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outubro 4, 2011

Virtudes e Provações

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O LIVRO DOS ESPÍRITOS – QUESTÃO 893

893 – Qual a mais meritória de todas as virtudes?

– Todas as virtudes têm seu mérito, porque indicam progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse pessoal pelo bem de seu próximo, sem segundas intenções.

A mais merecedora das virtudes nasce da mais desinteressada caridade.

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Obra: Religião dos Espíritos – Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel).

69 – Diante das tentações

Reunião pública de 2/10/59
Questão nº 893 (L.E.)

Tentado à permanência nas trevas, embora de pés sangrando, dirige-te para a luz.

Enquanto não atravesse o suor e o cansaço da plantação, lavrador algum amealha a colheita.

Até que atinjamos, um dia, o clima, do reino angélico, seremos almas humanas, peregrinos da evolução nas trilhas da eternidade.

Aqui e ali, ouviremos cânticos de exaltação à virtude e, louvando-a, falaremos por nossa vez, acentuando-lhe os elogios.

Entretanto, manda a sinceridade nos vejamos por dentro, e, por dentro de nós, ruge o passado, gritando injúrias contra as nossas mais belas aspirações.

Toma, porém, o facho que o Cristo te coloca nas mãos e clareia a intimidade da consciência, parlamentando contigo mesmo.

Hora a hora, esclareçamos a nós próprios, tanto quanto nos lançamos no ensino aos outros.

Reparando os caídos em plena viciação, inventaria as próprias fraquezas e perceberás que, provavelmente, respirarias agora numa enxerga de lodo, não fosse a migalha do conhecimento que te enriquece.

Diante dos que se desvairam na crítica, observa a facilidade com que te entregas aos julgamentos irrefletidos e pondera que serias igualmente compelido ao braseiro da crueldade, não fosse algum ligeiro dístico da prudência que consegues mentalizar.

A frente daqueles que se envileceram na carruagem do ouro ou da influência política, recorda quantas vezes a vaidade te procura, por dia, nos recessos do coração,e reconhecerás que também forçarias as portas da fortuna e do poder, caso não fosse o leve fio de responsabilidade que te frena os impulsos.

Analisando os que sofrem na tela da obsessão, pensa nos reiterados enganos a que te arrojas e compreenderás que ainda hoje chorarias nas angústias do manicômio, não fosse a pequenina faixa de serviço no bem a que te afeiçoas.

Perante os companheiros atolados no crime, anota a agressividade que ainda trazes contigo e concluirás que talvez estivesses na penitenciária, amargando aflitiva sentença, não fosse o raiúnculo de oração que acendes na própria alma.

E as lutas que te marcam a rota assinalam também o campo de serviço em que ainda estagias junto aos desencarnados da nossa esfera de ação.

Situemo-nos no lugar dos que erram e nosso raciocínio descansará no abrigo do entendimento.

Nenhum lidador vinculado à Terra se encontra integralmente livre das tendências inferiores.

Todos nós, ante a sublimidade do Cristo, somos almas em libertação gradativa, buscando a vitória sobre nós mesmos.

E se a estrada para semelhante triunfo se chama «caridade constante para com os outros», o primeiro passo de cada dia chama-se «compaixão».

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Todos conhecemos algum aspirante a Santo. Aquele que se acha acima do bem e do mal, que pensa compreender tudo o que se passa e que tem, soberba suficiente para condenar os outros.

A verdadeira caridade que desperta as melhores virtudes é baseada no amor, que não tem predisposição a nenhum tipo de julgamento. Pelo contrário, o amor lava a lama que domina nossa visão, ainda subdesenvolvida à compreensão de algumas situações, e transforma os maiores problemas em testes de paciência.

Todos possuímos defeitos que são testados durante nossa existência material. Os propensos à violência, viverão situações que levarão ao limite a tentação de usar a força, os vaidosos serão tentados na política e, aqueles com propensão ao vício, terão à disposição toda sorte de toxinas para se deleitarem. Para algum ignorante, aquele que clama “viver a vida” isso não seria um problema, mas até pela falta de conhecimento que ele provavelmente tem, não pode ser julgado. Um dia vestimos a carapuça e hoje estamos a caminho de nossa renegração.

Basicamente Emmanuel nos ensina que, mais valerá um segundo consciente do que se passa na cabeça de um irmão que sofre e que atiça os maus ânimos por ignorância, do que simplesmente manter uma postura que esconde nossa natureza, pois isso nos levará a falhar nas provas (e elas aparecem sempre no cotidiano). Humildade é a chave e Caridade a fechadura que abrirá a porta de nossa regeneração.

Aquela irritação no trânsito com uma “fechada”, aquela raiva de quando somos xingados, aquele ressentimento de uma discussão, aquela mágoa guardada, tudo isso nos desestabiliza e testa nossa visão. Menos amor neste caso é igual a uma inflação de orgulho, desprezo e de outras características que não acrescentam, só atrasam nossa evolução. Para cada passo para frente, somos tentados a dar 3 para trás.

Que todos possamos passar nestes testes, que são os mais difíceis que já enfrentamos. Por isso mesmo nosso Pai misericordioso nos concede novas oportunidades.

setembro 28, 2011

Esmola e a Verdadeira Caridade

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – QUESTÃO 888 / 888a

888 O que pensar da esmola?

–  O  homem  reduzido  a  pedir  esmola  se  degrada  moral  e  fisicamente: ele  se  embrutece.  Numa  sociedade  baseada  na  lei  de  Deus  e  na  justiça, deve-se  prover  a  vida  do  fraco  sem  humilhação  e  garantir  a  existência daqueles  que  não  podem  trabalhar  sem  deixar  sua  vida  sujeita  ao  acaso  e à  boa  vontade.

