47 Autolibertação
“Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.”
Paulo (I Timóteo, 6:7)
Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do “eu”, começa o teu curso de autolibertação, aprendendo a viver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”.
Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes; que te retirarás dela sozinho, resignate a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.
Lembrate de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da auto superação.
Consagrate ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.
Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.
Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.
Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.
Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?
Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.
Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.
(FONTE VIVA, Cáp. 47, pelo Espírito Emmanuel / Psicografada por Chico Xavier)
O que temos aqui é uma síntese do que é viver plenamente. Quando nos sentimos solitários, com um vazio existencial enorme, mesmo dentre muitas outras pessoas presentes, estamos experimentando sintomas do que pode significar um crescimento pessoal. O vazio não é algo ruim, é simplesmente algo a ser interpretado.
A solidão pode refletir a ausência / falta de uma busca mais importante por conhecimento frutífero. Muitos cientistas plenos em suas profissões experimentam vazios existenciais. Toda a ciência humana não poderia ajudá-lo neste caso. Muitos sábios que concentraram suas habilidades em determinada área, sentem o mesmo.
Mas aquele que assimilou a palavra de Jesus (mesmo sendo difícil aplicar na prática) diminui seu vazio através das respostas que lhe brotam o espírito. Entendemos que os vazios e as dificuldades não passam de provas ao nosso crescimento.
Quantos milionários não se sentem vazios e sozinhos? Sem saber em quem confiar?
Mas quanta libetação há quando eles entendem que o recurso material é importante e benéfico quando utilizado com parcimônia e sem ostentação. Quando aprendem a ser caridosos com os outros e com eles mesmo.
A consciência de cada um é um sério indicativo de como anda nosso estado de espírito. Se o seu está vazio e solitário, procure preenchê-lo com atividades e conhecimentos edificantes e transcedentais. Reative sua curiosidade.