ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

março 25, 2012

Esquecimento do Passado e Perdão

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Uma das grandes objeções quanto ao esquecimento das vidas passadas é a que diz  ” por que ?  e para que? “. Aparentemente muito simples, é um real questionamento  que busca a resposta no mais profundo que os elementos básicos do Espiritismo podem trazer.

No Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos uma série de ensinamentos sobre isso. Aqui neste texto, a reencarnação é um pressuposto aceito e não aberto à discussões.

Primeiro, tratando do esquecimento, segue abaixo valorosas lições do “Evangelho Segundo o Espiritismo” no qual o brilhante trabalho de Kardec conseguiu simplificar um pouco as complexas relações entre os mundos invisíveis e materiais.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAPÍTULO IV – NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO)
 
A REENCARNAÇÃO FORTALECE OS LAÇOS DE FAMÍLIA, AO PASSO QUE A UNICIDADE DA EXISTÊNCIA OS ROMPE
18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos
pelo seu mútuo adiantamento. 

19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou. Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias,ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAPÍTULO V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS)
ESQUECIMENTO DO PASSADO
11. Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.

Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.
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(Pouco mais sobre a formação da família e porque encarnamos junto aos parentes pode ser encontrado no capítulo XIV – HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE).

O esquecimento é uma dádiva. Em que ajudaria agora saber se fomos escravos ou reis? Se fomos simples agricultores ou poderosos senhores feudais? A palavra de Kardec é absoluta em dizer que nada poderíamos aproveitar destas lembranças enquanto encarnados.

O esquecimento do passado combina-se a uma das mais sublimes lições de Jesus:

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. – Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” – Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.” (S. MATEUS, 18:15, 21 e 22.)

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, 5:25 e 26.)

E a relação entre o perdão e o esquecimento?

Com o esquecimento, temos a chance de moldar nossa existência corpórea com valores morais melhores e conhecimentos que nos permitam entender melhor as relações humanas, a realidade e o estudo. O perdão nesta vida pode se resumir à questões simples e à questões complexas. Tudo não passa de um treinamento para quando desencarnarmos. Lá teremos noção real do tamanho de nossas dívidas para com outros e do tamanho do perdão que exigimos dos outros e não cumprimos quando nos foi solicitado.

É perdoando as pequenas coisas, como ofensas no trânsito, injúrias, boatos, que aprenderemos a perdoar as grandes coisas. Só devemos ter em mente que a atemporalidade não permite que tenhamos conclusões precipitadas quando conhecemos a doutrina Espírita. A grande responsabilidade está em saber pesar a qual árvore corresponde qual fruto. A oração do Pai Nosso traz explicita a frase “Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores”. Pois bem, vejam a profundidade a dificuldade envolvidas nessa frase.

É urgente uma mudança de conduta moral para as bases do bem, da caridade, do amor e do perdão, só assim teremos um pouco de avanço na longa escadaria das existências.

O esquecimento é a dádiva divina, que nos dá chance de modificar nossos hábitos, hálitos mentais, ideologias e condutas, de forma a aproveitar o tempo encarnado para aprendizaro do perdão e da caridade, cujas virtudes nos ajudarão a encarar a realidade de fato quando desencarnados. O esquecimento e o perdão das pequenas coisas são um exercício que nos fortalecerá e nos colocará em sintonia com o que há de melhor ao nosso alcance. Agradeçamos a Deus e ao senhor Jesus Cristo por mais esta dádiva e ajuda. Façamos merecer a confiança depositada em nós.

Em seu livro “HÁ 2.000 ANOS”, o Espírito Emmanuel através de Chico Xavier narra uma encarnação em Roma, onde foi um orgulhoso e poderoso Senador da República (Públio Lentulus). Essa passagem é uma das mais emocionantes, é um encontro entre o Senador e um grande amigo e mentor que havia desencarnado, chamado Flamínio. É uma passagem que nos faz refletir:

O senador deixou que todo o seu pensamento se perdesse na tempestade das mais abençoadas lágrimas de sua vida. Arfando nos soluços de sua compunção, suplicava, mentalmente:
– Sim, meu amigo e meu mestre, eu quero compreender a verdade e almejo o perdão das minhas faltas enormes!… Flamínio, inspiração de minha alma dilacerada, sê o meu guia na tormentosa noite do meu triste destino!… Vale-me com a tua ponderação e bondade!… Toma-me, de novo, pelas mãos e esclarece-me o coração no tenebroso caminho!… Que fazer para alcançar do céu o esquecimento de minhas faltas?!…
A serena visão, como se se houvera comovido intensamente ao receber aquele apelo, tinha agora os olhos iluminados por piedosa e divina lágrima.
Aos poucos, sem que Públio pudesse compreender o mecanismo daquele fenômeno insólito, observou que a silhueta do amigo se diluía levemente na sombra, afastando-se da tela de suas contemplações
espirituais; mas, ainda assim, percebeu que seus lábios murmuravam, piedosamente, uma palavra: – Perdoa!…
Aquela suave recomendação caiu-lhe nalma como bálsamo dulcificante. Sentiu, então, que seus olhos estavam agora abertos para as realidades materiais que o rodeavam, como se houvera acordado de sonho
edificante.

