ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

outubro 8, 2012

SEMPRE ADIANTE – O APRENDIZ VERDADEIRO

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132 – SEMPRE ADIANTE

Porque  de  quem  alguém  é  vencido,  do  tal  faz­-se também escravo.” (II PEDRO, 2: 19)

O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo o proveito de cada experiência, sem escravizar-se.

O dinheiro ou  a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legitima.

Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.

Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico  é transferido a lugar de escassez, dá­-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendicância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-­se à extravagância e à tirania.

É imprescindível muito cuidado para que as posições transitórias não paralisem os vôos da alma.

Guarda a retidão de consciência e atira­-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação  representará oportunidade de atingir o “mais alto” e o “mais além”.

(Retirado da obra “Caminho, Verdade e Vida” de Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel).

O real valor da encarnação se dá quando sabemos reagir à determinadas situações extremas. Todos temos no íntimo a vontade de evoluir, mas isso é sempre relativizado com nossos valores, hábitos e rotina. Quantas vezes pensamos, ouvimos ou até falamos “tomar essa atitude seria duro demais“, “dar uma guinada nessa direção mostraria fraqueza aos outros“, mesmo sabendo o caminho correto a seguir?

Quando somos obrigados a enfrentar a nossa dita “natureza”, somos então obrigados a olhar nosso interior em um espelho, obrigado a entender melhor o que passa em nosso íntimo. Os que ascendem à riqueza e aqueles que sofrem na pobreza, são rodeados de tentações a todo momento.

Só a evolução espiritual é capaz de demonstrar o caminho correto, aquele atemporal, aquele humilde, aquele caminho que nos lembra que tudo vem de Deus e tudo retornará a Ele, cedo ou tarde. O que vemos como fraqueza ou covardia, trata-se, muitas vezes, de nobreza.

A real humildade é aquela íntima, aquela que nos alivia no travesseiro, mesmo que se torne opressão por parte daqueles que ainda vivem na ignorância dos conhecimentos mais sublimes.

O real aprendiz é aquele que possui a virtude da paciência, e que aproveita as tentações para reafirmar suas convicções e crenças morais. Ele utiliza as dificuldades como trampolim para ascender moralmente e espiritualmente, enriquecendo seus bens mais importantes, aqueles eternos.

O importante é lembrar de que todos erram, todos caem, mas a virtude está em se reerguer como uma fênix, ressurgindo das cinzas e fazendo o maior esforço possível no progresso real do espirito. Nunca é fácil, mas a perseverança caminha com a paciência.

O aprendiz nunca será tratado como mestre. A sabedoria espiritual está atuando ao nosso redor e de acordo com as nossas aspirações / irradiações. Nunca estamos só, e o Consolador prometido atua a todo instante.

outubro 1, 2012

Camille Flammarion – Narrações do Infinito (Breve Estudo)

Filed under: Espiritismo,Estudos — Tags:, , , , — Aprendiz @ 3:35 pm

Amigos,

Segue ao lado (canto superior direito) um breve estudo da obra “Narrações do Infinito” de Flammarion. Acho que é uma das obras mais esclarecedoras no que tange a vida em outros orbes.

Mente aberta facilitará muito o entendimento.

setembro 30, 2012

O Problema do Ser, do Destino e da Dor – Resumo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 8:35 am

Amigos, está disponível em página separada (pode ser visualizada no canto superior direito), a segunda parte do estudo da obra de Denis. Aguardo comentários / e-mails para eventuais correções necessárias. Obrigado !

Ressurreição

Filed under: Espiritismo — Tags: — Aprendiz @ 7:49 am

68 — ALÉM-­TÚMULO

E, se não há ressurreição de mortos, também o Cristo não ressuscitou.”  Paulo. (I CORÍNTIOS, 15: 13)

Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e   espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples solução que lhe é própria.

Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou  de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise definitiva. Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge­-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final.

Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio.

Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade.

Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o inferno ilimitado no tempo? Como acreditar permaneçam adormecidos milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se afirma em atividade incessante?

Os argumentos teológicos são  respeitáveis; no entanto, não deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana.

Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão,  somos compelidos a reconhecer que os negadores do processo  evolutivo do homem espiritual, depois do sepulcro, definem­-se contra o próprio Evangelho. O Mestre dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante. Quem, desse modo, atravessará o portal da morte para cair em ociosidade incompreensível? Somos almas, em função de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da vida.

(Retirado da Obra Caminho, Verdade e Vida, Pelo Espirito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier).

O ponto a ser destacado aqui, é a noção de ressurreição. Ela aplica-se ao Espírito, não à carne. O sentido teológico mesmo, quando evocado, assinala uma impossibilidade física. Após a morte carnal, o corpo físico se decompõe, servindo de alimento à outros animais até que seus átomos sejam redistribuídos em nova matéria. Portanto, a ressurreição significaria um desrespeito à Natureza, criada por Deus. Se Deus é perfeito, suas obras também são. Violar as leis da natureza seria contestar sua perfectibilidade.

O Espírito, porém, retorna ao mundo espiritual em sua forma de sempre, apenas o Perispírito sofre alterações, para melhor ou para pior. O conteúdo do Espírito permanece o mesmo, ou seja, ressurreição acontece de fato quando desencarnamos e damos seguimento á nossa evolução.

A partir do instante em que o ser humano abdicar de seu orgulho e entender que desconhece muito do que acontece ao seu redor, essa possibilidade se tornará uma certeza.

agosto 14, 2012

Uma Síntese da Solidão e do Bom Caminho

Filed under: Espiritismo — Aprendiz @ 6:52 am

47 Autolibertação

“Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.”

Paulo (I Timóteo, 6:7)

Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do “eu”, começa o teu curso de auto­libertação, aprendendo a viver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”.

Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes; que te retirarás dela sozinho, resigna­te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.

Lembra­te de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da auto­ superação.

Consagra­te ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.

Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.

Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.

Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.

Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?

Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.

Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.

Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.

(FONTE VIVA, Cáp. 47, pelo Espírito Emmanuel / Psicografada por Chico Xavier)

O que temos aqui é uma síntese do que é viver plenamente. Quando nos sentimos solitários, com um vazio existencial enorme, mesmo dentre muitas outras pessoas presentes, estamos experimentando sintomas do que pode significar um crescimento pessoal. O vazio não é algo ruim, é simplesmente algo a ser interpretado.

A solidão pode refletir a ausência / falta de uma busca mais importante por conhecimento frutífero. Muitos cientistas plenos em suas profissões experimentam vazios existenciais. Toda a ciência humana não poderia ajudá-lo neste caso. Muitos sábios que concentraram suas habilidades em determinada área, sentem o mesmo.

Mas aquele que assimilou a palavra de Jesus (mesmo sendo difícil aplicar na prática) diminui seu vazio através das respostas que lhe brotam o espírito. Entendemos que os vazios e as dificuldades não passam de provas ao nosso crescimento.

Quantos milionários não se sentem vazios e sozinhos? Sem saber em quem confiar?

Mas quanta libetação há quando eles entendem que o recurso material é importante e benéfico quando utilizado com parcimônia e sem ostentação. Quando aprendem a ser caridosos com os outros e com eles mesmo.

A consciência de cada um é um sério indicativo de como anda nosso estado de espírito. Se o seu está vazio e solitário, procure preenchê-lo com atividades e conhecimentos edificantes e transcedentais. Reative sua curiosidade.

julho 27, 2012

Como Resistir ao Mal?

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 4:38 pm

62 RESISTÊNCIA AO MAL

“Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal.” – Jesus. (MATEUS, 5:39.)

Os expoentes da má-fé costumam interpretar falsamente as palavras do Mestre, com relação à resistência ao mal.

Não determinava Jesus que os aprendizes se entregassem, inermes, às correntes destruidoras.

Aconselhava a que nenhum discípulo retribuísse violência por violência.

Enfrentar a crueldade com armas semelhantes seria perpetuar o ódio e a desregrada ambição no mundo.

O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes.

Em razão disso, a atitude requisitada pelo crime jamais será a indiferença e, sim, a do bem ativo, enérgico, renovador, vigilante e operoso.

