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julho 8, 2011

Evangelho de Mateus (5,21-26) – Perdão e Reencarnação

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Mateus (5,21-26)

Tendes ouvido que foi dito aos antigos: não matarás e quem matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão ‘insensato’ será réu diante do conselho; e quem o apelidar de ‘desgraçado’ será réu do fogo do inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar tua oferenda e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa a tua oferenda ao pé do altar e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.

Não hesites em fazer as pazes com teu adversário, enquanto estiverem em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz e o juiz te entregue ao oficial da justiça e sejas lançado ao cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houverdes pago o último centavo.

Vou correr um seríssimo risco de falar bobagem aqui neste post.

Analisando essa passagem do evangelho de Mateus, não posso deixar de divagar sobre alguns conceitos que considero muito preciosos e alinhados à doutrina Espírita:

– Perdão / Auto-perdão

– Reencarnação

Perdoar o irmão e reconciliar-nos com nossos inimigos é uma missão e tanto. Aqueles que sofrem por “injustiças” [entre aspas porque não há injustiça real – assunto para outro texto] acabam amargando-se em lutas diversas, em suas próprias mentes, decaíndo a níveis depressivos e psicológicamente danosos. Na maioria dos casos o culpado é o orgulho, algo que todos temos e que, durante inúmeros acontecimentos, precisamos combater e vencer para fazer a coisa certa. Como é difícil descermos de nossas mentes para um ato de humildade. Perdoar é também pedir perdão quando erramos ou causamos dano a alguém.

No entanto é preciso que nosso auto-perdão seja praticado. O sentimento de culpa é um dos maiores responsáveis pela degradação do espírito humano. A culpa acarreta divagações negativas que carregam nossas mentes até domínios obscuros de sofrimento silencioso. Aquele sofrimento que combate a proximidade de outras pessoas, que causa o medo de errar e corrói a auto-estima. Este é um outro complicado conceito. Não se trata apenas de perdoarmos os outros, mas de perdoarmos nós mesmos.

A condição do espíritismo de pregar a humildade e a caridade é uma ajuda também neste sentido. A melhor forma de redimirmos o que nos causa culpa é ajudar alguém. O prazer implícito na ajuda alegra qualquer espírito e transcende a percepção de alegria comum. Essa alegria da caridade ajuda a apagar marcas do passado que mancham nosso perispírito e causas emocionais que se traduzem em doenças mais tarde. Quantas pessoas acabam se tornando missionárias da caridade, se dedicando exclusivamente à ajuda dos outros, após uma grande tragédia pessoal? É a melhor forma de redenção, é a redenção da alma.

As palavras de Jesus vão fundo. Parece algo tão simples quando Ele diz, mas é impressionante o alcance psicológico dele (Joanna de Ângelis sempre adverte para isso). O Conselho e o Inferno são também nossa consciência; um estado de sofrimento e também de julgamento próprio.

Não hesites em fazer as pazes com teu adversário, enquanto estiverem em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz e o juiz te entregue ao oficial da justiça e sejas lançado ao cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houverdes pago o último centavo.

Será que seria muita pretensão interpretar essa frase considerando os elementos modernos? Eu acho que podemos fazer uma análise atemporal também, como se nessa frase estivesse todo o significado da reencarnação e das existências consecutivas, já que reencarnaremos quantas vezes forem necessárias para nos reconciliarmos com nossos inimigos. O cárcere seria então o corpo físico, a existência material. Seremos obrigados a nascer quantas vezes demoremos a nos reformar e extinguir nossas pendências, resultantes da lei de causa e efeito.

Essa passagem é importantíssima para ilustrar o problema psicológico e das múltiplas existências. Talvez eu esteja interpretando vagamente apenas, longe de mim tentar entender toda profundidade e enxergar as coisas como o Mestre fazia, mas espero que seja uma pequena contribuição.

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