ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

novembro 1, 2011

Demônios – Significação e Origem

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LIVRO DOS ESPÍRITOS

131 Há demônios, no sentido que se dá a essa palavra?

– Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Deus seria justo e bom por ter feito seres eternamente devotados ao mal e eternamente infelizes? Se há demônios, é no vosso mundo inferior e em outros semelhantes ao vosso. Demônios são esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e acreditam que Lhe agradam pelas abominações que cometem em Seu nome.

Comentário de Kardec:

A palavra demônio nos dias atuais significa e nos dá idéia de mau Espírito, porém a palavra grega daimôn, de onde se origina, significa gênio, inteligência, e se emprega para designar seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção.

Os demônios, conforme o significado comum da palavra, supõem seres malvados por natureza, na sua essência. Seriam, como todas as coisas, criação de Deus. Assim sendo, Deus, soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres predispostos, por sua natureza, ao mal e condenados por toda a eternidade. Se não fossem obra de Deus, seriam, forçosamente, como ele, de toda a eternidade, ou então haveria muitos poderes soberanos.

A primeira condição de toda doutrina é a de ser lógica. A doutrina dos demônios, cuidadosa e severamente analisada, peca por essa base essencial. Pode-se compreendê-la na crença dos povos atrasados que, por não conhecerem os atributos de Deus, crêem em divindades mal-dosas e em demônios. Mas, para todo aquele que faz da bondade de Deus um atributo por excelência, é ilógico e contraditório supor que Deus pudesse criar seres voltados ao mal e destinados a praticá-lo perpetuamente, porque isso é negar Sua bondade. Os partidários do demônio se apóiam nas palavras do Cristo. E com toda certeza não contestaremos aqui a autoridade de Seu ensinamento, que gostaría-mos de ver mais no coração do que na boca dos homens. Mas os partidários dessa idéia estarão certos do significado que o Cristo dava à palavra demônio? Já não sabemos que a forma alegórica é a maneira usual de Sua linguagem? Tudo que é dito no Evangelho deve ser toma-do ao pé da letra? Não precisamos de outra prova mais evidente além desta passagem:

“Logo após esses dias de aflição, o Sol se escurecerá e a Lua não mais iluminará, as estrelas cairão do céu e as forças do céu serão abaladas. Eu vos digo em verdade que esta geração não passará sem que todas essas coisas sejam cumpridas.”

Não vimos a forma do texto bíblico ser contestada pela ciência no que se refere à Criação e ao movimento da Terra? Não se dará o mesmo com certas figuras empregadas pelo Cristo, tendo que falar em conformidade com os tempos e os lugares? O Cristo não poderia dizer, conscientemente, uma falsidade; se, então, em suas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é porque não as compreendemos ou as inter-pretamos mal.

Os homens fizeram com os demônios o que fizeram com os anjos.

Da mesma forma que acreditaram na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram também por comparação os Espíritos inferiores como seres perpetuamente maus. Pela palavra demônio de-vem-se entender Espíritos impuros que, muitas vezes, não são nada melhores do que o nome já diz, mas com a diferença de que seu estado é apenas transitório. Esses são os Espíritos imperfeitos que se revoltam contra as provas que sofrem e, por isso, as sofrem por um tempo mais longo; porém, chegarão a se libertar e sair dessa situação quando tiverem vontade. Podemos, portanto, compreender a palavra demônio com essa restrição. Mas, como se entende agora, com um sentido peculiar e muito próprio, ela induziria ao erro, fazendo acreditar na existência de seres especialmente criados para o mal.

Com relação a Satanás, é evidentemente a personificação do mal sob uma forma alegórica, porque não se poderia admitir um ser mau lutando em igualdade de poder com a Divindade e cuja única preocupação seria a de contrariar seus desígnios. Como o homem precisa de figuras e imagens para impressionar sua imaginação, o próprio homem pintou seres incorpóreos sob uma forma material, com os atributos que lembram as qualidades e os defeitos humanos. É assim que os antigos, querendo personificar o Tempo, pintaram-no na figura de um velho com uma foice e uma ampulheta. A figura de um jovem para essa alegoria seria um contra-senso. Ocorre o mesmo com as alegorias da fortuna, da verdade, etc. Modernamente os anjos ou Espíritos puros são representados numa figura radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza; Satanás com chifres, garras e os atributos da animalidade, emblema das paixões inferiores. O povo, que toma as coisas ao pé da letra, viu nesses emblemas individualidades reais, como antigamente viu Saturno na alegoria do Tempo.


