ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

julho 17, 2012

O Cristão e o Mundo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 5:23 am

102 – O CRISTÃO E O MUNDO

“Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.” Jesus (MARCOS, 4: 28)

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu  sabiamente aos símbolos vivos da Natureza,favorecendo­nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.

Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.

Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no  coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão.

Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem­lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo  do Senhor ainda não  passa de folhagem

promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva­se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.

Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.

Esquece-­se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por  isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o  casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só  entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar­se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Natureza.

Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre:

Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.


(retirado da obra “Caminho, Verdade e Vida)

_______________________________________________________

Muitas vezes, na empolgação de quando passamos a seguir uma religião ou nova filosofia de vida, passamos a nos exigir mais e a cobrar passos largos, quando muitas vezes mal podemos caminhar. É claro que quanto antes evoluirmos, melhores os resultados que colheremos no futuro, mas uma semente mal plantada não germina. De que adianta cobrarmos de nós mesmos progressos hercúleos, quando a tradução deste ato será o retorno à estaca zero?

Muitos desistem de seguir o Espiritismo reclamando de que as exigências morais ultrapassam o comum. Aqueles que não compreendem de fato a Doutrina, vêem o Espírita como alguém que se isola da realidade em prol de um ganho maior, ou de apenas um tolo que esquece-se de viver a “realidade”. O verdadeiro Espírita, me parece que reside como a ponte entre o mundo material e seus defeitos e uma aspiração espiritual de elevada magnitude. Aspiração, pois qualquer mudança moral exige tempo.

Um alcoólatra, ou um viciado em drogas pesadas, precisa de tempo e muita vontade para se livrar do vício. Análoga é nossa situação em relação aos hábitos contraídos em longo passado e sustentados durante vidas a fio. Quem já entende que precisa mudar e se esforça de verdade nesse intento, já progride muito.

Quando alguém passa a trabalhar na obra assistencial, como o passe, já desperta em alguns o entendimento de que ele pode curar. Esse é o olhar do mundo. Ele cobra a cura como se fosse uma tarefa simples ao médium. Não é nem preciso mencionar que a cura através do passe é um tanto quanto trabalhoso e demorado na maioria dos casos. Quando há um médium de cura efetivo, daqueles que só de nos olhar já identificam o problema e curam, tenha certeza que seus méritos são de muito antes desta encarnação. Na base da pirâmide estamos nós, reles Espíritos encarnados que almejam uma faísca de evolução e que devem muito perante à espiritualidade.

O discípulo que tem pressa, acaba por se afobar e perder a essência da Doutrina, a paciência e o amor. Tanto para os outros quanto para ele mesmo. Nossa vaidade é a mãe de uma ambição que pode, além de frear o progresso, nos induzir aos erros da vaidade e orgulho.

Nós nos espelhamos no Mestre Jesus, mas de fato, entendemos que há uma distância simplesmente ainda imensurável entre as evoluções. Só podemos nos comparar aos simples homens de bem que almejam o melhor e praticam a Doutrina em seu cotidiano.

Eis o porque de não podermos chamar as atenções do mundo. Ele demanda mais do que enxerga. Nós devemos seguir com humildade e em silêncio o caminho que acreditamos correto. Nenhum ensinamento é melhor do que o exemplo. A caridade também pode ser feita para com a nossa consciência.

julho 13, 2012

As Tentações

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 6:33 am
OBRA – CAMINHO, VERDADE E VIDA (pelo Espírito Emmanuel)

129 – ORIGEM DAS TENTAÇÕES

“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” (TIAGO, 1: 14)

Geralmente, ao surgirem grandes males, os participantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram­-se, tardiamente de que o Pai é Todo­ Poderoso e alegam que a tentação somente poderia ter vindo do Divino Desígnio.
Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por suas mãos compassivas As tentações, todavia, não procedem da Paternidade Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsável pelos atos desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela luz do céu.
“Cada um é tentado, quando atraído pela própria concupiscência.”
Examinemos particularmente ambos os substantivos “tentação” e “concupiscência”. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar  os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo  “atrair”. Verificaremos a extensão de nossa inferioridade pela natureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-­te de que cada dia tem situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e eliminarás os males próprios,atendendo ao bem que Jesus deseja.

