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abril 14, 2009

Natureza Humana e Espiritismo – Dilemas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 4:43 pm

Uma das questões mais importantes para o entendimento do ser humano e para suas diversas dimensões, é entender qual a nossa natureza. Seria ela boa ou ruim? Rousseau, Hobbes, Maquiavel, Locke, Marx, dentre muitos outros avaliaram sobre a natureza humana e a influência desta sobre nossas vidas. Porém levaram em conta um princípio perigoso de que todos nascemos igualmente sob uma mesma natureza e que esta, valendo para todos, era uma condição dada. O ser humano era bom, ou egoísta, ou nascia bom e o meio o mudava e etc.

No entanto, nós espíritas pressupomos diversas pré-existências e experiências que, em parte, se configuram em bagagem que trazemos conosco, e nos garantem personalidade, pensamentos, caráter e mais algumas qualidades/defeitos que são somados às experiências atuais. Somos resultado de muitos e muitos séculos de evolução em muitos planos diferentes de vida.

A generalização teórica, tão buscada pelas nossas Ciências Humanas é simplória demais para abranger a todos e caracterizar o ser humano como ente geral. Buscar uma natureza para todos é errar no alicerce, este que torna-se a base de todo o resto. Dessa forma, conforme vários escritos, virá a época em que o ser humano irá parar de buscar em si próprio ou apenas na religião as respostas, e irá unificar as 2 vertentes de forma a conseguir o máximo de auxílio externo com o máximo de esforço pessoal em prol do avanço.

A questão do livre-arbítrio é fundamental nessa discussão. Ele é pleno? Será que não havia nada planejado para nós? Na verdade ninguém tem as respostas “oficiais” de cima, mas podemos refletir um pouco sobre isso. A liberdade de ação em si é plena, porém a evolução moral traz algumas responsabilidades que inibem certas ações. Todos poderíamos sair na rua e cometer um crime, mesmo que fosse tirar uma vida, mas enquanto alguns apenas obedecem a lei dos homens ou a bíblia, outros já tem a vontade intrínseca de preservar a vida de outros. Essa vontade acaba guiando o livre-arbítrio, e é bem diferente de impulsividade.
Eu acho correto dizer que existe um “plano” traçado para todos, e que também existem tarefas e dívidas a serem pagas, mas também acho que tudo isso é muito mais amplo do que imaginamos, como um universo de possibilidades, com várias escolhas envolvidas que levam a um labirinto de consequências. Inserido nesse contexto, não negamos a missão nem o livre arbítrio, apenas conciliamos ambos. Afinal, a racionalidade deve sempre estar presente. Se não for do nosso entendimento agora, não será conhecido, mas não quer dizer que não exista.

Enfim, o dilema envolvido em natureza humana, para os espíritas, vêm de longe e a generalização prejudica em muito os estudos futuros, visto que a individualidade é fundamental. Todos imaginam outras encarnações como reis e pessoas importantes, mas deveriam lembrar-se de que talvez como escravos, pudessem ter eliminado muitas penas (vide Cônsul Públiu Lentulus-Sura / Nestor  – escaravo/ Pe. Manoel da Nóbrega / Emmanuel). Não há honra na nobreza, nem na pobreza, nem na inteligência, a honra está na moral e nas ações. De que adianta saber o Evangelho / Bíblia / Torá / Alcorão, tudo de cabeça se as ações não correspondem? Ficar rezando dia e noite palavras vazias e depois se achar escolhido ou melhor do que alguém? Esperar o Messias num carro de glórias e se achar o povo escolhido, é muita soberba. Qualquer religião que pregue ou coloque ser a escolhida ou denominar um povo como escolhido, já é imoral.

Todos esses fatores influenciam a natureza humana (?) se é que ela existe de fato.

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