de consciência do espírito que ocupava o corpo da criança. Ele era um espírito que entendia a realidade, que sabia o porquê de ser surdo-mudo, mas quando a questão chegou à raiz do problema, se ele havia ceifado a vida de sua mãe, houve o despertar. Talvez quando uma informação venha à tona neste íntimo, ela seja capaz de colocar esforços sublimes a perder. O véu do esquecimento não é um acidente, é uma providência da caridade divina para com o nosso ser ainda tão fraco e ressentido. Conviver com quem nos fez mal no passado pode fazer a dor renascer e travar-nos em processo obsessivo ainda encarnado. Mares de ódio poderão ressurgir, deixando de lado todo o amor construído até então.

Ser surdo-mudo no século XIX, sem tecnologias ou facilidades não devia ser tarefa fácil. Pode muito bem ser uma prova escolhida após anos de depuração e sofrimento no mundo espiritual. Ou seja, aquele Espírito em tarefa expiatória, poderia reviver sofrimentos que já havia depurado durante sua estadia junto aos espíritos. Seria justo impor duplo sofrimento à família? Não seria desrespeitar a Providência Divina? Muitas vezes nossa ânsia de conhecer a verdade, pode trazer uma boa dose de egoísmo e injustiça. Por isso a informação final não foi conferida ao pesquisador.

O Século XIX, do Espiritismo Científico, foi formidável por permitir a consonância dos ensinamentos dos Espíritos à Kardec com a realidade prática dos pesquisadores materialistas, que em certo ponto, precisaram se render à verdade ou viver no erro consciente.

outubro 26, 2011

As Naturezas das Manifestações Espirituais

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:54 am

Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de elevação. Todos os fenômenos, dos quais  teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro  desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de nossos artigos pelo quadro das  formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada  têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o   Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o   Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos, movimento e  deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o  Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das propriedades conhecidas da matéria.

5o  Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo quando não passa de simples movimento ou  ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os
Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do
Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,   sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos  inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos  superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a  grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, conforme o grau de elevação e de  desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas  com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002

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Muito bem, entendemos pelo texto acima que a dificuldade para verificar a natureza do fenômeno e sua finalidade reside em seu conteúdo e intenção. O mesmo vale para o médium e quem esteja envolvido no processo.

Em uma linguagem simples, é só pensar que intenções atrairão intenções, mas isso não deixará de produzir o fenômeno, e sim impactará em sua qualidade. Uma brincadeira mediúnica levará a espíritos zombeteiros, enquanto um trabalho espiritual sério trará ajudantes e amigos espirituais tão sérios quanto a natureza do trabalho.

Vida física e espiritual caminham juntas pela moral que as conduzem.

Inteligência é Diferente de Moral

Conhecimento é Diferente de Moral

Por isso muitas vezes pessoas humildes de pouco conhecimento, mas de muita humildade e elevada moral, recebem comunicações e conhecimentos dignos da psicografia de livros belíssimos, enquanto renomados cientistas ou gênios da inteligência que utilizam amoralmente seus conhecimentos não podem transpor a barreira física do conhecimento.

Para procurarmos os bons espíritos e os bons conhecimentos da espiritualidade, precisamos nos alinhar com a moral exigida. Através de esforço, reforma-íntima, estudo e boa-vontade, todos podemos atingir patamares enormes. Hoje dispomos de muitos recursos de instrução, muito mais acessíveis do que eram na época de Kardec. Vamos correr atrás do tempo perdido, amigos trabalhadores da última hora.

Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de

elevação. Todos os fenômenos, dos quais  teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro

desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de

nossos artigos pelo quadro das  formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada  têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os

avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o  Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o  Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,

movimento e  deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm

por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o  Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das

propriedades conhecidas da matéria.

5o  Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo
quando não passa de simples movimento ou  ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento

ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os

Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do

Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,

sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas  emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que

não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos

inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos

superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a

grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer,

dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos

verdadeiras, conforme o grau de elevação e de  desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações

um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas  com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se

àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a

tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela

regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com

os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os

homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de

elevação. Todos os fenômenos, dos quais teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro

desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de

nossos artigos pelo quadro das formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os

avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,

movimento e deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm

por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das

propriedades conhecidas da matéria.

5o Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo

quando não passa de simples movimento ou ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento

ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os

Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do

Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,

sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que

não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos

inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos

superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a

grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer,

dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos

verdadeiras, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações

um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se

àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a

tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela

regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com

os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os

homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002

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