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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

INTRODUÇÃO

– Resumo da Doutrina de Sócrates e de Platão

VI. Os demônios ocupam o espaço que separa o céu da Terra; constituem o laço que une o Grande Todo a si mesmo. Não entrando nunca a divindade em comunicação direta com o homem, é por intermédio dos demônios que os deuses entram em comércio e se entretêm com ele, quer durante a vigí-lia, quer durante o sono.

A palavra daimon, da qual fizeram o termo demônio, não era, na antigüidade, tomada à má parte, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos superiores, chamados deuses, e os menos elevados, ou demônios propriamente ditos, que comunicavam diretamente com os homens. Também o Espiritismo diz que os Espíritos povoam o espaço; que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos Espíri-tos puros, que são os incumbidos de lhe transmitir as vontades; que os Espíritos se comunicam com eles durante a vigília e durante o sono. Ponde, em lugar da palavra demônio, a palavra Espírito e tereis a doutrina espírita; ponde a palavra anjo e tereis a doutrina cristã.

(…)

X. O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cui-dados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Dá-se o mesmo com a alma. Quando despida do corpo, ela guarda, evidentes, os traços do seu caráter, de suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida. Assim, a maior desgraça que pode acontecer ao homem é ir para o outro mundo com a alma carregada de crimes. Vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias podereis provar que devamos levar outra vida que nos seja útil quando esteja-mos do outro lado. De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cui-dar, não de parecer, mas de ser homem de bem. (Colóquios de Sócrates com seus discípulos, na prisão.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo – PP.50 e 52 (Allan Kardec)

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Um dos conflitos mais antigos da história religiosa e filosófica foi resolvido pelo Espiritismo. Os demônios, ou o demônio (Satanás), como queiram, foi por muito tempo a causa de todos os males e a explicação para os mesmos. Eram quase-divindades que tinham o poder de dialogar e enfrentar Deus, eram, portanto, equivalentes à divindade suprema. Isso era um paradoxo importante e foi ignorado por interesses políticos daqueles que possuíam o conhecimento eclesiástico suficiente para interpretar a Bíblia e suas alegorias. Por muitos séculos o conhecimento e o discernimento foram monopolizados pela Igreja, e todo o pensamento religiosos foi desvirtuado e atrasado.

O resgate da origem da palavra Demônio (Daimon), feito nas passagens acima por Kardec, é importante para elucidar racionalmente o problema do mal.  Se Daimon é espírito, tanto bom quando mal, fica claro que a dualidade das atitudes sempre existiu, desde a antiguidade. É comumente descrito pelos discípulos de Sócrates um “amigo invisível” com quem frequentemente dialogava. Sócrates está longe de ser uma figura secundária na história e na filosofia, avançou muito no tempo em seus conceitos, e comprova que a comunicação entre espíritos e a esfera visível da matéria veio muito antes da codificação de Kardec ou dos Evangelhos de Jesus.

Fato é que, anteriormente, como hoje, estamos rodeados de espíritos bons ou maus, que se aproximam através de nosso hálito mental, ou pela forma com que agimos em consonância com nossos pensamentos. Um Demônio, nada mais é do que um Espírito Mau-Intencionado, que caminhará lado a lado com o humano que desejar fazer o mau. Culpar o Demônio é eximir de culpa o ser encarnado que foi veículo da ação, e eis o avanço do Espiritismo neste setor. Todos somos culpados pelo que atraímos e alimentamos com os nossos pensamentos.

O problema nunca é a religião pura em si, mas sim o que os homens fazem com ela.

outubro 26, 2011

As Naturezas das Manifestações Espirituais

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Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de elevação. Todos os fenômenos, dos quais  teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro  desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de nossos artigos pelo quadro das  formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada  têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o   Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o   Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos, movimento e  deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o  Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das propriedades conhecidas da matéria.

5o  Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo quando não passa de simples movimento ou  ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os
Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do
Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,   sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos  inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos  superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a  grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, conforme o grau de elevação e de  desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas  com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002

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Muito bem, entendemos pelo texto acima que a dificuldade para verificar a natureza do fenômeno e sua finalidade reside em seu conteúdo e intenção. O mesmo vale para o médium e quem esteja envolvido no processo.

