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julho 18, 2011

O ABORTO

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Aborto Delituoso

Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.

Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais…

Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância…

Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.

Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza…

Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.

Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.

Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!

Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
14a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.

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Talvez a mais polêmica temática quando falamos de religião diz respeito ao aborto. Sob a ótica espírita, é um crime horrendo que custa muito caro sob todos os ângulos da lei de ação e reação. Mas como deixar isso claro àqueles que não estão familiarizados com a doutrina?

Sobre o núcleo familiar, temos a informação de que nascemos em uma determinada família por um motivo. Seja ele afinidade, seja ele cármico, estamos lá por uma razão. Conforme os escritos de Kardec colocam:

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A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos.” Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

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Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

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Os exemplos na literatura psicografada por Chico Xavier também são enormes. Especialmente nas obras de André Luiz, é constante o fato de espíritos reencarnarem com missões de ajuda à familiares que outrora foram de seu núcleo familiar.

Imperioso constatar que há uma preparação muito grande no espírito que irá reencarnar, sua perda gradua de consciência, até tornar-se um pequeno bebê, acontece de forma muito complexa e dolorosa. A experiência do esquecimento total e regressão à forma tão pequena e inconsciente não deve ser nada prazerosa. Imaginem ainda se após todo este processo você for condenado a morte das mais variadas formas de agressão? (agulhas de costura, remédios intoxicantes, retirada abrupta, morte logo após o nascimento, etc).

Isso pode jogar fora um planejamento de gerações !!!! Pode levar ao fracasso e jogar pelo ralo todo o comprometimento de ao menos duas vidas !!!! Pode, de uma só vez, ampliar as angustiosas e doloridas provações por séculos !!!!

O crime do aborto está ai. Terminar uma vida incapaz de se defender é absurdamente condenável.

“AH MAS E SE FOR UMA PROVAÇÃO DAQUELE ESPÍRITO? E SE AQUELE BEBÊ PRECISASSE SOFRER ISSO POR UM ASPECTO CÁRMICO? – supondo que aquele bebê seja a reencarnação de alguém que assassinou muitas criancinhas em outra vida.

Ainda assim esta pergunta viola muitos aspectos que vão contra a ética e moral espíritas:

– Se fôssemos apenas instrumento do destino para punição de carmas, de que valeria nosso livre-arbítrio?
– Eu imagino que Deus, Jesus e os planejadores deste orbe tenham recursos mais válidos do que nos obrigar a assassinar bebês;
–  Se aquele bebê precisasse sofrer, a morte seria espontânea e o aborto, da mesma forma, ocorreria sem ser provocado de forma violenta;
– Já é mais do que dito, sofrimentos e punições não são causados em nome de Deus. Ele, no auge da perfeição, é capaz de entender melhor do que nós como agir e preparar tudo. Não nos elevemos à condição maior do que somos. Ao invés de agentes do destino, somos apenas gota num oceano; Se pudermos evoluir a ponto de alterar este quadro, ótimo, mas tenhamos noção de que isso vai demorar;

Homicídio é injustificável sob qualquer ponto de vista, e neste caso é aterrorizante.

Há aqueles que também questionam se há consciência em um feto. Sim, o espírito está presente desde a gestação, ligado ao corpo através de cordão fluídico. Para finalizar, alguns esclarecimentos oferecidos pelo Livro dos Espíritos:

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UNIÃO DA ALMA E DO CORPO. ABORTO

344 Em que momento a alma se une ao corpo?

– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.

345 A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia renunciar ao corpo designado?

– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.

351 No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta de todas as suas faculdades?

– Mais ou menos, de acordo com a época, visto que ainda não está encarnado, e sim vinculado. Desde o instante da concepção, o Espírito começa a ser tomado de perturbação, anunciando-lhe que é chegado o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual não terá mais consciência, como pessoa, logo que entrar na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória ao retornar ao seu estado de Espírito.

357 Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?

– É uma existência nula que terá de recomeçar.

358 O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?

– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento.

359 No caso em que a vida da mãe esteja em perigo pelo nascimento do filho, existe crime ao sacrificar a criança para salvar a mãe?

– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe.

360 É racional ter pelo feto a mesma atenção que se tem pelo corpo de uma criança que tenha vivido?

– Em tudo isso deveis ver a vontade de Deus e Sua obra. Não trateis, portanto, levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que são incompletas algumas vezes pela vontade do Criador? Isso pertence a seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.

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Se desejas abortar sua criança, procure algum esclarecimento antes, não haja por impulsividade. Ninguém pode frear seu livre-arbítrio, mas é importante que conheça as consequencias e assim, repense esta atitude.

julho 12, 2011

Mensagem de Bezerra de Menezes (psicografia Divaldo Franco)

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 1:22 am

A Psicografia abaixo foi retirada deste link. Por ser um escrito de Bezerra de Menezes, não há complemento a se fazer, mas ressaltar que ele corrobora a visão de que nosso momento de transição está acontecendo e que é nossa última chance de provar nossas conquistas morais.

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Meus filhos:

Que Jesus nos abençoe.

A sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida. Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado.

Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os processos afligentes e degenerativos.

Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.

Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura…

Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos.

Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão.

As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se realidade tanto de um lado como de outro do planeta. O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.

Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar pela loucura a que se têm entregado. E esses, que teimosamente permanecem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.

Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.

Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações. Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral. Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.

Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.

As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas.

Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.

O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.

Dai-vos as mãos!

Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância sejam praticados. Que, quaisquer pontos de objeção tornem-se secundários diante das metas a alcançar.

Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes, dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus…

Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.

Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.

Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social e econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das agressões do mal que muitas vezes vos alcança.

Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento.

Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.

Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra.

Por Divaldo Franco (13.11.2010 – Los Angeles)

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julho 10, 2011

Dor, Redenção, Provas e Religião

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 10:25 am

Uma pequena passagem da obra “PAULO E ESTÊVÃO” – psicografada por Chico Xavier e ditada por Emmanuel. (4a ED. FEB – 2010).

“O leito de dor é um campo de ensinamentos sublimes e luminosos. Nele, a alma exausta vai estimando no corpo a função de uma túnica. Tudo o que se refira à vestimenta vai perdendo, consequentemente, de importância. Persevera, contudo, a nossa realidade espiritual”. (p.138).

Um questionamento bastante comum dentre aqueles que não acreditam em nada (ou dizem-se desta forma), é o que acarreta nas pessoas sentimentos tão extremos como fé,  tanta doação e caridade ao invés de aproveitarem a vida, e como a religião brota nos corações as vezes tão duros.

Geralmente as grandes conversões acontecem em cenários extremos de dor e sofrimento. Por que? Cheguei a conclusão de que o sofrimento, ou o “leito de dor” como traduz acima nosso mentor Emmanuel, rasga qualquer vestígio de sublimidade, orgulho ou egoísmo que restava em nós. Reis e conquistadores do passado sucumbiram à doenças, e no momento da morte, foram exatamente iguais a seus escravos e lacaios. A humildade é desperta do cenário mais horrendo.

Quantos vão à presídios, condenados, quando seus crimes, se não fossem descobertos, resultariam em uma riqueza absoluta? E então, perdido em meio a bandidos de todos os tipos, acaba por encontrar a consolação na religião.

Todo aquele que é orgulhoso e tem uma estima exagerada de si mesmo será confrontado, cedo ou tarde, com sua insignificância perante o mundo. Terá que assumir seu papel de grão de areia em vasta praia e perceber que não passa de um espírito em uma túnica. A humildade abre o coração para a verdadeira religião e o verdadeiro aprendizado.

A doença é uma provação muito difícil, já que ela exige a constante fé e vontade de viver. Aquele que perde a vontade, geralmente sucumbe, enquanto aqueles que escolhem travar a batalha com uma doença complexa algumas vezes se curam. De qualquer forma, a doença os obriga a diminuir o ritmo de vida e se preocupar com sigo mesmo, e a religião é o pão da alma. Cedo ou tarde fará falta àquele que a despreza.

Muitos tratam a religião como um cabide, condenando aqueles que se dedicam à tarefas edificadoras e deixam de “aproveitar” seu tempo com as bobagens mundanas da Terra. Pois bem, é só um degrau a mais na longa escada do orgulho, que a cada passo acima cega à realidade vivida. E quanto mais alto, maior a queda e o sofrimento que virá de todas as provas.

Ainda bem que temos um Senhor misericordioso e de infinita bondade, pronto a receber seus filhos, rebeldes ou não.

A dor também pode ser o tão aguardado expurgo de nosso passado obscuro, e deve ser agradecida por todos aqueles que possuem a fé sincera na redenção e nas obras divinas do Mestre Nazareno. Se hoje temos dor, ontem a causamos, isso é FATO. Temos que aprender a viver sem causar dores, e isso é uma tarefa dificílima a qual ainda estamos engatinhando.

Que todos possamos triunfar um dia.

julho 8, 2011

Evangelho de Mateus (5,21-26) – Perdão e Reencarnação

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 7:30 am

Mateus (5,21-26)

Tendes ouvido que foi dito aos antigos: não matarás e quem matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão ‘insensato’ será réu diante do conselho; e quem o apelidar de ‘desgraçado’ será réu do fogo do inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar tua oferenda e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa a tua oferenda ao pé do altar e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.

Não hesites em fazer as pazes com teu adversário, enquanto estiverem em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz e o juiz te entregue ao oficial da justiça e sejas lançado ao cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houverdes pago o último centavo.

Vou correr um seríssimo risco de falar bobagem aqui neste post.

Analisando essa passagem do evangelho de Mateus, não posso deixar de divagar sobre alguns conceitos que considero muito preciosos e alinhados à doutrina Espírita:

– Perdão / Auto-perdão

– Reencarnação

Perdoar o irmão e reconciliar-nos com nossos inimigos é uma missão e tanto. Aqueles que sofrem por “injustiças” [entre aspas porque não há injustiça real – assunto para outro texto] acabam amargando-se em lutas diversas, em suas próprias mentes, decaíndo a níveis depressivos e psicológicamente danosos. Na maioria dos casos o culpado é o orgulho, algo que todos temos e que, durante inúmeros acontecimentos, precisamos combater e vencer para fazer a coisa certa. Como é difícil descermos de nossas mentes para um ato de humildade. Perdoar é também pedir perdão quando erramos ou causamos dano a alguém.