Em todas as épocas, os homens perpetraram erros graves, tentando reprimir a maldade, filha da ignorância, com a maldade, filha do cálculo. E as medidas infelizes, grande número de vezes, foram concretizadas em nome do próprio Cristo.

Guerras, revoluções, assassínios, perseguições foram movimentados pelo homem, que assim presume cooperar com o Céu. No entanto, os empreendimentos sombrios nada mais fizeram que acentuar a catástrofe da separação e da discórdia. Semelhantes revides sempre constituem pruridos de hegemonia indébita do sectarismo pernicioso nos partidos políticos, nas escolas filosóficas e nas seitas religiosas, mas nunca determinação de Jesus.

Reconhecendo, antecipadamente, que a miopia espiritual das criaturas lhe desfiguraria as palavras, o Mestre reforc?ou a conceituação, asseverando: “Eu, porém, vos digo…”

O plano inferior adota padrões de resistência, reclamando “olho por olho, dente por dente”…

Jesus, todavia, nos aconselha a defesa do perdão setenta vezes sete, em cada ofensa, com a bondade diligente, transformadora e sem-fim.

(Da obra “Vinha de Luz” pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier).

A palavra “resistência” traz alguns significados em si mesma. Significa ‘aguentar’, significa ‘lutar contra’, significa um punhado mais de coisas. No entanto, aparentemente o homem possui a conveniência como hábito. Para os que criticam a palavra do Cristo, resistir significa lutar contra, quando uma interpretação pouco mais cuidadosa demonstra que trata-se exatamente do contrário.

Dar a outra face é algo que faria sentido se pudéssemos e devêssemos lutar contra o mal? Veja que em uma desambiguação melhor, “lutar contra” é uma contradição com a palavra de Jesus por si mesma. O Mestre não traria lições que levassem ao embate, mas sim ao bem.

Resistir ao mal com a prática da caridade é um exemplo Crístico.

Resistir ao mal consolando o que sofre, alimentando o que tem fome, vestindo o que tem frio, abrigando o abandonado e provendo teto àquele que sofre na chuva. Isso sim é intimamente ligado à Jesus. Resistir ao mal dessa forma significa progresso, virtuosa conduta que leva à evolução.

Mas se alguém lhe agredir e houver retribuição da agressão, entramos em um ciclo delicado de violência, onde a tendêncua e o agravamento do quadro, ao invés da resolução do conflito.

Assim, pois, meus amigos, tendes que vos defender, não só contra os ataques e calúnias dos adversários vivos, mas, também, contra as manobras, ainda mais perigosas, dos adversários da erraticidade. Fortificai-vos, pois, em estudos sadios e, sobretudo, pela prática do amor e da caridade, e retemperai-vos na prece. Deus sempre ilumina os que se consagram à propagação da verdade, quando estão de boa fé e desprovidos de toda ambição pessoal.

(KARDEC, Allan; “A OBSESSÃO – Origens, Sintomas e Curas”, Ed. O Clarim, 2011: 211).

É exatamente essa conduta, esse ensino, que nós, Espíritas, precisamos seguir. Nunca contra-atacar, nunca violentamente reagir, nunca ter ódio ou mágoa, mas tentar purificar nossa mente e nossas ações com o bem, a melhor e mais rápida forma de derrotar o mal.

julho 17, 2012

O Cristão e o Mundo

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 5:23 am

102 – O CRISTÃO E O MUNDO

“Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.” Jesus (MARCOS, 4: 28)

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu  sabiamente aos símbolos vivos da Natureza,favorecendo­nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.

Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.

Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no  coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão.

Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem­lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo  do Senhor ainda não  passa de folhagem

promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva­se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.

Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.

Esquece-­se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por  isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o  casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só  entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar­se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Natureza.

Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre:

Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.


(retirado da obra “Caminho, Verdade e Vida)

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Muitas vezes, na empolgação de quando passamos a seguir uma religião ou nova filosofia de vida, passamos a nos exigir mais e a cobrar passos largos, quando muitas vezes mal podemos caminhar. É claro que quanto antes evoluirmos, melhores os resultados que colheremos no futuro, mas uma semente mal plantada não germina. De que adianta cobrarmos de nós mesmos progressos hercúleos, quando a tradução deste ato será o retorno à estaca zero?