Em uma linguagem simples, é só pensar que intenções atrairão intenções, mas isso não deixará de produzir o fenômeno, e sim impactará em sua qualidade. Uma brincadeira mediúnica levará a espíritos zombeteiros, enquanto um trabalho espiritual sério trará ajudantes e amigos espirituais tão sérios quanto a natureza do trabalho.

Vida física e espiritual caminham juntas pela moral que as conduzem.

Inteligência é Diferente de Moral

Conhecimento é Diferente de Moral

Por isso muitas vezes pessoas humildes de pouco conhecimento, mas de muita humildade e elevada moral, recebem comunicações e conhecimentos dignos da psicografia de livros belíssimos, enquanto renomados cientistas ou gênios da inteligência que utilizam amoralmente seus conhecimentos não podem transpor a barreira física do conhecimento.

Para procurarmos os bons espíritos e os bons conhecimentos da espiritualidade, precisamos nos alinhar com a moral exigida. Através de esforço, reforma-íntima, estudo e boa-vontade, todos podemos atingir patamares enormes. Hoje dispomos de muitos recursos de instrução, muito mais acessíveis do que eram na época de Kardec. Vamos correr atrás do tempo perdido, amigos trabalhadores da última hora.

Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de

elevação. Todos os fenômenos, dos quais  teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro

desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de

nossos artigos pelo quadro das  formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada  têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os

avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o  Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o  Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,

movimento e  deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm

por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o  Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das

propriedades conhecidas da matéria.

5o  Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo
quando não passa de simples movimento ou  ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento

ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os

Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do

Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,

sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas  emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que

não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos

inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos

superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a

grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer,

dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos

verdadeiras, conforme o grau de elevação e de  desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações

um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas  com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se

àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a

tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela

regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com

os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os

homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de

elevação. Todos os fenômenos, dos quais teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro

desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de

nossos artigos pelo quadro das formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os

avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,

movimento e deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm

por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das

propriedades conhecidas da matéria.

5o Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo

quando não passa de simples movimento ou ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento

ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os

Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do

Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,

sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que

não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos

inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos

superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a

grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer,

dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos

verdadeiras, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações

um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se

àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a

tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela

regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com

os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os

homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002

outubro 25, 2011

Divaldo Franco – Qualidade Na Prática Mediúnica

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:01 am

Segue o acesso à palestra deste grande apóstolo e missionário do Espiritismo atual.

Download do Audio (2cds)

Parte 1 – Link
Parte 2 – Link

A palestra pode também ser ouvida via YouTube nas janelas abaixo para quem não quiser baixar.

Parte 1

Parte 2

Ouvir as palestras de Divaldo é sempre edificante para qualquer um.

outubro 20, 2011

Viver em Paz Consigo Mesmo e a Solução dos Problemas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 7:30 am

Obra: FONTE VIVA (Chico Xavier – pelo espírito Emmanuel)

123 – Viver em Paz

“Vivei em paz…” Paulo (II Coríntios, 13:11)

Mantém-te em paz.

É provável que os outros te guerreiem gratuitamente, hostilizando-te a maneira de viver; entretanto, podes avançar em teu  roteiro, sem guerrear a ninguém.

Para isso, contudo – para que a tranquilidade te banhe o pensamento -, é necessário que a compaixão e a bondade te sigam todos os passos.

Assume contigo mesmo o compromisso de evitar a exasperação.

Junto da serenidade, poderás analisar cada acontecimento e cada pessoa no lugar e, na posição que lhes dizem respeito.

Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho…

Todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões.

Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços…

Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e indentificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem  ultrajadas ou contundidas.

Uns acusam, outros choram.

Ajuda-os, enquanto podes.

Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida.

Aprendamos a compreender cada mente em seu problema.

Recorda-te de que a Natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar.

Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre.

Viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.

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As recomendações acima nunca são fáceis, nem serão, a menos que busquemos o que de melhor podemos oferecer. O que somos  perante os outros é a demonstração do que somos dentro de nós mesmos. Além do mais, compreender cada um em cada problema é fundamental para uma solução equilibrada de ajuda e consolo ao próximo. O que representa um desastre para uns, é um pequeno problema para outros e vice-versa.

A adaptação das resoluções de problemas e a visão privilegiada sobre algum fato representam também a ajuda espiritual que podemos conceder aos outros. Um bom conselho pode representar a saída de um labirinto psicológico que arrastaria a pessoa por muito tempo em um lamaçal negativo.

