36 – FACCIOSISMO
“Mas se tendes amarga inveja e sentimento faccioso, em vosso coração, não vos glorieis nem mintais contra a verdade.” – (TIAGO, 3:14.)
Toda escola religiosa apresenta valores inconfundíveis ao homem de boa-vontade.
Não obstante os abusos do sacerdócio, a exploração inferior do elemento humano e as fantasias do culto exterior, o coração sincero beneficiar-se-á amplamente, na fonte da fé, iluminando-se para encontrar a Consciência Divina em si mesmo.
Mas, em todo instituto religioso, propriamente humano, há que evitar um perigo – o sentimento faccioso, que adia, indefinidamente, as mais sublimes edificações espirituais.
Católicos, protestantes, espiritistas, todos eles se movimentam, ameaçados pelo monstro da separação, como se o pensamento religioso traduzisse fermento da discórdia.
Infelizmente, é muito grande o número de orientadores encarnados que se deixam dominar por suas garras perturbadoras. Espessos obstáculos impedem a visão da maioria.
Querem todos que Deus lhes pertença, mas não cogitam de pertencer a Deus.
Que todo aprendiz do Cristo esteja preparado a resistir ao mal; é imprescindível, porém, que compreenda a paternidade divina por sagrada herança de todas as criaturas, reconhecendo que, na Casa do Pai, a única diferença entre os homens é a que se mede pelo esforço nobre de cada um.
[Obra: VINHA DE LUZ / Espírito Emmanuel / Psicografia: Chico Xavier]
Primeiramente, devemos entender por “faccioso” todo aquele que toma partido em algo. Ou seja, que assume um lado. Aqui no texto, facciosismo é trabalhado no sentido de alguém sentir-se privilegiado por pertencer à determinada religião, em detrimento de outrem.
Todas as grandes religiões do globo terrestre pregam o amor, a caridade e o auxílio ao próximo. Se os religiosos não são capazes de transmitir com veracidade o caminho correto e se, muitas vezes, deturpam as mensagens celestiais para provocar a guerra, a revolta com diversas formas de conflitos, continua sendo um problema do ser humano, e não da religião.
O caminho ainda que indica todos sermos filhos de um mesmo Pai (Deus) nos coloca obrigatoriamente como irmãos em cooperação universal. E enquanto estivermos preocupados em colocar nossa crença acima das outras, assumimos um egoísmo que afasta os irmãos, ao invés de trazê-los para perto. A religião é individual, uma escolha, mas a convivência é obrigatória.
Deus não criou filhos melhores ou piores, criou a todos para que reinem em irmandade. Por isso Emmanuel termina dizendo:
“na Casa do Pai, a única diferença entre os homens é a que se mede pelo esforço nobre de cada um.”
Porque a cada um será dado de acordo com suas obras, práticas. Palavras ajudam, mas ações concretizam.