ESPIRITISMO LIVRE Livre de Dogmas, Livre da Fé Cega, Baseado em Kardec Contato: espiritismolivre@gmail.com

junho 22, 2010

O Médium Medroso

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 12:31 pm

Talvez um dos maiores problemas relacionados à mediunidade seja o medo que muitos sentem do fenômeno em si. Perceber um espírito traz para muitos um assombro inexplicável à primeira vista. Fruto das mistificações e, na minha humilde opinião, da massificação de filmes e séries de horror e maldade que imprimem cenas indesejáveis em nosso subconsciente. A associação mental é automática.

De qualquer forma, muitas são as explicações e este é um problema real para muitos espíritas. Foi abordado de forma brilhante na passagem abaixo.

– Gosto das reuniões espíritas, contudo, tenho medo de comparecer…

– Sinto a mediunidade, mas temo…

– Creio racionalmente no Mundo dos Espíritos, entretanto, não posso nem pensar seja possível que um espírito me apareça…

Se surgem comumente confissões quais essas, é preciso anotar que elas exprimem apenas reduzido número daquelas criaturas que dizem com franqueza o que pensam.

Quantos médiuns se afastam em silêncio da ação edificante a que foram chamados e só os Amigos da Espiritualidade lhes testemunham o medo inconfessável, a se lhes enrodilhar nos corações por visco entorpecente!

Sim! Um dos muitos tipos de medianeiros frustrados no intercâmbio espiritual e que escapam até agora de toda classificação é o médium medroso.

As pessoas impressionáveis quase sempre revelam espontâneas suscetibilidades incluindo naturalmente o medo por um dos agentes essenciais da sensibilização mediúnica. Complexadas por algum fato ou conversa ouvida, leitura ou referência que lhes vincaram a emotividade, alimentam terror pânico e difuso ante o exercício das faculdades psíquicas, sem qualquer razão de ser.

Certifiquemo-nos de que o medo é uma espécie de baraço invisível, frenando inutilmente legiões de trabalhadores valorosos à margem do serviço. Fobia – muitas vezes derivada de atitudes infantis – é necessário saibamos curá-la, pela medicação do amor fraternal e do esclarecimento lógico, sem perder de vista que a ocorrência mediúnica é manifestação de espírito para espírito igual aos sucessos corriqueiros da vida terrestre.

Médiuns, se o medo é o teu problema individual, no que respeita à prática medianímica, situa na construção da fé raciocinada a melhoria a que aspiras!

A coerência com os princípios que esposamos ensina-nos que a criatura de fé verdadeira nada teme, senão a si própria, atenta que vive às fraquezas pessoais. Em razão disso, é correto receares simplesmente a ti mesmo, em todos os sentimentos que ainda não conseguiste disciplinar.

Se não te amedrontas face à condição de intérprete para a troca verbal entre criaturas que versam idiomas diferentes, por que temer a posição de instrumento entre pessoas domiciliadas em esferas diferentes, carecidas da cooperação mediúnica?
Por que motivo te assustares diante dos desencarnados, que são, na essência, personalidades iguais a ti mesmo?

Espíritos benevolentes e esclarecidos são mentores preciosos que merecem apreço e espíritos doentes ou infelizes não devem ser temidos, por necessitados de mais amor.

Medo é inexperiência.

Corrige-te através do labor mediúnico, raciocinando com o Evangelho Vivo e perseverando na tarefa de fraternidade.

Na edificação doutrinária, onde se subjetiva o intercâmbio puro com as Esferas Superiores, todos os companheiros se esforçam na garantia dos bons pensamentos e assistência espiritual se levanta de preces sinceras, sendo, portanto, num templo espírita, o local em que a pessoa humana cousa alguma deve temer, por encontrar aí as fontes de seu próprio consolo e sustentação.

Não te admitas incapaz de dominar o medo perante as efusões do reino da alma. Reage contra qualquer receio infundado, mantendo-te na tranquilidade da confiança, no desassombro da fé, na leitura edificante e na meditação construtiva e, ao fazeres a tua parte na supressão de semelhante fantasma íntimo, reconhecerás que os benfeitores da Vida Maior te farão descobrir na lavra mediúnica o áureo caminho da verdade e o portal sublime do amor.