(Emmanuel – Há 2000 Anos – Psicografia de Chico Xavier. Trecho na página 338)

 

 

fevereiro 27, 2012

Operando em Cristo com a Consciência Humana

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108 – OPEREMOS EM CRISTO

“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele grac?as a Deus e Pai.” – Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.)

A espera de resultados, depois de expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos em nossa romagem para a Suprema Luz.

Enquanto aguardamos manifestações alheias de gratidão ou melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas próprias obrigac?o?es, desviando-nos para o terreno escuro da maledicência ou do julgamento precipitado.

Quanto seja possível, distribuamos o bem, entregando nossas atividades ao Cristo, divino doador dos benefícios terrestres.

É perigoso estabelecer padro?es de reconhecimento para corac?o?es alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas jóias do nosso escrínio espiritual. Em nossa expectac?a?o ansiosa por enxergar a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer egoístas, ingratos e maldizentes.

Copiemos o pomicultor sensato.

Preparemos a terra, auxiliando-a e adubando-a. Em seguida, lancemos ao solo sementes e mudas valiosas.

O servic?o mais importante caberá ao Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espac?o e no tempo, desenvolvendo-nos a sementeira, ou anular-nos-á o servic?o, atravás de processos naturais, adiando a realizac?a?o de nossos desejos, em virtude de razo?es que desconhecemos.

O pomicultor equilibrado trabalha com títulos de sincera confianc?a no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro do imediatismo humano.

Ampara-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício de todos.

Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando invariavelmente em nome de Jesus.

Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir.

(RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.)

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O nobre Emmanuel faz aqui uma síntese de alguns pontos fundamentais ao Espiritismo. Fazer o bem sem esperar retorno. Não Julgar. Atemporalidade.

1) Fazer o bem sem esperar retorno;

É o pressuposto maior da caridade verdadeira. É para esta condição que o Espírita vive e procura se melhorar sempre. A caridade real é desinteressada e age sem humilhar o outro e sem orgulhar-se de si própria. Age como uma fonte luminosa para quem recebe e desperta gratidão devido à pureza de intenções. Nunca desperta a inveja, o ódio ou qualquer manifestação negativa.

2) Não Julgar;

Muitas vezes cremos conhecer, até em demasia, o que passa nos corações e mentes das pessoas, especialmente as que nos são caras e próximas. No entanto, além de não dever concentrar a caridade naqueles que nos são apenas importantes, já que caridade é um dever universal daquele que se diz Espírita, a reação e a expectativa de um retorno após uma ajuda (ajuda que nesse caso seria semear para o pomicultor) é simplesmente descabida. Procurar uma sensação de alívio ou auto-contentamento após ajudar alguém é uma forma de egoísmo se aguardarmos uma reação para isso.

A melhor forma de descobrir se estamos sempre em boa linha, é observar nossa consciência. Ela pesa ou fica mais leve de acordo com o grau desempenhado pela nossa ação prática. Quanto mais estudo e mais conhecimento arquivamos em nossas mentes, mais a consciência se abastece de razões e exigências para nossa tranquilidade, já que nossa responsabilidade também aumenta. Aqueles que desejam afugentar os desígnios de sua própria mente, insiste em dizer “A ignorância é uma bênção“. Ditado antigo e também descabido. Serve como fuga para aqueles que negam ao conhecimento a função edificante.

A responsabilidade no conhecimento ensina a busca de uma consciência leve e ilibada. Claro que é muito difícil e claro que vamos tropeçar no caminho. Mas se há alguém perfeito, que mantenha-se no seu patamar superior. Nós que estamos em vias de desenvolvimento, com um passo de cada vez, precisamos de uma paciência enorme com nossas próprias virtudes e defeitos, para uma alteração de conduta que acontecerá mais cedo ou mais tarde de acordo com nosso empenho.

3) Atemporalidade

Talvez a mair bênção do conhecimento Espírita seja a idéia da atemporalidade. Ela é a vida eterna, fruto da misericórdia divina para com nossos erros. Temos a oportunidade de agir e nascer novamente para correções e ajustes. Quanto cultivamos uma consciência em vias de evolução, nossa caridade pode ser grande, mas o renascimento traz consigo o esquecimento das outras vidas, (algo já discutido no blog e que pode ser encontrado em textos anteriores), por isso alguns desígnios não são tão claros. Uma fatalidade para uma família que sempre agiu na seara do Cristo pode significar perda irreparável de um filho, de um pai, de uma mãe, e que por algum momento durante a encarnação não seja compreensível (todos já ouvimos: Fulano era tão bom, por que teve que morrer?), mas nós devemos aprender a pensar em longo prazo, e que a providência divina age para correção sempre.

A idéia de confiar em Jesus é fundamental. Nada acontece sem aprovação de nosso Pai celestial. Não há injustiça, pois injustiça é algo que pressupõe falha. Comum em humanos, mas inadmissível na idéia de um Deus perfeito e um arcabouço de justiça montado por Ele.

Concluíndo, não há razão para ficar analisando casos presentes ou acontecimentos ao invés de realizar a Doutrina de Cristo na prática. Não há como analisar um quadro com perfeição sem poder observá-lo de longe. Como fazemos parte do quadro hoje, devemos ter a paciência necessária para entender que nossa noção humana de tempo não vale para os Espíritos, assim como nossas provas, razões e consciências não estão acessíveis em suas totalidades para permitir uma análise completa das ações / problemas.

