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outubro 20, 2011

Viver em Paz Consigo Mesmo e a Solução dos Problemas

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Obra: FONTE VIVA (Chico Xavier – pelo espírito Emmanuel)

123 – Viver em Paz

“Vivei em paz…” Paulo (II Coríntios, 13:11)

Mantém-te em paz.

É provável que os outros te guerreiem gratuitamente, hostilizando-te a maneira de viver; entretanto, podes avançar em teu  roteiro, sem guerrear a ninguém.

Para isso, contudo – para que a tranquilidade te banhe o pensamento -, é necessário que a compaixão e a bondade te sigam todos os passos.

Assume contigo mesmo o compromisso de evitar a exasperação.

Junto da serenidade, poderás analisar cada acontecimento e cada pessoa no lugar e, na posição que lhes dizem respeito.

Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho…

Todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões.

Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços…

Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e indentificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem  ultrajadas ou contundidas.

Uns acusam, outros choram.

Ajuda-os, enquanto podes.

Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida.

Aprendamos a compreender cada mente em seu problema.

Recorda-te de que a Natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar.

Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre.

Viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.

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As recomendações acima nunca são fáceis, nem serão, a menos que busquemos o que de melhor podemos oferecer. O que somos  perante os outros é a demonstração do que somos dentro de nós mesmos. Além do mais, compreender cada um em cada problema é fundamental para uma solução equilibrada de ajuda e consolo ao próximo. O que representa um desastre para uns, é um pequeno problema para outros e vice-versa.

A adaptação das resoluções de problemas e a visão privilegiada sobre algum fato representam também a ajuda espiritual que podemos conceder aos outros. Um bom conselho pode representar a saída de um labirinto psicológico que arrastaria a pessoa por muito tempo em um lamaçal negativo.

A compreensão das situações também muda com o esclarecimento devido. Problemas no lar, problemas no trabalho e na vida  pessoal, tudo pode ser interpretado de várias formas, mas através de um pensamento espírita podemos nos certificar que a moral cristã ajudará a conceber a solução menos danosa a todos os impecílios.

No entanto, tudo começa com a paciência e a revisão de nosso comportamento. Vamos persistir na irritabilidade em certas  situações? Claro, mas é o esforço na melhora que representará um grande passo em nossa evolução. Viver em paz conosco mesmo e aprender a compreender os problemas sob uma ótica mais atemporal do que apenas o período corpóreo nos trará grande evolução, mesmo que passo a passo e muito difícil.

setembro 28, 2011

Esmola e a Verdadeira Caridade

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – QUESTÃO 888 / 888a

888 O que pensar da esmola?

–  O  homem  reduzido  a  pedir  esmola  se  degrada  moral  e  fisicamente: ele  se  embrutece.  Numa  sociedade  baseada  na  lei  de  Deus  e  na  justiça, deve-se  prover  a  vida  do  fraco  sem  humilhação  e  garantir  a  existência daqueles  que  não  podem  trabalhar  sem  deixar  sua  vida  sujeita  ao  acaso  e à  boa  vontade.

888a Vós reprovais a esmola?

–  Não;  não  é  a  esmola  que  é  reprovável,  é  muitas  vezes  a  maneira como é dada. O homem de bem que compreende a caridade, como Jesus,  vai  até  o  infeliz  sem  esperar  que  ele  estenda  a  mão.

A  verdadeira  caridade  é  sempre  boa  e  benevolente,  tanto  no  ato  quanto na  forma.  Um  serviço  que  nos  é  oferecido  com  delicadeza  tem  seu  valor aumentado;  mas  se  é  feito  com  ostentação,  a  necessidade  pode  fazer com  que  seja  aceito,  porém  o  coração  não  se  sente  tocado.

Lembrai-vos  também  que  a  ostentação  tira,  aos  olhos de  Deus,  o mérito  do  benefício.  Jesus  ensinou:  “Que  a  mão  esquerda  não  saiba  o  que faz  a  direita ” ,  ensinando  a  não  ofuscar  a  caridade  com  o  orgulho.

É  preciso  distinguir  a  esmola  propriamente  dita  da  beneficência.  O mais  necessitado  nem  sempre  é  aquele  que  pede;  o  temor  da  humilhação tolhe  o  verdadeiro  pobre,  que  sofre  sem  se  lamentar;  é  a  esse  que  o  homem  verdadeiramente  humano  deve  procurar  sem  ostentação.