A primeira dúvida que pairou em minha mente foi a respeito da palavra “concupiscência”. Procurei o significado online neste link e encontrei:

s.f. Inclinação a gozar os bens terrestres, particularmente os prazeres sensuais.
Ganância por propriedades materiais.
Aspiração por satisfações sexuais.
Filosofia. Agostinismo. Desejo libertino, lascívia carnal.
Tomismo Medieval. Aspiração por prazer motivado por um fato material.
Teologia. Anseio humano pelos domínios naturais ou sobrenaturais.
Organização amorosa orientada a Deus e aos homens.
Pej. Desejo dos homens por bens materiais cuja existência justifica-se através do pecado original.
(Etm. do latim: conscupiscentia)

Enfim, de tudo o que consta no significado desta palavra, podemos retirar que trata-se do apego a matéria (refletida de qualquer forma, tanto na posse de bens como na utilização do corpo).

A imperfeição humana ainda nos torna reféns do mal. Mal que não habita outro local se não nosso próprio coração e mente. Mal que cultivamos por ignorância ou vontade durante sucessivas vidas e que estamos lutando para vencer. Não podemos culpar a Deus pelas dificuldades que passamos, podemos sim pedir e agradecer quando Ele nos ajudar (e ajudará se soubermos entender).

Injustiça é uma palavra que reflete uma situação humana, não divina. Enquanto não aprendermos a pensar atemporalmente e a entender o que acontece no mundo espiritual, não seremos compreensivos suficientes, e seremos reféns de uma situação que projetamos.

É imperioso o estudo, mas a prática da real caridade forma um escudo natural contra as tentações. Ocupar a mente com atividades nobres é a maior arma que temos contra o nosso próprio mal.

junho 27, 2012

A Reforma Íntima Também no Mundo Espiritual

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 4:28 pm

A Reforma Íntima já foi tratada em textos anteriores, e como já explicado, é um processo árduo, doloroso, custoso e difícil, mas que todos necessitamos realizar.

Lendo o segundo livro de André Luiz, “Os Mensageiros” me deparei logo no início com a passagem abaixo, quando o autor descreve seu processo de evolução no mundo espiritual. Lendo o parágrafo em si, fica claro que se a mudança necessária não ocorrer no plano físico, ela ocorrerá no espiritual.

Experimentava o júbilo da descoberta de mim mesmo. Dantes, viva à feição do caramujo, segregado na concha, impermeável aos grandiosos espetáculos da Natureza, rastejando no lodo. Agora, entretanto, convencia-me de que a dor agira em minha construção mental, à maneira do alvião pesado, cujos golpes eu não entendera de pronto. O alvião quebrara a concha de antigas viciações do sentimento. Libertara-me.” (capítlo 1 ‘Renovação’).

A dor é um mecanismo comum de progresso à muitos. Depois haverá um novo post tratando somente da dor e evolução, mas se analisarmos bem, quantos mudam sua forma de pensar após um sofrimento? O próprio Espiritismo é hoje um palco desta condição. Muitos passam a frequentar um Centro Espírita ou passam a ler sobre Kardec ao sofrer a perda de um ente querido, buscando respostas, analisando suas prioridades e idéias.

É do ser humano e do espírito a capacidade de se reinventar e de alterar sua condição. Todos podemos melhorar e espalhar a melhora através de atitudes positivas e caridosas.