A compreensão das situações também muda com o esclarecimento devido. Problemas no lar, problemas no trabalho e na vida  pessoal, tudo pode ser interpretado de várias formas, mas através de um pensamento espírita podemos nos certificar que a moral cristã ajudará a conceber a solução menos danosa a todos os impecílios.

No entanto, tudo começa com a paciência e a revisão de nosso comportamento. Vamos persistir na irritabilidade em certas  situações? Claro, mas é o esforço na melhora que representará um grande passo em nossa evolução. Viver em paz conosco mesmo e aprender a compreender os problemas sob uma ótica mais atemporal do que apenas o período corpóreo nos trará grande evolução, mesmo que passo a passo e muito difícil.

outubro 15, 2011

Nunca Desfalecer

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:20 pm
Obra: FONTE VIVA (Chico Xavier – pelo espírito Emmanuel)

61 – Nunca Desfalecer

“Orar sempre e nunca desfalecer” (Lucas, 18:1)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo as inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa Nova nascente?

Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando e nunca desfalecer.

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O amigo Emmanuel foi mais uma vez muito esclarecedor nesta passagem (lição). A vida na Terra só acontece para que existam as provas e expiações de que tanto necessitamos para nossa depuração e melhoramento. Uma prova leva à outra, nunca haverá um dia sem que sejamos defrontados por uma prova, mesmo que seja quase imperceptível. (Pode ir desde um trânsito pesado que teste nossa paciência, até um ônibus quebrado ou o metrô parado, ou até aquele mendigo que suplica um pedaço de alimento).

A Terra e essa vida que dispomos hoje são a nossa escola, e Emmanuel mostra que a função desta escola é “ensinar, exercitar e aperfeiçoar”.

Os obstáculos, as maldades e tudo o que tentou imperar pelo ódio e pelo medo, além de fracassarem em seu propósito, serviram para sedimentar as lições cristãs e para exemplificar o poder da fé, que a tudo resiste, e as utilizou para crescer.

Lição fácil? Nunca. Mas a partir do momento em que temos fé em Cristo e em suas lições, é nossa obrigação moral ao menos tentar ficar no caminho correto e repassar nosso dia em nossa consciência, para verificar se poderíamos fazer melhor durante aquele período. Meditar diariamente, mesmo que pouco tempo, sobre nossas ações, é um indicativo de nossa própria vontade de crescer.

outubro 8, 2011

Caridade, Recursos e o Próximo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 10:33 am

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CÁP.XV, Item 6.

NECESSIDADE DA CARIDADE SEGUNDO SÃO PAULO

6. Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; – ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; – não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13.)

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O LIVRO DOS ESPÍRITOS – LIVRO III, CÁP. XI

Questão 879

– Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda sua pureza?

– O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.

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ESTUDE E VIVA (CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA)

PELOS ESPÍRITOS – EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ

19

E – Cap. XV – Item 6

L – Questão 879

Temas Estudados:

Caridade e aprendizado / Caridade e destino / Caridade e retribuição / Próximo de nós (O) / Verdadeira posse / Vizinhança


NAS SENDAS DO MUNDO

Deus que nos auxilia sempre nos permite possuir, para que aprendamos também a auxiliar.

*

Habitualmente, atraímos a riqueza e supomos detê-la para sempre, adornados com as facilidades que o ouro proporciona…Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses exteriores e se algo nos fica será simplesmente a plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome

pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade de recebê-las.

*

Via de regra, amontoamos títulos de poder e admitimo-nos donos deles, enfeitando-nos com as vantagens que a influência prodigaliza…Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as primazias de convenção e se algo fica será simplesmente o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado, mantidos em

nosso nome pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.

*

Geralmente repetimos frases santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas ao nosso patrimônio espiritual, ornando-nos com o prestigio que a frase brilhante atribui…Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as ilusões e se algo nos fica será simplesmente a estreita coleção dos benefícios que houvermos feito, assinalados em nosso nome pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e desconhecido, daqueles que nos deram oportunidade a singelos ensaios de elevação.

*

Serve onde estiveres e como puderes, nos moldes da consciência tranqüila.

Caridade não é tão-somente a divina virtude, é também o sistema contábil.do Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados.

Um dia, nas alfândegas da morte, toda a bagagem daquilo de que não necessites ser-te-á confiscada, entretanto, as Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados juros de alegria, tudo o que destes do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens, em socorro dos outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que te assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano Espiritual.