Amai-vos  uns  aos  outros,  eis  toda  a  lei.  Lei  divina  pela  qual  Deus governa  os  mundos.  O  amor  é  a  lei  de  atração  para  os  seres  vivos  e  organizados;  a  atração  é  a  lei  de  amor  para  a  matéria  inorgânica.

Nunca  vos  esqueçais  de  que  o  Espírito,  seja  qual  for  seu  grau  de adiantamento,  sua  situação  como  reencarnado  ou  no  mundo  espiritual,está  sempre  colocado  entre  um  superior  que  o  guia  e  aperfeiçoa  e  um inferior  diante  do  qual  tem  esses  mesmos  deveres  a  cumprir.

Sede  caridosos,  praticando  não  apenas  a  caridade  que  tira  do  bolso a  esmola  que  dais  friamente  àquele  que  ousa  pedir,  mas  a  que  vos  leve  ao encontro  das  misérias  ocultas.  Sede  indulgentes  para  com  os  defeitos  de vossos  semelhantes.  Em  vez  de  desprezar  a  ignorância  e  o  vício,  instruí-os e  moralizai-os.  Sede  doces  e  benevolentes  para  todos  que  são  inferiores; sede  doces  e  benevolentes  mesmo  em  relação  aos  seres  mais  insignificantes  da  criação  e  tereis  obedecido  à  lei  de  Deus.

(São Vicente de Paulo)

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Obra: Religião dos Espíritos – Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel).

13 – Dizes-te

Reunião pública de 23/2/59
Questão nº 888

Dizes-te pobre;
entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima par-te do tesouro de tua fé.

Dizes-te desorientado;
contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da Natureza.

Dizes-te impedido de praticar o bem;
todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxilio aos outros.

Dizes-te desanimado;
sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de teus braços.

Dizes-te em provação;
mas olvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.

Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra;
no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro
que te vibra na boca.

Dizes-te desamparado;
entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.

Por quem és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.

Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.

Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.

E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus.
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Os ensinamentos acima são bem claros. São uma reflexão no que consiste a real caridade e a real ajuda. Podemos também definir o conceito de esmola moral.

Já vi muitos espíritas que condenavam a esmola (o ato de conceder pequena soma de dinheiro à alguém necessitado). Os argumentos variavam em gênero, número e grau, e geralmente não eram argumentos nem um pouco espíritas (do tipo, “dando dinheiro favorecemos a dependência, a vagabundagem” e assim por diante). Eu não vejo desta forma, pois sempre tento perceber o momento inicial que levou aquele cidadão à recorrer ao artifício de pedir. É uma humilhação pessoal, que obriga o pedinte a engolir qualquer senso de orgulho. Fora as humilhações que acontecem durante o dia – a – dia.

Aqueles que pedem não possuem instalações domésticas e nem uma estrutura de reconforto (claro, na maioria dos casos). Eles não possuem fonte de renovação. Eis o porque de as palavras de Emmanuel tocarem fundo no nosso âmago, especialmente no final.

O cotidiano moderno nos enche de informações, nos coloca em outra realidade. Imaginamos compreender as dificuldades dos outros, mas raramente paramos para nos colocar em dificuldades semelhantes. Tente um dia:
– sair sem blusa num dia frio;
– ficar jejuando algum tempo;
– deixar a carteira em casa e não poder depender de ninguém;

E teremos alguma noção (não toda, pois sempre teremos o consolo de ter tudo de volta quando quisermos).

Agir com mais paciência, benevolência e consolo, talvez assim tenhamos um pouco do “Consolador” em nós, nos inspirando.



julho 18, 2011

O ABORTO

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Aborto Delituoso

Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.

Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais…

Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância…

Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.

Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza…

Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.

Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.

Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!

Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
14a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.

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Talvez a mais polêmica temática quando falamos de religião diz respeito ao aborto. Sob a ótica espírita, é um crime horrendo que custa muito caro sob todos os ângulos da lei de ação e reação. Mas como deixar isso claro àqueles que não estão familiarizados com a doutrina?

