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novembro 28, 2014

RITUAIS E TALISMÃS

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LIVRO DOS ESPÍRITOS

553. Qual pode ser o efeito de fórmulas e práticas com as quais certas pessoas pretendem dispor da vontade dos Espíritos?
— O de as tornar ridículas, se são de boa-fé; no caso contrário, são tratantes que merecem castigo. Todas as fórmulas são charlatanices; não há nenhuma palavra sacramental, nenhum signo cabalístico, nenhum talismã que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porque eles são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.

553-a. Certos Espíritos não ditaram, algumas vezes, fórmulas cabalísticas?
— Sim, tendes Espíritos que vos indicam signos, palavras bizarras, ou que vos prescrevem certos atos, com a ajuda dos quais fazeis aquilo que chamais conjuração. Mas ficai bem seguros de que são Espíritos que zombam de vós e abusam da vossa credulidade.

554. Aquele que, com ou sem razão, confia naquilo a que chama virtude de um talismã, não pode, por essa mesma confiança, atrair um Espírito? Porque então é o pensamento que age: o talismã é um signo que ajuda a dirigir o pensamento.

— Isso é verdade; mas a natureza do Espírito atraído depende da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos. Ora, é difícil que aquele que é tão simplório para crer na virtude de um talismã não tenha um objetivo mais material do que moral. Qualquer que seja o caso, isso indica estreiteza e fraqueza de idéias, que dão azo aos Espíritos imperfeitos e zombadores.

Ou seja, para Doutrina Espírita, não há poder algum nos objetos em si. No entanto, a mente sim exerce força e energia, e sintoniza com o que atraímos e produzimos com nossa força mental.

Alguns ainda precisam de objetos para que funcionem como um “catalisador de fé” onde o objeto funciona como ponto de confiança, traduzindo as intenções e objetivos (quando benéficos). Logo, o problema é quando há apego material àquele objeto. Todos conhecem alguem que possui um “objeto da sorte”, mas se o perdem, sentem ali que serão acometidos por azar, má-sorte e toda espécie de superstições.

Então o problema é que há um vício nessa fé direcionada. A lógica que passa a valer é:

– Direciono a fé ao objeto

– Objeto torna-se alvo e razão da fé

– Perda do objeto significa perda da fé.

Eis o problema, atrelar a fé ao objeto. Essa lógica se perde pois redunda em objeto = fé.

Então, para onde direcionamos a fé?

Se perdêssemos todos os nossos objetos de fé, seríamos ainda capazes de elevar o pensamento e orar com plena confiança? Esse é o foco que devemos cultivar. A fé é imaterial, metafísica, pura em essência, mas sintoniza com os nossos pensamentos, intenções e palavras. A fé deve existir, permeando nossas ações, em cada objeto. Mas mais importante, a fé é moral e não material.

Voltamos então ao ponto chave, tantas vezes tratado aqui:

P E N S A M E N T O = Potência da alma.

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