abril 18, 2012

O ABORTO À LUZ ESPÍRITA. MUITO ALÉM DO ANENCÉFALO

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:28 am
Aborto Delituoso

Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.
Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais…
Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância…
Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.
Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza…
Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.
Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.
Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!
Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
14a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.
____________________________________________
Talvez a mais polêmica temática quando falamos de religião diz respeito ao aborto. Sob a ótica Espírita, é um crime horrendo que custa muito caro sob todos os ângulos da lei de ação e reação.
Sobre o núcleo familiar, temos a informação de que nascemos em uma determinada família por um motivo. Seja ele afinidade, seja ele “cármico”, estamos lá por uma razão. Conforme os escritos de Kardec colocam:
_____________________________________________
A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).
* * *
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.
_____________________________________________________
Imperioso constatar que há uma preparação muito grande no espírito que irá reencarnar, sua perda gradual de consciência, até tornar-se um pequeno bebê, acontece de forma muito complexa e, algumas vezes até dolorosa. A experiência do esquecimento total e regressão à forma tão pequena e inconsciente não deve ser nada prazerosa. Imaginem ainda se após todo este processo você for condenado a morte das mais variadas formas de agressão? (agulhas de costura, remédios intoxicantes, retirada abrupta, morte logo após o nascimento, etc).
Isso pode jogar fora um planejamento de gerações, Pode levar ao fracasso e jogar pelo ralo todo o comprometimento de ao menos duas vidas. Pode, de uma só vez, ampliar as angustiosas e doloridas provações por séculos !
O caso dos Anencéfalos ganhou notoriedade na mídia após a aprovação da extinção do feto (aborto) em casos comprovados de ausência de cérebro no ser gestado, já que sem cérebro não haveria condições plenas de vida.
O ser humano é falho, assim como a inevolução de nossas ciências. Há um potencial de erro em presumir ausência de cérebro, a medicina muitas vezes falha em diagnosticar a morte ! Há vários casos em que uma simples consulta em um buscador de internet demonstra renomados hospitais que erraram ao concluir a morte de um paciente. Há casos de diagnóstico de anencefalia em que ao nascer constatou-se que o feto possuía um resíduo cerebral que manteve suas funções ativas, ou seja, o feto sobreviveu e vive em estado vegetativo.
Há aqueles que imaginam a inutilidade em se manter uma vida vegetativa, mas estes estão longe da compreensão do Espiritismo, são movidos por outras idéias.
O Espírita sabe que tudo isso traduz-se em provações, tanto para aquele espírito privado de cérebro e funções motoras, quanto aos familiares que vêem-se obrigados a cuidar com amor e carinho sem nenhuma forma de retribuição. É a maravilhosa solução do resgate, que coloca ombro a ombro muitos inimigos em prol de prova comum.
Há aqueles que também questionam se há consciência (vida) em um feto. Sim, o espírito está presente desde a gestação, ligado ao corpo através de cordão fluídico. Para finalizar, alguns esclarecimentos oferecidos pelo Livro dos Espíritos:
__________________________
UNIÃO DA ALMA E DO CORPO. ABORTO
344 Em que momento a alma se une ao corpo?
– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.
345 A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia renunciar ao corpo designado?
– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.
351 No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta de todas as suas faculdades?
– Mais ou menos, de acordo com a época, visto que ainda não está encarnado, e sim vinculado. Desde o instante da concepção, o Espírito começa a ser tomado de perturbação, anunciando-lhe que é chegado o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual não terá mais consciência, como pessoa, logo que entrar na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória ao retornar ao seu estado de Espírito.
357 Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?
– É uma existência nula que terá de recomeçar.
358 O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?
– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento.
* * *
Allan Kardec. Da obra: O Livro dos Espíritos
__________________________________________
É imperioso lembrar que as provas terão de ser cumpridas. Se não agora, depois. É onde o livre abrítrio opera.
O aborto questiona também a sabedoria divina da providência espiritual (atemporal). O ser humano é acostumado a pensar dentro do universo de sua temporalidade, enquanto encarnado, e de forma utilitarista. Sem o esclarecimento da Doutrina Espírita, ele é refém de impulsos momentâneos e sim, não haveria benefício nenhum em permitir que algúem vivesse em estado vegetativo.
No entanto, o maior argumento daqueles que precisam justificar o aborto para si mesmos, e possuem o conhecimento Espírita, é a plena liberdade de agir, vulgo livre-arbítrio.
De fato, todos os Espíritas sabem que podem tomar as atitudes que quiserem. Nenhum mentor espiritual impedirá os crimes, nenhum anjo da guarda inspirará a beatitude em quem se delicia em prejudicar os outros. Livre Arbítrio é o extremo oposto da irresponsabilidade. A liberdade só é plena com o conhecimento, por isso seremos julgados pelos nossos atos. O Espírita simplesmente possui uma responsabilidade muito maior quando comete delitos morais, já que foi informado do caminho correto e assim aceitou.
Estamos agora em terreno perigoso. Se um ser com cérebro ausente pode ser descartado por ser um “problema para o mundo”, quanto tempo até que se pense o mesmo daqueles sem um membro? Afinal, ‘sem uma perna aquele bebê não crescerá em condições iguais ao que possui duas pernas’. E os problemas mentais diversos? ‘Estes pobres coitados, não teríam chance contra os que possuem plena capacidade…’.
Meus amigos, entramos no terreno da Eugenia. É esse raciocínio, de eliminar a prova preventivamente, que nos arrasta, novamente, à um mundo materialista e amoral. Só podemos pedir ao Mundo Espiritual que nos envie representates dignos da missão que se desenha, já que a espiritualização deste orbe tende a demorar muito.

março 25, 2012

Esquecimento do Passado e Perdão

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 6:53 am

Uma das grandes objeções quanto ao esquecimento das vidas passadas é a que diz  ” por que ?  e para que? “. Aparentemente muito simples, é um real questionamento  que busca a resposta no mais profundo que os elementos básicos do Espiritismo podem trazer.

No Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos uma série de ensinamentos sobre isso. Aqui neste texto, a reencarnação é um pressuposto aceito e não aberto à discussões.