No entanto é preciso que nosso auto-perdão seja praticado. O sentimento de culpa é um dos maiores responsáveis pela degradação do espírito humano. A culpa acarreta divagações negativas que carregam nossas mentes até domínios obscuros de sofrimento silencioso. Aquele sofrimento que combate a proximidade de outras pessoas, que causa o medo de errar e corrói a auto-estima. Este é um outro complicado conceito. Não se trata apenas de perdoarmos os outros, mas de perdoarmos nós mesmos.

A condição do espíritismo de pregar a humildade e a caridade é uma ajuda também neste sentido. A melhor forma de redimirmos o que nos causa culpa é ajudar alguém. O prazer implícito na ajuda alegra qualquer espírito e transcende a percepção de alegria comum. Essa alegria da caridade ajuda a apagar marcas do passado que mancham nosso perispírito e causas emocionais que se traduzem em doenças mais tarde. Quantas pessoas acabam se tornando missionárias da caridade, se dedicando exclusivamente à ajuda dos outros, após uma grande tragédia pessoal? É a melhor forma de redenção, é a redenção da alma.

As palavras de Jesus vão fundo. Parece algo tão simples quando Ele diz, mas é impressionante o alcance psicológico dele (Joanna de Ângelis sempre adverte para isso). O Conselho e o Inferno são também nossa consciência; um estado de sofrimento e também de julgamento próprio.

Não hesites em fazer as pazes com teu adversário, enquanto estiverem em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz e o juiz te entregue ao oficial da justiça e sejas lançado ao cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houverdes pago o último centavo.

Será que seria muita pretensão interpretar essa frase considerando os elementos modernos? Eu acho que podemos fazer uma análise atemporal também, como se nessa frase estivesse todo o significado da reencarnação e das existências consecutivas, já que reencarnaremos quantas vezes forem necessárias para nos reconciliarmos com nossos inimigos. O cárcere seria então o corpo físico, a existência material. Seremos obrigados a nascer quantas vezes demoremos a nos reformar e extinguir nossas pendências, resultantes da lei de causa e efeito.

Essa passagem é importantíssima para ilustrar o problema psicológico e das múltiplas existências. Talvez eu esteja interpretando vagamente apenas, longe de mim tentar entender toda profundidade e enxergar as coisas como o Mestre fazia, mas espero que seja uma pequena contribuição.

julho 5, 2011

Sobre o Passe Espírita e Fluídos

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 2:35 am
– Escritos de Herculano Pires disponíveis Aqui –  Utilizando a sessão “O PASSE”

ORIGENS / APLICAÇÕES / EFEITOS
“O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas à prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.
As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.
Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes elétricas e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais – e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles? Muitas vezes os Espíritos recomendam que não se façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes. Ou confiamos na ação dos Espíritos ou não confiamos e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.
O passe espírita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual.”


– A palavra médium já significa “meio” por si mesma. Ou seja, o médium é, antes de tudo, instrumento para a realização da ação espiritual. O Médium não é um iluminado que tudo cura, quem realiza as ações fluídicas é o plano espiritual de acordo com o problema e solução que se aplique caso a caso. Mesmo que o médium deseje muito a cura, há um processo complexo que passa pelo merecimento / provações e etc que só uma entidade muito superior poderia visualizar em totalidade para efetuar um ato realmente justo.

MAGIA
“No Espiritismo os resíduos mágicos não podiam existir, pois trata-se de uma doutrina racionalista, mas o grande número de adeptos provindos dos meios religiosos, sem a formação filosófica e científica da Doutrina, carreiam esses resíduos para o nosso meio, numa tentativa de padronização de práticas espíritas e de transformação dos passes num fazer dos médiuns e não dos espíritos.”

TÉCNICA DO PASSE
“Os elaboradores e divulgadores de técnicas do passe não sabem o que fazem. A técnica do passe não pertence a nós mas exclusivamente aos Espíritos Superiores. Só eles conhecem a situação real do paciente, as possibilidades de ajudá-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos fluidos de que o paciente necessita e assim por diante. Os médiuns vivem a vida terrena e estão condicionados na encarnação que merecem e de que necessitam. Nada sabem da natureza dos fluidos, da maneira apropriada e eficaz de aplicá-los, dos efeitos diversos que eles podem causar. Na verdade o médium só tem uma percepção vaga, geralmente epidérmica dos fluidos. É simples atrevimento – e portanto charlatanismo – querer manipulá-los e distribuí-los a seu modo e a seu critério. As pessoas que acham que os passes ginásticos ou dados em grupos mediúnicos formados ao redor do paciente são passes fortes, assemelham-se às que acreditam mais na força da macumba, com seus apetrechos selvagens, do que no poder espiritual. As experiências espíritas sensatas e lógicas, em todo o mundo, desde os dias de Kardec até hoje mostraram que mais vale uma prece silenciosa, às vezes na ausência e sem o conhecimento do paciente, do que todas as encenações e alardes de força dos ingênuos ou farofeiros que ignoram os princípios doutrinários.”

