ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

fevereiro 19, 2010

A Complexidade do Livre Arbítrio

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , , , — Aprendiz @ 2:49 am

O livre arbítrio é nosso atributo mais importante. É o definidor de nosso Carma e de nossas provas. Possibilita atos maravilhosos e horrendos, de acordo apenas com nossos impulsos ou consciência. Nosso único impeditivo de sair por aí queimando casas e matando pessoas é nossa moral / consciência / ética.

Quando algum crime chocante acontece, muitos indagam se Deus estava cuidando de seus filhos naquele instante. Deus realmente não tem participaçao ativa ou passiva em crimes ou salvamentos, a responsabilidade é, em tese, totalmente do ser humano em questão. Ele escolhe praticar crimes horrendos e levar consigo mais uma provação adiante em várias encarnações. Os outros que sofrem a ação do crime ainda podem estar envolvidos em teias complexas, ou sofrendo o crime como uma espécie de punição cármica ou apenas agentes passivos ao acaso que terão de escolher entre o perdão ou a vingança no mundo espiritual, e então serem arrastados ou elevados de acordo com a opção.

A obsessão é a ação persistente que o Espírito “ignorante” exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XXVIII

Quando eu disse que a responsabilidade é “em tese” totalmente do ser humano, é apenas para acrescentar um elemento mais complexo ainda. Hoje já sabemos que existem processos de obsessão terríveis, muitas vezes confundidos com doenças mentais sérias e que acometem alguém até que ele perca sua própria consciência e fique a mercê de ações efetuadas por almas pouco evoluídas ou que não possuem interesse algum em caminhar um passo adiante. Cada passo em nossa evolução representa novos desafios cuja ordem moral  é cada vez mais exigida e elevada.

Muitos ainda afirmam que a obsessão é um acontecimento probatório causado pela fraqueza mental ou de comportamento do ser afetado. Mas qual de nós não passa por momentos de fraqueza? Quem não sente tristeza e se rende a algum sentimento negativo de vez em quando? De algum tipo de discussão no trânsito até fofocas de trabalho, tudo seria suficiente para nos afetar nesta situação. Perfeição moral e de comportamento, só Jesus.

Estudos ligados especialmente à literatura de Umbanda (Robson Pinheiro em Legião por exemplo) trazem à luz efeitos até então desconhecidos de grande parte da literatura espirita. A capacidade de ação do mal em introduzir energias e utilizar o medo e a ignorância de espíritos menos evoluídos é incrível e assustadora. Pode cooptar seres que são apenas errantes em estágio de crescimento e atrasar sua evolução por séculos, em terras parecidas com feudos em meio ao umbral. Para muitos isso soa fantasioso, mas será que não se compara à antigos dominadores terrestres?

Subestimar as ações espirituais é um erro comum e perigoso. O mal existe porque há terreno fértil para suas sementes, e quando mais tornamos o terreno das boas ações ativo e grande, reduzimos e queimamos o mal que há em todos nós. O conflito interno do auto-conhecimento é a chave para resolução de muitos processos de auto-obsessão.

O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio individuo. São doentes de alma.- Allan Kardec (Obras Póstumas)

Com o avanço da psicologia e da psiquiatria na Terra, o mais importante é definir as causas de cada processo no paciente. Alguns simplesmente terão uma doença mental cujo tratamento médico halopático resolve. Outros precisam de remédios e meditação, outros de uma boa sessão de desobsessão e um enorme e longo tratamento para reequilíbrio energético. A síndrome do pânico é o exemplo mais atual da confusão em diagnóstico. Muitos são obsediados e passam a sofrer transtornos mentais, outros apenas agem por um medo.