Primeiro, tratando do esquecimento, segue abaixo valorosas lições do “Evangelho Segundo o Espiritismo” no qual o brilhante trabalho de Kardec conseguiu simplificar um pouco as complexas relações entre os mundos invisíveis e materiais.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAPÍTULO IV – NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO)
 
A REENCARNAÇÃO FORTALECE OS LAÇOS DE FAMÍLIA, AO PASSO QUE A UNICIDADE DA EXISTÊNCIA OS ROMPE
18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos
pelo seu mútuo adiantamento. 

19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou. Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias,ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAPÍTULO V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS)
ESQUECIMENTO DO PASSADO
11. Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.

Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.
_________________________
(Pouco mais sobre a formação da família e porque encarnamos junto aos parentes pode ser encontrado no capítulo XIV – HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE).

O esquecimento é uma dádiva. Em que ajudaria agora saber se fomos escravos ou reis? Se fomos simples agricultores ou poderosos senhores feudais? A palavra de Kardec é absoluta em dizer que nada poderíamos aproveitar destas lembranças enquanto encarnados.

O esquecimento do passado combina-se a uma das mais sublimes lições de Jesus:

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. – Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” – Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.” (S. MATEUS, 18:15, 21 e 22.)

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, 5:25 e 26.)

E a relação entre o perdão e o esquecimento?

Com o esquecimento, temos a chance de moldar nossa existência corpórea com valores morais melhores e conhecimentos que nos permitam entender melhor as relações humanas, a realidade e o estudo. O perdão nesta vida pode se resumir à questões simples e à questões complexas. Tudo não passa de um treinamento para quando desencarnarmos. Lá teremos noção real do tamanho de nossas dívidas para com outros e do tamanho do perdão que exigimos dos outros e não cumprimos quando nos foi solicitado.

É perdoando as pequenas coisas, como ofensas no trânsito, injúrias, boatos, que aprenderemos a perdoar as grandes coisas. Só devemos ter em mente que a atemporalidade não permite que tenhamos conclusões precipitadas quando conhecemos a doutrina Espírita. A grande responsabilidade está em saber pesar a qual árvore corresponde qual fruto. A oração do Pai Nosso traz explicita a frase “Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores”. Pois bem, vejam a profundidade a dificuldade envolvidas nessa frase.

É urgente uma mudança de conduta moral para as bases do bem, da caridade, do amor e do perdão, só assim teremos um pouco de avanço na longa escadaria das existências.

O esquecimento é a dádiva divina, que nos dá chance de modificar nossos hábitos, hálitos mentais, ideologias e condutas, de forma a aproveitar o tempo encarnado para aprendizaro do perdão e da caridade, cujas virtudes nos ajudarão a encarar a realidade de fato quando desencarnados. O esquecimento e o perdão das pequenas coisas são um exercício que nos fortalecerá e nos colocará em sintonia com o que há de melhor ao nosso alcance. Agradeçamos a Deus e ao senhor Jesus Cristo por mais esta dádiva e ajuda. Façamos merecer a confiança depositada em nós.

Em seu livro “HÁ 2.000 ANOS”, o Espírito Emmanuel através de Chico Xavier narra uma encarnação em Roma, onde foi um orgulhoso e poderoso Senador da República (Públio Lentulus). Essa passagem é uma das mais emocionantes, é um encontro entre o Senador e um grande amigo e mentor que havia desencarnado, chamado Flamínio. É uma passagem que nos faz refletir:

O senador deixou que todo o seu pensamento se perdesse na tempestade das mais abençoadas lágrimas de sua vida. Arfando nos soluços de sua compunção, suplicava, mentalmente:
– Sim, meu amigo e meu mestre, eu quero compreender a verdade e almejo o perdão das minhas faltas enormes!… Flamínio, inspiração de minha alma dilacerada, sê o meu guia na tormentosa noite do meu triste destino!… Vale-me com a tua ponderação e bondade!… Toma-me, de novo, pelas mãos e esclarece-me o coração no tenebroso caminho!… Que fazer para alcançar do céu o esquecimento de minhas faltas?!…
A serena visão, como se se houvera comovido intensamente ao receber aquele apelo, tinha agora os olhos iluminados por piedosa e divina lágrima.
Aos poucos, sem que Públio pudesse compreender o mecanismo daquele fenômeno insólito, observou que a silhueta do amigo se diluía levemente na sombra, afastando-se da tela de suas contemplações
espirituais; mas, ainda assim, percebeu que seus lábios murmuravam, piedosamente, uma palavra: – Perdoa!…
Aquela suave recomendação caiu-lhe nalma como bálsamo dulcificante. Sentiu, então, que seus olhos estavam agora abertos para as realidades materiais que o rodeavam, como se houvera acordado de sonho
edificante.