– Ao menos para mim, quanto mais nos aprofundamos em estudos, mais entendemos que o princípio de tudo o que cura e melhora as mazelas é a prece sincera e concentrada. Na verdade a mediunidade é uma prova de humildade mais do que todas as outras. A tendência humana é sempre lutar contra os impulsos fetichistas de aumentar sua participação no processo. O médium é apenas a ferramenta, não o princípio causador. Nem o catalisador. Mas qual a sua importância então?
O médium é aquele que possibilitará a ação do espírito superior envolvido no mecanismo do passe. Quanto melhor e mais apurada a moral do médium, melhores manifestações resultarão da interação. O espírito que possibilitará a cura ou melhora das mazelas através do passe precisa de um veículo / ferramenta apurada para efetuar o serviço mais limpo possível.
Imagino um filtro de café de papel, onde a água pura precisa passar pelo pó para se tornar o café que tomamos. Quanto melhor o pó, mais qualidade o café terá. Mas a água sempre estará límpida. O médium é o filtro, e seu conteúdo moral o pó.
PASSE DE AUXÍLIO MEDIÚNICO
“Nas sessões de manifestações de Espíritos para doutrinação o passe é empregado como auxiliar dos médiuns ainda em desenvolvimento, incapazes de controlar as manifestações de entidades rebeldes. A técnica espírita não é de violência, como nas práticas superadas do exorcismo mas de esclarecimento e persuasão. A ajuda fluídica ao médium envolvido se faz apenas através da imposição das mãos, sem tocar o médium. Certas pessoas aflitas ou mal iniciadas no assunto procuram segurar o médium, agarrá-lo com força e sujeitá-lo. Isso serve apenas para provocar a reação da entidade, provocando tumulto na reunião. O médium se descontrola ainda mais e a entidade se aproveita disso para tumultuar a sessão. Chama-se o médium pelo nome, pede-se a ele que reaja e adverte-se a entidade para acalmar-se, sem o que se prejudicará, a si mesma. Não se deve esquecer que a força do passe é espiritual e não a força física. Os Espíritos auxiliares estão ao redor e retiram a entidade rebelde. O médium novato e o que dá o passe de auxílio, precisam estar instruídos sobre a possibilidade dessas ocorrências e sobre o comportamento certo a adotar. Essas observações devem ser sempre repetidas nas sessões dessa natureza para que o passe de auxílio não se converta em motivo de tumulto. Esse é um aspecto do problema do passe que muitos têm dificuldade de compreender, por falta de uma compreensão exata da natureza puramente espiritual do passe.”

– As sessões para doutrinação consistem em uma das mais importantes tarefas de um centro espírita. Em “Diálogo com as Sombras” de Hermínio C. Miranda, fica muito evidenciada a importâncias destas sessões e todo o movimento espiritual que ela acarreta, até muito tempo antes de ocorrer. Espíritos que serão ouvidos nestas reuniões muitas vezes acompanham os médiuns para flagrar momentos de descontrole, desequilíbrio e qualquer deslize “humano” que possa ser levado à reunião para desestabilizar as correntes fluídicas do local.
O passe é uma espécie de manutenção fluídica para manter as vibrações corretas durante os trabalhos. Não consigo imaginar direito a figura espiritual das correntes fluídicas coloridas iluminando diferentes cores em diferentes locais enquanto os trabalhos são realizados, mas são de uma complexidade absurda para nossas mentes. E assumindo essa hipótese, a força física não significará absolutamente nada.
PREPARAÇÃO PARA O PASSE
“É muito comum chegarem pessoas ao Centro, ou mesmo dirigindo-se à casa de um médium, pedindo passe com urgência. O passe não pode ser dado a qualquer momento e de qualquer maneira. Deve ser sempre precedido de preparação do passista e do ambiente bem como do paciente. O médium precisa de preparação para bem se dispor ao ato mediúnico do passe. Atender a esses casos imediatamente é dar prova de ignorância das leis do passe. Tudo depende de sintonias que precisam ser estabelecidas. Sintonia do médium com o seu estado íntimo; sintonia do passista com o Espírito que vai atendê-lo; sintonia das pessoas presentes com o ambiente que se deve formar no recinto. Tudo isso se consegue através da prece do interesse de todos pela ajuda ao necessitado. Dar um passe sem essas medidas preparatórias é uma imprudência e um desrespeito aos Espíritos que podem estar empenhados em outros afazeres naquele momento.”

TRANSFUSÃO FLUÍDICA
“As mãos humanas funcionam, no passe espírita como antenas que captam e transmitem as energias do plasma vital de antimatéria. Hoje conhecemos, portanto, toda a dinâmica do passe espírita como transmissão de fluidos no processo aparentemente simplíssimo e eficaz do passe. Não há milagre nem sobrenatural na eficácia do passe, modestamente aplicado e divulgado por Jesus há dois mil anos.”