Sobre o núcleo familiar, temos a informação de que nascemos em uma determinada família por um motivo. Seja ele afinidade, seja ele cármico, estamos lá por uma razão. Conforme os escritos de Kardec colocam:

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A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos.” Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

* * *

Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

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Os exemplos na literatura psicografada por Chico Xavier também são enormes. Especialmente nas obras de André Luiz, é constante o fato de espíritos reencarnarem com missões de ajuda à familiares que outrora foram de seu núcleo familiar.

Imperioso constatar que há uma preparação muito grande no espírito que irá reencarnar, sua perda gradua de consciência, até tornar-se um pequeno bebê, acontece de forma muito complexa e dolorosa. A experiência do esquecimento total e regressão à forma tão pequena e inconsciente não deve ser nada prazerosa. Imaginem ainda se após todo este processo você for condenado a morte das mais variadas formas de agressão? (agulhas de costura, remédios intoxicantes, retirada abrupta, morte logo após o nascimento, etc).

Isso pode jogar fora um planejamento de gerações !!!! Pode levar ao fracasso e jogar pelo ralo todo o comprometimento de ao menos duas vidas !!!! Pode, de uma só vez, ampliar as angustiosas e doloridas provações por séculos !!!!

O crime do aborto está ai. Terminar uma vida incapaz de se defender é absurdamente condenável.

“AH MAS E SE FOR UMA PROVAÇÃO DAQUELE ESPÍRITO? E SE AQUELE BEBÊ PRECISASSE SOFRER ISSO POR UM ASPECTO CÁRMICO? – supondo que aquele bebê seja a reencarnação de alguém que assassinou muitas criancinhas em outra vida.

Ainda assim esta pergunta viola muitos aspectos que vão contra a ética e moral espíritas:

– Se fôssemos apenas instrumento do destino para punição de carmas, de que valeria nosso livre-arbítrio?
– Eu imagino que Deus, Jesus e os planejadores deste orbe tenham recursos mais válidos do que nos obrigar a assassinar bebês;
–  Se aquele bebê precisasse sofrer, a morte seria espontânea e o aborto, da mesma forma, ocorreria sem ser provocado de forma violenta;
– Já é mais do que dito, sofrimentos e punições não são causados em nome de Deus. Ele, no auge da perfeição, é capaz de entender melhor do que nós como agir e preparar tudo. Não nos elevemos à condição maior do que somos. Ao invés de agentes do destino, somos apenas gota num oceano; Se pudermos evoluir a ponto de alterar este quadro, ótimo, mas tenhamos noção de que isso vai demorar;

Homicídio é injustificável sob qualquer ponto de vista, e neste caso é aterrorizante.

Há aqueles que também questionam se há consciência em um feto. Sim, o espírito está presente desde a gestação, ligado ao corpo através de cordão fluídico. Para finalizar, alguns esclarecimentos oferecidos pelo Livro dos Espíritos:

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UNIÃO DA ALMA E DO CORPO. ABORTO

344 Em que momento a alma se une ao corpo?

– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.

345 A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia renunciar ao corpo designado?

– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.

351 No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta de todas as suas faculdades?

– Mais ou menos, de acordo com a época, visto que ainda não está encarnado, e sim vinculado. Desde o instante da concepção, o Espírito começa a ser tomado de perturbação, anunciando-lhe que é chegado o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual não terá mais consciência, como pessoa, logo que entrar na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória ao retornar ao seu estado de Espírito.

357 Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?

– É uma existência nula que terá de recomeçar.

358 O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?

– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento.

359 No caso em que a vida da mãe esteja em perigo pelo nascimento do filho, existe crime ao sacrificar a criança para salvar a mãe?

– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe.

360 É racional ter pelo feto a mesma atenção que se tem pelo corpo de uma criança que tenha vivido?

– Em tudo isso deveis ver a vontade de Deus e Sua obra. Não trateis, portanto, levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que são incompletas algumas vezes pela vontade do Criador? Isso pertence a seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.

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Se desejas abortar sua criança, procure algum esclarecimento antes, não haja por impulsividade. Ninguém pode frear seu livre-arbítrio, mas é importante que conheça as consequencias e assim, repense esta atitude.

julho 10, 2011

Dor, Redenção, Provas e Religião

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 10:25 am

Uma pequena passagem da obra “PAULO E ESTÊVÃO” – psicografada por Chico Xavier e ditada por Emmanuel. (4a ED. FEB – 2010).