Muitos desistem de seguir o Espiritismo reclamando de que as exigências morais ultrapassam o comum. Aqueles que não compreendem de fato a Doutrina, vêem o Espírita como alguém que se isola da realidade em prol de um ganho maior, ou de apenas um tolo que esquece-se de viver a “realidade”. O verdadeiro Espírita, me parece que reside como a ponte entre o mundo material e seus defeitos e uma aspiração espiritual de elevada magnitude. Aspiração, pois qualquer mudança moral exige tempo.

Um alcoólatra, ou um viciado em drogas pesadas, precisa de tempo e muita vontade para se livrar do vício. Análoga é nossa situação em relação aos hábitos contraídos em longo passado e sustentados durante vidas a fio. Quem já entende que precisa mudar e se esforça de verdade nesse intento, já progride muito.

Quando alguém passa a trabalhar na obra assistencial, como o passe, já desperta em alguns o entendimento de que ele pode curar. Esse é o olhar do mundo. Ele cobra a cura como se fosse uma tarefa simples ao médium. Não é nem preciso mencionar que a cura através do passe é um tanto quanto trabalhoso e demorado na maioria dos casos. Quando há um médium de cura efetivo, daqueles que só de nos olhar já identificam o problema e curam, tenha certeza que seus méritos são de muito antes desta encarnação. Na base da pirâmide estamos nós, reles Espíritos encarnados que almejam uma faísca de evolução e que devem muito perante à espiritualidade.

O discípulo que tem pressa, acaba por se afobar e perder a essência da Doutrina, a paciência e o amor. Tanto para os outros quanto para ele mesmo. Nossa vaidade é a mãe de uma ambição que pode, além de frear o progresso, nos induzir aos erros da vaidade e orgulho.

Nós nos espelhamos no Mestre Jesus, mas de fato, entendemos que há uma distância simplesmente ainda imensurável entre as evoluções. Só podemos nos comparar aos simples homens de bem que almejam o melhor e praticam a Doutrina em seu cotidiano.

Eis o porque de não podermos chamar as atenções do mundo. Ele demanda mais do que enxerga. Nós devemos seguir com humildade e em silêncio o caminho que acreditamos correto. Nenhum ensinamento é melhor do que o exemplo. A caridade também pode ser feita para com a nossa consciência.

julho 13, 2012

As Tentações

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 6:33 am
OBRA – CAMINHO, VERDADE E VIDA (pelo Espírito Emmanuel)

129 – ORIGEM DAS TENTAÇÕES

“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” (TIAGO, 1: 14)

Geralmente, ao surgirem grandes males, os participantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram­-se, tardiamente de que o Pai é Todo­ Poderoso e alegam que a tentação somente poderia ter vindo do Divino Desígnio.
Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por suas mãos compassivas As tentações, todavia, não procedem da Paternidade Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsável pelos atos desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela luz do céu.
“Cada um é tentado, quando atraído pela própria concupiscência.”
Examinemos particularmente ambos os substantivos “tentação” e “concupiscência”. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar  os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo  “atrair”. Verificaremos a extensão de nossa inferioridade pela natureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-­te de que cada dia tem situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e eliminarás os males próprios,atendendo ao bem que Jesus deseja.

A primeira dúvida que pairou em minha mente foi a respeito da palavra “concupiscência”. Procurei o significado online neste link e encontrei:

s.f. Inclinação a gozar os bens terrestres, particularmente os prazeres sensuais.
Ganância por propriedades materiais.
Aspiração por satisfações sexuais.
Filosofia. Agostinismo. Desejo libertino, lascívia carnal.
Tomismo Medieval. Aspiração por prazer motivado por um fato material.
Teologia. Anseio humano pelos domínios naturais ou sobrenaturais.
Organização amorosa orientada a Deus e aos homens.
Pej. Desejo dos homens por bens materiais cuja existência justifica-se através do pecado original.
(Etm. do latim: conscupiscentia)

Enfim, de tudo o que consta no significado desta palavra, podemos retirar que trata-se do apego a matéria (refletida de qualquer forma, tanto na posse de bens como na utilização do corpo).

