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julho 26, 2010

Executar Bem

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EXECUTAR BEM
“E ele lhes disse: – “Não peçais mais do que o que vos está ordenado.” – João Batista. (LUCAS, 3:13.)

A advertência de João Batista à massa inquieta é dos avisos mais preciosos do Evangelho.

A ansiedade é inimiga do trabalho frutuoso. A precipitação determina desordens e recapitulações conseqüentes.

Toda atividade edificante reclama entendimento.

A palavra do Precursor não visa anular a iniciativa ou diminuir a responsabilidade, mas recomenda espírito de precisão e execução nos compromissos assumidos.

As realizações prematuras ocasionam grandes desperdícios de energia e atritos inúteis.

Nos círculos evangélicos da atualidade, o conselho de João Batista deve ser especialmente lembrado.

Quantos pedem novas mensagens espirituais, sem haver atendido a sagradas recomendações das mensagens velhas? quantos aprendizes aflitos por transmitir a verdade ao povo, sem haver cumprido ainda a menor parcela de responsabilidade para com o lar que formaram no mundo?

Exigem revelações, emoções e novidades, esquecidos de que também existem deveres inalienáveis desafiando o espírito eterno.

O programa individual de trabalho da alma, no aprimoramento de si mesma, na condição de encarnada ou desencarnada, é lei soberana.

Inútil enganar o homem a si mesmo com belas palavras, sem lhes aderir intimamente, ou recolher-se à proteção de terceiros, na esfera da carne ou nos círculos espirituais que lhe são próximos.

De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a ordenação do Criador e o serviço da criatura.

Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo.

Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo.

(Da Obra Vinha de Luz – Pelo Espírito Emmanuel e Psicografado por Chico Xavier. 14a Edição da FEB, 1952. P.25)

A passagem é clara ao nos informar e comunicar, e pode ser resumida em linguagem rude e simples – Não vamos dar um passo maior do que a própria perna. De que adianta querer mudar ou salvar o mundo de suas mazelas, se criamos nossas próprias dificuldades ao próximo? Mesmo em casa, um tirano doméstico pode parecer santo aos que observam de fora. E muitos ficam tão dominados pelo orgulho de ajudar (a falsa caridade) que tornam-se desprezíveis seres de convivência difícil.

Essa passagem pode ser diretamente conectada às passagens do Evangelho “Fora da Caridade Não Há Salvação” e “não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita”.

Quantos espíritas não se perderam na ânsia de salvar a todos? Quantos não se dedicaram tanto às suas obras de ajuda, quase todas as vezes na melhor das intenções, e acabaram por esquecer suas obrigações familiares? Se executarmos com boa vontade tudo o que nos aparece, viver é um prazer. Cada obrigação torna-se um aprendizado e, mesmo na mais cansativa das tarefas, seremos capazes de sorrir. Eis a fórmula da felicidade.

julho 20, 2010

O Sofrimento dos Obsessores e a Superação do Ciclo de Ódio

Filed under: Espiritismo — Tags:, , , — Aprendiz @ 6:38 am

Talvez a maior dádiva do espiritismo em termos de vida cotidiana, seja a esperança. Mas mais do que tudo, a verdade. Nenhum espírita pode mais negar sua ignorância perante a vida. Se somos um grão de areia na vastidão do universo, o que dizer de nossa capacidade e conhecimento? Ou seja, verdade pura, é a de que no grau de evolução, somos uma escala insignificante.

Isso pode parecer um tanto quanto desesperançoso, mas analisando com calma, é algo que nos favorece profundamente. Para quem tem vontade real de progredir e aprender, errar é normal, faz parte do jogo e nos torna pessoas melhores. Não acho que os erros ensinem mais do que os acertos, mas sim que são inevitáveis. O que ensina é a solução que encontramos para os problemas. Quando nos defrontamos com uma doença, qual o melhor caminho? Ficar em um canto escuro lamentando nossos problemas ou partir para cima da solução? Frequentar um centro grande das cidades urbanas é algo muito instrutivo. Quantos amputados miseráveis não residem largados em praças ? Será que os problemas são realmente mensuráveis?

O que é problema para mim pode não ser para você. Pobreza é uma prova duríssima, mas a riqueza é uma maldição para muitos. Ou seja, é uma questão de postura. Mas aonde eu quero chegar?

Em um processo de obsessão, a tendência geral é querer expulsar um obsessor a todo custo, pressupondo que ali reside o mal e que somos apenas vítimas inocentes. É uma tendência geral de nos colocar sempre em um lugar apropriado e culpar aos outros pelos nossos problemas. Fato é que nenhuma obsessão ocorre à toa, pelo simples fato de algum obsessor (como se isso fosse profissão) estar disponível para “assombrar” alguém. A obsessão é um processo MUITO complexo, muitas vezes de milênios, que leva uma chuva de espíritos, encarnados e desencarnados a promoverem uma relação não amigável. No entanto, ela pode ocorrer com encarnados e desencarnados, encarnados e encarnados, e até entre os desencarnados (mais comum de todas).

Antes de pensar em apenas expulsar um obsessor, será que poderíamos pensar a causa do problema? Por que alguém se colocaria em uma perseguição de milênios? Será que o primeiro tapa na cara veio daquele ser ou de minha parte? Uma vez que esta reflexão seja feita, passamos a encarar o problema de outra forma, entendendo que as vezes o perdão deve ser pedido primeiro por nós à entidade. Quando fui eu que dei o primeiro tapa ou cometi uma atrocidade terrível, o esquecimento da vida carnal deve ser utilizado para limpeza de um passado que não acrescenta nada de útil.

Mas essa limpeza passa por procedimentos:
– Reforma Íntima;
– Humildade;
– Conduta moralizada e ética;
– Perdão de si mesmo;

Só com a busca destes valores (e eu nem cogito que alguém possa alcançá-los na plenitude devido à nossa imperfeição) o nosso esquecimento carnal pode ser proveitoso. Seguir no caminho a que estas características conduzem, tornaria a conduta humana perante si mesmo e perante os outros, muito mais razoável. A partir de então, poderemos exemplificar ao obsessor que nossa mudança de conduta pode beneficiá-lo e, muito mais do que palavras, as ações diárias fortalecerão esta posição.

Em um certo ponto, o exemplo tocará o obsessor, que irá sim nos perdoar e ser perdoado, para que o progresso busque. Quando isso ocorre, o ciclo de ódio e violência, tornou-se benéfico e constante, o que pode gerar, ao final, uma amizade que percorrerá a estrada da evolução ao nosso lado. É uma solução muito mais razoável.

Um obsessor quando está desencarnado, estará submetido às mazelas do sofrimento e pestilência. Estará sujeito a provas e a um cotidiano de enlouquecer qualquer um. Muitas vezes não busca vingança, mas sim ajuda. Nossos preconceitos muitas vezes fecham as portas à entidades que não buscavam nada mais além de amor. Ou seja, talvez o que alguns chamam de prisão carnal, seja uma chance de ouro, muito melhor do que uma eventual prisão mental e espiritual a que estaríamos submetidos do outro lado.

A vida carnal é uma bênção. Esquecemos o que de mal fizemos e o que de mal sofremos. Nossos melhores amigos podem ser os “temidos” obsessores de outrora, mas quando todos esquecemos, vemos que é um prazer tê-los conosco. Quer lição melhor? 

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