Enfim, o espiritismo passa por uma nova revolução. Cada vez mais revela-se uma ciência racional ao invés de uma religião dogmática e cheia de mistérios. É este o caminho da evolução total. Passa por todos nós nos conhecermos, sem a soberba de esperar um paraíso, mas com a esperança de caminhar em direção à ele. Defeitos todos temos, mas como envolvemos nosso livre arbítrio em nossa moral e nossas ações é o fator definidor de nosso Carma e de nosso futuro.

fevereiro 9, 2010

Função Cármica dos Animais – Sacrifício

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 7:30 am

Relações de causa e efeito também são conhecidas como Carma (Kharma, Karma) em algumas regiões e crenças. E a causa e efeito é a base mais conhecida do espiritismo.

Mas essa relação pode ser vista de melhor maneira na ampla relação entre vidas passadas e a encarnação atual, onde vivemos novas provas e antigas, das quais precisamos remediar ou melhorar situações. Partindo desse ponto de vista, houve uma causa geradora destas relações de causa e efeito, que se expandem a cada nova encarnação. Se melhoramos ou pioramos nossa situação, é irrelevante, pois diz respeito apenas ao progresso do ser / espírito em si. O fato é que existe e poucos dividam.

Imaginando a situação do sacrifício dos animais, cada vez mais a medicina humana evolui, e a dos animais acompanha por consequência. Muitos são tratados com drogas humanas e têm seu período de vida alongado ao máximo, algo que pode soar bem no início. Mas e quando o animal sobrevive a base de medicamentos que o mantém vivo mas destroem suas capacidades aos poucos? Ok, concordo que sacrificar um cavalo por uma pata quebrada é exagero, mas será que os animais em geral devem ser mantidos vivos a todo custo?

Será que o fato de eles não cumprirem uma função cármica é suficiente para não abusarmos em nosso cuidado? Nosso egoísmo de querer ter um dos melhores amigos sempre ao nosso lado pode nos levar à machucar mais os animais. Eles vivem inconscientes à base de remédios e sofrem de males cada vez piores até definhar. Há um tempo para viver e há um tempo para morrer, essa lei natural é nossa maior lei na Terra. Lutar contra esta é incrivelmente absurdo.

O ser humano pode e deve encarar sofrimentos como provas consequentes de atos passados, e deve ser mantido vivo à todo custo pois sua consciência estará presente a todo instante. Há estudos que comprovam que mesmo no estado de coma alguns seres humanos sabem o que acontece ao seu redor e as ondas cerebrais mantém-se atuantes. Mas como justificar manter os animais em situação semelhante? Eles possuem afeto e alguma inteligência, mas não a capacidade de um raciocínio completo, e devem terminar seu ciclo funcional orgânico conforme planejado, para que seu progresso inicial seja continuado.

Qualquer que seja a situação, a Terra é passageira, a verdadeira vida está em outro lugar.

abril 20, 2009

Obsessão e Moral

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:18 am

“Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos eleitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.” (A Gênese — Capítulo 14º — Item 45).

Essa pequena passagem traduz muita coisa. A obsessão, atualmente já se sabe, pode ser realizada e perpetuada através de dezenas ou centenas de formas e atitudes diferentes, seja por parte do obsessor seja por parte do obsediado. Talvez o principal seja aceitar que ambos tem culpa no processo. Obsessor vai obsediar quem conceder passagem para o mau, seja em seus pensamentos, seja em seus atos.

A teia fica mais complexa quando passa a envolver o perispírito, já que este é sucetível à vícios e danos causados pelo próprio ser que o utiliza. Drogas e Álcool são dois convites à necessidades de espíritos ainda dopados de saudades da matéria e tão baixos que praticariam qualquer tipo de feitiçaria apenas para sentir o gosto do álcool e drogas. Fazem isso através das pessoas que não tem cuidado com seu perispírito e se entregam a qualquer boa sensação imoral.