A imperfeição humana ainda nos torna reféns do mal. Mal que não habita outro local se não nosso próprio coração e mente. Mal que cultivamos por ignorância ou vontade durante sucessivas vidas e que estamos lutando para vencer. Não podemos culpar a Deus pelas dificuldades que passamos, podemos sim pedir e agradecer quando Ele nos ajudar (e ajudará se soubermos entender).

Injustiça é uma palavra que reflete uma situação humana, não divina. Enquanto não aprendermos a pensar atemporalmente e a entender o que acontece no mundo espiritual, não seremos compreensivos suficientes, e seremos reféns de uma situação que projetamos.

É imperioso o estudo, mas a prática da real caridade forma um escudo natural contra as tentações. Ocupar a mente com atividades nobres é a maior arma que temos contra o nosso próprio mal.

junho 27, 2012

A Reforma Íntima Também no Mundo Espiritual

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 4:28 pm

A Reforma Íntima já foi tratada em textos anteriores, e como já explicado, é um processo árduo, doloroso, custoso e difícil, mas que todos necessitamos realizar.

Lendo o segundo livro de André Luiz, “Os Mensageiros” me deparei logo no início com a passagem abaixo, quando o autor descreve seu processo de evolução no mundo espiritual. Lendo o parágrafo em si, fica claro que se a mudança necessária não ocorrer no plano físico, ela ocorrerá no espiritual.

Experimentava o júbilo da descoberta de mim mesmo. Dantes, viva à feição do caramujo, segregado na concha, impermeável aos grandiosos espetáculos da Natureza, rastejando no lodo. Agora, entretanto, convencia-me de que a dor agira em minha construção mental, à maneira do alvião pesado, cujos golpes eu não entendera de pronto. O alvião quebrara a concha de antigas viciações do sentimento. Libertara-me.” (capítlo 1 ‘Renovação’).

A dor é um mecanismo comum de progresso à muitos. Depois haverá um novo post tratando somente da dor e evolução, mas se analisarmos bem, quantos mudam sua forma de pensar após um sofrimento? O próprio Espiritismo é hoje um palco desta condição. Muitos passam a frequentar um Centro Espírita ou passam a ler sobre Kardec ao sofrer a perda de um ente querido, buscando respostas, analisando suas prioridades e idéias.

É do ser humano e do espírito a capacidade de se reinventar e de alterar sua condição. Todos podemos melhorar e espalhar a melhora através de atitudes positivas e caridosas.

