“Há ocorrências que são enriquecedoras por um momento, trazendo alegrias e benesses, para logo depois se converterem em tormentos e sombras, escassez e loucura. No entanto, quando se é responsável pela infelicidade alheia, ao trair-se a confiança, ao caluniar-se, ao investir-se contra os valores éticos do próximo, semeando desconforto ou sofrimento, levando-o ao poste do sacrifício, ou à praça do ridículo, a isso chamaremos desgraça real, porque o seu autor não fugirá da própria nem da Consciência Cósmica.
(…)
Sob outro aspecto, o prazer gerado na insensatez, os ganhos desonestos, as posições de relevo que se fixam no padecimento de outras vidas, o triunfo que resulta de circunstâncias más para outrem, os tesouros acumulados sobre a miséria alheia, os sorrisos da embriaguez dos sentidos, o desperdício e abuso ante tanta miséria, constituem fatores propiciadores de dolorosos efeitos, portanto, são desgraças inimagináveis, que um dia ressurgirão em copioso pranto, em angústias acerbas, em solidão e deformidade de toda ordem, pela necessidade de expungir-se e reeducar-se no respeito às Leis soberanas da Vida e aos valores humanos desrespeitados”
(Joanna De Ângelis / Divaldo P. Franco – JESUS E O EVANGELHO – À LUZ DA PSICOLOGIA PROFUNDA – Capítulo – A DESGRAÇA REAL).
Somos, plasmamos e firmamos nossa consciência, como encarnados e como desencarnados. A diferença é que neste último estado, há muito mais potencialidade envolvida.
O segundo parágrafo é simplesmente perfeito para nossos tempos, onde pouco é construído sem que venha carregado de sofrimento ou culpa. O lucro, a fama, o reconhecimento, enfim, o orgulho e a vaidade movem inúmeras almas rumo ao ajuste inevitável do equilíbrio da justiça divina (ver “Código Penal da Vida Futura” – no livro “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec).
Não há vingança do plano divino, apenas correção pelo mau uso de nosso livre arbítrio.
Então desfrutamos do prazer material e momentâneo, geralmente às custas de construir algo duradouro, menos pomposo. Nada passa desapercebido, e como somos infantis em constituição espiritual, ainda é dificil para nós pensarmos em nível amplo, como Joanna expõe em seu conjunto sobre psicologia espiritual.
Que possamos vencer os instintos e maus impulsos, em prol de desenvolvimento e progresso.