(Emmanuel – Há 2000 Anos – Psicografia de Chico Xavier. Trecho na página 338)

 

 

fevereiro 27, 2012

Operando em Cristo com a Consciência Humana

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:49 am

108 – OPEREMOS EM CRISTO

“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele grac?as a Deus e Pai.” – Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.)

A espera de resultados, depois de expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos em nossa romagem para a Suprema Luz.

Enquanto aguardamos manifestações alheias de gratidão ou melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas próprias obrigac?o?es, desviando-nos para o terreno escuro da maledicência ou do julgamento precipitado.

Quanto seja possível, distribuamos o bem, entregando nossas atividades ao Cristo, divino doador dos benefícios terrestres.

É perigoso estabelecer padro?es de reconhecimento para corac?o?es alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas jóias do nosso escrínio espiritual. Em nossa expectac?a?o ansiosa por enxergar a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer egoístas, ingratos e maldizentes.

Copiemos o pomicultor sensato.

Preparemos a terra, auxiliando-a e adubando-a. Em seguida, lancemos ao solo sementes e mudas valiosas.

O servic?o mais importante caberá ao Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espac?o e no tempo, desenvolvendo-nos a sementeira, ou anular-nos-á o servic?o, atravás de processos naturais, adiando a realizac?a?o de nossos desejos, em virtude de razo?es que desconhecemos.

O pomicultor equilibrado trabalha com títulos de sincera confianc?a no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro do imediatismo humano.

Ampara-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício de todos.

Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando invariavelmente em nome de Jesus.

Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir.

(RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.)

———_____________————————-________________

O nobre Emmanuel faz aqui uma síntese de alguns pontos fundamentais ao Espiritismo. Fazer o bem sem esperar retorno. Não Julgar. Atemporalidade.

1) Fazer o bem sem esperar retorno;

É o pressuposto maior da caridade verdadeira. É para esta condição que o Espírita vive e procura se melhorar sempre. A caridade real é desinteressada e age sem humilhar o outro e sem orgulhar-se de si própria. Age como uma fonte luminosa para quem recebe e desperta gratidão devido à pureza de intenções. Nunca desperta a inveja, o ódio ou qualquer manifestação negativa.

2) Não Julgar;

Muitas vezes cremos conhecer, até em demasia, o que passa nos corações e mentes das pessoas, especialmente as que nos são caras e próximas. No entanto, além de não dever concentrar a caridade naqueles que nos são apenas importantes, já que caridade é um dever universal daquele que se diz Espírita, a reação e a expectativa de um retorno após uma ajuda (ajuda que nesse caso seria semear para o pomicultor) é simplesmente descabida. Procurar uma sensação de alívio ou auto-contentamento após ajudar alguém é uma forma de egoísmo se aguardarmos uma reação para isso.

A melhor forma de descobrir se estamos sempre em boa linha, é observar nossa consciência. Ela pesa ou fica mais leve de acordo com o grau desempenhado pela nossa ação prática. Quanto mais estudo e mais conhecimento arquivamos em nossas mentes, mais a consciência se abastece de razões e exigências para nossa tranquilidade, já que nossa responsabilidade também aumenta. Aqueles que desejam afugentar os desígnios de sua própria mente, insiste em dizer “A ignorância é uma bênção“. Ditado antigo e também descabido. Serve como fuga para aqueles que negam ao conhecimento a função edificante.

A responsabilidade no conhecimento ensina a busca de uma consciência leve e ilibada. Claro que é muito difícil e claro que vamos tropeçar no caminho. Mas se há alguém perfeito, que mantenha-se no seu patamar superior. Nós que estamos em vias de desenvolvimento, com um passo de cada vez, precisamos de uma paciência enorme com nossas próprias virtudes e defeitos, para uma alteração de conduta que acontecerá mais cedo ou mais tarde de acordo com nosso empenho.

3) Atemporalidade

Talvez a mair bênção do conhecimento Espírita seja a idéia da atemporalidade. Ela é a vida eterna, fruto da misericórdia divina para com nossos erros. Temos a oportunidade de agir e nascer novamente para correções e ajustes. Quanto cultivamos uma consciência em vias de evolução, nossa caridade pode ser grande, mas o renascimento traz consigo o esquecimento das outras vidas, (algo já discutido no blog e que pode ser encontrado em textos anteriores), por isso alguns desígnios não são tão claros. Uma fatalidade para uma família que sempre agiu na seara do Cristo pode significar perda irreparável de um filho, de um pai, de uma mãe, e que por algum momento durante a encarnação não seja compreensível (todos já ouvimos: Fulano era tão bom, por que teve que morrer?), mas nós devemos aprender a pensar em longo prazo, e que a providência divina age para correção sempre.