abril 18, 2012

O ABORTO À LUZ ESPÍRITA. MUITO ALÉM DO ANENCÉFALO

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:28 am
Aborto Delituoso

Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.
Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais…
Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância…
Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.
Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza…
Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.
Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.
Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!
Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.
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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
14a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.
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Talvez a mais polêmica temática quando falamos de religião diz respeito ao aborto. Sob a ótica Espírita, é um crime horrendo que custa muito caro sob todos os ângulos da lei de ação e reação.
Sobre o núcleo familiar, temos a informação de que nascemos em uma determinada família por um motivo. Seja ele afinidade, seja ele “cármico”, estamos lá por uma razão. Conforme os escritos de Kardec colocam:
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A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).
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Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.
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Imperioso constatar que há uma preparação muito grande no espírito que irá reencarnar, sua perda gradual de consciência, até tornar-se um pequeno bebê, acontece de forma muito complexa e, algumas vezes até dolorosa. A experiência do esquecimento total e regressão à forma tão pequena e inconsciente não deve ser nada prazerosa. Imaginem ainda se após todo este processo você for condenado a morte das mais variadas formas de agressão? (agulhas de costura, remédios intoxicantes, retirada abrupta, morte logo após o nascimento, etc).
Isso pode jogar fora um planejamento de gerações, Pode levar ao fracasso e jogar pelo ralo todo o comprometimento de ao menos duas vidas. Pode, de uma só vez, ampliar as angustiosas e doloridas provações por séculos !
O caso dos Anencéfalos ganhou notoriedade na mídia após a aprovação da extinção do feto (aborto) em casos comprovados de ausência de cérebro no ser gestado, já que sem cérebro não haveria condições plenas de vida.
O ser humano é falho, assim como a inevolução de nossas ciências. Há um potencial de erro em presumir ausência de cérebro, a medicina muitas vezes falha em diagnosticar a morte ! Há vários casos em que uma simples consulta em um buscador de internet demonstra renomados hospitais que erraram ao concluir a morte de um paciente. Há casos de diagnóstico de anencefalia em que ao nascer constatou-se que o feto possuía um resíduo cerebral que manteve suas funções ativas, ou seja, o feto sobreviveu e vive em estado vegetativo.
Há aqueles que imaginam a inutilidade em se manter uma vida vegetativa, mas estes estão longe da compreensão do Espiritismo, são movidos por outras idéias.
O Espírita sabe que tudo isso traduz-se em provações, tanto para aquele espírito privado de cérebro e funções motoras, quanto aos familiares que vêem-se obrigados a cuidar com amor e carinho sem nenhuma forma de retribuição. É a maravilhosa solução do resgate, que coloca ombro a ombro muitos inimigos em prol de prova comum.
Há aqueles que também questionam se há consciência (vida) em um feto. Sim, o espírito está presente desde a gestação, ligado ao corpo através de cordão fluídico. Para finalizar, alguns esclarecimentos oferecidos pelo Livro dos Espíritos:
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UNIÃO DA ALMA E DO CORPO. ABORTO
344 Em que momento a alma se une ao corpo?
– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.
345 A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia renunciar ao corpo designado?
– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.
351 No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta de todas as suas faculdades?
– Mais ou menos, de acordo com a época, visto que ainda não está encarnado, e sim vinculado. Desde o instante da concepção, o Espírito começa a ser tomado de perturbação, anunciando-lhe que é chegado o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual não terá mais consciência, como pessoa, logo que entrar na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória ao retornar ao seu estado de Espírito.
357 Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?
– É uma existência nula que terá de recomeçar.
358 O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?
– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento.
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Allan Kardec. Da obra: O Livro dos Espíritos
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É imperioso lembrar que as provas terão de ser cumpridas. Se não agora, depois. É onde o livre abrítrio opera.
O aborto questiona também a sabedoria divina da providência espiritual (atemporal). O ser humano é acostumado a pensar dentro do universo de sua temporalidade, enquanto encarnado, e de forma utilitarista. Sem o esclarecimento da Doutrina Espírita, ele é refém de impulsos momentâneos e sim, não haveria benefício nenhum em permitir que algúem vivesse em estado vegetativo.
No entanto, o maior argumento daqueles que precisam justificar o aborto para si mesmos, e possuem o conhecimento Espírita, é a plena liberdade de agir, vulgo livre-arbítrio.
De fato, todos os Espíritas sabem que podem tomar as atitudes que quiserem. Nenhum mentor espiritual impedirá os crimes, nenhum anjo da guarda inspirará a beatitude em quem se delicia em prejudicar os outros. Livre Arbítrio é o extremo oposto da irresponsabilidade. A liberdade só é plena com o conhecimento, por isso seremos julgados pelos nossos atos. O Espírita simplesmente possui uma responsabilidade muito maior quando comete delitos morais, já que foi informado do caminho correto e assim aceitou.
Estamos agora em terreno perigoso. Se um ser com cérebro ausente pode ser descartado por ser um “problema para o mundo”, quanto tempo até que se pense o mesmo daqueles sem um membro? Afinal, ‘sem uma perna aquele bebê não crescerá em condições iguais ao que possui duas pernas’. E os problemas mentais diversos? ‘Estes pobres coitados, não teríam chance contra os que possuem plena capacidade…’.
Meus amigos, entramos no terreno da Eugenia. É esse raciocínio, de eliminar a prova preventivamente, que nos arrasta, novamente, à um mundo materialista e amoral. Só podemos pedir ao Mundo Espiritual que nos envie representates dignos da missão que se desenha, já que a espiritualização deste orbe tende a demorar muito.
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