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março 3, 2010

Religião / Mistérios / Medos

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“Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.” Hipácia– 400dc.

“Os teólogos dizem: isso são mistérios insondáveis. Ao que respondemos: são absurdidades imaginadas por vós próprios. Começais por inventar o absurdo, depois fazei-nos dele a imposição como mistério divino, insondável e tanto mais profundo quando mais absurdo. É sempre o mesmo procedimento: credo quia absurdum [creio porque é absurdo].” Bakunin

“Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.” Friedrich Nietzsche

Estas são citações das mais utilizadas por aqueles que se chamam de ateus. Eles continuam negando a existência de um Deus, especialmente pelo fato de ele não ser racionalizável, nem pelo fato de ninguém ter “provado” sua existência. Eu acho esse argumento até justo, apenas para aqueles que colocam sua falta de fé em prol de um passado obscuro. Deus não é cristão para os Judeus, Deus também tem outro profeta para os muçulmanos. Mas será que bilhões estão errados?

Afinal, o que distancia as pessoas da religião?

As citações comprovam que o problema não está em Deus ou nas escrituras que cada um considera sagradas, mas sim no uso que os seres humanos fizeram disto ao longo dos tempos. Medos, Punições, Mistérios da Fé, Verdades Absolutas, Dogmas inexplicáveis, tudo isso representa o oposto dos ensinamentos de Cristo ou de qualquer outro profeta. Qualquer “representante divino” que tentou tomar Jerusalém para rezar em seu templo sagrado, transformou-a em um bezerro de ouro, exatamente o oposto do que nos foi ensinado.

De bezerro em bezerro, todas as religiões se apoiaram em hábitos incrivelmente opostos à qualquer moral / ética divina. Durante muito tempo um suicida não era doente, era um cidadão que vagaria pelo inferno sem cabeça. Um ser humano com problemas psicológicos ou psiquiátricos era um cidadão com um demônio embutido em si que precisava ser exorcizado ou queimado (quando muito grave).  Qualquer racionalidade que desejasse enxergar um objetivo ou propósito na religião só via um derramamento de sangue e a dominação pelo medo, o que deu margem à interpretações como as de Nietzsche, Bakunin e Hipácia. Eles não são agentes do demônio ou visam a destruição de qualquer pilar religioso, apenas criticaram momentos históricos e, com toda a razão, refutaram argumentos baseados no “nada” e “tudo”.

O que mais atrai alguém para o espiritismo, especialmente o Kardecista, é a racionalidade embutida em uma doutrina, cujas falácias e maravilhas dizem respeito à todos e à cada um. Independentemente de ser um líder ou não. O Deus espírita não tem preferências ou raiva, não vai enviá-lo para o inferno pois pensou. Filosofia é bem vinda e um complemento à uma DOUTRINA, não um pilar de aço indestrutível que salvará a humanidade.

O espiritismo está sempre em evolução, e por isso ganha mais e mais adeptos. Os que criticam utilizam os mesmos argumentos falaciosos que os padres de outrora. Uma opinião diferente ainda é condenável e o bezerro de ouro ainda é o lugar para descansarmos em paz.

Esse é o motivo principal de grandes mentes se afastarem de Deus. No fundo, eles sabem que existe, mas se Deus nega seus pensamentos, como pôde criá-lo? Sua única função na Terra é a condenação ao inferno? De blasfêmia em blasfêmia a humanidade superou esses dogmas e entendeu que se Deus não lhe compreender, então ele não é Deus.

Espiritismo = Ciência / Filosofia / Religião – Esta é a Santa Trindade.

abril 14, 2009

Natureza Humana e Espiritismo – Dilemas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 4:43 pm

Uma das questões mais importantes para o entendimento do ser humano e para suas diversas dimensões, é entender qual a nossa natureza. Seria ela boa ou ruim? Rousseau, Hobbes, Maquiavel, Locke, Marx, dentre muitos outros avaliaram sobre a natureza humana e a influência desta sobre nossas vidas. Porém levaram em conta um princípio perigoso de que todos nascemos igualmente sob uma mesma natureza e que esta, valendo para todos, era uma condição dada. O ser humano era bom, ou egoísta, ou nascia bom e o meio o mudava e etc.

No entanto, nós espíritas pressupomos diversas pré-existências e experiências que, em parte, se configuram em bagagem que trazemos conosco, e nos garantem personalidade, pensamentos, caráter e mais algumas qualidades/defeitos que são somados às experiências atuais. Somos resultado de muitos e muitos séculos de evolução em muitos planos diferentes de vida.

A generalização teórica, tão buscada pelas nossas Ciências Humanas é simplória demais para abranger a todos e caracterizar o ser humano como ente geral. Buscar uma natureza para todos é errar no alicerce, este que torna-se a base de todo o resto. Dessa forma, conforme vários escritos, virá a época em que o ser humano irá parar de buscar em si próprio ou apenas na religião as respostas, e irá unificar as 2 vertentes de forma a conseguir o máximo de auxílio externo com o máximo de esforço pessoal em prol do avanço.

A questão do livre-arbítrio é fundamental nessa discussão. Ele é pleno? Será que não havia nada planejado para nós? Na verdade ninguém tem as respostas “oficiais” de cima, mas podemos refletir um pouco sobre isso. A liberdade de ação em si é plena, porém a evolução moral traz algumas responsabilidades que inibem certas ações. Todos poderíamos sair na rua e cometer um crime, mesmo que fosse tirar uma vida, mas enquanto alguns apenas obedecem a lei dos homens ou a bíblia, outros já tem a vontade intrínseca de preservar a vida de outros. Essa vontade acaba guiando o livre-arbítrio, e é bem diferente de impulsividade.
Eu acho correto dizer que existe um “plano” traçado para todos, e que também existem tarefas e dívidas a serem pagas, mas também acho que tudo isso é muito mais amplo do que imaginamos, como um universo de possibilidades, com várias escolhas envolvidas que levam a um labirinto de consequências. Inserido nesse contexto, não negamos a missão nem o livre arbítrio, apenas conciliamos ambos. Afinal, a racionalidade deve sempre estar presente. Se não for do nosso entendimento agora, não será conhecido, mas não quer dizer que não exista.

Enfim, o dilema envolvido em natureza humana, para os espíritas, vêm de longe e a generalização prejudica em muito os estudos futuros, visto que a individualidade é fundamental. Todos imaginam outras encarnações como reis e pessoas importantes, mas deveriam lembrar-se de que talvez como escravos, pudessem ter eliminado muitas penas (vide Cônsul Públiu Lentulus-Sura / Nestor  – escaravo/ Pe. Manoel da Nóbrega / Emmanuel). Não há honra na nobreza, nem na pobreza, nem na inteligência, a honra está na moral e nas ações. De que adianta saber o Evangelho / Bíblia / Torá / Alcorão, tudo de cabeça se as ações não correspondem? Ficar rezando dia e noite palavras vazias e depois se achar escolhido ou melhor do que alguém? Esperar o Messias num carro de glórias e se achar o povo escolhido, é muita soberba. Qualquer religião que pregue ou coloque ser a escolhida ou denominar um povo como escolhido, já é imoral.

Todos esses fatores influenciam a natureza humana (?) se é que ela existe de fato.

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