A ausência de moral é a causa do mal e do mau.

abril 14, 2009

Breve Passagem Sobre o Aborto

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 4:46 pm

Não acho que eu tenho o conhecimento necessário, tanto médico quanto psicológico e espiritual, para comentar sobre aborto. A única posição que tenho é: sou contra. Porém, vamos deixar quem tem propriedade para falar sobre o assunto comentar. Essa é uma passagem da obra “O Perispírito e Suas Modelações”, escrito por Luiz Gonzaga Pinheiro

Na problemática do aborto imagina-te ansiado pelo ingresso em determinada oficina, de cujo salário e experiência necessitas para efeito de aperfeiçoamento e promoção. Alcançando-a pelo concurso de mãos amigas, alimentas a melhor esperança. Em tudo, votos de paz e renovação aguardando o futuro. Entretanto, ainda nesta hipótese, observas-te em profundo abatimento, incapaz de comandar a própria situação. Assemelhas-te ao enfermo exausto, sem recursos para te garantires e sem palavra que te exprima, suplicando em silêncio a compaixão e a bondade daqueles aos quais a sabedoria te confiou a necessidade por algum tempo e a quem prometes reconhecimento e veneração.
Mentalizado semelhante painel, reflete no desapontamento e na dor que te tomariam de assalto se te visses inesperadamente debaixo de fria e descaridosa expulsão, a pancadas de instrumentos cortantes ou a jatos de venenosos agentes químicos.
Nessas circunstâncias, que sentimentos te caracterizariam a reação?

Mensagem de Emmanuel – Psicografia de Chico Xavier
(p. 151 do livro)

Impressionante como uma passagem dessas pode nos fazer refletir no fundo da alma.

Porém, suas próprias conclusões são aceitas e bem vindas ao debate.

Natureza Humana e Espiritismo – Dilemas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 4:43 pm

Uma das questões mais importantes para o entendimento do ser humano e para suas diversas dimensões, é entender qual a nossa natureza. Seria ela boa ou ruim? Rousseau, Hobbes, Maquiavel, Locke, Marx, dentre muitos outros avaliaram sobre a natureza humana e a influência desta sobre nossas vidas. Porém levaram em conta um princípio perigoso de que todos nascemos igualmente sob uma mesma natureza e que esta, valendo para todos, era uma condição dada. O ser humano era bom, ou egoísta, ou nascia bom e o meio o mudava e etc.

No entanto, nós espíritas pressupomos diversas pré-existências e experiências que, em parte, se configuram em bagagem que trazemos conosco, e nos garantem personalidade, pensamentos, caráter e mais algumas qualidades/defeitos que são somados às experiências atuais. Somos resultado de muitos e muitos séculos de evolução em muitos planos diferentes de vida.

A generalização teórica, tão buscada pelas nossas Ciências Humanas é simplória demais para abranger a todos e caracterizar o ser humano como ente geral. Buscar uma natureza para todos é errar no alicerce, este que torna-se a base de todo o resto. Dessa forma, conforme vários escritos, virá a época em que o ser humano irá parar de buscar em si próprio ou apenas na religião as respostas, e irá unificar as 2 vertentes de forma a conseguir o máximo de auxílio externo com o máximo de esforço pessoal em prol do avanço.

A questão do livre-arbítrio é fundamental nessa discussão. Ele é pleno? Será que não havia nada planejado para nós? Na verdade ninguém tem as respostas “oficiais” de cima, mas podemos refletir um pouco sobre isso. A liberdade de ação em si é plena, porém a evolução moral traz algumas responsabilidades que inibem certas ações. Todos poderíamos sair na rua e cometer um crime, mesmo que fosse tirar uma vida, mas enquanto alguns apenas obedecem a lei dos homens ou a bíblia, outros já tem a vontade intrínseca de preservar a vida de outros. Essa vontade acaba guiando o livre-arbítrio, e é bem diferente de impulsividade.
Eu acho correto dizer que existe um “plano” traçado para todos, e que também existem tarefas e dívidas a serem pagas, mas também acho que tudo isso é muito mais amplo do que imaginamos, como um universo de possibilidades, com várias escolhas envolvidas que levam a um labirinto de consequências. Inserido nesse contexto, não negamos a missão nem o livre arbítrio, apenas conciliamos ambos. Afinal, a racionalidade deve sempre estar presente. Se não for do nosso entendimento agora, não será conhecido, mas não quer dizer que não exista.