Retirado da Obra “Opinião Espírita” de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ditada por Emmanuel e André Luiz. Editora Boa Nova, 2009. CAPÍTULO 41 – MEDO E MEDIUNIDADE. (pp; 176-177-178)

A passagem fala por si. No entanto, essa obra ainda coloca, em cada texto, uma referência à uma parte de alguma obra básica do espiritismo (geralmente ligadas à Kardec). Nesta passagem, é “O LIVRO DOS MÉDIUNS – QUESTÃO 159”

159.  Todo aquele que sente, num grau qualquer, a  influência dos Espíritos é por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente,os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem,donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.

As principais são:  a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.

 (pp. 203 – 204 de “O Livro dos Mediuns” – FEB – Tradução de Guillon Ribeiro, 1996)

Em suma, talvez todos os medos possam ser solucionados através do estudo sério e de reuniões em centros espíritas. Mas nada irá melhorar se o próprio médium (e todos somos médiuns) não buscar os caminhos corretos afim de sua própria doutrinação e controle. Se a mediunidade é inerente ao ser humano, devemos utilizar cada dom de acordo com uma missão específica, a da caridade, da ajuda, do socorro, do auxílio.

Em alguns casos, o assombro pode ocorrer por ação de obsessões (e de auto-obsessão), onde uma espiral cíclica de terror nos arrasta involuntariamente a pensamentos negativos e desleais para nossa própria consciência. Então, o estudo irá ajudar-nos e ajudar nosso obsessor a seguir um rumo melhor. Enfim, os autores são claros, “Medo é inexperiência”.

maio 28, 2010

Profundidade da Doutrina e Esperança – Suicídio

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(Capítulo V – Bem Aventurados os Aflitos)
O Suicídio e a Loucura
15 Dá-se o mesmo em relação ao suicídio; com exceção daqueles que ocorrem no estado de embriaguez e de loucura, aos quais podemos chamar de inconscientes, é certo que, quaisquer que sejam os motivos particulares, sempre têm como causa um descontentamento. Portanto, aquele que está certo de ser infeliz apenas por um dia, e de serem melhores os dias seguintes, exercita a paciência. Ele só se desespera quando pensa que os seus sofrimentos não terão fim. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para aquele que não crê na eternidade e julga que nesta vida tudo se acabará, que está oprimido pelo desgosto e pelo infortúnio, só vê na morte a solução dos seus males. Por não esperar nada, acha natural e até mesmo muito lógico abreviar suas misérias pelo suicídio.
16 A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas são, numa palavra, os maiores incentivadores ao suicídio: elas produzem a covardia moral. E quando se vêem homens de ciência se apoiarem sobre a autoridade de seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores que não têm nada a esperar após a morte, não os vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, não têm nada de melhor a fazer do que se matar? Que poderiam lhes dizer para desviá-los disso? Que compensação poderiam lhes oferecer? Que esperança poderiam lhes dar? Nada além do nada. A conclusão é lógica, se o nada é o único remédio heróico; mais vale cair nele imediatamente do que mais tarde, e assim sofrer por menos tempo. A propagação das idéias do materialismo é, pois, o veneno que introduz em muitas pessoas o pensamento do suicídio. E aqueles que se fazem partidários e propagadores dessas idéias assumem sobre si uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não é mais permitida e a visão da vida muda. Aquele que crê sabe que a vida se prolonga indefinidamente além-túmulo, embora em outras condições; daí a paciência e a resignação que o afastam naturalmente da idéia do suicídio, resultando, em uma palavra, na coragem moral.

( O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec)

Talvez a maior virtude do espiritismo como doutrina cristã seja trazer a esperança. Mas não é apenas uma esperança dogmática, baseada em achismos e interpretações de textos antigos. Mas sim de um objeto factível de consolo e que muda o foco das relações pessoais entre tempo x espaço.