“O leito de dor é um campo de ensinamentos sublimes e luminosos. Nele, a alma exausta vai estimando no corpo a função de uma túnica. Tudo o que se refira à vestimenta vai perdendo, consequentemente, de importância. Persevera, contudo, a nossa realidade espiritual”. (p.138).

Um questionamento bastante comum dentre aqueles que não acreditam em nada (ou dizem-se desta forma), é o que acarreta nas pessoas sentimentos tão extremos como fé,  tanta doação e caridade ao invés de aproveitarem a vida, e como a religião brota nos corações as vezes tão duros.

Geralmente as grandes conversões acontecem em cenários extremos de dor e sofrimento. Por que? Cheguei a conclusão de que o sofrimento, ou o “leito de dor” como traduz acima nosso mentor Emmanuel, rasga qualquer vestígio de sublimidade, orgulho ou egoísmo que restava em nós. Reis e conquistadores do passado sucumbiram à doenças, e no momento da morte, foram exatamente iguais a seus escravos e lacaios. A humildade é desperta do cenário mais horrendo.

Quantos vão à presídios, condenados, quando seus crimes, se não fossem descobertos, resultariam em uma riqueza absoluta? E então, perdido em meio a bandidos de todos os tipos, acaba por encontrar a consolação na religião.

Todo aquele que é orgulhoso e tem uma estima exagerada de si mesmo será confrontado, cedo ou tarde, com sua insignificância perante o mundo. Terá que assumir seu papel de grão de areia em vasta praia e perceber que não passa de um espírito em uma túnica. A humildade abre o coração para a verdadeira religião e o verdadeiro aprendizado.

A doença é uma provação muito difícil, já que ela exige a constante fé e vontade de viver. Aquele que perde a vontade, geralmente sucumbe, enquanto aqueles que escolhem travar a batalha com uma doença complexa algumas vezes se curam. De qualquer forma, a doença os obriga a diminuir o ritmo de vida e se preocupar com sigo mesmo, e a religião é o pão da alma. Cedo ou tarde fará falta àquele que a despreza.

Muitos tratam a religião como um cabide, condenando aqueles que se dedicam à tarefas edificadoras e deixam de “aproveitar” seu tempo com as bobagens mundanas da Terra. Pois bem, é só um degrau a mais na longa escada do orgulho, que a cada passo acima cega à realidade vivida. E quanto mais alto, maior a queda e o sofrimento que virá de todas as provas.

Ainda bem que temos um Senhor misericordioso e de infinita bondade, pronto a receber seus filhos, rebeldes ou não.

A dor também pode ser o tão aguardado expurgo de nosso passado obscuro, e deve ser agradecida por todos aqueles que possuem a fé sincera na redenção e nas obras divinas do Mestre Nazareno. Se hoje temos dor, ontem a causamos, isso é FATO. Temos que aprender a viver sem causar dores, e isso é uma tarefa dificílima a qual ainda estamos engatinhando.

Que todos possamos triunfar um dia.

julho 26, 2010

Executar Bem

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , — Aprendiz @ 8:23 am

19
EXECUTAR BEM
“E ele lhes disse: – “Não peçais mais do que o que vos está ordenado.” – João Batista. (LUCAS, 3:13.)

A advertência de João Batista à massa inquieta é dos avisos mais preciosos do Evangelho.

A ansiedade é inimiga do trabalho frutuoso. A precipitação determina desordens e recapitulações conseqüentes.

Toda atividade edificante reclama entendimento.

A palavra do Precursor não visa anular a iniciativa ou diminuir a responsabilidade, mas recomenda espírito de precisão e execução nos compromissos assumidos.

As realizações prematuras ocasionam grandes desperdícios de energia e atritos inúteis.

Nos círculos evangélicos da atualidade, o conselho de João Batista deve ser especialmente lembrado.

Quantos pedem novas mensagens espirituais, sem haver atendido a sagradas recomendações das mensagens velhas? quantos aprendizes aflitos por transmitir a verdade ao povo, sem haver cumprido ainda a menor parcela de responsabilidade para com o lar que formaram no mundo?

Exigem revelações, emoções e novidades, esquecidos de que também existem deveres inalienáveis desafiando o espírito eterno.