Não digas, assim, que a propriedade não existe ou que não vale dispor disso ou daquilo.

Em verdade, devemos a Deus tudo o que temos, mas possuímos o que damos.

VIZINHOS

Ampare os vizinhos sem ser indiscreto. Discrição é caridade.

*

Cultue a gentileza na vizinhança.

Ajude a todos aqueles que lhe partilham a estrada, para que alguém ajude você nas horas difíceis.

*

Respeite as ocorrências alegres ou infelizes que afetem os lares próximos.

Incêndio na casa alheia é ameaça de fogo na própria casa.

*

Desfaça qualquer incompreensão entre você e os irmãos do ambiente em que vive.

Todo vizinho pode ser bom, se você cultivar a bondade para com ele.

*

Compreenda os problemas e as dificuldades de quantos caminham ao seu lado. Os familiares são parentes do sangue, mas os vizinhos são parentes do coração.

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Os escritos acima trazem o que todo espírita passa a vida toda aprendendo e tentando colocar em prática, que é a caridade. Difícil pensar em ser caridoso sem considerar os recursos físicos para ajudar alguém (e, por físico, digo materiais). Uma doação à instituição beneficente é sempre válida e, com toda certeza, quando se trata de uma instituição séria, a ajuda é sempre ótima, contará em nosso favor e no abatimento de nossas dívidas.

Mas já foi citado em outros textos deste site a caridade em outras formas, palavras de consolo, um conselho que dirija uma pessoa ao caminho do bem, são fatos que também representam a caridade.

Mas a doutrina Espírita possui a essência da atemporalidade, ou seja, não adianta nada pouparmos dinheiro a vida toda para gozar de um futuro imaterial. Fazê-lo com a intenção de deixar aos nossos descendentes é louvável e justo, mas deve haver o equilíbrio entre o que estamos poupando e o que estamos demonstrando à próxima geração. Quais valores queremos ensinar e demonstrar? Só as palavras não são suficientes.

Educar os filhos também passa pelos bons exemplos. A caridade é algo espontâneo em alguns, mas ensinar a caridade só é possível quando demonstramos na prática (Jesus o fez e é por isso que tornou-se nosso maior exemplo).

Irmãos, ajudem, consolem, construam, doem, visitem, vejam, absorvam tudo o que está a sua volta para tentarmos mudar o mundo. Só será possível através de ações caridosas que despertem um sentimento indescritível de prazer que sentimos ao fazer o bem e o que é correto.

outubro 4, 2011

Virtudes e Provações

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 7:24 am

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – QUESTÃO 893

893 – Qual a mais meritória de todas as virtudes?

– Todas as virtudes têm seu mérito, porque indicam progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse pessoal pelo bem de seu próximo, sem segundas intenções.

A mais merecedora das virtudes nasce da mais desinteressada caridade.

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Obra: Religião dos Espíritos – Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel).

69 – Diante das tentações

Reunião pública de 2/10/59
Questão nº 893 (L.E.)

Tentado à permanência nas trevas, embora de pés sangrando, dirige-te para a luz.

Enquanto não atravesse o suor e o cansaço da plantação, lavrador algum amealha a colheita.

Até que atinjamos, um dia, o clima, do reino angélico, seremos almas humanas, peregrinos da evolução nas trilhas da eternidade.

Aqui e ali, ouviremos cânticos de exaltação à virtude e, louvando-a, falaremos por nossa vez, acentuando-lhe os elogios.

Entretanto, manda a sinceridade nos vejamos por dentro, e, por dentro de nós, ruge o passado, gritando injúrias contra as nossas mais belas aspirações.

Toma, porém, o facho que o Cristo te coloca nas mãos e clareia a intimidade da consciência, parlamentando contigo mesmo.

Hora a hora, esclareçamos a nós próprios, tanto quanto nos lançamos no ensino aos outros.

Reparando os caídos em plena viciação, inventaria as próprias fraquezas e perceberás que, provavelmente, respirarias agora numa enxerga de lodo, não fosse a migalha do conhecimento que te enriquece.

Diante dos que se desvairam na crítica, observa a facilidade com que te entregas aos julgamentos irrefletidos e pondera que serias igualmente compelido ao braseiro da crueldade, não fosse algum ligeiro dístico da prudência que consegues mentalizar.