E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia?” Este questionamento é de grande profundidade. Muitos dizem querer viver mais de cem anos. Mas de que adianta tanto tempo terrestre se é apenas uma fração da eternidade? A vida passa a ser um belo instrumento de ajuste cármico, uma oportunidade de renovação – Reforma Íntima – e um breve “descanso” do cotidiano espiritual. Nossa carne cansa, mas o espírito, motor de tudo, está momentâneamente a salvo dos efeitos perversos de uma eventual escravidão (mesmo que moral) no umbral.

Os obsessores possuem muito mais trabalho para influenciar os pensamentos dos encarnados do que para agir na dimensão espiritual. As doenças do perispírito (frutos de vícios, desregramento comportamental) agora são manifestadas na carne para purificação e, ao final de tudo, acabamos por dar um passo adiante na evolução.

Aquele que tem uma pressa enorme de evoluir, é freado pela infância e adolescência, quando inicia um amadurecimento de consciência e passa a ter mais contato com o próprio espírito. O mesmo serve para aqueles que tem uma pressa enorme de se dirigir ao mundo do crime. A chance do equilíbrio é dada, mas compete a cada um aproveitá-la. Quando vemos médiuns de enorme manifestação realizando maravilhas na sociedade, eles não passam de devedores. Quando vemos criminosos cometendo crimes bárbaros, estão alongando suas provações.

Na alegria ou na desgraça, há uma causa inteligente e um princípio de igualdade que as regulamenta. Essa é a perfeição da doutria racional. O materialismo é maléfico devido às suas nefastas consequências. Assim como enormes retiros espirituais que afastam as pessoas da realidade para um lugar onde não sofrem provações e não fazem nenhuma ação caridosa.

O suicídio é um ato de desespero, alimentado pela desesperança. Claro que há casos de severa obsessão e doenças consequentes, mas em qualquer caso, o fator comum é o desespero e o sentimento de “nada a perder”. Kardec mostra que não é bem assim. A longo, médio e curto prazo, perdemos uma chance preciosa de nos melhorar.

Talvez a maior decepção de um suicida seja perceber que a fuga do mundo material, o levou a uma realidade triste e sofrida da qual não escapará com apenas uma ação impensada.

abril 15, 2010

Qual a Relação entre Obsessões e Religiões Diferentes do Espiritismo?

Filed under: Espiritismo — Tags:, , — Aprendiz @ 8:49 am

Primeiro: Este post é uma opinião pessoal minha.

Eu li alguns materiais relacionados à questão da obsessão, e tratarei desta questão em mais posts técnicos. Porém, vamos pressupor que sabemos, ao menos superficialmente, as tipificações abaixo:

OBSESSÕES:
1) Encarnados x Encarnados
2) Encarnados x Desencarnados
3) Desencarnados x Desencarnados
4) Desencarnados x Encarnados
5) Auto-Obsessão

Em todos estes itens há um fator invariavelmente comum: O momento de desatenção referente à questões ético-morais. Este ponto é o que desencadeia todo um processo de mudança nos pensamentos que acarretam uma queda energética e mergulham o ser em negatividade. O padrão vibratório do pensamento é o fator essencial para manutenção da obsessão, é o que “alimenta” o obsessor (encarnado ou desencarnado). Em suma, o “Hálito Mental” abordado anteriormente é um fator precioso.

Vou generalizar propositadamente a religiões pentecostais / neopentecostais / evangélicas etc em um mesmo pacote, pois as diferenciações teóricas e práticas não mudam em nada meu raciocínio. Todas partem de um fundo cristão e de bondade, que não podemos julgar agora. Os muçulmanos também entrarão no raciocínio que colocarei.

Estava ouvindo um programa de rádio por acidente que era de caráter evangélico (talvez da Universal) em que depoimentos estavam demonstrando um potencial de cura. Inúmeras pessoas em processo depressivo ou com doenças que tinham aparentemente um fundo espiritual estavam curadas. Doenças graves melhoravam e as pessoas conseguiam levar uma vida normal apesar de dificuldades. Como explicar essas situações de um ponto de vista Espírita considerando que as pessoas não frequentavam e ainda desconhecem a Doutrina?