O programa individual de trabalho da alma, no aprimoramento de si mesma, na condição de encarnada ou desencarnada, é lei soberana.

Inútil enganar o homem a si mesmo com belas palavras, sem lhes aderir intimamente, ou recolher-se à proteção de terceiros, na esfera da carne ou nos círculos espirituais que lhe são próximos.

De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a ordenação do Criador e o serviço da criatura.

Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo.

Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo.

(Da Obra Vinha de Luz – Pelo Espírito Emmanuel e Psicografado por Chico Xavier. 14a Edição da FEB, 1952. P.25)

A passagem é clara ao nos informar e comunicar, e pode ser resumida em linguagem rude e simples – Não vamos dar um passo maior do que a própria perna. De que adianta querer mudar ou salvar o mundo de suas mazelas, se criamos nossas próprias dificuldades ao próximo? Mesmo em casa, um tirano doméstico pode parecer santo aos que observam de fora. E muitos ficam tão dominados pelo orgulho de ajudar (a falsa caridade) que tornam-se desprezíveis seres de convivência difícil.

Essa passagem pode ser diretamente conectada às passagens do Evangelho “Fora da Caridade Não Há Salvação” e “não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita”.

Quantos espíritas não se perderam na ânsia de salvar a todos? Quantos não se dedicaram tanto às suas obras de ajuda, quase todas as vezes na melhor das intenções, e acabaram por esquecer suas obrigações familiares? Se executarmos com boa vontade tudo o que nos aparece, viver é um prazer. Cada obrigação torna-se um aprendizado e, mesmo na mais cansativa das tarefas, seremos capazes de sorrir. Eis a fórmula da felicidade.

junho 24, 2010

Educandário de Luz

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 11:51 am

Esta lição eu retirei do Blog do Nept (Núcleo Espírita Paulo de Tarso).

É, antes de tudo, uma lição de humildade e desenvolvimento de consciência que todos devemos ter, e que nos ajuda a manter a humildade em situações que estamos muito cheios de orgulho próprio, enquanto o mundo se acaba em tragédias. Esquecer o agasalho em um dia frio, esquecer a carteira e ficar sem almoçar, tudo isso nos ensina a ter mais respeito e compaixão pelos semelhantes necessitados. É de algo em torno dessa lógica que o texto abaixo trata.

Educandário de Luz

Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos freqüentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.

Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.

Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.

Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.

Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.

Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.

* * *

Emmanuel

Mensagem retirada do livro “Paz e Renovação” Psicografia de Francisco Cândido Xavier

abril 14, 2009

Breve Passagem Sobre o Aborto

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , , , — Aprendiz @ 4:46 pm

Não acho que eu tenho o conhecimento necessário, tanto médico quanto psicológico e espiritual, para comentar sobre aborto. A única posição que tenho é: sou contra. Porém, vamos deixar quem tem propriedade para falar sobre o assunto comentar. Essa é uma passagem da obra “O Perispírito e Suas Modelações”, escrito por Luiz Gonzaga Pinheiro

Na problemática do aborto imagina-te ansiado pelo ingresso em determinada oficina, de cujo salário e experiência necessitas para efeito de aperfeiçoamento e promoção. Alcançando-a pelo concurso de mãos amigas, alimentas a melhor esperança. Em tudo, votos de paz e renovação aguardando o futuro. Entretanto, ainda nesta hipótese, observas-te em profundo abatimento, incapaz de comandar a própria situação. Assemelhas-te ao enfermo exausto, sem recursos para te garantires e sem palavra que te exprima, suplicando em silêncio a compaixão e a bondade daqueles aos quais a sabedoria te confiou a necessidade por algum tempo e a quem prometes reconhecimento e veneração.
Mentalizado semelhante painel, reflete no desapontamento e na dor que te tomariam de assalto se te visses inesperadamente debaixo de fria e descaridosa expulsão, a pancadas de instrumentos cortantes ou a jatos de venenosos agentes químicos.
Nessas circunstâncias, que sentimentos te caracterizariam a reação?

Mensagem de Emmanuel – Psicografia de Chico Xavier
(p. 151 do livro)

Impressionante como uma passagem dessas pode nos fazer refletir no fundo da alma.

Porém, suas próprias conclusões são aceitas e bem vindas ao debate.

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