Uma pequena passagem da obra “PAULO E ESTÊVÃO” – psicografada por Chico Xavier e ditada por Emmanuel. (4a ED. FEB – 2010).
“O leito de dor é um campo de ensinamentos sublimes e luminosos. Nele, a alma exausta vai estimando no corpo a função de uma túnica. Tudo o que se refira à vestimenta vai perdendo, consequentemente, de importância. Persevera, contudo, a nossa realidade espiritual”. (p.138).
Um questionamento bastante comum dentre aqueles que não acreditam em nada (ou dizem-se desta forma), é o que acarreta nas pessoas sentimentos tão extremos como fé, tanta doação e caridade ao invés de aproveitarem a vida, e como a religião brota nos corações as vezes tão duros.
Geralmente as grandes conversões acontecem em cenários extremos de dor e sofrimento. Por que? Cheguei a conclusão de que o sofrimento, ou o “leito de dor” como traduz acima nosso mentor Emmanuel, rasga qualquer vestígio de sublimidade, orgulho ou egoísmo que restava em nós. Reis e conquistadores do passado sucumbiram à doenças, e no momento da morte, foram exatamente iguais a seus escravos e lacaios. A humildade é desperta do cenário mais horrendo.
Quantos vão à presídios, condenados, quando seus crimes, se não fossem descobertos, resultariam em uma riqueza absoluta? E então, perdido em meio a bandidos de todos os tipos, acaba por encontrar a consolação na religião.
Todo aquele que é orgulhoso e tem uma estima exagerada de si mesmo será confrontado, cedo ou tarde, com sua insignificância perante o mundo. Terá que assumir seu papel de grão de areia em vasta praia e perceber que não passa de um espírito em uma túnica. A humildade abre o coração para a verdadeira religião e o verdadeiro aprendizado.
A doença é uma provação muito difícil, já que ela exige a constante fé e vontade de viver. Aquele que perde a vontade, geralmente sucumbe, enquanto aqueles que escolhem travar a batalha com uma doença complexa algumas vezes se curam. De qualquer forma, a doença os obriga a diminuir o ritmo de vida e se preocupar com sigo mesmo, e a religião é o pão da alma. Cedo ou tarde fará falta àquele que a despreza.
Muitos tratam a religião como um cabide, condenando aqueles que se dedicam à tarefas edificadoras e deixam de “aproveitar” seu tempo com as bobagens mundanas da Terra. Pois bem, é só um degrau a mais na longa escada do orgulho, que a cada passo acima cega à realidade vivida. E quanto mais alto, maior a queda e o sofrimento que virá de todas as provas.
Ainda bem que temos um Senhor misericordioso e de infinita bondade, pronto a receber seus filhos, rebeldes ou não.
A dor também pode ser o tão aguardado expurgo de nosso passado obscuro, e deve ser agradecida por todos aqueles que possuem a fé sincera na redenção e nas obras divinas do Mestre Nazareno. Se hoje temos dor, ontem a causamos, isso é FATO. Temos que aprender a viver sem causar dores, e isso é uma tarefa dificílima a qual ainda estamos engatinhando.
Que todos possamos triunfar um dia.