Minha conclusão é de que as religiões que exigem mais rigor e mexem mais com o consciente das pessoas através de alguns momentos “ritualistas”, acabam por induzir um aumento de fé na perseguição dos ideais que os rituais tornam perceptíveis. É muito complicado manter a fé no dia a dia pois é de difícil associação à nossa mente. Já frequentando um templo ou obedecendo uma regularidade nas orações com um ritual a cumprir, acabamos purificando nossas mentes e induzindo a fé a crescer de forma substancial.

Esse aumento de fé e de crenças renovadas acabam também induzindo uma melhora no “Hálito Mental” das pessoas, e os efeitos benéficos são logo sentidos.  Há alguns radicais que dirão que só o Espiritismo é correto nestas situações, mas creio que não passa da mais pura ignorância. Creio que qualquer religião que plante o amor e colha a cura, e induza a melhora do ser humano através da própria fé é digna de permanência em qualquer patamar.

Enfim, maus elementos existem em todas as religiões, e podemos encarar os ritualismos como os primeiros passos rumo à evolução mental / espiritual de cada um. E ainda, na minha opinião, é eficaz contra males obsessivos pela recuperação da força-própria de cada ser.

abril 6, 2010

Problemas Mentais e Consciência – Hálito Mental

Filed under: Espiritismo — Tags: — Aprendiz @ 11:39 am

Por problemas mentais não devemos apenas entender deficiências como Síndromes ou Problemas de nascença. Os mais variados problemas que temos são resultantes de nossa própria mente.

“Assim como a ingestão de certos alimentos ou de bebidas alcóolicas ocasiona, fatalmente, a modificação do nosso hálito, alcançando o olfato das pessoas que próximas estiverem, do mesmo modo os nossos pensamentos criam o fenômeno psíquico do ‘hálito mental’, equivalente à natureza das forças que emitimos ou assimilamos. Teremos, então, um ‘hálito mental’ desagradável e nocivo ou agradável e benéfico” (Martins Peralva – Estudando a Mediunidade – FEB, 2009, Cáp.II pg.23)

Esta passagem é muito explícita no significado que traz. Todos conhecemos pessoas que nos trazem angústia apenas quando se aproximam, enquanto outras nos aliviam e alegram apenas com um olhar. As próprias expressões faciais são um reflexo de nossos pensamentos e ‘hálito mental’, já que é fácil à qualquer outro perceber quando estamos alegres, tristes, com raiva, e outros sentimentos que arrastam-nos à pensamentos equivalentes.

Dificilmente alguém com raiva está pensando em alguma caridade ou ato benéfico, já que o nível mental em que as ondas se encontram naquela situaçãio representa uma situação oposta que, por conseguinte, atrai elementos e espíritos afins. A depressão em si tende a arrastar o indivíduo à escuridão cada vez mais profunda, justamente porque seus pensamentos não estarão carregados de alegria ou direcionados à bondade. Claro que, isso é apenas um fator, mas pessoas com depressão em ambientes alegres tendem a melhorar um pouco.

Encarando o fato de que todos somos médiuns, como disse Kardec, nossos pensamentos são de suma importância para nossa posição em sociedade. Podemos atrair e ser influenciados por entidades de baixo esclarecimento apenas baseados em pensamentos que deteriorem à moral ou a ética. Alguém que viva focado em destruir a vida de outro, não será influenciado pelos mais belos e calorosos mentores da eternidade, será sim envolvido por espíritos com objetivos afins. Dessa forma, a maioria destes casos tende a terminar de forma terrível, e em provação se arrastar por vidas e mortes.

Nossos problemas mentais relacionados ao pensamento estão, como conclusão, especialmente ligados aos fenômenos de obsessão. Podemos, encarnados, obsediar desencarnados e vice-versa. Podemos seminar a discórdia através da escrita e, como profetas loucos, disseminar a guerra utilizando como álibi a palavra de Deus. No entanto, tudo isso recai ou recairá sob nosso julgamento, a ser iniciado pela nossa própria consciência.

Nada mais sábio do que o provérbio que diz que nosso travesseiro é o juiz de nossa consciência. Oração sem ação é apenas um pedido vazio.

abril 1, 2010

Chico Xavier – 100 Anos

Filed under: Espiritismo — Aprendiz @ 11:09 am

No centenário de nosso maior expoente, uma lição importante que julgo resumir tudo o que esse titã representou e representa:

SUBLIME SILÊNCIO
 
Poucos lugares na face da Terra têm sido foco de tanta cintilação quanto a humilde sala de refeições da casa de Chico Xavier, local denominado “sala de luz”, pelo querido tio Urbano.