888a Vós reprovais a esmola?

–  Não;  não  é  a  esmola  que  é  reprovável,  é  muitas  vezes  a  maneira como é dada. O homem de bem que compreende a caridade, como Jesus,  vai  até  o  infeliz  sem  esperar  que  ele  estenda  a  mão.

A  verdadeira  caridade  é  sempre  boa  e  benevolente,  tanto  no  ato  quanto na  forma.  Um  serviço  que  nos  é  oferecido  com  delicadeza  tem  seu  valor aumentado;  mas  se  é  feito  com  ostentação,  a  necessidade  pode  fazer com  que  seja  aceito,  porém  o  coração  não  se  sente  tocado.

Lembrai-vos  também  que  a  ostentação  tira,  aos  olhos de  Deus,  o mérito  do  benefício.  Jesus  ensinou:  “Que  a  mão  esquerda  não  saiba  o  que faz  a  direita ” ,  ensinando  a  não  ofuscar  a  caridade  com  o  orgulho.

É  preciso  distinguir  a  esmola  propriamente  dita  da  beneficência.  O mais  necessitado  nem  sempre  é  aquele  que  pede;  o  temor  da  humilhação tolhe  o  verdadeiro  pobre,  que  sofre  sem  se  lamentar;  é  a  esse  que  o  homem  verdadeiramente  humano  deve  procurar  sem  ostentação.

Amai-vos  uns  aos  outros,  eis  toda  a  lei.  Lei  divina  pela  qual  Deus governa  os  mundos.  O  amor  é  a  lei  de  atração  para  os  seres  vivos  e  organizados;  a  atração  é  a  lei  de  amor  para  a  matéria  inorgânica.

Nunca  vos  esqueçais  de  que  o  Espírito,  seja  qual  for  seu  grau  de adiantamento,  sua  situação  como  reencarnado  ou  no  mundo  espiritual,está  sempre  colocado  entre  um  superior  que  o  guia  e  aperfeiçoa  e  um inferior  diante  do  qual  tem  esses  mesmos  deveres  a  cumprir.

Sede  caridosos,  praticando  não  apenas  a  caridade  que  tira  do  bolso a  esmola  que  dais  friamente  àquele  que  ousa  pedir,  mas  a  que  vos  leve  ao encontro  das  misérias  ocultas.  Sede  indulgentes  para  com  os  defeitos  de vossos  semelhantes.  Em  vez  de  desprezar  a  ignorância  e  o  vício,  instruí-os e  moralizai-os.  Sede  doces  e  benevolentes  para  todos  que  são  inferiores; sede  doces  e  benevolentes  mesmo  em  relação  aos  seres  mais  insignificantes  da  criação  e  tereis  obedecido  à  lei  de  Deus.

(São Vicente de Paulo)

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Obra: Religião dos Espíritos – Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel).

13 – Dizes-te

Reunião pública de 23/2/59
Questão nº 888

Dizes-te pobre;
entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima par-te do tesouro de tua fé.

Dizes-te desorientado;
contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da Natureza.

Dizes-te impedido de praticar o bem;
todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxilio aos outros.

Dizes-te desanimado;
sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de teus braços.

Dizes-te em provação;
mas olvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.

Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra;
no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro
que te vibra na boca.

Dizes-te desamparado;
entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.

Por quem és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.

Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.

Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.

E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus.
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Os ensinamentos acima são bem claros. São uma reflexão no que consiste a real caridade e a real ajuda. Podemos também definir o conceito de esmola moral.

Já vi muitos espíritas que condenavam a esmola (o ato de conceder pequena soma de dinheiro à alguém necessitado). Os argumentos variavam em gênero, número e grau, e geralmente não eram argumentos nem um pouco espíritas (do tipo, “dando dinheiro favorecemos a dependência, a vagabundagem” e assim por diante). Eu não vejo desta forma, pois sempre tento perceber o momento inicial que levou aquele cidadão à recorrer ao artifício de pedir. É uma humilhação pessoal, que obriga o pedinte a engolir qualquer senso de orgulho. Fora as humilhações que acontecem durante o dia – a – dia.

Aqueles que pedem não possuem instalações domésticas e nem uma estrutura de reconforto (claro, na maioria dos casos). Eles não possuem fonte de renovação. Eis o porque de as palavras de Emmanuel tocarem fundo no nosso âmago, especialmente no final.

O cotidiano moderno nos enche de informações, nos coloca em outra realidade. Imaginamos compreender as dificuldades dos outros, mas raramente paramos para nos colocar em dificuldades semelhantes. Tente um dia:
– sair sem blusa num dia frio;
– ficar jejuando algum tempo;
– deixar a carteira em casa e não poder depender de ninguém;

E teremos alguma noção (não toda, pois sempre teremos o consolo de ter tudo de volta quando quisermos).