A frente daqueles que se envileceram na carruagem do ouro ou da influência política, recorda quantas vezes a vaidade te procura, por dia, nos recessos do coração,e reconhecerás que também forçarias as portas da fortuna e do poder, caso não fosse o leve fio de responsabilidade que te frena os impulsos.

Analisando os que sofrem na tela da obsessão, pensa nos reiterados enganos a que te arrojas e compreenderás que ainda hoje chorarias nas angústias do manicômio, não fosse a pequenina faixa de serviço no bem a que te afeiçoas.

Perante os companheiros atolados no crime, anota a agressividade que ainda trazes contigo e concluirás que talvez estivesses na penitenciária, amargando aflitiva sentença, não fosse o raiúnculo de oração que acendes na própria alma.

E as lutas que te marcam a rota assinalam também o campo de serviço em que ainda estagias junto aos desencarnados da nossa esfera de ação.

Situemo-nos no lugar dos que erram e nosso raciocínio descansará no abrigo do entendimento.

Nenhum lidador vinculado à Terra se encontra integralmente livre das tendências inferiores.

Todos nós, ante a sublimidade do Cristo, somos almas em libertação gradativa, buscando a vitória sobre nós mesmos.

E se a estrada para semelhante triunfo se chama «caridade constante para com os outros», o primeiro passo de cada dia chama-se «compaixão».

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Todos conhecemos algum aspirante a Santo. Aquele que se acha acima do bem e do mal, que pensa compreender tudo o que se passa e que tem, soberba suficiente para condenar os outros.

A verdadeira caridade que desperta as melhores virtudes é baseada no amor, que não tem predisposição a nenhum tipo de julgamento. Pelo contrário, o amor lava a lama que domina nossa visão, ainda subdesenvolvida à compreensão de algumas situações, e transforma os maiores problemas em testes de paciência.

Todos possuímos defeitos que são testados durante nossa existência material. Os propensos à violência, viverão situações que levarão ao limite a tentação de usar a força, os vaidosos serão tentados na política e, aqueles com propensão ao vício, terão à disposição toda sorte de toxinas para se deleitarem. Para algum ignorante, aquele que clama “viver a vida” isso não seria um problema, mas até pela falta de conhecimento que ele provavelmente tem, não pode ser julgado. Um dia vestimos a carapuça e hoje estamos a caminho de nossa renegração.

Basicamente Emmanuel nos ensina que, mais valerá um segundo consciente do que se passa na cabeça de um irmão que sofre e que atiça os maus ânimos por ignorância, do que simplesmente manter uma postura que esconde nossa natureza, pois isso nos levará a falhar nas provas (e elas aparecem sempre no cotidiano). Humildade é a chave e Caridade a fechadura que abrirá a porta de nossa regeneração.

Aquela irritação no trânsito com uma “fechada”, aquela raiva de quando somos xingados, aquele ressentimento de uma discussão, aquela mágoa guardada, tudo isso nos desestabiliza e testa nossa visão. Menos amor neste caso é igual a uma inflação de orgulho, desprezo e de outras características que não acrescentam, só atrasam nossa evolução. Para cada passo para frente, somos tentados a dar 3 para trás.

Que todos possamos passar nestes testes, que são os mais difíceis que já enfrentamos. Por isso mesmo nosso Pai misericordioso nos concede novas oportunidades.

setembro 28, 2011

Esmola e a Verdadeira Caridade

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – QUESTÃO 888 / 888a

888 O que pensar da esmola?

–  O  homem  reduzido  a  pedir  esmola  se  degrada  moral  e  fisicamente: ele  se  embrutece.  Numa  sociedade  baseada  na  lei  de  Deus  e  na  justiça, deve-se  prover  a  vida  do  fraco  sem  humilhação  e  garantir  a  existência daqueles  que  não  podem  trabalhar  sem  deixar  sua  vida  sujeita  ao  acaso  e à  boa  vontade.

888a Vós reprovais a esmola?

–  Não;  não  é  a  esmola  que  é  reprovável,  é  muitas  vezes  a  maneira como é dada. O homem de bem que compreende a caridade, como Jesus,  vai  até  o  infeliz  sem  esperar  que  ele  estenda  a  mão.