Ali, reunidos em considerável número de companheiros, amigos e visitantes, muitos pela primeira vez, sempre no aguardo dos ensinamentos do médium dos médiuns da Doutrina Espírita. E quando fala, todos silenciam. Ninguém quer perder uma só palavra, pois trata-se sempre de fato inédito em nossa existência. Lições que os livros e nem a mídia trazem. Lições de amor.

Logo após o episódio em que o bispo da Igreja Universal faltou com o respeito para com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, alguém na aludida reunião, durante alguns minutos teceu comentários tristes, inoportunos, ora atacando uma, ora outra religião envolvida.

Chico Xavier, depois que o cidadão falou à vontade, elevou os olhos ao Alto, contemplativamente assim permaneceu por mais de três minutos. Orava, como orava!

Silêncio total. Mutismo agoniento. Dito cidadão não suportava o fato. Contorcia-se na cadeira, como a esperar uma chamada de atenção, típico de quem não está seguro de sua consciência.

Depois de algum tempo, Chico faz uso da palavra para dizer:

– Oremos pelos evangélicos, oremos pelos católicos. Ora oremos por uns, ora oremos pelos outros.

O sublime silêncio do Chico nos mostrou que o amor cobre a multidão de nossos pecados, pois ali estávamos presentes com as espadas prontas, para tomarmos partido de um ou de outro lado.

DO LIVRO: Chico Xavier – O Homem, o Médium, o Missionário
AUTOR: Antônio Matte Noroefé (retirado do site:
http://www.universoespirita.org.br/_notes/sublims.htm)

Talvez o segredo era o poder de realmente seguir os escritos do bem, ao invés de papagaiá-los. Agir e evangelizar com a paz e misericórdia dos mais nobres espíritos. Como temos carência de pessoas como estas…

Feliz Centenário terreno e que sua estada nas esferas mais altas possa nos inspirar a melhorar-nos.

março 4, 2010

Frase do Dia

Filed under: Espiritismo — Aprendiz @ 6:06 am

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade em sua maior pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos realizados, perguntará se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que pôde, se ninguém tem nada a se queixar dele, enfim, se fez aos outros o que gostaria que os outros fizessem por ele.

Allan Kardec

Retirado do site  (www.kardec.com.br) em 04/03/2010

Essa frase simplesmente não possui cunho religiosos específico, ou seja, aplica-se a todo o ser humano. Ela é especificamente uma doutrina por si só e norteia as ações de homem de bem.

março 3, 2010

Religião / Mistérios / Medos

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 4:08 am

“Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.” Hipácia– 400dc.

“Os teólogos dizem: isso são mistérios insondáveis. Ao que respondemos: são absurdidades imaginadas por vós próprios. Começais por inventar o absurdo, depois fazei-nos dele a imposição como mistério divino, insondável e tanto mais profundo quando mais absurdo. É sempre o mesmo procedimento: credo quia absurdum [creio porque é absurdo].” Bakunin

“Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.” Friedrich Nietzsche

Estas são citações das mais utilizadas por aqueles que se chamam de ateus. Eles continuam negando a existência de um Deus, especialmente pelo fato de ele não ser racionalizável, nem pelo fato de ninguém ter “provado” sua existência. Eu acho esse argumento até justo, apenas para aqueles que colocam sua falta de fé em prol de um passado obscuro. Deus não é cristão para os Judeus, Deus também tem outro profeta para os muçulmanos. Mas será que bilhões estão errados?

Afinal, o que distancia as pessoas da religião?

As citações comprovam que o problema não está em Deus ou nas escrituras que cada um considera sagradas, mas sim no uso que os seres humanos fizeram disto ao longo dos tempos. Medos, Punições, Mistérios da Fé, Verdades Absolutas, Dogmas inexplicáveis, tudo isso representa o oposto dos ensinamentos de Cristo ou de qualquer outro profeta. Qualquer “representante divino” que tentou tomar Jerusalém para rezar em seu templo sagrado, transformou-a em um bezerro de ouro, exatamente o oposto do que nos foi ensinado.