Perderemos algumas colheitas. Teremos em abundância em algumas fases, mas o que aprendemos / desenvolvemos com isso?

Quer saber se está desenvolvendo-se de forma salutar? Consulte sua consciência.

janeiro 5, 2012

Compreensão e Prática de Jesus

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70 – GUARDEMOS O ENSINO

“Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos.” – Jesus. (LUCAS, 9:44.)

Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os que colocam a lição nos ouvidos.

Não se trata de registrar meros vocábulos e sim fixar apontamentos que devem palpitar no livro do coração.

Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.

Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais, sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o Espírito do Cristo. Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas, concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do serviço justo.

A maioria não pretende ouvir o Senhor e, sim, falar ao Senhor, qual se Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de cada um.

São alunos que procuram subverter a ordem escolar.

Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas que não podem cumprir.

Não estimam ensinamentos. Formulam imposições.

E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.

Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilidade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as realidades eternas.

Não poucos se revoltam, desencantados …

Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.

“Ponde minhas palavras em vossos ouvidos”, disse Jesus.

O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o Divino Mestre transmitido alguma lição, ao acaso?

RETIRADO DO LIVRO “VINHA DE LUZ” – PELO ESPÍRITO EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER.

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EVANGELHO DE JÕAO – CAPíTULO 6

27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.

28 Pergutaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus?

29 Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.

30 Perguntaram-lhe, então: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos e te creiamos? Que operas tu?

31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu deu-lhes pão a comer.

32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.

33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.

34 Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.

36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes.

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Eis uma das questões mais perturbadoras para aqueles que creem verdadeiramente na mensagem do Cristo. Entender não é suficiente, assimilar é realmente complicado, mas praticar é quase impossível. Nenhuma dificuldade nesse sentido é incomum. Todos penamos muito para realizar uma fração da reforma íntima de que necessitamos.

Não é demérito, é humildade de saber que podemos dar pequenos passos devido à nossa limitação. Não é falsa modéstia de ninguém dizer que se esforça para trilhar um pouco do que o Mestre nos deixou. A forma com que Jesus assimila a psicologia humana é impressionante até hoje. Joanna de Ângelis provou em “Em Busca da Verdade” através do médium Divaldo P. Franco que isso é um fato. Mas para não nos restringirmos à literatura Espírita, eis que o Dr. Augusto Cury, definido por ele mesmo como um dos mais ferrenhos ateus que já existiu, escreveu 5 volumes sobre a An[alise da Inteligência do Cristo, onde destaca sua excepcional capacidade psicológica (volumes que serão analisados mais tarde aqui no blog).

Eu não vejo condições na humanidade para que se cumpra ainda o postulado dos Evangelhos e o exemplo integral do Cristo, mas cada esforço nosso conta, cada vez que nos orgulhamos (em bom sentido) de praticar uma boa ação ou de ajudar o próximo, ou de tratar bem as pessoas, com educação e humildade, contribuímos com um padrão mental melhor e ajudamos a obra dos bons Espíritos.

A assimilação do que nos disse o Cristo, foi complementado com o ensino dos Espíritos. Precisamos utilizar o Consolador para nos aprimorar. Precisamos ver Jesus de fato, precisamos comer do alimento espiritual que ele nos trouxe, e só o estudo e o esforço prático na Caridade ajudarão.

novembro 17, 2011

Reforma Íntima – I

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:05 am

______Citação 1 ____
Nossa palavra de ordem é recomeçar – uma palavra inspiradora.

Quantas vezes se fizerem necessárias, a nossa grande e única virtude nos áridos campos do aprimoramento íntimo é a capacidade de resistir aos apelos para a queda, jamais desistindo do ideal de libertação que acalentamos, trabalhando mesmo cansados, servindo mesmo que carentes, estudando mesmo que desmotivados, aprendendo mesmo que sem objetivos definidos.

A própria encarnação é o mecanismo divino do recomeço, da retomada. Justo, portanto, que abracemos amorosamente os compromissos abandonados de outros tempos e aplainemos nossos caminhos tortuosos.

Temos o que merecemos e somos aquilo que plasmamos.
______########____ (página .11)

______Citação 2 ____

Reforma íntima não deve ser entendida apenas como contenção de impulsos inferiores. Muito além disso, torna-se urgente analisá-la como o compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento dos lídimos valores humanos na intimidade. Circunscrevê-la a regimes de disciplina pela vigência e pela vontade poderá instituir a cultura do martírio e da tormenta como quesitos indispensáveis ao seu dinamismo.

Contenção é aglutinação de forças de defesa contra a rotina mental dos reflexos do mal em nós, todavia, somente a edificação da personalidade cristã, pródigas de qualidades morais nobres, permitirá a paz interior e o serviço de libertação definitiva para além-muros da morte corporal. Por essa razão entre os seguidores da mensagem espírita, urge difundir noções mais lúcidas sobre o nível de comprometimento a que devem se afeiçoar todos os seus aprendizes. Apenas evitar o mal não basta, imperioso fazer todo o bem ao nosso alcance. A reforma de profundidade exige devoção integral aos deveres da espiritualização, onde quer que estejamos, criando condições para vivências íntimas que assegurem comoções afetivas revitalizadoras e modificadoras a rumos mais vastos na ação e na reação: é a criação de condicionamentos novos e elevados.
______########____(página .15)

Reforma íntima Sem Martírio
(As Dores Psicológicas do Crescimento Interior)

Wanderley Soares de Oliveira
(
Pelo espírito Ermance Dufaux)

Editora Dufaux — 7a Edição – 2005

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Falar ou escrever sobre Reforma Íntima demanda muito mais responsabilidade do que posso suportar agora. No entanto, serei breve para não incorrer em muitos erros.