Agir com mais paciência, benevolência e consolo, talvez assim tenhamos um pouco do “Consolador” em nós, nos inspirando.



agosto 18, 2011

Explicação Sobre Comunicações e Mediunidades – I

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 7:21 am
Para conhecimento das pessoas estranhas à ciência,diremos que não há horas mais propícias, umas que outras, como não há dias nem lugares, para comunicar com os Espíritos. Diremos mais: que não há fórmulas nem palavras sacramentais ou cabalísticas para evocá-los; que não há necessidade alguma de preparo ou iniciação; que é nulo o emprego de quaisquer sinais ou objetos materiais para atraí-los ou repelilos, bastando para tanto o pensamento;e, finalmente, que os médiuns recebem deles as comunicações sem sair do estado normal, tão simples e naturalmente como se tais comunicações fossem ditadas por uma pessoa vivente. Só o charlatanismo poderia emprestar às comunicações formas excêntricas, enxertando-lhes ridículos acessórios. (Allan Kardec – O que é o Espiritismo, cap. II, nº 49.)
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Pelos termos de busca que trazem leitores à este website, percebo que estão iniciando o estudo da Doutrina ou possuem curiosidade. A curiosidade é mãe do conhecimento, geralmente o precede, e só é ruim quando traz ações desinformadas.

O texto acima é necessário para terminar qualquer superstição que ainda possa restar ou dúvida que advém destas matérias. O medo da mediunidade é uma realidade para muitos. Todos os espíritas conhecem ou sabem de casos onde belas mediunidades poderiam ser bem utilizadas e direcionadas mas os próprios médiuns têm medo das habilidades.

Amuletos e superstições vão mexer com espíritos afins a estas práticas. Espíritos realmente sérios e elevados não precisam de “agrados” “amuletos” e se utilizam horários, pedem isso para justamente prepararem o ambiente e as energias / fluídos (como acontece nas casas espíritas). Não é agressivo, não é mágico, não é estranho, bom espírito causa boa sensação.

Já o pensamento, este sim é o maior poder do ser humano. Se entendêssemos o poder que um pensamento exerce sobre o plano espiritual. Como nossas boas vibrações afetam positivamente os espíritos nos quais pensamos. É complicado, mas nosso pensamento é plasmado em realidade no mundo espiritual, tem um alcance formidável, podendo percorrer enormes distâncias e acionar mecanismos gigantescos da mente. É o suficiente para atrair ou repelir a atenção de um espírito, desde que haja condições morais para isso.

O contato com os bons espíritos e sua vigília sob nós só depende de nosso próprio comportamento, pensamento e ação.

julho 29, 2011

Nossa Insignificância

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 6:58 am

Eu sempre quis saber qual é a nossa real insignificância no universo. É fácil dizer que somos apenas um grão de areia, e no fim das contas, concordo.

Portanto fui pesquisar e descobri que o grão de areia é de uma complexidade impressionante. Ele é singular em meio aos outros, brilha como cristais e possui formas absolutas. Segue abaixo algumas fotos e aqui a reportagem:

Também fui pesquisar nosso papel no universo, abaixo algumas imagens que são esclarecedoras. Realmente, somos nada.

Portanto, se a escala da evolução é longa e difícil, cabe a nós utilizarmos também isso ao nosso favor. Somos tão insignificantes que podemos nos dar ao luxo de utilizar a eternidade ao nosso favor. Nosso papel é tão limitado que acaba possibilitando espaço ao nosso crescimento pessoal e interior. Nossa pequenez apenas nos cobra poucos passos e a responsabilidade de quem é apenas pequeno.

Acho que já comentei no blog antes. Para mim, a diferença de um animal, um humano, um espírito da classe dos Apóstolos e Jesus, e um Deus, é a quantidade de vidas que conseguimos cuidar e dedicar amor. Cuidamos de uma família, os evoluídos, de sociedades, Senhor Jesus Cristo, de todo o planeta, mas um Deus, de um universo ou vários, com amor incondicional. Impensável para nós por enquanto.

Sejamos pequenos e passemos e cuidar de nossas vidas, para podermos evoluir com consciência a ponto de cuidar de uma família. Sejemos felizes e isso nos levará o mais próximo da perfeição em nossa pequenez.

Evolução = Superação + Perdão + Auto-Perdão + Conhecimento + Força de Vontade + Humildade + Caridade

Imaginem quando formos grandes…

julho 18, 2011

O ABORTO

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 8:50 am

Aborto Delituoso

Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.

Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais…

Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância…

Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.

Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza…

Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.

Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.

Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!

Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
14a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.

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Talvez a mais polêmica temática quando falamos de religião diz respeito ao aborto. Sob a ótica espírita, é um crime horrendo que custa muito caro sob todos os ângulos da lei de ação e reação. Mas como deixar isso claro àqueles que não estão familiarizados com a doutrina?

Sobre o núcleo familiar, temos a informação de que nascemos em uma determinada família por um motivo. Seja ele afinidade, seja ele cármico, estamos lá por uma razão. Conforme os escritos de Kardec colocam:

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A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos.” Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

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Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

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Os exemplos na literatura psicografada por Chico Xavier também são enormes. Especialmente nas obras de André Luiz, é constante o fato de espíritos reencarnarem com missões de ajuda à familiares que outrora foram de seu núcleo familiar.

Imperioso constatar que há uma preparação muito grande no espírito que irá reencarnar, sua perda gradua de consciência, até tornar-se um pequeno bebê, acontece de forma muito complexa e dolorosa. A experiência do esquecimento total e regressão à forma tão pequena e inconsciente não deve ser nada prazerosa. Imaginem ainda se após todo este processo você for condenado a morte das mais variadas formas de agressão? (agulhas de costura, remédios intoxicantes, retirada abrupta, morte logo após o nascimento, etc).

Isso pode jogar fora um planejamento de gerações !!!! Pode levar ao fracasso e jogar pelo ralo todo o comprometimento de ao menos duas vidas !!!! Pode, de uma só vez, ampliar as angustiosas e doloridas provações por séculos !!!!

O crime do aborto está ai. Terminar uma vida incapaz de se defender é absurdamente condenável.