– Após demonstrar as várias comprovações de que os fluídos existem e foram diagnosticados pela medicina / pesquisas científicas, Herculano sentencia de forma clara de que não existe mais espaço para soberba e imaginações sobre manipular fluídos ou criar condições de última hora para realização de milagres.
CIÊNCIA DO PASSE
“Kardec colocou o problema do passe em termos científicos, no campo da Fluídica, ou seja, da Ciência dos Fluidos. Com seu rigor metodológico, ligou o passe à estrutura dinâmica do perispírito (corpo espiritual), hoje reconhecido como a fonte de todas as percepções a atividades paranormais.” (…) “A Fluídica se abre, ante o avanço da Física Nuclear, para a pesquisa da dinâmica dos fluidos em todo o Cosmos. Só agora começamos a dispor de elementos para um conhecimento exato, o que vale dizer científico, da problemática bimilenar do passe.” (…) “Quando, porém, passamos os limites da sugestão natural para os excessos da gesticulação e da fabulação – como se faz nos pedidos ao paciente para que imagine entrar numa sala doirada etc., – perturbamos através de desvios imaginários a ação, naturalmente controlada pelos dispositivos do inconsciente (consciência subliminar de Myers) o processo natural de reajuste e cura.” (…) “Todos os acessórios ligados à prática tradicional do passe devem ser banidos dos Centros Espíritas sérios. O que nos cabe fazer nessa hora de transição da Civilização Terrena não é inventar novidades doutrinárias, mas penetrar no conhecimento real da doutrina, com o devido respeito ao homem de ciências e cientista eminente que a elaborou, na mais perfeita sintonia com o pensamento dos Espíritos Superiores”.
– A moral da história é de que precisamos parar de tentar ascender à uma condição que não nos pertence. Quem quiser ser um semi-Deus, precisa de outra doutrina. Quem realmente entende, de coração, que não passa de um pingo no meio de um gigantesco oceano, onde é parte de um grande plano, desempenhando a humilde e preciosa função de ferramenta, que precisa estar pronta ao trabalho.

junho 20, 2011

POSSESSÃO – De Acordo com o Livro dos Espíritos

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O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Livro Segundo – Capítulo IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO

(parte recortada por mim)

POSSESSOS

473 Um Espírito pode momentaneamente entrar no corpo de uma pessoa viva, isto é, se introduzir num corpo animado e agir no lugar
daquele que está encarnado?
– O Espírito não entra num corpo como entrais numa casa. Ele se identifica com um Espírito encarnado que tem os mesmos defeitos e as
mesmas qualidades para agir conjuntamente; mas é sempre o Espírito encarnado que age como quer, sobre a matéria em que está. Um Espírito não pode substituir o que está encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até o tempo marcado para o fim da existência material.

474 Se não há possessão propriamente dita, ou seja, coabitação de dois Espíritos num mesmo corpo, a alma pode se encontrar na dependência
de outro Espírito, de maneira a estar por ele subjugada ou obsediada, a ponto de sua vontade ficar, de algum modo, paralisada?
– Sim, e esses são os verdadeiros possessos. Mas é preciso entender que essa dominação nunca ocorre sem a participação daquele que a
sofre,seja por sua fraqueza, seja por seu desejo. Têm-se tomado freqüentemente por possessos os epilépticos ou os loucos, que têm mais necessidade de médico do que de exorcismo.

  • *(Kardec) A palavra possesso, na sua significação comum, supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natureza má, e a coabitação de um desses seres com a alma no corpo de um indivíduo. Uma vez que não existem demônios nesse sentido e que dois  Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não existem possessos de acordo com a significação dada a essa palavra. A palavra possesso deve ser entendida como sendo a dependência absoluta em que a alma pode se encontrar em relação a Espíritos  imperfeitos exercendo sobre ela o seu domínio.

475 Pode-se por si mesmo afastar os maus Espíritos e se libertar de sua dominação?
Sempre se pode libertar de um domínio quando se tem vontade firme.

476 Poderá acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja tal que a pessoa subjugada não se aperceba disso? Então, uma terceira pessoa pode fazer cessar essa influência e, nesse caso, que condições ela deve ter?
– Se é um homem de bem, sua vontade pode ajudar ao pedir a cooperação dos bons Espíritos, porque quanto mais se é um homem de bem, mais se tem poder sobre os Espíritos imperfeitos para afastá-los e sobre os bons Espíritos para atraí-los. Entretanto, resultará inútil qualquer tentativa se aquele que está subjugado não consentir nisso. Há pessoas que gostam de sentir uma dependência que satisfaça seus gostos e seus desejos. Em qualquer caso, aquele cujo coração não é puro não pode fazer nada; os bons Espíritos o desprezam e os maus não o temem.

477 As fórmulas de exorcismo têm alguma eficácia sobre os maus Espíritos?
– Não; quando esses Espíritos vêem alguém levá-las a sério, riem e se tornam birrentos, teimosos.

478 Existem pessoas que, embora tenham boas intenções, não são menos obsediadas; qual o melhor meio de se livrar dos Espíritos obsessores?
– Cansar sua paciência, não ligar para suas sugestões, mostrar-lhes que perdem seu tempo; então, quando vêem que nada mais têm a fazer, se afastam.