As partes negritadas e grifadas são os pontos-chave deste ensaio. Vejam, “RECOMEÇAR“, começar novamente, é a bendita chance que temos toda vez em que acordamos pela manhã. Temos um papel em branco para desenhar e escrever uma nova conduta a cada 24 horas. Se hoje falhamos, amanhã não persistiremos no erro. Sabemos pela moral da conduta Espírita que não devemos provocar conflitos e nem agredir outras pessoas. A nossa própria encarnação é um recomeço.

Primeiro exemplo:
Se discutimos no trânsito hoje por uma ultrapassagem por exemplo, devemos nos policiar para que não aconteça mais. Na próxima ultrapassagem sofrida, pensemos em algo diferente, talvez nosso irmão tenha pressa por um motivo sério e muito relevante (pode ter algum familiar doente) e qualquer provocação o fará estourar em raiva. Se ainda assim, persistimos no erro em discutir, com certeza teremos oportunidades diversas para melhorar a conduta. O mais importante é nunca desistir de tentar melhorar, mas de coração, não adiante ‘se convencer’ de que está fazendo o melhor e, contudo, ter aquela idéia certa de que poderia fazer mais.

Em determinado tempo, com a persistência e força de vontade, não mais discutiremos no trânsito e poderemos nos orgulhar de pequena vitória. Essa pequena vitória será nossa alavanca mental que possibilitará o progresso adiante em outros erros que cometemos.

A frase “TEMOS O QUE MERECEMOS E SOMOS AQUILO QUE PLASMAMOS ” é simplesmente espetacular. Você não ‘tem sido’ ruim, ou você é algo ou não é. Simples assim. Sua conduta assume formas e se propaga perante os outros. Ninguém é caridoso de verdade se gabando de seus atos e de seus donativos, é apenas orgulhoso e mesquinho. O pensamento funciona como o “Hálito Mental” (já expliquei aqui), e é capaz de nos melhorar ou nos envenenar de acordo com suas qualidades, além disso, plasma a nossa volta os elementos morais com os quais foi constituído. Pessoas negativas tendem a se afundar, enquanto pessoas positivas e de boas ações (e intenções) constróem um escudo a sua volta contra a negatividade.

Eis o porque de termos o que merecemos. Além do mais, nunca saberemos de fato as nossas provas escolhidas como forma de expurgar erros do passado, nem nosso planejamento. O excesso de recursos financeiros ou a ausência destes, pode constituir uma prova. Digo que ‘pode’ na condicional, pois os espíritos já deixaram claro (Livro dos Espíritos – Questões 806/806a/807) que a desigualdade social é um problema do homem e não de Deus, por isso deve ser atenuado (afinal, Jesus Cristo e Kardec cansaram de insistir nas benesses da Caridade). No entanto a espiritualidade pode aproveitar-se deste problema social como prova para aqueles que desejam expurgar erros do passado.

Segundo exemplo:
Quantos não conhecemos que se revoltavam com a ausência de recursos financeiros, pobreza, em que se encontravam? Que não invejavam pessoas cujas posses excediam o necessário? O erro já está nesta revolta e inveja que nada mais fazem do que um ciclo vicioso de envenenamento mental que provavelmente acarretará uma auto-obsessão e dará origem a muitos males. E quantos casos públicos de pessoas que viviam na pobreza, enriquecem de uma hora para outra, e gastam tudo em curto período de tempo? E tornam-se tiranos domésticos ou familiares? Com ou sem recursos, permanecem o que sempre foram, afinal, não é o dinheiro que pode mascarar uma personalidade para si mesmo. Podemos ver pessoas de fino trato e educadas na sociedade, mas que dentro de casa são verdadeiros monstros.

Mas aqueles que assumem a pobreza com humildade e batalham diariamente pela melhoria de suas condições com trabalho honesto e boas intenções, com certeza estarão cada vez mais progredindo em todos os sentidos. As dificuldades nunca serão maiores do que poderiam suportar. Aqueles que possuem excesso de dinheiro, mas que investem em ajudar ao próximo através de empregos em suas indústrias e em obras assistenciais / caridosas não podem ser penalizados pelos excessos financeiros. Nos dois casos, têm o que merecem e são o que plasmam.

Enfim, Reforma Íntima é um tema de elevadíssima complexidade. Voltarei a ele assim que encaminhar melhor as minhas leituras. Conto com o comentário de vocês para ajudar a construção dos textos.

novembro 1, 2011

Demônios – Significação e Origem

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 2:32 am

LIVRO DOS ESPÍRITOS

131 Há demônios, no sentido que se dá a essa palavra?

– Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Deus seria justo e bom por ter feito seres eternamente devotados ao mal e eternamente infelizes? Se há demônios, é no vosso mundo inferior e em outros semelhantes ao vosso. Demônios são esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e acreditam que Lhe agradam pelas abominações que cometem em Seu nome.