“AH MAS E SE FOR UMA PROVAÇÃO DAQUELE ESPÍRITO? E SE AQUELE BEBÊ PRECISASSE SOFRER ISSO POR UM ASPECTO CÁRMICO? – supondo que aquele bebê seja a reencarnação de alguém que assassinou muitas criancinhas em outra vida.

Ainda assim esta pergunta viola muitos aspectos que vão contra a ética e moral espíritas:

– Se fôssemos apenas instrumento do destino para punição de carmas, de que valeria nosso livre-arbítrio?
– Eu imagino que Deus, Jesus e os planejadores deste orbe tenham recursos mais válidos do que nos obrigar a assassinar bebês;
–  Se aquele bebê precisasse sofrer, a morte seria espontânea e o aborto, da mesma forma, ocorreria sem ser provocado de forma violenta;
– Já é mais do que dito, sofrimentos e punições não são causados em nome de Deus. Ele, no auge da perfeição, é capaz de entender melhor do que nós como agir e preparar tudo. Não nos elevemos à condição maior do que somos. Ao invés de agentes do destino, somos apenas gota num oceano; Se pudermos evoluir a ponto de alterar este quadro, ótimo, mas tenhamos noção de que isso vai demorar;

Homicídio é injustificável sob qualquer ponto de vista, e neste caso é aterrorizante.

Há aqueles que também questionam se há consciência em um feto. Sim, o espírito está presente desde a gestação, ligado ao corpo através de cordão fluídico. Para finalizar, alguns esclarecimentos oferecidos pelo Livro dos Espíritos:

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UNIÃO DA ALMA E DO CORPO. ABORTO

344 Em que momento a alma se une ao corpo?

– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.

345 A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia renunciar ao corpo designado?

– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.

351 No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta de todas as suas faculdades?

– Mais ou menos, de acordo com a época, visto que ainda não está encarnado, e sim vinculado. Desde o instante da concepção, o Espírito começa a ser tomado de perturbação, anunciando-lhe que é chegado o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual não terá mais consciência, como pessoa, logo que entrar na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória ao retornar ao seu estado de Espírito.

357 Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?

– É uma existência nula que terá de recomeçar.

358 O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?

– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento.

359 No caso em que a vida da mãe esteja em perigo pelo nascimento do filho, existe crime ao sacrificar a criança para salvar a mãe?

– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe.

360 É racional ter pelo feto a mesma atenção que se tem pelo corpo de uma criança que tenha vivido?

– Em tudo isso deveis ver a vontade de Deus e Sua obra. Não trateis, portanto, levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que são incompletas algumas vezes pela vontade do Criador? Isso pertence a seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.

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Se desejas abortar sua criança, procure algum esclarecimento antes, não haja por impulsividade. Ninguém pode frear seu livre-arbítrio, mas é importante que conheça as consequencias e assim, repense esta atitude.

julho 12, 2011

Mensagem de Bezerra de Menezes (psicografia Divaldo Franco)

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 1:22 am

A Psicografia abaixo foi retirada deste link. Por ser um escrito de Bezerra de Menezes, não há complemento a se fazer, mas ressaltar que ele corrobora a visão de que nosso momento de transição está acontecendo e que é nossa última chance de provar nossas conquistas morais.

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Meus filhos:

Que Jesus nos abençoe.

A sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida. Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado.

Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os processos afligentes e degenerativos.

Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.

Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura…

Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos.

Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão.

As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se realidade tanto de um lado como de outro do planeta. O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.

Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar pela loucura a que se têm entregado. E esses, que teimosamente permanecem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.

Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.

Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações. Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral. Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.

Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.

As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas.

Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.

O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.

Dai-vos as mãos!

Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância sejam praticados. Que, quaisquer pontos de objeção tornem-se secundários diante das metas a alcançar.

Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes, dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus…

Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.

Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.

Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social e econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das agressões do mal que muitas vezes vos alcança.

Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento.

Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.

Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra.

Por Divaldo Franco (13.11.2010 – Los Angeles)

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julho 10, 2011

Dor, Redenção, Provas e Religião

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Uma pequena passagem da obra “PAULO E ESTÊVÃO” – psicografada por Chico Xavier e ditada por Emmanuel. (4a ED. FEB – 2010).

“O leito de dor é um campo de ensinamentos sublimes e luminosos. Nele, a alma exausta vai estimando no corpo a função de uma túnica. Tudo o que se refira à vestimenta vai perdendo, consequentemente, de importância. Persevera, contudo, a nossa realidade espiritual”. (p.138).

Um questionamento bastante comum dentre aqueles que não acreditam em nada (ou dizem-se desta forma), é o que acarreta nas pessoas sentimentos tão extremos como fé,  tanta doação e caridade ao invés de aproveitarem a vida, e como a religião brota nos corações as vezes tão duros.

Geralmente as grandes conversões acontecem em cenários extremos de dor e sofrimento. Por que? Cheguei a conclusão de que o sofrimento, ou o “leito de dor” como traduz acima nosso mentor Emmanuel, rasga qualquer vestígio de sublimidade, orgulho ou egoísmo que restava em nós. Reis e conquistadores do passado sucumbiram à doenças, e no momento da morte, foram exatamente iguais a seus escravos e lacaios. A humildade é desperta do cenário mais horrendo.

Quantos vão à presídios, condenados, quando seus crimes, se não fossem descobertos, resultariam em uma riqueza absoluta? E então, perdido em meio a bandidos de todos os tipos, acaba por encontrar a consolação na religião.