479 A prece é um meio eficaz para curar a obsessão?
– A prece é em tudo um poderoso auxílio. Mas, acreditai, não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste  aqueles que agem e não aqueles que se limitam a pedir. É preciso que o obsediado faça, por seu lado, o necessário para destruir em si mesmo a
causa que atrai os maus Espíritos.

480 O que pensar da expulsão dos demônios de que fala o Evangelho?
– Isso depende da interpretação. Se chamais de demônio um Espírito mau que subjuga um indivíduo, quando sua influência for destruída terá
sido verdadeiramente expulso. Se atribuís a causa de uma doença ao demônio, quando curardes a doença também direis que expulsastes o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa de acordo com o sentido que se der às palavras. As maiores verdades podem parecer absurdas quando se olha apenas a forma e se toma a alegoria pela realidade. Compreendei bem isso e guardai-o: é de aplicação geral.

———————————————————

Em síntese, o fenômeno da possessão não é a ocupação do corpo por outro espírito. O Corpo está ligado ao seu próprio espírito por missão / tarefa e não é possível destituir esse quadro. Se cortar os cordões, o corpo morre. Mas quando há um contato com o perispírito, uma dependência absoluta em relação a um obsessor, há possessão.

Hoje já é sabido que a influência de um espírito vai muito além de movimentar objetos e bater portas. Temos exemplos no próprio dia-a-dia de quadros psicopatológicos e psiquiátricos que claramente apresentam componentes espirituais. A diferença é que a adaptação da medicina e das ciências não ocorre, ainda, concomitante ao progresso do diagnóstico espiritual. Muitas mazelas que são tratadas em alguns em poucos centros espíritas poderiam difundir tratamentos simples e alcançar a muitos caso fossem aceitas e praticadas em hospitais / clínicas.

No entanto, há pontos básicos que devem ser observados e praticados por todos:

– Hálito Mental (já comentado em outro post) deve conter boas vibrações e pensamentos;

– O hábito de orar sem roteiro pré-escrito. Precisamos orar com fervor de acordo com nosso pensamento momentâneo, não é a repetição ou o conteúdo, mas sim o sentimento. Merecer é a questão, e para merecer é preciso fazer, tomar uma atitude, neste caso, precisamos sempre demonstrar aos obsessores um caminho correto a seguir e os bons frutos que ele traz;

– Um espírito é tão racional e tão (ou mais) inteligente do que nós. Ritualismos e frases feitas não vão “exorcisar” o “demônio”. Essa época de inocência já passou. Um obsessor que pratica sua “arte” até a possessão não é tratado com simples retórica ou evocações filosóficas. Ele precisa ser expulso através de boas vibrações e atitudes, que parem de fornecer o alimento mental de que tanto necessitam.

– “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO“. Mais uma vez a frase que resume tudo.

No caso das obsessões mais severas, os vícios ajudam a carregar o irmão dominado à um reino de sombras e prazer. Eu acredito friamente que para cada ato de sofrimento, há uma dezena de prazeres mundanos que anulam os efeitos malévolos da obsessão para aquele que é dominado. Tornando cada vez mais difícil o processo de saída. Quanto mais profunda a obsessão, mais sofrimento causa ao redor, mas quele obsediado, vira um vaso em meio a um turbilhão. Nos seus vícios e prazeres ele não entende mais o mau que faz.

A possessão me parece ser o estado limite da coisa, quando já é mínima a chance de auto-recuperação. Quando a escuridão desempenhou um papel tão forte que quase sumiu com a luz. E o esforço para se livrar de uma possessão é enorme.

Vale apenas lembrar que não existem coitados. Todos os humanos erram, e nenhum espírita é Jesus Cristo, símbolo de perfeição, portanto, a luta é diária para manter uma linha de moral reta, com deslizes e correções. Se fôssemos grandiosos, não precisaríamos nos submeter à provações na Terra. Aqueles que se vêem como imunes à obsessão, já estão obsediados.

1) Boas atitudes;
2) Boas vibrações;
3) Boas preces;
4) Estudo;

Esse é o caminho para nosso livre arbítrio não ser afetado de forma tão perversa. Nós somos os responsáveis pelos nossos males.

junho 17, 2011

Código Internacional de Doenças (OMS) Inclui Influência dos Espíritos

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:36 am

A matéria abaixo está disponível no site da FEB (link no final da reportagem).

É de suma importância pois significa um passo a mais na ligação extremamente valiosa entre psquiatria e espiritismo. A tendência é de uma fusão em diagnósticos, pois muitos casos de obsessão acabam por se confudir com doenças da mente (na maioria dos casos são consequencia). Enfim, mais adiante o blog trará estudos de livros relacionados ao tema.

Código Internacional de Doenças (OMS) Inclui Influência dos Espíritos – Medicina Reconhece Obsessão Espiritual

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença_da_alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.