Comentário de Kardec:

A palavra demônio nos dias atuais significa e nos dá idéia de mau Espírito, porém a palavra grega daimôn, de onde se origina, significa gênio, inteligência, e se emprega para designar seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção.

Os demônios, conforme o significado comum da palavra, supõem seres malvados por natureza, na sua essência. Seriam, como todas as coisas, criação de Deus. Assim sendo, Deus, soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres predispostos, por sua natureza, ao mal e condenados por toda a eternidade. Se não fossem obra de Deus, seriam, forçosamente, como ele, de toda a eternidade, ou então haveria muitos poderes soberanos.

A primeira condição de toda doutrina é a de ser lógica. A doutrina dos demônios, cuidadosa e severamente analisada, peca por essa base essencial. Pode-se compreendê-la na crença dos povos atrasados que, por não conhecerem os atributos de Deus, crêem em divindades mal-dosas e em demônios. Mas, para todo aquele que faz da bondade de Deus um atributo por excelência, é ilógico e contraditório supor que Deus pudesse criar seres voltados ao mal e destinados a praticá-lo perpetuamente, porque isso é negar Sua bondade. Os partidários do demônio se apóiam nas palavras do Cristo. E com toda certeza não contestaremos aqui a autoridade de Seu ensinamento, que gostaría-mos de ver mais no coração do que na boca dos homens. Mas os partidários dessa idéia estarão certos do significado que o Cristo dava à palavra demônio? Já não sabemos que a forma alegórica é a maneira usual de Sua linguagem? Tudo que é dito no Evangelho deve ser toma-do ao pé da letra? Não precisamos de outra prova mais evidente além desta passagem:

“Logo após esses dias de aflição, o Sol se escurecerá e a Lua não mais iluminará, as estrelas cairão do céu e as forças do céu serão abaladas. Eu vos digo em verdade que esta geração não passará sem que todas essas coisas sejam cumpridas.”

Não vimos a forma do texto bíblico ser contestada pela ciência no que se refere à Criação e ao movimento da Terra? Não se dará o mesmo com certas figuras empregadas pelo Cristo, tendo que falar em conformidade com os tempos e os lugares? O Cristo não poderia dizer, conscientemente, uma falsidade; se, então, em suas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é porque não as compreendemos ou as inter-pretamos mal.

Os homens fizeram com os demônios o que fizeram com os anjos.

Da mesma forma que acreditaram na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram também por comparação os Espíritos inferiores como seres perpetuamente maus. Pela palavra demônio de-vem-se entender Espíritos impuros que, muitas vezes, não são nada melhores do que o nome já diz, mas com a diferença de que seu estado é apenas transitório. Esses são os Espíritos imperfeitos que se revoltam contra as provas que sofrem e, por isso, as sofrem por um tempo mais longo; porém, chegarão a se libertar e sair dessa situação quando tiverem vontade. Podemos, portanto, compreender a palavra demônio com essa restrição. Mas, como se entende agora, com um sentido peculiar e muito próprio, ela induziria ao erro, fazendo acreditar na existência de seres especialmente criados para o mal.

Com relação a Satanás, é evidentemente a personificação do mal sob uma forma alegórica, porque não se poderia admitir um ser mau lutando em igualdade de poder com a Divindade e cuja única preocupação seria a de contrariar seus desígnios. Como o homem precisa de figuras e imagens para impressionar sua imaginação, o próprio homem pintou seres incorpóreos sob uma forma material, com os atributos que lembram as qualidades e os defeitos humanos. É assim que os antigos, querendo personificar o Tempo, pintaram-no na figura de um velho com uma foice e uma ampulheta. A figura de um jovem para essa alegoria seria um contra-senso. Ocorre o mesmo com as alegorias da fortuna, da verdade, etc. Modernamente os anjos ou Espíritos puros são representados numa figura radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza; Satanás com chifres, garras e os atributos da animalidade, emblema das paixões inferiores. O povo, que toma as coisas ao pé da letra, viu nesses emblemas individualidades reais, como antigamente viu Saturno na alegoria do Tempo.


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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

INTRODUÇÃO

– Resumo da Doutrina de Sócrates e de Platão

VI. Os demônios ocupam o espaço que separa o céu da Terra; constituem o laço que une o Grande Todo a si mesmo. Não entrando nunca a divindade em comunicação direta com o homem, é por intermédio dos demônios que os deuses entram em comércio e se entretêm com ele, quer durante a vigí-lia, quer durante o sono.

A palavra daimon, da qual fizeram o termo demônio, não era, na antigüidade, tomada à má parte, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos superiores, chamados deuses, e os menos elevados, ou demônios propriamente ditos, que comunicavam diretamente com os homens. Também o Espiritismo diz que os Espíritos povoam o espaço; que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos Espíri-tos puros, que são os incumbidos de lhe transmitir as vontades; que os Espíritos se comunicam com eles durante a vigília e durante o sono. Ponde, em lugar da palavra demônio, a palavra Espírito e tereis a doutrina espírita; ponde a palavra anjo e tereis a doutrina cristã.