De bezerro em bezerro, todas as religiões se apoiaram em hábitos incrivelmente opostos à qualquer moral / ética divina. Durante muito tempo um suicida não era doente, era um cidadão que vagaria pelo inferno sem cabeça. Um ser humano com problemas psicológicos ou psiquiátricos era um cidadão com um demônio embutido em si que precisava ser exorcizado ou queimado (quando muito grave).  Qualquer racionalidade que desejasse enxergar um objetivo ou propósito na religião só via um derramamento de sangue e a dominação pelo medo, o que deu margem à interpretações como as de Nietzsche, Bakunin e Hipácia. Eles não são agentes do demônio ou visam a destruição de qualquer pilar religioso, apenas criticaram momentos históricos e, com toda a razão, refutaram argumentos baseados no “nada” e “tudo”.

O que mais atrai alguém para o espiritismo, especialmente o Kardecista, é a racionalidade embutida em uma doutrina, cujas falácias e maravilhas dizem respeito à todos e à cada um. Independentemente de ser um líder ou não. O Deus espírita não tem preferências ou raiva, não vai enviá-lo para o inferno pois pensou. Filosofia é bem vinda e um complemento à uma DOUTRINA, não um pilar de aço indestrutível que salvará a humanidade.

O espiritismo está sempre em evolução, e por isso ganha mais e mais adeptos. Os que criticam utilizam os mesmos argumentos falaciosos que os padres de outrora. Uma opinião diferente ainda é condenável e o bezerro de ouro ainda é o lugar para descansarmos em paz.

Esse é o motivo principal de grandes mentes se afastarem de Deus. No fundo, eles sabem que existe, mas se Deus nega seus pensamentos, como pôde criá-lo? Sua única função na Terra é a condenação ao inferno? De blasfêmia em blasfêmia a humanidade superou esses dogmas e entendeu que se Deus não lhe compreender, então ele não é Deus.

Espiritismo = Ciência / Filosofia / Religião – Esta é a Santa Trindade.

março 1, 2010

A Fúria do Orgulho e da Política – O Destino dos Homens

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 8:15 am

O orgulho, a avareza e a política caminham juntas. Prova disto é a descrição do Messias judeu e do Messias cristão (Jesus Cristo). A bifurcação histórica que determinou os próximos 2.000 anos aconteceu por pura falácia do orgulho e uma conjuntura política. Herculano Pires na obra “Revisão do Cristianismo” descreveu de forma muito clara esse fato (Página 1).

Na Galiléia dos Gentios, sob o domínio romano de Israel, as esperanças judaicas do Messias cumpriram-se de maneira estranha e decepcionante. Nasceu o menino Jesus em Nazaré, na extrema pobreza da casa de um carpinteiro, próximo à Decápolis impura, as dez cidades gregas que maculavam a pureza sagrada da terra que Iavé cedera ao seu povo. Era penoso para os judeus aceitarem esse desígnio do Senhor, que mais uma vez lhes impunha terrível humilhação. José, o carpinteiro, casara-se com uma jovem de família pobre e obscura, com pretensas ligações à linhagem de Davi. Jesus devia nascer em Belém de Judá, a Cidade do Rei cantor, poeta e aventureiro. E devia chamar-se Emmanuel segundo as profecias. Iavé certamente castigava os judeus pela infidelidade do seu povo, que deixara a águia romana pousar no Monte Sião. Toda a heróica tradição de Israel se afogava na traição à aliança divina da raça pura, do povo eleito, com o poder impuro de César.