Todo aquele que é orgulhoso e tem uma estima exagerada de si mesmo será confrontado, cedo ou tarde, com sua insignificância perante o mundo. Terá que assumir seu papel de grão de areia em vasta praia e perceber que não passa de um espírito em uma túnica. A humildade abre o coração para a verdadeira religião e o verdadeiro aprendizado.

A doença é uma provação muito difícil, já que ela exige a constante fé e vontade de viver. Aquele que perde a vontade, geralmente sucumbe, enquanto aqueles que escolhem travar a batalha com uma doença complexa algumas vezes se curam. De qualquer forma, a doença os obriga a diminuir o ritmo de vida e se preocupar com sigo mesmo, e a religião é o pão da alma. Cedo ou tarde fará falta àquele que a despreza.

Muitos tratam a religião como um cabide, condenando aqueles que se dedicam à tarefas edificadoras e deixam de “aproveitar” seu tempo com as bobagens mundanas da Terra. Pois bem, é só um degrau a mais na longa escada do orgulho, que a cada passo acima cega à realidade vivida. E quanto mais alto, maior a queda e o sofrimento que virá de todas as provas.

Ainda bem que temos um Senhor misericordioso e de infinita bondade, pronto a receber seus filhos, rebeldes ou não.

A dor também pode ser o tão aguardado expurgo de nosso passado obscuro, e deve ser agradecida por todos aqueles que possuem a fé sincera na redenção e nas obras divinas do Mestre Nazareno. Se hoje temos dor, ontem a causamos, isso é FATO. Temos que aprender a viver sem causar dores, e isso é uma tarefa dificílima a qual ainda estamos engatinhando.

Que todos possamos triunfar um dia.

julho 8, 2011

Evangelho de Mateus (5,21-26) – Perdão e Reencarnação

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 7:30 am

Mateus (5,21-26)

Tendes ouvido que foi dito aos antigos: não matarás e quem matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão ‘insensato’ será réu diante do conselho; e quem o apelidar de ‘desgraçado’ será réu do fogo do inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar tua oferenda e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa a tua oferenda ao pé do altar e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.

Não hesites em fazer as pazes com teu adversário, enquanto estiverem em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz e o juiz te entregue ao oficial da justiça e sejas lançado ao cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houverdes pago o último centavo.

Vou correr um seríssimo risco de falar bobagem aqui neste post.

Analisando essa passagem do evangelho de Mateus, não posso deixar de divagar sobre alguns conceitos que considero muito preciosos e alinhados à doutrina Espírita:

– Perdão / Auto-perdão

– Reencarnação

Perdoar o irmão e reconciliar-nos com nossos inimigos é uma missão e tanto. Aqueles que sofrem por “injustiças” [entre aspas porque não há injustiça real – assunto para outro texto] acabam amargando-se em lutas diversas, em suas próprias mentes, decaíndo a níveis depressivos e psicológicamente danosos. Na maioria dos casos o culpado é o orgulho, algo que todos temos e que, durante inúmeros acontecimentos, precisamos combater e vencer para fazer a coisa certa. Como é difícil descermos de nossas mentes para um ato de humildade. Perdoar é também pedir perdão quando erramos ou causamos dano a alguém.

No entanto é preciso que nosso auto-perdão seja praticado. O sentimento de culpa é um dos maiores responsáveis pela degradação do espírito humano. A culpa acarreta divagações negativas que carregam nossas mentes até domínios obscuros de sofrimento silencioso. Aquele sofrimento que combate a proximidade de outras pessoas, que causa o medo de errar e corrói a auto-estima. Este é um outro complicado conceito. Não se trata apenas de perdoarmos os outros, mas de perdoarmos nós mesmos.

A condição do espíritismo de pregar a humildade e a caridade é uma ajuda também neste sentido. A melhor forma de redimirmos o que nos causa culpa é ajudar alguém. O prazer implícito na ajuda alegra qualquer espírito e transcende a percepção de alegria comum. Essa alegria da caridade ajuda a apagar marcas do passado que mancham nosso perispírito e causas emocionais que se traduzem em doenças mais tarde. Quantas pessoas acabam se tornando missionárias da caridade, se dedicando exclusivamente à ajuda dos outros, após uma grande tragédia pessoal? É a melhor forma de redenção, é a redenção da alma.

As palavras de Jesus vão fundo. Parece algo tão simples quando Ele diz, mas é impressionante o alcance psicológico dele (Joanna de Ângelis sempre adverte para isso). O Conselho e o Inferno são também nossa consciência; um estado de sofrimento e também de julgamento próprio.

Não hesites em fazer as pazes com teu adversário, enquanto estiverem em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz e o juiz te entregue ao oficial da justiça e sejas lançado ao cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houverdes pago o último centavo.

Será que seria muita pretensão interpretar essa frase considerando os elementos modernos? Eu acho que podemos fazer uma análise atemporal também, como se nessa frase estivesse todo o significado da reencarnação e das existências consecutivas, já que reencarnaremos quantas vezes forem necessárias para nos reconciliarmos com nossos inimigos. O cárcere seria então o corpo físico, a existência material. Seremos obrigados a nascer quantas vezes demoremos a nos reformar e extinguir nossas pendências, resultantes da lei de causa e efeito.

Essa passagem é importantíssima para ilustrar o problema psicológico e das múltiplas existências. Talvez eu esteja interpretando vagamente apenas, longe de mim tentar entender toda profundidade e enxergar as coisas como o Mestre fazia, mas espero que seja uma pequena contribuição.

julho 5, 2011

Sobre o Passe Espírita e Fluídos

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 2:35 am
– Escritos de Herculano Pires disponíveis Aqui –  Utilizando a sessão “O PASSE”

ORIGENS / APLICAÇÕES / EFEITOS
“O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas à prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.
As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.
Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes elétricas e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais – e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles? Muitas vezes os Espíritos recomendam que não se façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes. Ou confiamos na ação dos Espíritos ou não confiamos e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.
O passe espírita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual.”