(…)

X. O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cui-dados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Dá-se o mesmo com a alma. Quando despida do corpo, ela guarda, evidentes, os traços do seu caráter, de suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida. Assim, a maior desgraça que pode acontecer ao homem é ir para o outro mundo com a alma carregada de crimes. Vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias podereis provar que devamos levar outra vida que nos seja útil quando esteja-mos do outro lado. De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cui-dar, não de parecer, mas de ser homem de bem. (Colóquios de Sócrates com seus discípulos, na prisão.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo – PP.50 e 52 (Allan Kardec)

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Um dos conflitos mais antigos da história religiosa e filosófica foi resolvido pelo Espiritismo. Os demônios, ou o demônio (Satanás), como queiram, foi por muito tempo a causa de todos os males e a explicação para os mesmos. Eram quase-divindades que tinham o poder de dialogar e enfrentar Deus, eram, portanto, equivalentes à divindade suprema. Isso era um paradoxo importante e foi ignorado por interesses políticos daqueles que possuíam o conhecimento eclesiástico suficiente para interpretar a Bíblia e suas alegorias. Por muitos séculos o conhecimento e o discernimento foram monopolizados pela Igreja, e todo o pensamento religiosos foi desvirtuado e atrasado.

O resgate da origem da palavra Demônio (Daimon), feito nas passagens acima por Kardec, é importante para elucidar racionalmente o problema do mal.  Se Daimon é espírito, tanto bom quando mal, fica claro que a dualidade das atitudes sempre existiu, desde a antiguidade. É comumente descrito pelos discípulos de Sócrates um “amigo invisível” com quem frequentemente dialogava. Sócrates está longe de ser uma figura secundária na história e na filosofia, avançou muito no tempo em seus conceitos, e comprova que a comunicação entre espíritos e a esfera visível da matéria veio muito antes da codificação de Kardec ou dos Evangelhos de Jesus.

Fato é que, anteriormente, como hoje, estamos rodeados de espíritos bons ou maus, que se aproximam através de nosso hálito mental, ou pela forma com que agimos em consonância com nossos pensamentos. Um Demônio, nada mais é do que um Espírito Mau-Intencionado, que caminhará lado a lado com o humano que desejar fazer o mau. Culpar o Demônio é eximir de culpa o ser encarnado que foi veículo da ação, e eis o avanço do Espiritismo neste setor. Todos somos culpados pelo que atraímos e alimentamos com os nossos pensamentos.

O problema nunca é a religião pura em si, mas sim o que os homens fazem com ela.

outubro 26, 2011

As Naturezas das Manifestações Espirituais

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:54 am

Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de elevação. Todos os fenômenos, dos quais  teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro  desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de nossos artigos pelo quadro das  formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada  têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o   Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o   Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos, movimento e  deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o  Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das propriedades conhecidas da matéria.

5o  Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo quando não passa de simples movimento ou  ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os
Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do
Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,   sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos  inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos  superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a  grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, conforme o grau de elevação e de  desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas  com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002

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Muito bem, entendemos pelo texto acima que a dificuldade para verificar a natureza do fenômeno e sua finalidade reside em seu conteúdo e intenção. O mesmo vale para o médium e quem esteja envolvido no processo.

Em uma linguagem simples, é só pensar que intenções atrairão intenções, mas isso não deixará de produzir o fenômeno, e sim impactará em sua qualidade. Uma brincadeira mediúnica levará a espíritos zombeteiros, enquanto um trabalho espiritual sério trará ajudantes e amigos espirituais tão sérios quanto a natureza do trabalho.

Vida física e espiritual caminham juntas pela moral que as conduzem.

Inteligência é Diferente de Moral

Conhecimento é Diferente de Moral

Por isso muitas vezes pessoas humildes de pouco conhecimento, mas de muita humildade e elevada moral, recebem comunicações e conhecimentos dignos da psicografia de livros belíssimos, enquanto renomados cientistas ou gênios da inteligência que utilizam amoralmente seus conhecimentos não podem transpor a barreira física do conhecimento.

Para procurarmos os bons espíritos e os bons conhecimentos da espiritualidade, precisamos nos alinhar com a moral exigida. Através de esforço, reforma-íntima, estudo e boa-vontade, todos podemos atingir patamares enormes. Hoje dispomos de muitos recursos de instrução, muito mais acessíveis do que eram na época de Kardec. Vamos correr atrás do tempo perdido, amigos trabalhadores da última hora.

Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de

elevação. Todos os fenômenos, dos quais  teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro

desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de

nossos artigos pelo quadro das  formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada  têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os

avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o  Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o  Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,

movimento e  deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm

por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o  Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das

propriedades conhecidas da matéria.

5o  Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo
quando não passa de simples movimento ou  ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento

ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os

Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do

Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,

sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas  emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que

não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos

inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos

superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a

grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer,

dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos

verdadeiras, conforme o grau de elevação e de  desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações

um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas  com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se

àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a

tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela

regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com

os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os

homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002Diferentes Naturezas de Manifestações

Os Espíritos atestam sua presença de diversas maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor grau de

elevação. Todos os fenômenos, dos quais teremos ocasião de nos ocupar ligam-se, naturalmente, a um ou outro

desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos, acreditamos, pois, dever abrir a série de

nossos artigos pelo quadro das formas de manifestações. Pode-se resumi-las assim:

1o Ação oculta, quando nada têm de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os

avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.