No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado_de_transe, que é um item do CID – Código Internacional de Doenças – que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 – define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos – nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de “psicóticos” por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=903

É realmente um passo importante para evolução dos tratamentos. Remédios são necessários em muitos casos, mas o desenvolvimento da ciência e do espiritismo como braço de ajuda pode demonstrar que alguns tratamentos menos agressivos ao corpo e a própria mente representam uma solução valiosa em alguns casos.

junho 10, 2011

Reencarnação e Esquecimento

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 8:18 am

Por que esquecemos nossas vidas anteriores?

Em um pensamento simplório, seria fácil resolver nosso aspecto cármico sabendo quais são as nossas dívidas. Afinal, se eu devo em uma loja, como pagar sem receber a cobrança? No entanto esse raciocínio pertence a uma parte de nós, humanos, que sempre tenta simplificar o que é muito complicado.

O esquecimento é uma bênção, e quanto mais mergulho nos estudos Kardecistas mais entendo que em nossa multidimensionalidade, especialmente por não sabermos quantas existências tivemos, escondemos um passado geralmente horroroso. Os trabalhadores da última hora não são privilegiados, estão aqui para pagar por algo. Será que saber “o que devemos” realmente importa? A dívida não é o importante, mas sim como nos melhoramos para evoluir constantemente e eliminar qualquer resquício de um passado horrendo que sustentamos. A oportunidade do esquecimento nos faz focar em objetivos novos, uma chance de seguirmos em direções melhores.

Eu imagino o mal como uma doença tipo câncer. As células vão se alterando, piorando, espalhando, até que ficamos tomados e dominados por ele. O mal se instala fácil e silenciosamente, sem percebermos, e quase como mágica, estamos nutrindo maldade nossa e dos outros. Se este câncer esteve (ava) presente em nosso corpo espiritual, qual chance de melhora seria melhor do que uma reencarnação? Corpo novo, mente nova, idéias passíveis de mudanças? Podemos e devemos nos melhorar, pois o bem só vence o mal com base na prática. Por isso, Kardec assinalou com perfeição – “Fora da Caridade não há Salvação”.

A Caridade é um remédio contra o mal que nos abateu e dominou na antiguidade de nossas vidas. Pouco a pouco a prática do bem infla aquele sentimento de dever cumprido que todos temos e não sabemos de onde vem. É a conjunção de células boas que se multiplicam em direção ao núcleo do nosso câncer interno para vencê-lo. Quanto melhor as nossas ações, mais rápido este câncer dá lugar à verdadeira e desinteressada caridade, que nos motiva e conduz a outro patamar de vitória, a vitória moral.

O que distingue um mau espírito de um bom? O nível moral. A inteligência e o conhecimento podem ser utilizados para o mal. Mas o aspecto moral, este é difícil de elevar justamente porque não permite retorno. Alguém com uma moral elevada e boa não praticará maus atos por princípio, não por obrigação. Claro que aqueles dominados pelo câncer da maldade, precisam de muita força para se modificarem. Lutar consigo mesmo é, talvez, a pior luta de todas. Significa abrir mão de prazeres “sagrados”, de vícios que acalentam, de comportamentos que nos aprisionam. Significa transcender. Processo deveras complicado e trabalhoso.

Mas quando temos o esquecimento, os ensinamentos e a vida pela frente, o que mais podemos exigir? Toda facilidade nos foi dada. Não temos que solicitar mais. Devemos sim agradecer todos os dias pela oportunidade sagrada da mudança e pelo esquecimento que nos faz conviver lado a lado com inimigos, assassinos, sociopatas, e irmãos do passado, que são como nós hoje, com os mesmos defeitos e qualidades, ou seja, humanos. Vencer o ódio pela prática da caridade, vencer a amargura e, acima de tudo, vencer a si mesmo com a ajuda da caridade é a tarefa dos espíritas.

Acho que poucas sensações no mundo são melhores do que ajudar alguém com sinceridade. É a que cura qualquer ferida.

maio 15, 2011

Por que Evitar o Mal? Por Amor ao Bem

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 1:53 am

Hermínio C. Miranda – Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos – FEB – 5aED – 2010.

“Praticar o bem pelo próprio bem, sem esperança ou ambição de recompensa; evitar o mal ainda por amor ao bem, porque o mal desequilibra o psiquismo, retarda a evolução e recai sobre nós mesmos. Afinal de contas, o bem encontra sua recompensa em si mesmo, independente das conseqüências morais que possa acarretar. Na prática da vida, temos observado que nenhum gesto de bondade se perde neste grande e maravilhoso mundo de Deus. Por mais anônimo, tímido e insignificante que seja, um dia, lá na frente, vamos encontrar à nossa espera um prêmio desproporcionalmente generoso pela diminuta parcela de bem que praticamos num momento e esquecemos no instante seguinte” (pp.56-57).

Grifo meu.

Esta é de longe uma das melhores passagens que já li (claro, sempre na minha humilde opinião), pois mesmo sem intenção, ela responde há alguns anseios de todos nós. Por que devo praticar o bem em um mundo tão cheio de maldades? Por que simplesmente não tomar o caminho mais fácil e me esconder, deixando de praticar boas ações apenas com uma vergonha de não ser tão mal como o mundo assim pede?