– A palavra médium já significa “meio” por si mesma. Ou seja, o médium é, antes de tudo, instrumento para a realização da ação espiritual. O Médium não é um iluminado que tudo cura, quem realiza as ações fluídicas é o plano espiritual de acordo com o problema e solução que se aplique caso a caso. Mesmo que o médium deseje muito a cura, há um processo complexo que passa pelo merecimento / provações e etc que só uma entidade muito superior poderia visualizar em totalidade para efetuar um ato realmente justo.

MAGIA
“No Espiritismo os resíduos mágicos não podiam existir, pois trata-se de uma doutrina racionalista, mas o grande número de adeptos provindos dos meios religiosos, sem a formação filosófica e científica da Doutrina, carreiam esses resíduos para o nosso meio, numa tentativa de padronização de práticas espíritas e de transformação dos passes num fazer dos médiuns e não dos espíritos.”

TÉCNICA DO PASSE
“Os elaboradores e divulgadores de técnicas do passe não sabem o que fazem. A técnica do passe não pertence a nós mas exclusivamente aos Espíritos Superiores. Só eles conhecem a situação real do paciente, as possibilidades de ajudá-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos fluidos de que o paciente necessita e assim por diante. Os médiuns vivem a vida terrena e estão condicionados na encarnação que merecem e de que necessitam. Nada sabem da natureza dos fluidos, da maneira apropriada e eficaz de aplicá-los, dos efeitos diversos que eles podem causar. Na verdade o médium só tem uma percepção vaga, geralmente epidérmica dos fluidos. É simples atrevimento – e portanto charlatanismo – querer manipulá-los e distribuí-los a seu modo e a seu critério. As pessoas que acham que os passes ginásticos ou dados em grupos mediúnicos formados ao redor do paciente são passes fortes, assemelham-se às que acreditam mais na força da macumba, com seus apetrechos selvagens, do que no poder espiritual. As experiências espíritas sensatas e lógicas, em todo o mundo, desde os dias de Kardec até hoje mostraram que mais vale uma prece silenciosa, às vezes na ausência e sem o conhecimento do paciente, do que todas as encenações e alardes de força dos ingênuos ou farofeiros que ignoram os princípios doutrinários.”

– Ao menos para mim, quanto mais nos aprofundamos em estudos, mais entendemos que o princípio de tudo o que cura e melhora as mazelas é a prece sincera e concentrada. Na verdade a mediunidade é uma prova de humildade mais do que todas as outras. A tendência humana é sempre lutar contra os impulsos fetichistas de aumentar sua participação no processo. O médium é apenas a ferramenta, não o princípio causador. Nem o catalisador. Mas qual a sua importância então?
O médium é aquele que possibilitará a ação do espírito superior envolvido no mecanismo do passe. Quanto melhor e mais apurada a moral do médium, melhores manifestações resultarão da interação. O espírito que possibilitará a cura ou melhora das mazelas através do passe precisa de um veículo / ferramenta apurada para efetuar o serviço mais limpo possível.
Imagino um filtro de café de papel, onde a água pura precisa passar pelo pó para se tornar o café que tomamos. Quanto melhor o pó, mais qualidade o café terá. Mas a água sempre estará límpida. O médium é o filtro, e seu conteúdo moral o pó.
PASSE DE AUXÍLIO MEDIÚNICO
“Nas sessões de manifestações de Espíritos para doutrinação o passe é empregado como auxiliar dos médiuns ainda em desenvolvimento, incapazes de controlar as manifestações de entidades rebeldes. A técnica espírita não é de violência, como nas práticas superadas do exorcismo mas de esclarecimento e persuasão. A ajuda fluídica ao médium envolvido se faz apenas através da imposição das mãos, sem tocar o médium. Certas pessoas aflitas ou mal iniciadas no assunto procuram segurar o médium, agarrá-lo com força e sujeitá-lo. Isso serve apenas para provocar a reação da entidade, provocando tumulto na reunião. O médium se descontrola ainda mais e a entidade se aproveita disso para tumultuar a sessão. Chama-se o médium pelo nome, pede-se a ele que reaja e adverte-se a entidade para acalmar-se, sem o que se prejudicará, a si mesma. Não se deve esquecer que a força do passe é espiritual e não a força física. Os Espíritos auxiliares estão ao redor e retiram a entidade rebelde. O médium novato e o que dá o passe de auxílio, precisam estar instruídos sobre a possibilidade dessas ocorrências e sobre o comportamento certo a adotar. Essas observações devem ser sempre repetidas nas sessões dessa natureza para que o passe de auxílio não se converta em motivo de tumulto. Esse é um aspecto do problema do passe que muitos têm dificuldade de compreender, por falta de uma compreensão exata da natureza puramente espiritual do passe.”