Enfim, o dilema envolvido em natureza humana, para os espíritas, vêm de longe e a generalização prejudica em muito os estudos futuros, visto que a individualidade é fundamental. Todos imaginam outras encarnações como reis e pessoas importantes, mas deveriam lembrar-se de que talvez como escravos, pudessem ter eliminado muitas penas (vide Cônsul Públiu Lentulus-Sura / Nestor  – escaravo/ Pe. Manoel da Nóbrega / Emmanuel). Não há honra na nobreza, nem na pobreza, nem na inteligência, a honra está na moral e nas ações. De que adianta saber o Evangelho / Bíblia / Torá / Alcorão, tudo de cabeça se as ações não correspondem? Ficar rezando dia e noite palavras vazias e depois se achar escolhido ou melhor do que alguém? Esperar o Messias num carro de glórias e se achar o povo escolhido, é muita soberba. Qualquer religião que pregue ou coloque ser a escolhida ou denominar um povo como escolhido, já é imoral.

Todos esses fatores influenciam a natureza humana (?) se é que ela existe de fato.

Sobre a Função dos Espíritas

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 4:40 pm

Ser espírita e conhecer algumas verdades (e não todas, logicamente), implica em responsabilidades maiores com as morais do Mestre e seus ensinamentos. Cada lição tem uma causa e efeito que todos sabemos, devem ser levados em consideração para cada ação tomada.

Cada gesto torna-se um apasiguador do passado ou um turbilhão no futuro. Como em num julgamento justo, serás julgado pelo que conheces. O espírita precisa de muita responsabilidade, já que por conhecer uma pequena fração de uma grande verdade, não tem espaços para deslizes.

Capítulo 60 do livro: Vinha de Luz*. (Talvez seja o melhor exemplo a esse respeito):

QUE FAZEIS DE ESPECIAL?

“Que fazeis de especial?” – Jesus. (MATEUS, 5:47.)

Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas cristãos possuem patrimônios
de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados.

Em verdade, sabem que a vida prossegue vitoriosa, além da morte; que se encontram na escola temporária da Terra, em favor da iluminação espiritual que lhes é necessária; que o corpo carnal é simples vestimenta a desgastar-se cada dia; que os trabalhos e desgostos do mundo são recursos educativos; que a dor é o estímulo às mais altas realizações; que a nossa colheita futura se verificará, de acordo com a sementeira de agora; que a luz do Senhor clarear-nos-á os caminhos, sempre que estivermos a serviço do bem; que toda oportunidade de trabalho no presente é uma bênção dos Poderes Divinos; que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas, sim, em missão de aperfeiçoamento; que a justiça não é uma ilusão e que a verdade
surpreenderá toda a gente; que a existência na esfera física é abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no campo infinito da vida.

Efetivamente, sabemos tudo isto.
Em face, pois, de tantos conhecimentos e informações dos planos mais altos, a
beneficiarem nossos círculos felizes de trabalho espiritual, é justo ouçamos a
interrogação do Divino Mestre:

– Que fazeis mais que os outros?

O grande mérito dessa passagem é elucidar de forma sucinta, toda responsabilidade que carregam aqueles que conhecem mais. O privilégio do erro não existe mais, a medida em que a ignorância cede lugar ao conhecimento. Saber em demasiado e não agir de acordo, é o mesmo que jogar no lixo a responsabilidade confiada.

Fazer uma boa prece é só o começo da jornada, o cotidiano é que demonstra os pontos fracos que todos temos e que precisamos melhorar.

*Edição de Internet, disponível para download no link: http://www.sej.org.br/livros.html

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