A decepção dos judeus aumentava ante a desairosa situação social de José, velho e alquebrado artesão, casado com uma jovem que já lhe dera vários filhos. Jesus não gozava sequer das prerrogativas de primogênito. Herodes, o Grande, que se contentara, no ajuste com os romanos, a dominar apenas a Galiléia e além disso construíra o seu palácio sobre a temível impureza das terras de um cemitério, tremeu ante esse novo desafio aos brios da raça e condenou os que aceitavam esse nascimento espúrio como sendo o do Messias de Israel. Era necessário, para sua própria segurança, desfazer esse engano. O menino intruso devia ser sacrificado, e para isso bastava recorrer às alegorias bíblicas e espalhar a lenda da matança dos inocentes. Nos tempos mitológicos em que se encontravam era comum tomar-se a Nuvem por Juno. Mas o menino, que nascera de maneira incomum, filho de família pobre (e por isso suspeita), cresceu revelando inteligência excepcional que provocava a admiração do povo. Submetido à sabatina ritual dos rabinos do Templo de Jerusalém, para receber a bênção da virilidade, assombrara os doutores da Lei com o seu conhecimento precoce. Mas esse brilho fugaz era insuficiente para lhe garantir a fama messiânica. Logo mais ele se mostrava integrado na família humilde à condição inferior e aprendendo com o velho pai a profissão a que se dedicaria. Não obstante, para prevenção de dificuldades futuras, as raposas herodianas incumbiram-se de propalar a lenda da violação da honra conjugal de Maria pelo legionário Pantera. Com esse golpe decisivo, o perigo messiânico ficava definitivamente anulado.

Não seria possível que o povo aceitasse a qualificação messiânica para um bastardo.

O “menino instruso” era um rapaz que desafiava a ordem vigente, surgindo das cinzas e embutindo racionalidade à um contexto dominado pela ignorância do mundo antigo. Sua recompensa: Pregos nas mãos e pernas, sofrimento brutal e absurdo.

Afinal de contas, como um menino mudaria o mundo?

Lembrando de Cristo, podemos tirar a força necessária para prosseguirmos em nossos objetivos e missões. Se um menino acabou com a ordem vigente do mundo antigo, apenas uma faísca disso em cada um de nós muda essa Terra devorada pela ambição e corrupção dos homens. Afinal de contas, poder de fato dá-se em outro mundo.

fevereiro 19, 2010

A Complexidade do Livre Arbítrio

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , , , — Aprendiz @ 2:49 am

O livre arbítrio é nosso atributo mais importante. É o definidor de nosso Carma e de nossas provas. Possibilita atos maravilhosos e horrendos, de acordo apenas com nossos impulsos ou consciência. Nosso único impeditivo de sair por aí queimando casas e matando pessoas é nossa moral / consciência / ética.

Quando algum crime chocante acontece, muitos indagam se Deus estava cuidando de seus filhos naquele instante. Deus realmente não tem participaçao ativa ou passiva em crimes ou salvamentos, a responsabilidade é, em tese, totalmente do ser humano em questão. Ele escolhe praticar crimes horrendos e levar consigo mais uma provação adiante em várias encarnações. Os outros que sofrem a ação do crime ainda podem estar envolvidos em teias complexas, ou sofrendo o crime como uma espécie de punição cármica ou apenas agentes passivos ao acaso que terão de escolher entre o perdão ou a vingança no mundo espiritual, e então serem arrastados ou elevados de acordo com a opção.

A obsessão é a ação persistente que o Espírito “ignorante” exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XXVIII

Quando eu disse que a responsabilidade é “em tese” totalmente do ser humano, é apenas para acrescentar um elemento mais complexo ainda. Hoje já sabemos que existem processos de obsessão terríveis, muitas vezes confundidos com doenças mentais sérias e que acometem alguém até que ele perca sua própria consciência e fique a mercê de ações efetuadas por almas pouco evoluídas ou que não possuem interesse algum em caminhar um passo adiante. Cada passo em nossa evolução representa novos desafios cuja ordem moral  é cada vez mais exigida e elevada.

Muitos ainda afirmam que a obsessão é um acontecimento probatório causado pela fraqueza mental ou de comportamento do ser afetado. Mas qual de nós não passa por momentos de fraqueza? Quem não sente tristeza e se rende a algum sentimento negativo de vez em quando? De algum tipo de discussão no trânsito até fofocas de trabalho, tudo seria suficiente para nos afetar nesta situação. Perfeição moral e de comportamento, só Jesus.