A  verdadeira  caridade  é  sempre  boa  e  benevolente,  tanto  no  ato  quanto na  forma.  Um  serviço  que  nos  é  oferecido  com  delicadeza  tem  seu  valor aumentado;  mas  se  é  feito  com  ostentação,  a  necessidade  pode  fazer com  que  seja  aceito,  porém  o  coração  não  se  sente  tocado.

Lembrai-vos  também  que  a  ostentação  tira,  aos  olhos de  Deus,  o mérito  do  benefício.  Jesus  ensinou:  “Que  a  mão  esquerda  não  saiba  o  que faz  a  direita ” ,  ensinando  a  não  ofuscar  a  caridade  com  o  orgulho.

É  preciso  distinguir  a  esmola  propriamente  dita  da  beneficência.  O mais  necessitado  nem  sempre  é  aquele  que  pede;  o  temor  da  humilhação tolhe  o  verdadeiro  pobre,  que  sofre  sem  se  lamentar;  é  a  esse  que  o  homem  verdadeiramente  humano  deve  procurar  sem  ostentação.

Amai-vos  uns  aos  outros,  eis  toda  a  lei.  Lei  divina  pela  qual  Deus governa  os  mundos.  O  amor  é  a  lei  de  atração  para  os  seres  vivos  e  organizados;  a  atração  é  a  lei  de  amor  para  a  matéria  inorgânica.

Nunca  vos  esqueçais  de  que  o  Espírito,  seja  qual  for  seu  grau  de adiantamento,  sua  situação  como  reencarnado  ou  no  mundo  espiritual,está  sempre  colocado  entre  um  superior  que  o  guia  e  aperfeiçoa  e  um inferior  diante  do  qual  tem  esses  mesmos  deveres  a  cumprir.

Sede  caridosos,  praticando  não  apenas  a  caridade  que  tira  do  bolso a  esmola  que  dais  friamente  àquele  que  ousa  pedir,  mas  a  que  vos  leve  ao encontro  das  misérias  ocultas.  Sede  indulgentes  para  com  os  defeitos  de vossos  semelhantes.  Em  vez  de  desprezar  a  ignorância  e  o  vício,  instruí-os e  moralizai-os.  Sede  doces  e  benevolentes  para  todos  que  são  inferiores; sede  doces  e  benevolentes  mesmo  em  relação  aos  seres  mais  insignificantes  da  criação  e  tereis  obedecido  à  lei  de  Deus.

(São Vicente de Paulo)

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Obra: Religião dos Espíritos – Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel).

13 – Dizes-te

Reunião pública de 23/2/59
Questão nº 888

Dizes-te pobre;
entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima par-te do tesouro de tua fé.

Dizes-te desorientado;
contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da Natureza.

Dizes-te impedido de praticar o bem;
todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxilio aos outros.

Dizes-te desanimado;
sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de teus braços.

Dizes-te em provação;
mas olvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.

Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra;
no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro
que te vibra na boca.

Dizes-te desamparado;
entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.

Por quem és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.

Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.

Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.

E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus.
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Os ensinamentos acima são bem claros. São uma reflexão no que consiste a real caridade e a real ajuda. Podemos também definir o conceito de esmola moral.

Já vi muitos espíritas que condenavam a esmola (o ato de conceder pequena soma de dinheiro à alguém necessitado). Os argumentos variavam em gênero, número e grau, e geralmente não eram argumentos nem um pouco espíritas (do tipo, “dando dinheiro favorecemos a dependência, a vagabundagem” e assim por diante). Eu não vejo desta forma, pois sempre tento perceber o momento inicial que levou aquele cidadão à recorrer ao artifício de pedir. É uma humilhação pessoal, que obriga o pedinte a engolir qualquer senso de orgulho. Fora as humilhações que acontecem durante o dia – a – dia.

Aqueles que pedem não possuem instalações domésticas e nem uma estrutura de reconforto (claro, na maioria dos casos). Eles não possuem fonte de renovação. Eis o porque de as palavras de Emmanuel tocarem fundo no nosso âmago, especialmente no final.

O cotidiano moderno nos enche de informações, nos coloca em outra realidade. Imaginamos compreender as dificuldades dos outros, mas raramente paramos para nos colocar em dificuldades semelhantes. Tente um dia:
– sair sem blusa num dia frio;
– ficar jejuando algum tempo;
– deixar a carteira em casa e não poder depender de ninguém;

E teremos alguma noção (não toda, pois sempre teremos o consolo de ter tudo de volta quando quisermos).