– As sessões para doutrinação consistem em uma das mais importantes tarefas de um centro espírita. Em “Diálogo com as Sombras” de Hermínio C. Miranda, fica muito evidenciada a importâncias destas sessões e todo o movimento espiritual que ela acarreta, até muito tempo antes de ocorrer. Espíritos que serão ouvidos nestas reuniões muitas vezes acompanham os médiuns para flagrar momentos de descontrole, desequilíbrio e qualquer deslize “humano” que possa ser levado à reunião para desestabilizar as correntes fluídicas do local.
O passe é uma espécie de manutenção fluídica para manter as vibrações corretas durante os trabalhos. Não consigo imaginar direito a figura espiritual das correntes fluídicas coloridas iluminando diferentes cores em diferentes locais enquanto os trabalhos são realizados, mas são de uma complexidade absurda para nossas mentes. E assumindo essa hipótese, a força física não significará absolutamente nada.
PREPARAÇÃO PARA O PASSE
“É muito comum chegarem pessoas ao Centro, ou mesmo dirigindo-se à casa de um médium, pedindo passe com urgência. O passe não pode ser dado a qualquer momento e de qualquer maneira. Deve ser sempre precedido de preparação do passista e do ambiente bem como do paciente. O médium precisa de preparação para bem se dispor ao ato mediúnico do passe. Atender a esses casos imediatamente é dar prova de ignorância das leis do passe. Tudo depende de sintonias que precisam ser estabelecidas. Sintonia do médium com o seu estado íntimo; sintonia do passista com o Espírito que vai atendê-lo; sintonia das pessoas presentes com o ambiente que se deve formar no recinto. Tudo isso se consegue através da prece do interesse de todos pela ajuda ao necessitado. Dar um passe sem essas medidas preparatórias é uma imprudência e um desrespeito aos Espíritos que podem estar empenhados em outros afazeres naquele momento.”

TRANSFUSÃO FLUÍDICA
“As mãos humanas funcionam, no passe espírita como antenas que captam e transmitem as energias do plasma vital de antimatéria. Hoje conhecemos, portanto, toda a dinâmica do passe espírita como transmissão de fluidos no processo aparentemente simplíssimo e eficaz do passe. Não há milagre nem sobrenatural na eficácia do passe, modestamente aplicado e divulgado por Jesus há dois mil anos.”

– Após demonstrar as várias comprovações de que os fluídos existem e foram diagnosticados pela medicina / pesquisas científicas, Herculano sentencia de forma clara de que não existe mais espaço para soberba e imaginações sobre manipular fluídos ou criar condições de última hora para realização de milagres.
CIÊNCIA DO PASSE
“Kardec colocou o problema do passe em termos científicos, no campo da Fluídica, ou seja, da Ciência dos Fluidos. Com seu rigor metodológico, ligou o passe à estrutura dinâmica do perispírito (corpo espiritual), hoje reconhecido como a fonte de todas as percepções a atividades paranormais.” (…) “A Fluídica se abre, ante o avanço da Física Nuclear, para a pesquisa da dinâmica dos fluidos em todo o Cosmos. Só agora começamos a dispor de elementos para um conhecimento exato, o que vale dizer científico, da problemática bimilenar do passe.” (…) “Quando, porém, passamos os limites da sugestão natural para os excessos da gesticulação e da fabulação – como se faz nos pedidos ao paciente para que imagine entrar numa sala doirada etc., – perturbamos através de desvios imaginários a ação, naturalmente controlada pelos dispositivos do inconsciente (consciência subliminar de Myers) o processo natural de reajuste e cura.” (…) “Todos os acessórios ligados à prática tradicional do passe devem ser banidos dos Centros Espíritas sérios. O que nos cabe fazer nessa hora de transição da Civilização Terrena não é inventar novidades doutrinárias, mas penetrar no conhecimento real da doutrina, com o devido respeito ao homem de ciências e cientista eminente que a elaborou, na mais perfeita sintonia com o pensamento dos Espíritos Superiores”.
– A moral da história é de que precisamos parar de tentar ascender à uma condição que não nos pertence. Quem quiser ser um semi-Deus, precisa de outra doutrina. Quem realmente entende, de coração, que não passa de um pingo no meio de um gigantesco oceano, onde é parte de um grande plano, desempenhando a humilde e preciosa função de ferramenta, que precisa estar pronta ao trabalho.

junho 20, 2011

POSSESSÃO – De Acordo com o Livro dos Espíritos

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:00 am

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Livro Segundo – Capítulo IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO

(parte recortada por mim)

POSSESSOS

473 Um Espírito pode momentaneamente entrar no corpo de uma pessoa viva, isto é, se introduzir num corpo animado e agir no lugar
daquele que está encarnado?
– O Espírito não entra num corpo como entrais numa casa. Ele se identifica com um Espírito encarnado que tem os mesmos defeitos e as
mesmas qualidades para agir conjuntamente; mas é sempre o Espírito encarnado que age como quer, sobre a matéria em que está. Um Espírito não pode substituir o que está encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até o tempo marcado para o fim da existência material.

474 Se não há possessão propriamente dita, ou seja, coabitação de dois Espíritos num mesmo corpo, a alma pode se encontrar na dependência
de outro Espírito, de maneira a estar por ele subjugada ou obsediada, a ponto de sua vontade ficar, de algum modo, paralisada?
– Sim, e esses são os verdadeiros possessos. Mas é preciso entender que essa dominação nunca ocorre sem a participação daquele que a
sofre,seja por sua fraqueza, seja por seu desejo. Têm-se tomado freqüentemente por possessos os epilépticos ou os loucos, que têm mais necessidade de médico do que de exorcismo.

  • *(Kardec) A palavra possesso, na sua significação comum, supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natureza má, e a coabitação de um desses seres com a alma no corpo de um indivíduo. Uma vez que não existem demônios nesse sentido e que dois  Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não existem possessos de acordo com a significação dada a essa palavra. A palavra possesso deve ser entendida como sendo a dependência absoluta em que a alma pode se encontrar em relação a Espíritos  imperfeitos exercendo sobre ela o seu domínio.