2o Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.

3o Manifestações físicas ou materiais: são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,

movimento e deslocamento de objetos. Essas manifestações freqüentemente não trazem nenhum sentido direto; têm

por fim somente chamar a atenção para qualquer coisa e de convencer-nos da presença de um poder extra-humano.

4o Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das

propriedades conhecidas da matéria.

5o Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo

quando não passa de simples movimento ou ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento

ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.

6o As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os

Espíritos.

A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do

Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras,

sérias ou instrutivas.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que

não ligam nenhuma importância ao que dizem.

As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos

inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.

As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos

superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a

grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.

As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer,

dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos

verdadeiras, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para extrair dessas comunicações

um proveito real, é preciso sejam elas regulares e seguidas com perseverança. Os Espíritos sérios ligam-se

àqueles que querem instruir-se e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos, com suas facécias, a

tarefa de divertir os que não vêem nessas manifestações senão uma distração passageira. Somente pela

regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com

os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem. Se é preciso ter experiência para julgar os

homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos.

Allan Kardec – Revista Espírita 1858 – PP.28-29 [Diferentes Naturezas de Manifestações] – FEB/2002

outubro 25, 2011

Divaldo Franco – Qualidade Na Prática Mediúnica

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:01 am

Segue o acesso à palestra deste grande apóstolo e missionário do Espiritismo atual.

Download do Audio (2cds)

Parte 1 – Link
Parte 2 – Link

A palestra pode também ser ouvida via YouTube nas janelas abaixo para quem não quiser baixar.

Parte 1

Parte 2

Ouvir as palestras de Divaldo é sempre edificante para qualquer um.

outubro 20, 2011

Viver em Paz Consigo Mesmo e a Solução dos Problemas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 7:30 am

Obra: FONTE VIVA (Chico Xavier – pelo espírito Emmanuel)

123 – Viver em Paz

“Vivei em paz…” Paulo (II Coríntios, 13:11)

Mantém-te em paz.

É provável que os outros te guerreiem gratuitamente, hostilizando-te a maneira de viver; entretanto, podes avançar em teu  roteiro, sem guerrear a ninguém.

Para isso, contudo – para que a tranquilidade te banhe o pensamento -, é necessário que a compaixão e a bondade te sigam todos os passos.

Assume contigo mesmo o compromisso de evitar a exasperação.

Junto da serenidade, poderás analisar cada acontecimento e cada pessoa no lugar e, na posição que lhes dizem respeito.

Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho…

Todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões.

Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços…

Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e indentificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem  ultrajadas ou contundidas.

Uns acusam, outros choram.

Ajuda-os, enquanto podes.

Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida.

Aprendamos a compreender cada mente em seu problema.

Recorda-te de que a Natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar.

Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre.

Viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.

_____——–_______———_____

As recomendações acima nunca são fáceis, nem serão, a menos que busquemos o que de melhor podemos oferecer. O que somos  perante os outros é a demonstração do que somos dentro de nós mesmos. Além do mais, compreender cada um em cada problema é fundamental para uma solução equilibrada de ajuda e consolo ao próximo. O que representa um desastre para uns, é um pequeno problema para outros e vice-versa.

A adaptação das resoluções de problemas e a visão privilegiada sobre algum fato representam também a ajuda espiritual que podemos conceder aos outros. Um bom conselho pode representar a saída de um labirinto psicológico que arrastaria a pessoa por muito tempo em um lamaçal negativo.

A compreensão das situações também muda com o esclarecimento devido. Problemas no lar, problemas no trabalho e na vida  pessoal, tudo pode ser interpretado de várias formas, mas através de um pensamento espírita podemos nos certificar que a moral cristã ajudará a conceber a solução menos danosa a todos os impecílios.

No entanto, tudo começa com a paciência e a revisão de nosso comportamento. Vamos persistir na irritabilidade em certas  situações? Claro, mas é o esforço na melhora que representará um grande passo em nossa evolução. Viver em paz conosco mesmo e aprender a compreender os problemas sob uma ótica mais atemporal do que apenas o período corpóreo nos trará grande evolução, mesmo que passo a passo e muito difícil.

outubro 15, 2011

Nunca Desfalecer

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 5:20 pm
Obra: FONTE VIVA (Chico Xavier – pelo espírito Emmanuel)

61 – Nunca Desfalecer

“Orar sempre e nunca desfalecer” (Lucas, 18:1)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo as inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa Nova nascente?

Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando e nunca desfalecer.

_______————____________—————-_________

O amigo Emmanuel foi mais uma vez muito esclarecedor nesta passagem (lição). A vida na Terra só acontece para que existam as provas e expiações de que tanto necessitamos para nossa depuração e melhoramento. Uma prova leva à outra, nunca haverá um dia sem que sejamos defrontados por uma prova, mesmo que seja quase imperceptível. (Pode ir desde um trânsito pesado que teste nossa paciência, até um ônibus quebrado ou o metrô parado, ou até aquele mendigo que suplica um pedaço de alimento).