A idéia de confiar em Jesus é fundamental. Nada acontece sem aprovação de nosso Pai celestial. Não há injustiça, pois injustiça é algo que pressupõe falha. Comum em humanos, mas inadmissível na idéia de um Deus perfeito e um arcabouço de justiça montado por Ele.

Concluíndo, não há razão para ficar analisando casos presentes ou acontecimentos ao invés de realizar a Doutrina de Cristo na prática. Não há como analisar um quadro com perfeição sem poder observá-lo de longe. Como fazemos parte do quadro hoje, devemos ter a paciência necessária para entender que nossa noção humana de tempo não vale para os Espíritos, assim como nossas provas, razões e consciências não estão acessíveis em suas totalidades para permitir uma análise completa das ações / problemas.

Perderemos algumas colheitas. Teremos em abundância em algumas fases, mas o que aprendemos / desenvolvemos com isso?

Quer saber se está desenvolvendo-se de forma salutar? Consulte sua consciência.

janeiro 5, 2012

Compreensão e Prática de Jesus

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 10:17 am

70 – GUARDEMOS O ENSINO

“Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos.” – Jesus. (LUCAS, 9:44.)

Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os que colocam a lição nos ouvidos.

Não se trata de registrar meros vocábulos e sim fixar apontamentos que devem palpitar no livro do coração.

Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.

Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais, sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o Espírito do Cristo. Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas, concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do serviço justo.

A maioria não pretende ouvir o Senhor e, sim, falar ao Senhor, qual se Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de cada um.

São alunos que procuram subverter a ordem escolar.

Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas que não podem cumprir.

Não estimam ensinamentos. Formulam imposições.

E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.

Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilidade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as realidades eternas.

Não poucos se revoltam, desencantados …

Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.

“Ponde minhas palavras em vossos ouvidos”, disse Jesus.

O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o Divino Mestre transmitido alguma lição, ao acaso?

RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.

____________________________________________________

EVANGELHO DE JÕAO – CAPíTULO 6

27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.

28 Pergutaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus?

29 Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.

30 Perguntaram-lhe, então: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos e te creiamos? Que operas tu?

31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu deu-lhes pão a comer.

32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.

33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.

34 Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.

36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes.

____________________________________________________

Eis uma das questões mais perturbadoras para aqueles que creem verdadeiramente na mensagem do Cristo. Entender não é suficiente, assimilar é realmente complicado, mas praticar é quase impossível. Nenhuma dificuldade nesse sentido é incomum. Todos penamos muito para realizar uma fração da reforma íntima de que necessitamos.

Não é demérito, é humildade de saber que podemos dar pequenos passos devido à nossa limitação. Não é falsa modéstia de ninguém dizer que se esforça para trilhar um pouco do que o Mestre nos deixou. A forma com que Jesus assimila a psicologia humana é impressionante até hoje. Joanna de Ângelis provou em “Em Busca da Verdade” através do médium Divaldo P. Franco que isso é um fato. Mas para não nos restringirmos à literatura Espírita, eis que o Dr. Augusto Cury, definido por ele mesmo como um dos mais ferrenhos ateus que já existiu, escreveu 5 volumes sobre a An[alise da Inteligência do Cristo, onde destaca sua excepcional capacidade psicológica (volumes que serão analisados mais tarde aqui no blog).

Eu não vejo condições na humanidade para que se cumpra ainda o postulado dos Evangelhos e o exemplo integral do Cristo, mas cada esforço nosso conta, cada vez que nos orgulhamos (em bom sentido) de praticar uma boa ação ou de ajudar o próximo, ou de tratar bem as pessoas, com educação e humildade, contribuímos com um padrão mental melhor e ajudamos a obra dos bons Espíritos.

A assimilação do que nos disse o Cristo, foi complementado com o ensino dos Espíritos. Precisamos utilizar o Consolador para nos aprimorar. Precisamos ver Jesus de fato, precisamos comer do alimento espiritual que ele nos trouxe, e só o estudo e o esforço prático na Caridade ajudarão.

dezembro 19, 2011

LEÓN DENIS – O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR

Filed under: Uncategorized — Aprendiz @ 7:33 am

Meus caros,

Vou criar uma página, ao lado, com as citações e comentários de toda Primeira Parte do livro, que abrangerá da página 1 a 222 do livro.