Estudos ligados especialmente à literatura de Umbanda (Robson Pinheiro em Legião por exemplo) trazem à luz efeitos até então desconhecidos de grande parte da literatura espirita. A capacidade de ação do mal em introduzir energias e utilizar o medo e a ignorância de espíritos menos evoluídos é incrível e assustadora. Pode cooptar seres que são apenas errantes em estágio de crescimento e atrasar sua evolução por séculos, em terras parecidas com feudos em meio ao umbral. Para muitos isso soa fantasioso, mas será que não se compara à antigos dominadores terrestres?

Subestimar as ações espirituais é um erro comum e perigoso. O mal existe porque há terreno fértil para suas sementes, e quando mais tornamos o terreno das boas ações ativo e grande, reduzimos e queimamos o mal que há em todos nós. O conflito interno do auto-conhecimento é a chave para resolução de muitos processos de auto-obsessão.

O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio individuo. São doentes de alma.- Allan Kardec (Obras Póstumas)

Com o avanço da psicologia e da psiquiatria na Terra, o mais importante é definir as causas de cada processo no paciente. Alguns simplesmente terão uma doença mental cujo tratamento médico halopático resolve. Outros precisam de remédios e meditação, outros de uma boa sessão de desobsessão e um enorme e longo tratamento para reequilíbrio energético. A síndrome do pânico é o exemplo mais atual da confusão em diagnóstico. Muitos são obsediados e passam a sofrer transtornos mentais, outros apenas agem por um medo.

Enfim, o espiritismo passa por uma nova revolução. Cada vez mais revela-se uma ciência racional ao invés de uma religião dogmática e cheia de mistérios. É este o caminho da evolução total. Passa por todos nós nos conhecermos, sem a soberba de esperar um paraíso, mas com a esperança de caminhar em direção à ele. Defeitos todos temos, mas como envolvemos nosso livre arbítrio em nossa moral e nossas ações é o fator definidor de nosso Carma e de nosso futuro.

fevereiro 9, 2010

Função Cármica dos Animais – Sacrifício

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 7:30 am

Relações de causa e efeito também são conhecidas como Carma (Kharma, Karma) em algumas regiões e crenças. E a causa e efeito é a base mais conhecida do espiritismo.

Mas essa relação pode ser vista de melhor maneira na ampla relação entre vidas passadas e a encarnação atual, onde vivemos novas provas e antigas, das quais precisamos remediar ou melhorar situações. Partindo desse ponto de vista, houve uma causa geradora destas relações de causa e efeito, que se expandem a cada nova encarnação. Se melhoramos ou pioramos nossa situação, é irrelevante, pois diz respeito apenas ao progresso do ser / espírito em si. O fato é que existe e poucos dividam.

Imaginando a situação do sacrifício dos animais, cada vez mais a medicina humana evolui, e a dos animais acompanha por consequência. Muitos são tratados com drogas humanas e têm seu período de vida alongado ao máximo, algo que pode soar bem no início. Mas e quando o animal sobrevive a base de medicamentos que o mantém vivo mas destroem suas capacidades aos poucos? Ok, concordo que sacrificar um cavalo por uma pata quebrada é exagero, mas será que os animais em geral devem ser mantidos vivos a todo custo?

Será que o fato de eles não cumprirem uma função cármica é suficiente para não abusarmos em nosso cuidado? Nosso egoísmo de querer ter um dos melhores amigos sempre ao nosso lado pode nos levar à machucar mais os animais. Eles vivem inconscientes à base de remédios e sofrem de males cada vez piores até definhar. Há um tempo para viver e há um tempo para morrer, essa lei natural é nossa maior lei na Terra. Lutar contra esta é incrivelmente absurdo.

O ser humano pode e deve encarar sofrimentos como provas consequentes de atos passados, e deve ser mantido vivo à todo custo pois sua consciência estará presente a todo instante. Há estudos que comprovam que mesmo no estado de coma alguns seres humanos sabem o que acontece ao seu redor e as ondas cerebrais mantém-se atuantes. Mas como justificar manter os animais em situação semelhante? Eles possuem afeto e alguma inteligência, mas não a capacidade de um raciocínio completo, e devem terminar seu ciclo funcional orgânico conforme planejado, para que seu progresso inicial seja continuado.

Qualquer que seja a situação, a Terra é passageira, a verdadeira vida está em outro lugar.

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