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setembro 16, 2014

ESQUECIMENTO E RECOMEÇO

Filed under: Espiritismo — Tags:, — Aprendiz @ 5:10 am

112 – COMO LÁZARO

“E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.” (JOÃO, 11: 44)

O regresso de Lázaro à vida ativa representa grandioso símbolo para todos os trabalhadores da Terra.

Os criminosos arrependidos, os pecadores que se voltam para o bem, os que “trincaram” o cristal da consciência, entendem a maravilhosa característica do verbo recomeçar.

Lázaro não podia ser feliz tão-só por revestir-se novamente da carne perecível, mas, sim, pela possibilidade de reiniciar a experiência humana com valores novos. E, na faina evolutiva, cada vez que o espírito alcança do Mestre Divino a oportunidade de regressar à Terra, ei-lo desenfaixado dos laços vigorosos… exonerado da angústia, do remorso, do medo… A sensação do túmulo de impressões em que se encontrava, era venda forte a cobrir-lhe o rosto…

Jesus, compadecido, exclamou para o mundo:

— Desligai-o, deixai-o ir .

Essa passagem evangélica é assinalada de profunda beleza.

Preciosa é a existência de um homem, porque o Cristo lhe permitiu o desligamento dos laços criminosos com o pretérito, deixando-o encaminhar-se, de novo, às fontes da vida humana, de maneira a reconstituir e santificar os elos de seu destino espiritual, na dádiva suprema de começar outra vez.

(Da Obra “CAMINHO, VERDADE E VIDA” – Ditado por Emmanuel e psicografada por Chico Xavier)


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O que faz a Doutrina Espírita, e qualquer religião voltada ao amor e a caridade? Oferece conforto espiritual e a chance da absolvição. A diferença, porém, é a forma com que cada religião lida com o tema.

Na ampla perspectiva do Espiritismo, vários elementos existem para provar a inexistência do tempo e do espaço:

Esquecimento do passado – Um dos maiores argumentos utilizados contra a reencarnação, é a ausência de lembranças do passado. Ora, se todos fôssemos lembrar do passado, qual a chance de melhora? Somos incapazes de perdoar uma “fechada” no trânsito, uma trombada na rua, uma falha humana, por mais simples que seja, sem nos irritarmos, que dirá nosso passado!? A história da humanidade nos mostra que hábitos antigos como o duelo, o suicídio, etc não devem ter contribuído para nossa melhora moral. Hoje, sabemos também, que convivemos em meio aos inimigos de outros tempos. No entanto, aprendemos a amá-los e respeitá-los, durante uma encarnação inteira. Ao retornar à pátria espiritual, com toda certeza, sentiremos a redução de nossa eventual mágoa, ódio etc, até que ele seja nulo.

Ninguém evolui sem resolver todas as pendências ético-morais.

Ausência de qualquer doutrina de penas eternas e importância da consciência – O Espiritismo não admite “inferno” ou “paraíso” nas acepções comuns destes termos, mas sim que o nível de consciência e atitude permeará o futuro dos que desencarnam. Claro que o conhecimento embute uma grande responsabilidade sobre os atos e suas consequências, por isso todo aquele que se diz Espírita, deve ter uma conduta condizente com o que a Doutrina coloca. A moral do Cristo é que nos guia rumo à melhora real, por isso mesmo, o Espiritismo nunca se coloca como única fonte de salvação.

Todo aquele que deseja melhorar de verdade, reconstruindo sua vida em moral calcada por amor e caridade, encontrará frutos benéficos. A denominação religiosa aqui, funciona apenas como rótulo.

Por isso toda existência é preciosa, porque ela é a continuação de outras, mas sempre um recomeço a cada nascimento e a cada desencarne.

Todos somos representados por Lázaro.

setembro 3, 2014

RESPONSABILIDADES E LIBERDADES

No Espiritismo, responsabilidades são sempre um problema de consciência. Quanto mais “expandida” for a consciência, mais responsabilidade e conhecimento ela deve nutrir. O conhecimento traz sim responsabilidade, é o que acaba alimentando ou extinguindo alguns desejos e comportamentos que temos.

Tomei a liberdade de colocar um exemplo do Livro dos Espíritos aqui, sobre um tema diretamente relacionado à consciência.

830) Quando a escravidão faz parte dos costumes de um povo, os que dela se aproveitam são condenáveis, por agirem seguindo um procedimento que parece natural?

– O mal é sempre o mal e todos os sofismas não farão com que uma má ação se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que se dispõe para compreendê-la. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado da violação da lei natural; mas, nisso, como em todas as coisas, a culpa é relativa. A escravidão, tendo se firmado nos costumes de alguns povos, tornou possível ao homem aproveitar-se dela de boa-fé, como de uma coisa que parecia natural; mas a partir do momento que sua razão se mostrou mais desenvolvida e, acima de tudo, esclarecida pelas luzes do Cristianismo, demostrando que o escravo é um ser igual diante de Deus, não há mais desculpa que justifique a escravidão.

Ou seja, quando a doutrina do Cristo veio aos homens e lhes ditou “amar ao próximo como a si mesmo” qualquer forma de escravidão ou qualquer imposição condicional à liberdade perde o efeito. A “boa fé” significa agir de consciência limpa, e se seguimos algum costume, não pode haver nenhuma dúvida a respeito de sua procedência em nossa mente.

Somos responsáveis sim pelos atos, e com a moral do Cristo, ficou claro que bem e mal são nitidamente separáveis um do outro, independentemente do contexto em que se analise.

O tema se une a outro tão importante quanto, o do “livre arbítrio”, que deve ser respeitado acima de tudo. Respeitar o próximo é também respeitar seus atos, ainda que pareçam incorretos, quando o erro provém da ignorância, e não de propósito ruim. Existe diferença clara entre o que erra por desconhecimento de causa (e aprende após a colheita ruim das consequências) e entre os que erram visando prejudicar outros.

Um senhor de escravos com religião cristã é um contra-senso em si mesmo. Não é um paradoxo, é um ERRO. Não se pode ler o Novo Testamento e concordar com a restrição absoluta da liberdade de um outro ser humano. Nenhuma hipótese ou teoria malabarística justificaria este ato, portanto, incorre-se em erro grave e sério perante a Providência Divina.

O tratamento digno ao próximo é uma obrigação de direitos. Somos diferentes em etnias, escolhas, cor, modo de ver, etc, mas o espírito em si é igual, as alterações são apenas em escala evolucionária. O mundo será muito melhor quando os que estão escada acima concordarem em estender as mãos para ajudar os que estão em degraus inferiores.

A humanidade só encontrará progresso quando assim também se comportar.

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