475 Pode-se por si mesmo afastar os maus Espíritos e se libertar de sua dominação?
Sempre se pode libertar de um domínio quando se tem vontade firme.

476 Poderá acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja tal que a pessoa subjugada não se aperceba disso? Então, uma terceira pessoa pode fazer cessar essa influência e, nesse caso, que condições ela deve ter?
– Se é um homem de bem, sua vontade pode ajudar ao pedir a cooperação dos bons Espíritos, porque quanto mais se é um homem de bem, mais se tem poder sobre os Espíritos imperfeitos para afastá-los e sobre os bons Espíritos para atraí-los. Entretanto, resultará inútil qualquer tentativa se aquele que está subjugado não consentir nisso. Há pessoas que gostam de sentir uma dependência que satisfaça seus gostos e seus desejos. Em qualquer caso, aquele cujo coração não é puro não pode fazer nada; os bons Espíritos o desprezam e os maus não o temem.

477 As fórmulas de exorcismo têm alguma eficácia sobre os maus Espíritos?
– Não; quando esses Espíritos vêem alguém levá-las a sério, riem e se tornam birrentos, teimosos.

478 Existem pessoas que, embora tenham boas intenções, não são menos obsediadas; qual o melhor meio de se livrar dos Espíritos obsessores?
– Cansar sua paciência, não ligar para suas sugestões, mostrar-lhes que perdem seu tempo; então, quando vêem que nada mais têm a fazer, se afastam.

479 A prece é um meio eficaz para curar a obsessão?
– A prece é em tudo um poderoso auxílio. Mas, acreditai, não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste  aqueles que agem e não aqueles que se limitam a pedir. É preciso que o obsediado faça, por seu lado, o necessário para destruir em si mesmo a
causa que atrai os maus Espíritos.

480 O que pensar da expulsão dos demônios de que fala o Evangelho?
– Isso depende da interpretação. Se chamais de demônio um Espírito mau que subjuga um indivíduo, quando sua influência for destruída terá
sido verdadeiramente expulso. Se atribuís a causa de uma doença ao demônio, quando curardes a doença também direis que expulsastes o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa de acordo com o sentido que se der às palavras. As maiores verdades podem parecer absurdas quando se olha apenas a forma e se toma a alegoria pela realidade. Compreendei bem isso e guardai-o: é de aplicação geral.

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Em síntese, o fenômeno da possessão não é a ocupação do corpo por outro espírito. O Corpo está ligado ao seu próprio espírito por missão / tarefa e não é possível destituir esse quadro. Se cortar os cordões, o corpo morre. Mas quando há um contato com o perispírito, uma dependência absoluta em relação a um obsessor, há possessão.

Hoje já é sabido que a influência de um espírito vai muito além de movimentar objetos e bater portas. Temos exemplos no próprio dia-a-dia de quadros psicopatológicos e psiquiátricos que claramente apresentam componentes espirituais. A diferença é que a adaptação da medicina e das ciências não ocorre, ainda, concomitante ao progresso do diagnóstico espiritual. Muitas mazelas que são tratadas em alguns em poucos centros espíritas poderiam difundir tratamentos simples e alcançar a muitos caso fossem aceitas e praticadas em hospitais / clínicas.

No entanto, há pontos básicos que devem ser observados e praticados por todos:

– Hálito Mental (já comentado em outro post) deve conter boas vibrações e pensamentos;

– O hábito de orar sem roteiro pré-escrito. Precisamos orar com fervor de acordo com nosso pensamento momentâneo, não é a repetição ou o conteúdo, mas sim o sentimento. Merecer é a questão, e para merecer é preciso fazer, tomar uma atitude, neste caso, precisamos sempre demonstrar aos obsessores um caminho correto a seguir e os bons frutos que ele traz;

– Um espírito é tão racional e tão (ou mais) inteligente do que nós. Ritualismos e frases feitas não vão “exorcisar” o “demônio”. Essa época de inocência já passou. Um obsessor que pratica sua “arte” até a possessão não é tratado com simples retórica ou evocações filosóficas. Ele precisa ser expulso através de boas vibrações e atitudes, que parem de fornecer o alimento mental de que tanto necessitam.

– “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO“. Mais uma vez a frase que resume tudo.

No caso das obsessões mais severas, os vícios ajudam a carregar o irmão dominado à um reino de sombras e prazer. Eu acredito friamente que para cada ato de sofrimento, há uma dezena de prazeres mundanos que anulam os efeitos malévolos da obsessão para aquele que é dominado. Tornando cada vez mais difícil o processo de saída. Quanto mais profunda a obsessão, mais sofrimento causa ao redor, mas quele obsediado, vira um vaso em meio a um turbilhão. Nos seus vícios e prazeres ele não entende mais o mau que faz.

A possessão me parece ser o estado limite da coisa, quando já é mínima a chance de auto-recuperação. Quando a escuridão desempenhou um papel tão forte que quase sumiu com a luz. E o esforço para se livrar de uma possessão é enorme.

Vale apenas lembrar que não existem coitados. Todos os humanos erram, e nenhum espírita é Jesus Cristo, símbolo de perfeição, portanto, a luta é diária para manter uma linha de moral reta, com deslizes e correções. Se fôssemos grandiosos, não precisaríamos nos submeter à provações na Terra. Aqueles que se vêem como imunes à obsessão, já estão obsediados.

1) Boas atitudes;
2) Boas vibrações;
3) Boas preces;
4) Estudo;

Esse é o caminho para nosso livre arbítrio não ser afetado de forma tão perversa. Nós somos os responsáveis pelos nossos males.

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