O autor é muito feliz em sua resposta, dizendo que devemos “evitar o mal ainda por amor ao bem”, e como já ensinado pela Doutrina Espírita, praticar o bem é uma forma de ajuda a alguém e a nós mesmos, uma forma de purificação e uma terapia para a mente.

Todo aquele que se denomina espírita também precisa aprender a penar em longo prazo. Não mais agir como se só esta vida existisse ou tivesse importância, quando sabemos que a caminhada é muito mais complexa e longa do que queríamos acreditar. Passamos dois mil anos nos enganando e aguardando a morte para uma recompensa que viria das mãos do próprio Mestre. Nosso egoísmo era tanto, que bastava se trancar em um monastério e rezar, tornar-se um “mensageiro de Deus” ou então viver a vida errando e comprando indulgências. Agora apenas nos deparamos com a realidade, onde o bem precisa sim pravelecer sobre mal, mas são as nossas mãos que conduzem o processo, já que o Mestre fez muito mais do que nos colocar neste mundo, ele PERMITIU nossa encarnação para que concretizássemos uma obra relevante neste mundo.

Relevância não é propaganda, não devemos promover o bem através somente de discursos e holofotes, mas sim na prática. Aquele que passa necessidades, sente na carne o sofrimento, não apenas na mente. A ajuda cresce em progressão geométrica, pois não só supre uma demanda, ela carrega ao ajudado com a esperança e o exemplo de como agir, é algo que tende sempre a continuidade, que se espalha como um vírus benéfico.

O que é nossa vida na temporalidade histórica? nada. Se vivermos 80 anos, seremos insignificantes se vivêssemos 180, continuaríamos insignificantes. Considerando que nenhum bem ou mal sejam eternos na Terra, é obrigação de um espírita não só evitar, mas combater o mal através do bem. Nos termos da espiritualidade, nossa encarnação é apenas uma faísca de tempo, insuficiente para elevar-nos à altos níveis, mas suficiente para progressos preciosos, construídos ao longo de vidas de esforços. ATEMPORALIDADE me parece um conceito fundamental que deve ser pensado e respeitado por todos os espíritas.

Enfim, o bem é algo que pode ser praticado a qualquer momento, sem planejamento ou esforço, é algo que bota de situações inusitadas e que causa uma elevação mental instantânea. Por si só, é uma terapia. O Mestre é tão sábio que suas palavras valem para nossa faísca de vida na Terra e na Espiritualidade, conforme enfatizado por Kardec: “Fora da Caridade não Há Salvação” . Nossa salvação começa por nós mesmos.

Quando orar, pense no que significa cada ação do seu dia. Não praticar o mal é apenas uma simples face do egoísmo. Praticar o bem, é nossa elevação psicológica e física.

março 29, 2011

Na Oração

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:08 am

Retirado da obra Caminho, Verdade e Vida, ditada por Emmanuel e psicografada por Chico Xavier.

Capítulo 167 – NA ORAÇÃO
“Senhor, ensina-nos a orar… — (LUCAS, capítulo 11, versículo 1.)
A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por gradação infinita
em suas manifestações, porque existem crentes de todos os matizes nos vá-
rios cursos da fé.
Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos inconstantes.
Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.
Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.
Os tristes pedem a solidão com ociosidade.
Os desesperados suplicam a morte.
Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com alusão
à boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física. Em suma,
buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da luta
digna.
Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu serviço, de
sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as queixas
descabidas e as lágrimas inaceitáveis.
Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo acontece no
íntimo da alma contemplada pelo Senhor.
Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos tumultuários.
Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada reclama. E o
Mestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos os dias,
alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.
O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
Ou seja, todas as orações são ouvidas e assimiladas. A grande questão é se realmente pedimos o que queremos ou se manipulamos nossa fé conforme desejos mimados e instantâneos. Quantos não rezam pela loteria? E ao mesmo tempo ficam cegos pela ganância no cotidiano. Quantos não oram para fins mesquinhos, onde a própria covardia fica refletida nas vibrações?
Será que alguém imaginava que seria fácil ? Não.
Mas ninguém atinge um nível minimamente aceitável, sem perseverança. Este que vos escreve continua a busca por melhora, se afunda em defeitos e problemas enquanto isso, mas eis que há a vida eterna para melhorar. O importante não é ser um santo, mas sim a busca sincera por melhoras e iluminação pessoal (interior). De nada adianta ser um santo preso em um convento, enquanto o mundo impõe problemas diários de ordem prática, que nos testa a cada minuto, movimentando nossa paciência, nossa cólera, nossa aflição e nossa felicidade.
A oração é um momento apenas de agradecimento. Estar em um corpo encarnado, podendo realizar provas que nos redimam de erros anteriores, é motivo mais do que suficiente para agradecer e vibrar por aqueles que passam por provas piores ou que, apesar de tudo, não podem desfrutar da mesma chance que nós.
A fé é também uma questão de hábito, desenvolvida ao longo dos anos e das provas. Todos temos aquela faísca, é só ativar.
Aproveite para revisar os motivos de suas orações. É sempre edificante.
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