Agir com mais paciência, benevolência e consolo, talvez assim tenhamos um pouco do “Consolador” em nós, nos inspirando.



agosto 18, 2011

Explicação Sobre Comunicações e Mediunidades – I

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 7:21 am
Para conhecimento das pessoas estranhas à ciência,diremos que não há horas mais propícias, umas que outras, como não há dias nem lugares, para comunicar com os Espíritos. Diremos mais: que não há fórmulas nem palavras sacramentais ou cabalísticas para evocá-los; que não há necessidade alguma de preparo ou iniciação; que é nulo o emprego de quaisquer sinais ou objetos materiais para atraí-los ou repelilos, bastando para tanto o pensamento;e, finalmente, que os médiuns recebem deles as comunicações sem sair do estado normal, tão simples e naturalmente como se tais comunicações fossem ditadas por uma pessoa vivente. Só o charlatanismo poderia emprestar às comunicações formas excêntricas, enxertando-lhes ridículos acessórios. (Allan Kardec – O que é o Espiritismo, cap. II, nº 49.)
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Pelos termos de busca que trazem leitores à este website, percebo que estão iniciando o estudo da Doutrina ou possuem curiosidade. A curiosidade é mãe do conhecimento, geralmente o precede, e só é ruim quando traz ações desinformadas.

O texto acima é necessário para terminar qualquer superstição que ainda possa restar ou dúvida que advém destas matérias. O medo da mediunidade é uma realidade para muitos. Todos os espíritas conhecem ou sabem de casos onde belas mediunidades poderiam ser bem utilizadas e direcionadas mas os próprios médiuns têm medo das habilidades.

Amuletos e superstições vão mexer com espíritos afins a estas práticas. Espíritos realmente sérios e elevados não precisam de “agrados” “amuletos” e se utilizam horários, pedem isso para justamente prepararem o ambiente e as energias / fluídos (como acontece nas casas espíritas). Não é agressivo, não é mágico, não é estranho, bom espírito causa boa sensação.

Já o pensamento, este sim é o maior poder do ser humano. Se entendêssemos o poder que um pensamento exerce sobre o plano espiritual. Como nossas boas vibrações afetam positivamente os espíritos nos quais pensamos. É complicado, mas nosso pensamento é plasmado em realidade no mundo espiritual, tem um alcance formidável, podendo percorrer enormes distâncias e acionar mecanismos gigantescos da mente. É o suficiente para atrair ou repelir a atenção de um espírito, desde que haja condições morais para isso.

O contato com os bons espíritos e sua vigília sob nós só depende de nosso próprio comportamento, pensamento e ação.

julho 29, 2011

Nossa Insignificância

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 6:58 am

Eu sempre quis saber qual é a nossa real insignificância no universo. É fácil dizer que somos apenas um grão de areia, e no fim das contas, concordo.

Portanto fui pesquisar e descobri que o grão de areia é de uma complexidade impressionante. Ele é singular em meio aos outros, brilha como cristais e possui formas absolutas. Segue abaixo algumas fotos e aqui a reportagem:

Também fui pesquisar nosso papel no universo, abaixo algumas imagens que são esclarecedoras. Realmente, somos nada.

Portanto, se a escala da evolução é longa e difícil, cabe a nós utilizarmos também isso ao nosso favor. Somos tão insignificantes que podemos nos dar ao luxo de utilizar a eternidade ao nosso favor. Nosso papel é tão limitado que acaba possibilitando espaço ao nosso crescimento pessoal e interior. Nossa pequenez apenas nos cobra poucos passos e a responsabilidade de quem é apenas pequeno.

Acho que já comentei no blog antes. Para mim, a diferença de um animal, um humano, um espírito da classe dos Apóstolos e Jesus, e um Deus, é a quantidade de vidas que conseguimos cuidar e dedicar amor. Cuidamos de uma família, os evoluídos, de sociedades, Senhor Jesus Cristo, de todo o planeta, mas um Deus, de um universo ou vários, com amor incondicional. Impensável para nós por enquanto.

Sejamos pequenos e passemos e cuidar de nossas vidas, para podermos evoluir com consciência a ponto de cuidar de uma família. Sejemos felizes e isso nos levará o mais próximo da perfeição em nossa pequenez.

Evolução = Superação + Perdão + Auto-Perdão + Conhecimento + Força de Vontade + Humildade + Caridade

Imaginem quando formos grandes…

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