A Terra e essa vida que dispomos hoje são a nossa escola, e Emmanuel mostra que a função desta escola é “ensinar, exercitar e aperfeiçoar”.

Os obstáculos, as maldades e tudo o que tentou imperar pelo ódio e pelo medo, além de fracassarem em seu propósito, serviram para sedimentar as lições cristãs e para exemplificar o poder da fé, que a tudo resiste, e as utilizou para crescer.

Lição fácil? Nunca. Mas a partir do momento em que temos fé em Cristo e em suas lições, é nossa obrigação moral ao menos tentar ficar no caminho correto e repassar nosso dia em nossa consciência, para verificar se poderíamos fazer melhor durante aquele período. Meditar diariamente, mesmo que pouco tempo, sobre nossas ações, é um indicativo de nossa própria vontade de crescer.

outubro 8, 2011

Caridade, Recursos e o Próximo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 10:33 am

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CÁP.XV, Item 6.

NECESSIDADE DA CARIDADE SEGUNDO SÃO PAULO

6. Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; – ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; – não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13.)

___——–___________——____________——

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – LIVRO III, CÁP. XI

Questão 879

– Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda sua pureza?

– O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.

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ESTUDE E VIVA (CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA)

PELOS ESPÍRITOS – EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ

19

E – Cap. XV – Item 6

L – Questão 879

Temas Estudados:

Caridade e aprendizado / Caridade e destino / Caridade e retribuição / Próximo de nós (O) / Verdadeira posse / Vizinhança


NAS SENDAS DO MUNDO

Deus que nos auxilia sempre nos permite possuir, para que aprendamos também a auxiliar.

*

Habitualmente, atraímos a riqueza e supomos detê-la para sempre, adornados com as facilidades que o ouro proporciona…Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses exteriores e se algo nos fica será simplesmente a plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome

pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade de recebê-las.

*

Via de regra, amontoamos títulos de poder e admitimo-nos donos deles, enfeitando-nos com as vantagens que a influência prodigaliza…Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as primazias de convenção e se algo fica será simplesmente o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado, mantidos em

nosso nome pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.

*

Geralmente repetimos frases santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas ao nosso patrimônio espiritual, ornando-nos com o prestigio que a frase brilhante atribui…Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as ilusões e se algo nos fica será simplesmente a estreita coleção dos benefícios que houvermos feito, assinalados em nosso nome pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e desconhecido, daqueles que nos deram oportunidade a singelos ensaios de elevação.

*

Serve onde estiveres e como puderes, nos moldes da consciência tranqüila.

Caridade não é tão-somente a divina virtude, é também o sistema contábil.do Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados.

Um dia, nas alfândegas da morte, toda a bagagem daquilo de que não necessites ser-te-á confiscada, entretanto, as Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados juros de alegria, tudo o que destes do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens, em socorro dos outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que te assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano Espiritual.

Não digas, assim, que a propriedade não existe ou que não vale dispor disso ou daquilo.

Em verdade, devemos a Deus tudo o que temos, mas possuímos o que damos.

VIZINHOS

Ampare os vizinhos sem ser indiscreto. Discrição é caridade.

*

Cultue a gentileza na vizinhança.

Ajude a todos aqueles que lhe partilham a estrada, para que alguém ajude você nas horas difíceis.

*

Respeite as ocorrências alegres ou infelizes que afetem os lares próximos.

Incêndio na casa alheia é ameaça de fogo na própria casa.

*

Desfaça qualquer incompreensão entre você e os irmãos do ambiente em que vive.

Todo vizinho pode ser bom, se você cultivar a bondade para com ele.

*

Compreenda os problemas e as dificuldades de quantos caminham ao seu lado. Os familiares são parentes do sangue, mas os vizinhos são parentes do coração.

___——–___________——____________——

Os escritos acima trazem o que todo espírita passa a vida toda aprendendo e tentando colocar em prática, que é a caridade. Difícil pensar em ser caridoso sem considerar os recursos físicos para ajudar alguém (e, por físico, digo materiais). Uma doação à instituição beneficente é sempre válida e, com toda certeza, quando se trata de uma instituição séria, a ajuda é sempre ótima, contará em nosso favor e no abatimento de nossas dívidas.

Mas já foi citado em outros textos deste site a caridade em outras formas, palavras de consolo, um conselho que dirija uma pessoa ao caminho do bem, são fatos que também representam a caridade.

Mas a doutrina Espírita possui a essência da atemporalidade, ou seja, não adianta nada pouparmos dinheiro a vida toda para gozar de um futuro imaterial. Fazê-lo com a intenção de deixar aos nossos descendentes é louvável e justo, mas deve haver o equilíbrio entre o que estamos poupando e o que estamos demonstrando à próxima geração. Quais valores queremos ensinar e demonstrar? Só as palavras não são suficientes.

Educar os filhos também passa pelos bons exemplos. A caridade é algo espontâneo em alguns, mas ensinar a caridade só é possível quando demonstramos na prática (Jesus o fez e é por isso que tornou-se nosso maior exemplo).

Irmãos, ajudem, consolem, construam, doem, visitem, vejam, absorvam tudo o que está a sua volta para tentarmos mudar o mundo. Só será possível através de ações caridosas que despertem um sentimento indescritível de prazer que sentimos ao fazer o bem e o que é correto.

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