Peço que enviem comentários ou e-mails para espiritismolivre@gmail.com

PS: ESTA PEQUENA CONTRIBUIÇÃO NÃO SIGNIFICA UM RESUMO QUE DISPENSA A LEITURA DA OBRA. NÃO HÁ CONDIÇÕES DE RESUMIR LEON DÉNIS, É SOMENTE UM GUIA DE LEITURA.

Fiquem com a paz do Mestre Jesus.

dezembro 11, 2011

Transformação (ou morte)

Filed under: Uncategorized — Tags:, — Aprendiz @ 1:59 pm

“Ao passo que neste mundo choramos a partida de um dos nossos, como se ele fosse perder-se no nada, por cima de nós seres etéreos glorificam a sua chegada à luz, da mesma forma que nós nos regozijamos com a chegada de uma criancinha, cuja alma vem, de novo, desabrochar para a vida terrestre. Os mortos são os vivos do Céu!”

Léon Denis – “O problema do Ser, do Destino e da Dor”, Cáp. X – A Morte – p. 184 (FEB, 2005).

Achei simplesmente brilhante a metáfora de Denis para explicar a morte. O capítulo como um todo é ótimo, e em breve colocarei um resumo desta gradiosa obra. Humildemente digo que jamais direi que meu resumo pode substituir a leitura deste livro, mas sim auxiliará um pouco no estudo do mesmo.

A morte é, na maioria das vezes, relacionada ao sofrimento e à punição, e isso foi colocado há muito em nossas consciências. Hoje temos livros e filmes de terror anunciando estas condições, no passado tivemos a opressão religiosa que nos condenava ao inferno (ou afins) caso não nos comportássemos como ditado.

O maior mérito da Doutrina Espírita é retirar o fardo da morte de nossas costas, e nos indicar a agir da melhor maneira possível para ter uma moral plena e uma vida de contínua alegria, a morte só significa a continuidade, transformação, e não aniquilamento da realidade. A Natureza não aniquila, só altera suas formas e vidas.

A atemporalidade nos traz o conforto de saber que sempre há tempo para transformação rumo à evolução, e poucas são as verdades que consolam tanto.

novembro 17, 2011

Reforma Íntima – I

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:05 am

______Citação 1 ____
Nossa palavra de ordem é recomeçar – uma palavra inspiradora.

Quantas vezes se fizerem necessárias, a nossa grande e única virtude nos áridos campos do aprimoramento íntimo é a capacidade de resistir aos apelos para a queda, jamais desistindo do ideal de libertação que acalentamos, trabalhando mesmo cansados, servindo mesmo que carentes, estudando mesmo que desmotivados, aprendendo mesmo que sem objetivos definidos.

A própria encarnação é o mecanismo divino do recomeço, da retomada. Justo, portanto, que abracemos amorosamente os compromissos abandonados de outros tempos e aplainemos nossos caminhos tortuosos.

Temos o que merecemos e somos aquilo que plasmamos.
______########____ (página .11)

______Citação 2 ____

Reforma íntima não deve ser entendida apenas como contenção de impulsos inferiores. Muito além disso, torna-se urgente analisá-la como o compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento dos lídimos valores humanos na intimidade. Circunscrevê-la a regimes de disciplina pela vigência e pela vontade poderá instituir a cultura do martírio e da tormenta como quesitos indispensáveis ao seu dinamismo.

Contenção é aglutinação de forças de defesa contra a rotina mental dos reflexos do mal em nós, todavia, somente a edificação da personalidade cristã, pródigas de qualidades morais nobres, permitirá a paz interior e o serviço de libertação definitiva para além-muros da morte corporal. Por essa razão entre os seguidores da mensagem espírita, urge difundir noções mais lúcidas sobre o nível de comprometimento a que devem se afeiçoar todos os seus aprendizes. Apenas evitar o mal não basta, imperioso fazer todo o bem ao nosso alcance. A reforma de profundidade exige devoção integral aos deveres da espiritualização, onde quer que estejamos, criando condições para vivências íntimas que assegurem comoções afetivas revitalizadoras e modificadoras a rumos mais vastos na ação e na reação: é a criação de condicionamentos novos e elevados.
______########____(página .15)

Reforma íntima Sem Martírio
(As Dores Psicológicas do Crescimento Interior)

Wanderley Soares de Oliveira
(
Pelo espírito Ermance Dufaux)

Editora Dufaux — 7a Edição – 2005

______########____ // ______########____

Falar ou escrever sobre Reforma Íntima demanda muito mais responsabilidade do que posso suportar agora. No entanto, serei breve para não incorrer em muitos erros.

As partes negritadas e grifadas são os pontos-chave deste ensaio. Vejam, “RECOMEÇAR“, começar novamente, é a bendita chance que temos toda vez em que acordamos pela manhã. Temos um papel em branco para desenhar e escrever uma nova conduta a cada 24 horas. Se hoje falhamos, amanhã não persistiremos no erro. Sabemos pela moral da conduta Espírita que não devemos provocar conflitos e nem agredir outras pessoas. A nossa própria encarnação é um recomeço.

Primeiro exemplo:
Se discutimos no trânsito hoje por uma ultrapassagem por exemplo, devemos nos policiar para que não aconteça mais. Na próxima ultrapassagem sofrida, pensemos em algo diferente, talvez nosso irmão tenha pressa por um motivo sério e muito relevante (pode ter algum familiar doente) e qualquer provocação o fará estourar em raiva. Se ainda assim, persistimos no erro em discutir, com certeza teremos oportunidades diversas para melhorar a conduta. O mais importante é nunca desistir de tentar melhorar, mas de coração, não adiante ‘se convencer’ de que está fazendo o melhor e, contudo, ter aquela idéia certa de que poderia fazer mais.

Em determinado tempo, com a persistência e força de vontade, não mais discutiremos no trânsito e poderemos nos orgulhar de pequena vitória. Essa pequena vitória será nossa alavanca mental que possibilitará o progresso adiante em outros erros que cometemos.

A frase “TEMOS O QUE MERECEMOS E SOMOS AQUILO QUE PLASMAMOS ” é simplesmente espetacular. Você não ‘tem sido’ ruim, ou você é algo ou não é. Simples assim. Sua conduta assume formas e se propaga perante os outros. Ninguém é caridoso de verdade se gabando de seus atos e de seus donativos, é apenas orgulhoso e mesquinho. O pensamento funciona como o “Hálito Mental” (já expliquei aqui), e é capaz de nos melhorar ou nos envenenar de acordo com suas qualidades, além disso, plasma a nossa volta os elementos morais com os quais foi constituído. Pessoas negativas tendem a se afundar, enquanto pessoas positivas e de boas ações (e intenções) constróem um escudo a sua volta contra a negatividade.

Eis o porque de termos o que merecemos. Além do mais, nunca saberemos de fato as nossas provas escolhidas como forma de expurgar erros do passado, nem nosso planejamento. O excesso de recursos financeiros ou a ausência destes, pode constituir uma prova. Digo que ‘pode’ na condicional, pois os espíritos já deixaram claro (Livro dos Espíritos – Questões 806/806a/807) que a desigualdade social é um problema do homem e não de Deus, por isso deve ser atenuado (afinal, Jesus Cristo e Kardec cansaram de insistir nas benesses da Caridade). No entanto a espiritualidade pode aproveitar-se deste problema social como prova para aqueles que desejam expurgar erros do passado.

Segundo exemplo:
Quantos não conhecemos que se revoltavam com a ausência de recursos financeiros, pobreza, em que se encontravam? Que não invejavam pessoas cujas posses excediam o necessário? O erro já está nesta revolta e inveja que nada mais fazem do que um ciclo vicioso de envenenamento mental que provavelmente acarretará uma auto-obsessão e dará origem a muitos males. E quantos casos públicos de pessoas que viviam na pobreza, enriquecem de uma hora para outra, e gastam tudo em curto período de tempo? E tornam-se tiranos domésticos ou familiares? Com ou sem recursos, permanecem o que sempre foram, afinal, não é o dinheiro que pode mascarar uma personalidade para si mesmo. Podemos ver pessoas de fino trato e educadas na sociedade, mas que dentro de casa são verdadeiros monstros.

Mas aqueles que assumem a pobreza com humildade e batalham diariamente pela melhoria de suas condições com trabalho honesto e boas intenções, com certeza estarão cada vez mais progredindo em todos os sentidos. As dificuldades nunca serão maiores do que poderiam suportar. Aqueles que possuem excesso de dinheiro, mas que investem em ajudar ao próximo através de empregos em suas indústrias e em obras assistenciais / caridosas não podem ser penalizados pelos excessos financeiros. Nos dois casos, têm o que merecem e são o que plasmam.

Enfim, Reforma Íntima é um tema de elevadíssima complexidade. Voltarei a ele assim que encaminhar melhor as minhas leituras. Conto com o comentário de vocês para ajudar a construção dos textos.

« Newer PostsOlder Posts »

Powered by WordPress